Fanfic: Doce Ilusão {Vondy}

Roberta já dera permissão para
Berta e os outros empregados irem para casa.Berta ainda insistiu muito para
ficar com a garota, mas Roberta deu um jeito de convence-la que queria ficar
sozinha, que iria dormir cedo e que não havia necessidade dela ficar.

Após Berta sair, Roberta suspirou
encostada na porta e logo saiu correndo para arrumar as coisas da festa.Não
teria muito tempo.

Algumas horas depois, a casa
estava irreconhecível.Cheia de fios coloridos pendurados no teto, e um globo de
luz colorido rodopiava no teto da grande sala da mansão.

Caixas de som espalhadas nos
cantos da casa, e uma música animada alta tocando.Bebidas (inclusive
alcoólicas) e comida se localizavam em cima de duas grandes mesas.

A casa já estava cheia de
jovens.Roberta convidara todos os amigos e colegas, e inclusive acompanhantes
que ela não conhecia.

A sala estava abafada e
lotada de pessoas dançando loucamente, segurando bebidas e se beijando.

Roberta olhou ao redor e
constatou que era aquilo mesmo que ela queria.Sorriu, se adiantando para pegar
algo para beber.

Pegou um copo que achava ser
refrigerante, mas ao beber viu que era outra coisa.

"Ah, não importa.Todos aqui
estão bebendo, vou experimentar também.", ela pensou tomando goles da bebida
forte.

Alguns copos depois, Roberta
já estava bêbada.Andava tonta entre as pessoas, segurando um copo na mão.Vários
rapazes da festa a olhavam, pois Roberta estava mais bela do que nunca naquela
noite.

-Ai...-Ela deu um leve
tropeço, chegando ao canto oposto da sala.

-Opa...precisa de ajuda?-Um
rapaz se aproximou e a segurou.Roberta o olhou.Ele não era feio, mas tampouco
era tão bonito.Os olhos dele tinham um brilho estranho que fizeram a ruiva
estranha-lo.

-Não, estou bem, obrigada.-Se
esforçou a dizer.Sentia-se enjoada.

-Te olho desde o início da
festa, impressionado com tanta graça e beleza.Quer dançar?-Ele perguntou,
rodeando-a com a cintura.

-Hum...Não...

-Ah, não se acanhe!Vamos
dançar.-Ele a levou pela mão.Os dois chegaram ao centro do lugar, rodeados de
pessoas animadas, e o rapaz começou a dançar, puxando Roberta junto.

-Então, Roberta...

-Como sabe meu nome?-Ela
perguntou desconfiada.Falava com a voz engrolada por causa da bebida.

-Ora, você é a dona da festa
e a dona da casa.Seria difícil eu não saber como se chama.

-Ah, sim.-Ela suspirou,
olhando ao redor.A casa parecia lotar cada vez mais.

-Tem namorado, Roberta?-Ele
perguntou se aproximando.

-Não...

-Que ótima notícia.-O rapaz
sorriu, apertando a cintura dela.Roberta franziu o cenho e olhou para a mão
dele.Diabos, porquê logo agora seus reflexos estavam tão lentos?

-Er...será que pode...

-Escute, eu e uns amigos
ficamos a festa toda te olhando e você nem sequer nos notou.

-Bom, é que eu...

-Você tem uma beleza delicada
e impressionante.-O rapaz disse a observando bem de perto.Roberta estava
irritada por ele interrompe-la toda hora e não deixa-la falar.Além de tudo,
estava sentindo tudo abafado, e a aproximação dele estava piorando seu
mal-estar.

Tentou se afastar, mas o
rapaz a segurava com força e ela sequer pôde se mover.

-Estou muito interessado em você.-Ele murmurou, se
aproximando.Ia beija-la, quando Roberta virou o rosto, enojada.

-Pois eu não estou
interessada em você!Quer me largar?

