Fanfic: Doce Ilusão {Vondy}

Roberta desceu as escadas
nervosamente.Será que a tia iria gostar dela?

Afinal, agora sua vida
dependia da irmã de sua mãe.

-Estou bem, Berta?-Perguntou
ansiosa à governanta, que seguia ao lado dela.

Roberta tentou arrumar os
cabelos uma última vez, mas Berta segurou-lhe as mãos e sorriu.

-Está perfeita, carinho.Não
se preocupe, sua tia vai adorar você.Ela é uma mulher sofisticada, mas muito
boa pelo que pude perceber.

Roberta assentiu, suspirando.

Para felicidade da garota,
Mabel se encantou por ela realmente.Disse que a sobrinha se parecia muito com a
mãe, e que a fazia lembrar de sua irmã quando ambas eram jovens.

Roberta também adorou a
tia.Esperava uma mulher fria e superficial, mas a tia era totalmente o
contrário.Embora fosse muito elegante, e de aparência muito rica, era uma
mulher absolutamente amável.

-Desculpem interromper.-Berta
entrou na sala de chá, interrompendo a conversa entusiasmada de Roberta com
Mabel.-Senhor Diego já está partindo.

Roberta sentiu-se empalidecer
e se levantou de um salto.

-Oh, não...

Diego estava entrando no
carro, enquanto o motorista guardava sua mala lá atrás.Olhou uma última vez
para a Mansão...

Era melhor partir de uma
vez.Sem falar com ninguém.Já dera um jeito de agradecer Berta pela manhã...e
ele falaria com sua mãe depois, por telefone.

E quanto à Roberta...ela iria
entender.Um dia acabaria entendendo.

Diego suspirou e se voltou
para entrar no carro de vez, mas deu de cara com Roberta.

-O que faz aqui?-Ele se
assustou.-Eu pensei que...

-Que a idiota aqui estava lá
dentro, sem fazer a menor idéia que você estava indo embora sem se despedir de
ninguém?-Ela perguntou de modo frio.

-Desculpe, mas seria melhor
assim.

-Melhor para quem?Para
você?-Ela acusou.-Estou farta de você só pensar em você, Diego!!

-Você não sabe o que está
dizendo...não entende...

-Não sou estúpida!Eu
entenderia se você me desse uma explicação razoável.

Diego soltou o ar, desviando
os olhos por um momento.

-Você não me dá uma porque
não têm, não é?-Roberta pressionou.-Você tenta sempre colocar obstáculos, mas
no fundo só quer fugir de seus sentimentos!

O motorista já tinha entrado
no carro, deixando-os a sós.

-Não é isso?-Roberta se
aproximou, encarando-o insistentemente.

-Pare com isso.-Ele pediu,
duro.

Os dois sequer tinham
percebido uma sombra perto do portão, observando-os.Era Mabel.

-Você não quer fazer isso, eu
sei!-Roberta disse alto, se aproximando mais dele.-Não entendo porque é tão
difícil você assumir o que sente!

-Porque é difícil!!!-Diego
gritou, se descontrolando.E num gemido gutural, puxou Roberta e a beijou.

Mabel se mexeu de onde
estava, surpresa.Começou a entender algumas coisas.

Diego apertou os seios de
Roberta contra seu peito, e ela o enlaçou pelo pescoço.Quando se separaram,
Roberta estava chorando.

-Não vá.-Pediu, olhando-o com
os olhos rasos de lágrimas.-Não me deixe!

-Deus, pare de me
torturar!-Ele disse em voz baixa e mansa, colando a testa na dela.

-É você quem tortura a nós
dois!

-Eu não posso ficar...-Ele
disse com desespero.

-Então eu vou com você!!

-Não sabe o que está
dizendo.-Ele murmurou, olhando-a com surpresa.

-Claro que sei!Se você não
pode mesmo ficar, eu vou com você!-Ela disse com firmeza, por trás da avalanche
de lágrimas.

-Faria isso?Abandonaria tudo
para...?Você não pode deixar tudo, Roberta!

-Posso sim!Não tente me
impedir disso também, Diego!Não posso ficar sem você!-Ela chorou mais.

-Pare de chorar assim, meu
carinho.Está me matando!-Ele gemeu, abraçando fortemente e balançando-a.

-Diga que não vai me mandar
embora de novo!Deixe-me ir com você.-Ela pediu, tentando controlar o choro.

-Mas...

