Fanfic: Doce Ilusão {Vondy}

Dois dias depois, Diego já
estava melhor.Não estava mais vermelho, nem com a pele cheia de coceiras devido
ao pó-de-mico.Andava de mau-humor com Roberta, mas a ruiva devolvia na mesma
moeda.

-Fiquei sabendo que ainda
está na escola.-Ele disse um dia, parando a ruiva num dos corredores da Mansão,
após o café-da-manhã.

-Sim.-Roberta respondeu
simplesmente.

-Deus, então é mais jovem do
que pensei.-Ele disse, parecendo dizer para ele mesmo.

-Tenho 18 anos.Não sou tão
jovem assim.

Diego não respondeu, apenas a
olhou com um muito leve sorriso.

-Mas com 18 anos...você
deveria estar se formando agora.-Ele observou, sério.

-Eu reprovei um ano.-Ela
respondeu de mal-grado.

Diego gargalhou,
surpreendendo-a.Achou que ele fosse ralhar com ela, ou então soltar uma ironia.

-Porquê essa notícia não me
surpreende?-Ele murmurou sorrindo.Roberta observou como o sorriso dele era branco
e bonito; o deixava mais jovem.

-Bem, mas isso não é da sua
conta.-Ela respondeu rebelde, saindo com o nariz empinado.Diego a puxou pelo
braço, parando-a e dizendo bem perto dela:

-Cuidado com a língua,
mocinha.

E saiu altivamente, deixando
Roberta irritada.

Há dias Roberta estava
planejando fazer uma grande festa na mansão dos Pardo, como vingança contra
Diego.Ele dissera que teria de viajar rapidamente por um dia, à uma cidade
vizinha dali, pois surgira uma urgência no trabalho.Se aproveitando disso,
Roberta já dera folga à Berta para o mesmo dia.

A ruiva passou a semana
inteira fazendo os preparativos da festa.Chamaria todos os amigos do colégio,
da cidade, iria encher aquela casa, sem Diego saber, e quando ele retornasse no
outro dia a casa estaria um caos.E ele não poderia fazer nada com ela, a não
ser dar uma bronca.

A semana inteira Roberta
vestiu o uniforme, e deixou o motorista leva-la à porta do colégio.Quando ele
ia embora, Roberta fugia, e no horário que seria para estar na escola ela
comprava coisas da festa (escondendo-as aos poucos na mochila), ou então ia à
outros lugares resolver o que era preciso para a festa arrasar.

Quando finalmente chegou a
sexta feira (a festa seria sábado, o dia que Diego viajaria), Roberta voltou
normalmente para casa, como se tivesse passado a manhã na escola.Na verdade
tinha passado horas resolvendo sobre o som e os últimos detalhes da festa.

-Senhorita Pardo.-Uma das
cozinheiras chamou, vendo Roberta tentar passar despercebida da sala em direção
às escadas.

-Sim?-Roberta parou.

-O senhor Bustamante a espera
no escritório.Ele está trabalhando e passou horas a esperando.Quer falar
contigo com urgência.

-Urgência?-Roberta
estranhou.-O que aconteceu?Não me diga que o frasco do perfume americano dele
terminou e ele está tendo um ataque lá dentro?!

A cozinheira fez força para
não rir.

-Não, senhora.

-E então?

-Eu não sei.Só me deu o
recado, mandou-me avisar a senhorita que quando chegasse fosse vê-lo no
escritório.

Roberta se aproximou, com
cara travessa.

-Sandra.-Disse o nome da
cozinheira baixinho, e logo pegou uma nota no bolso da saia.-Te pago se você me
disser o que ele quer.Se não for nada demais, eu entro no escritório, mas se
for algo sério eu fujo e você diz que tentou me reter, mas não conseguiu...

Antes da cozinheira
responder, uma voz assustadora e grave falou atrás de Roberta:

-Não adianta tentar subornar
a Sandra para conseguir o que quer, nem para fugir.Você vem comigo agora.