-Ora, não se faça de
difícil.-Ele riu, puxando-a mais forte.-Só um beijo.Você é tão...-Se
interrompeu e tornou a querer beija-la.

Roberta fez de tudo para
empurrá-lo, mas o efeito da bebida a estava deixando mais débil e ela quase
estava sem forças.

-Me largue!!!

-Pare de gritar!Vai dizer que
têm medo dos homens?-O rapaz ironizou, puxando-a mais pra perto.Beijou e chupou
o pescoço fino de Roberta, e ela se debateu.

-Solte-me...-Roberta olhou ao
redor procurando ajuda.Estava entorpecida.Ninguém ali parecia estar prestando
atenção nos dois pois as pessoas estavam animadas, bêbadas e no meio do tumulto
para se darem conta.A ruiva começou a pensar que a idéia da festa talvez
tivesse sido equivocada.-Solte-me.-Ela repetiu.

-Não vou soltar!Só um beijo!

O rapaz por um triz não
conseguiu cobrir a boca de Roberta com a dele.Teria conseguido se não fosse uma
mão grande que o puxou com força por trás.Tonta, Roberta quase caiu.

Alguém a amparou pela cintura
e se pôs ao lado dela.A ruiva levantou os olhos e viu Diego ao seu lado.

-Mas como...-Ela murmurou
confusa.Que diabos ele fazia ali?

Diego tinha os olhos quase
vermelhos de ira, e encarava o rapaz que há pouco agarrara Roberta com
fúria.Parecia mais um leão defendendo sua caça de outro animal, o rosto estava
lívido e duro, os dentes estavam quase arreganhados.

-Se afaste dela agora mesmo,
rapaz.-Disse com a voz tão grave que Roberta se arrepiou.

-Mas...-O rapaz não sabia o
que fazer.

-Se-afaste.E nunca mais quero
vê-lo aqui novamente, se voltar a se aproximar de Roberta vai se
arrepender.-Diego disse gelidamente, parecendo que ia avançar no garoto.

O rapaz sequer os olhou de
novo.Saiu correndo, com medo, feito um ratinho que tinha o rabo entre as
pernas.

Ficou um silêncio
terrivelmente desconfortante por alguns segundos.Roberta olhou para Diego, ele
parecia lívido.

Num ímpeto, ele começou a
gritar com os convidados, e os expulsou dali aos montes.Parecia realmente
furioso.

As pessoas, assustadas (e
bêbadas), correram para fora da casa e em poucos minutos só restara Diego e
Roberta.

Ela estava tonta...mal via o
que estava acontecendo.Só sabia que a expressão de Diego era assustadora.

-Venha.-Ele a pegou pelo
braço de uma vez e saiu arrastando-a.

Roberta pensou que ele fosse
mata-la pela festa, mirou-o mas Diego sequer a olhava.A ruiva tinha que correr
atrás dele para acompanhar os largos passos do homem.

-Diego, eu...

-Quieta.-Ele rosnou.Parecia
tão irado que Roberta sequer pensou em contestar.

Eles subiram, entraram num
quarto de hóspedes da casa e Diego fechou a porta.Olhou para Roberta.

-O que pensava estar fazendo?-Ele sussurrou perigosamente, cortando as
palavras.

-Eu...

-Então eu saio um minuto e
quando volto está acontecendo uma festa americana no meio da sala?-Ele
gritou.-O que fazia, Roberta?

-E você, o que faz aqui?-Ela
pegou na cabeça, que doía.-Não iria voltar amanhã somente?

-Sim, mas quando cheguei lá o
problema já tinha praticamente se resolvido.Apenas tive que terminar de
resolver algumas coisas e pude voltar.-Ele murmurou, contra-feito.-Roberta, não
mude de assunto!Explique-se.-Ele
disse pausada e assustadoramente.

Ela suspirou.Realmente não
tinha o que dizer naquele momento.Sem contar que estava quase desmaiando de
tanta tontura.