-Eu te amo!!Será que não pode
me amar um pouquinho?-Ela levantou o rosto do peito dele e o olhou.

-Te amar um pouquinho?-Diego
parecia incrédulo.Sorriu e a agarrou pela cintura, deixando-a sem poder se
mover.-Roberta, por todos os Santos, nunca amei, nem nunca conseguiria amar
alguém com tanta intensidade como à você!Você, minha pequena, é a minha vida!Em
todos os meus anos de existência, nunca fui feliz de verdade.Só conheci a
verdadeira felicidade quanto uma certa ruivinha levada apareceu na minha vida,
colocando pó-de-mico nas minhas roupas e me enfrentando de modo tão atrevido!

Roberta sorriu, limpando o
rosto.Diego a estava olhando com os olhos tão intensos e brilhosos que ela se
emocionou.

-Verdade?Mas se me ama porquê...

-Shiu!-Ele a calou com um
leve beijo carinhoso.-Já perdemos tempo demais.E pare de me olhar assim, ou eu
vou perder o controle.

Roberta sorriu, olhando-o com
seus enormes olhos cor de avelã.

-Mas eu não estou te olhando
de forma alguma!

-Está sim, minha
bonequinha.Céus, você não percebe o poder que têm sobre mim?!Nunca me senti
assim com nenhuma mulher!Jamais poderia imaginar que uma menininha conseguiria
me laçar desse jeito!Você me deixa atordoado com seu jeito atrevido e inocente
ao mesmo tempo!

Ela beijou a ponta do nariz
dele.

-Desde quando me ama?

-Desde o primeiro segundo que
a vi descendo as escadas e caminhando até mim, para sermos apresentados.-Ele
disse com um sorriso branco e sedutor.-Esperei encontrar uma criança, e quando
vi você...tão bonita, sem se dar conta de sua própria sensualidade, e com
aquele olhar malicioso...Deus, você me atraiu na mesma hora!

-Você também...assim que o
vi, soube que não iria ter forças para me manter imune à você.-A ruiva
confessou.

-Passou o mesmo comigo.Eu soube
no primeiro momento que você seria minha perdição.Minha doce, inocente e
atrevida perdição.

Diego se inclinou para voltar
a beijá-la com ardor.Mabel, de seu canto, sorriu ao observar a cena.

**

1 mês depois...

A tutela de Roberta já estava
com Mabel, e a garota infelizmente tivera que ficar no México com a tia para
terminar os estudos naquele mês que tinha passado.

Diego tinha viajado sozinho,
mas ligava para Roberta todas as noites, afinal agora os dois estavam
comprometidos e Diego iria voltar logo para buscá-la.

-Diego está na linha,
querida.-Mabel avisou, chamando Roberta com um sorriso.

Roberta, que estava sentada
no batente da varanda da Mansão vestida com um casaco grosso e um gorro por
causa do frio da noite, levantou os olhos de forma contente.

-Obrigada, tia.

A ruiva saiu correndo até a
sala e pegou o aparelho telefônico, ansiosa.

-Alô?

-Como está, minha vida?-A voz
profunda e rouca de Diego a arrepiou.

-Com saudades!Esse mês está
se arrastando!Que dia você vem?

-Sei que disse que iria
chegar daqui à três dias, mas a situação aqui está impossível, amor.Só vou
conseguir chegar no dia da sua formatura.

-Mas isso é quase em uma
semana!-Ela disse desapontada.

-Eu sei, carinho, mas passará
rápido.Você vai ver.Eu também estou morrendo para poder te ver e te abraçar.

-Promete que vai vir me ver
na formatura, não é?

-Óbvio que sim, amor.Nem que
eu chegue numa charrete, jamais perderia o meu tesouro se formando na escola.É
um dia muito importante pra você, não?

-É.-Ela admitiu.

-Me espere que eu estarei aí
no dia.-Ele garantiu, e a ruiva sorriu.

-Eu sei.

Um breve silêncio agradável.

-Deus, faz só um mês que não
te vejo, falo com você todos dos dias, mas sinto sua falta como se estivéssemos
separados à uma eternidade.-Diego admitiu, bem perto do telefone.

-Eu também sinto isso...Quero
ver você, Diego.-Ela choramingou.

-Pare de tornar as coisas
difíceis, meu bem.Senão eu largo tudo e vou para aí agora mesmo!

-Faça isso!

Diego riu.

-Não sou tão impulsivo como
você, pequena.Me aguarde mais alguns dias e não iremos nos separar nunca mais!