Roberta olhou por cima do
ombro e viu Diego, parecendo bem irritado.Sandra pediu licença e saiu
rapidamente.

-Vamos.-Diego disse, rude,
puxando Roberta pelo pulso até seu escritório.

-Ai, espere.-Ela disse
indignada, tentando se soltar.

-Calada.Só vai falar quando
eu mandar.  (uii³ O.o)

Roberta só se calou porque a
expressão de Diego era mordaz, senão teria respondido.Diego entrou com ela no
escritório, trancou a porta e se sentou na cadeira diante da mesa principal,
bufando.

-Sente.-Ele mandou.

Roberta girou os olhos,
irritada também, e sentou diante dele.

-Pronto?Agora pode me falar o
motivo de tanto suspense?

Diego a avaliou por uns
instantes, de cenho franzido.

-Pode me dizer...-Ele
começou.-Aonde esteve a semana inteira no período da manhã?

-Você por acaso anda com
amnésia?-Ela disse irônica.-Estive na escola, aonde mais?

-Mentira!-Ele gritou,
sobressaltando-a.

-O quê?

-Mentira, pare de fingir.O
diretor de seu colégio me ligou esta manhã, perguntando porquê você tem faltado
a semana toda.Disse que você perdeu provas, e que corre o risco de reprovar
novamente.-Ele frisou a última palavra.

Roberta por um instante ficou
atônita, sem saber o que falar.Aos poucos, seu rosto foi ficando vermelho.

-Ahhh...-Ela começou, se
embolando nas palavras.-Bom, é que eu...

-Só diga a verdade.Se me
disser outra mentira nem sei o que faço.Paciência não é uma das minhas
virtudes.-Ele disse sério.

Roberta se arrepiou com o tom
de voz dele.Mas por incrível que pareça não era um arrepio de medo pelo que ele
dissera.Era um arrepio de outra coisa que ela não sabia definir.

-Hum...-Roberta pensou
rápido.Claro que não podia contar da festa.-Ok, eu vou contar.Mas não conte à
ninguém.

Diego não respondeu.

-É que...-Roberta olhou as
mãos, simulando uma timidez.-Bom, eu matei as aulas essa semana porque estava
me encontrando com meu namorado.

Diego ficou ereto na cadeira.A
expressão irritada foi substituída por uma confusa.

-Namorado?Então tem um
namorado?

-Sim.Você não têm uma
namorada?

Diego pigarreou, um pouco
atônito pelo modo que Roberta falava as coisas.

-A questão aqui não sou eu.-Respondeu.-A
questão aqui é que esteve matando as aulas a semana toda, e está a ponto de
reprovar o ano pela segunda vez.O que têm na cabeça?

-Um cérebro.-Roberta
respondeu simplesmente.

-Pare com estas respostas
prontas.Será que é sempre assim atrevida e respondona?-Ele perguntou irritado.

-Só respondo para quem não
pára de me fazer perguntas.-Ela disse.Diego bufou com irritação.

-Já chega.Fique sabendo que eu
estou aqui com um propósito.Tenho que cuidar para que sua vida seja como antes,
que não te falte nada, cuidar da sua educação, etc, até que minha mãe volte
para o México.E eu já falei que sou um homem ocupado, não tenho tempo para
perder com seus joguinhos infantis.Que esta seja a ÚLTIMA vez que eu recebo uma
queixa de sua escola.Espero que você seja madura o suficiente para ajudar à nós
todos com esta situação.

Roberta o olhava de olhos
apertados.

-Você é um pouco prepotente,
não?

-Já falei para ter cuidado
com o que diz, niña.-Diego disse sério.

-Claro, claro...-Ela disse
impaciente, se levantando com tédio.-Terminou o discurso?

-Por hora.

-Ótimo.-Ela disse secamente,
e saiu do escritório.

Diego cruzou os braços atrás
da cabeça, suspirando, e observou a porta por onde Roberta acabara de sair.

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