-Diego...eu não estou
bem.-Ela sussurrou, fatigada.

A expressão mortal dele
suavizou.

-O que têm?-Se aproximou dela
e pôde sentir o cheiro da bebida.-Por Deus, você bebeu!Estava tão furioso que
nem me dei conta!

-Foram só alguns
copinhos.-Ela se queixou, passando a mão na garganta.

-Alguns copinhos?-Ele repetiu
incrédulo.-Você é uma menor, não pode beber!Roberta, onde estava com a cabeça
hoje?Primeiro dá uma senhora festa em minha ausência, aqui só tinha jovens
bêbados e inconseqüentes!E depois me aparece bêbada!Aonde quer chegar?

-Eu...-Estava tonta.Roberta
sentiu as coisas girando e teve que se agarrar a Diego.-Não sei, mas estou
passando mal.

-Maldição...-Ele disse,
ofegante, segurando-a.Só não sabia se ficara ofegante de repente por ter que
segurar Roberta, ou pela aproximação repentina dela.Os cabelos ruivos tinham um
aroma tão delicioso...-Amanhã conversamos sobre o incidente de hoje.Agora você
precisa se cuidar.

Roberta o abraçou pela
cintura, parecendo uma menina desprotegida.Diego sentiu o coração falhar por um
momento.Pigarreou e a rodeou com os braços. (*.*
Imaginem a cena)

-Venha, vou fazer um café
para você e vemos se melhora.

-Não seria melhor um banho
gelado antes?Eu acho que vou desmaiar se não sentir uma água me
despertando.-Roberta comentou.

-Bom...-Ele hesitou.-Está
bem.Consegue chegar ao banheiro sozinha?

Roberta o olhou incrédula.

-Diego, eu mal posso me
conter em pé.Como espera que eu vá para o banho sozinha?

Ele sentiu como se tivessem golpeado
seus sentidos.A olhou confuso:

-E...e como...quer que eu...?

-Calma, não precisa se
assustar.-Ela disse impaciente.Até mesmo bêbada não perdia o jeito de ser.-Eu
tomo banho de roupa mesmo.Basta você me levar até lá e ficar de olho para que
eu não me afogue.-Ela riu levemente.-Não demorarei.

-Hum...-Ele hesitou.Olhou-a
de cima a baixo.Só agora via como estava estupendamente bela e sensual naquela
noite.Sentiu arrepios e a olhou nos olhos.-Está bem, vamos.

Diego levou Roberta até o
banheiro.Abriu o registro com água gelada para ela, e Roberta se enfiou debaixo
de roupa e tudo.

Diego ficou fascinado
observando como a água molhava lentamente os longos cabelos ruivos,
escurecendo-os.Cada gosta que deslizava pela pele macia de Roberta, e se
infiltrava na roupa, no decote, ou entre as pernas da moça, Diego acompanhava
com a boca ligeiramente seca.

-Er...Acho melhor eu...-Diego
fez menção de sair, embora continuasse olhando-a, mas Roberta abriu os olhos
abruptamente, estendeu a mão e o puxou pela camisa.

-Não vá.-Pediu, com a água
escorrendo no rosto.Os dois estavam bem perto.A blusa de Diego molhara, pois a
pequena mão molhada de Roberta ainda o segurava.Ela repentinamente olhou para a
boca de Diego.Era sensual...e parecia ser tão macia.

Roberta não entendeu porque
seu coração estava tão acelerado.Achou ser efeito da bebida.

-O que disse?-Diego falou,
olhando-a.

-Hum...-Ela o olhou
confusa.Depois se lembrou e repetiu:-Não vá.Ainda não estou bem.-Disse com
sinceridade, pois ainda sentia ânsias.

-Ok.-Ele disse.Respirou pela
boca e se afastou para não se molhar.

Após sair da ducha, Diego
secou Roberta com uma enorme toalha branca.Ela tremia de frio e estava meio
nauseada, mas tinha melhorado bastante.

-Frio...-Ela disse com a boca
tremendo.Diego a abraçou pelos ombros, passando calor à ela.

-Calma...já vai
passar.Precisa tirar esta roupa molhada.

Diego foi abraçado com
Roberta até o quarto dela.Pegou uma muda de roupa seca no armário da menina,
ela entrou rapidamente no banheiro e se trocou enquanto Diego a esperava do
lado de fora.

-Melhor?-Ele perguntou quando
ela saiu já vestida.

-Mais ou menos.Nunca me senti
assim tão péssima.-Ela resmungou.

-Claro, não está acostumada a
beber e logo no primeiro dia age feito uma beberrona.-Ele disse sério.

-Ainda tenho frio.-Ela
reclamou, se abraçando.Diego viu que os lábios macios dela estavam roxos.

Porquê diabos sentia um
desejo enorme de abraça-la?Protege-la?Aquele instinto de proteção, afeto, não
era de seu feitio...

Sem pedir, sem avisar,
Roberta abraçou-o e enterrou o rosto no peito musculoso de Diego.Ela estava
gelada.Diego sentiu um choque por dentro, ao mesmo tempo que a abraçava de
volta e passava a mão nas costas dela, para diminuir o frio.

-Passou?-Ele perguntou
afetuosamente.

Roberta sentiu a voz grossa
em seu ouvido e se arrepiou.O abraçou mais forte.Diego sentia o corpo
respondendo estranhamente.O que estava acontecendo afinal?

-Er...-Diego tinha que se
afastar de Roberta.-Vamos descer agora.Você tem que se aquecer.

Sentindo uma estranha
decepção quando Diego se afastou, Roberta o olhou e o acompanhou até a cozinha.

Enquanto Diego passava um
café bem forte, Roberta esperava sentada na grande mesa.Tinha a cabeça
enterrada nos braços e respirava fundo.Porquê demônios tivera que inventar de
beber?!

-Pronto.-Diego colocou uma
xícara cheia de café preto na frente de Roberta, enquanto sentava na frente
dela segurando uma xícara para si próprio.-Melhor?-Ele perguntou, fazendo um
leve cafuné na cabeça de Roberta ao ver que ela ainda tinha o rosto enterrado
nos braços.

Roberta sentiu uma gostosa
sensação por dentro em ter
Diego tocando seus cabelos e levantou o rosto para mira-lo.

-Sim.

-Beba.-Ele indicou o
café.Roberta pegou a xícara com as duas mãos e deu um gole, fazendo uma careta
em seguida.

-Isso está amargo!

-E o que esperava para curar
uma bebedeira?Café adocicado com chantily?-Diego disse meio exasperado.

Roberta não discutiu.Achou
melhor não dizer nada, pois sabia que Diego ainda estava com raiva do que ela
fizera.Era melhor não provoca-lo, pois o sermão que levaria no dia seguinte já
lhe bastava.

-Nunca mais vou beber na
vida.-A ruiva resmungou, tocando as têmporas.

Diego soltou uma leve risada,
que beirava da diversão à ironia.

-Espero realmente que não o
faça novamente.Já deu muito trabalho para uma primeira vez.

Os dois ficaram quietos,
bebericando o café.

-Obrigada.-Roberta disse de
repente, encarando o fundo da xícara.

-Pelo quê?-Diego a olhou.

-Por ter cuidado de mim.

Diego a encarou
surpreso.Pigarreou e depois se levantou, colocando a xícara na pia.

-Não fiz mais do que minha
obrigação.Mas não pense que por isso se livrou da culpa de hoje.Amanhã vamos
ter uma conversa séria assim que você acordar.Por isso seria bom você ir dormir
para amanhecer recuperada.-Dizendo isso, ele saiu da cozinha sem dizer mais
nada.

Roberta terminou seu café,
indisposta e desanimada, e subiu para dormir.

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