Fanfics Brasil - Observando. Fearless - Sem medo

Fanfic: Fearless - Sem medo


Capítulo: Observando.

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                               Observando   


 


As outras aulas passaram rápido, e quando o ultimo sino bateu, o aglomerado de jovens correndo para a porta com suas mochilas tomou conta da sala. Adam e Peter costumavam ir juntos para a casa, pois moravam a algumas quadras um do outro. Amanda também morava perto, mas seu pai sempre a pegava na escola após sair do trabalho. O ônibus chegou e após pagar e girar a catraca, a primeira imagem que os olhos de Adam encontraram foi o garoto gótico mal encarado do ônibus da manhã.


Eles se sentaram alguns bancos atrás do garoto e eventualmente ele olhava para trás, diretamente para Adam.


   — Cara, você ta vendo aquele garoto ali? - Perguntou Adam enquanto Peter tagarelava sobre skills novos do Warcraft.


   — Que garoto?


   — O gótico, meio estranho, cabelo longo e preto.


   — Ah é, ele é realmente estranho. O que tem ele? - Perguntou Peter, sem prestar muita atenção no garoto, realmente.


   — Ele estava no meu ônibus hoje de manhã, me olhando estranho. E agora, está aqui de novo, e continua me olhando. Ele nunca pegou esta linha, não que eu tenha percebido. - Peter deu uma breve olhada para o garoto, e voltou a olhar para seu caderno com anotações sobre orcs.


   — Eu realmente nunca vi ele por aqui, mas deve ser só mais um desses góticos malucos que se cortam e choram por qualquer coisa.


   — Eu não sei, ele é muito estranho. Não gosto do jeito que ele me olha, como se quisesse arrancar minha cabeça.


   — Isso é coisa da sua cabeça. O Clark Groover sim quer arrancar sua cabeça, parece que a namorada dele falou seu nome em uma mensagem e ele viu. Não era uma mensagem que eu mandaria para a minha mãe, de acordo com os boatos.


Adam perdeu todo o foco no garoto mal encarado e voltou-se para Peter.


   — Como é que é?


   — É isso ai cara, Clark quer sua cabeça em uma bandeja porque a garota dele disse em uma mensagem: Não me importaria se o Griffim enfiasse sua língua..


   — Ok, ok. Uau.. Porque uma líder de torcida patricinha falaria isso?


   — Eu me faço a mesma pergunta toda noite enquanto eu choro por não ter sido eu na mensagem. Mas sem a parte do valentão querendo me matar. - Peter revirou sua mochila até encontrar uma goma de mascar amassada, abriu e começou a mastigar.


   — Cala a boca! Isso só pode ser uma invenção, boatos daquela garota que tem um blog de fofocas. Qual o nome dela?


   — Chloe, ou algo parecido.


   — Isso, essa mesmo. Ela vive inventando besteiras naquele blog ridículo, vou tirar a limpo com ela amanhã. - Disse Adam tentando parecer calmo, mas era visível seu nervosismo. Qualquer um ficaria nervoso com um garoto jogador de futebol americano de um metro e noventa espalhando pela escola que quer sua cabeça.


   — Relaxa, cara. Não vai sair disso, tenho certeza que logo eles se entendem e voltam a esquecer que você existe. Ah, minha parada! Até mais cara, nos vemos online.


   — Ah não, eu vou até a casa da Amanda hoje, parece que ela não está bem e precisa conversar.


Peter olhou para Adam incrédulo, ele parecia mesmo não acreditar no que Adam estava falando.


   — Você realmente vai trocar uma batalha épica entre orcs e elfos por uma conversa de garotas? - Adam balançou a cabeça negativamente, para negar ao amigo e para tirar da sua cabeça a voz que lhe dizia que ele realmente estava louco.


   — Ela precisa de nós, cara. Ela não parece bem, e uma noite sem Warcraft não vai me matar.


   — Tudo bem, tudo bem. Eu ganho alguns níveis pra você, boa festa do pijama ou seja lá o que isso signifique. Até mais!


Peter apertou a campainha e o ônibus parou alguns metros antes de sua casa.


Adam entrou em casa chamando por sua mãe, recebendo silêncio em resposta. Ele não estava acostumado a não ter sua mãe em casa no fim da tarde, a não ter o café pronto e sua mãe assistindo a TV com seu óculos apoiado na ponta do nariz. Ele preparou uma lanche rápido e comeu, vestiu um moletom de fraternidade que comprou no All Mart, uma borrifada de perfume para tirar o cheiro de mofo e então partiu para casa de Amanda.


Quando a campainha tocou, Amanda desceu correndo e deu uma ultima olhada no espelho do corredor antes de abrir a porta. Ela encarou seu reflexo e tentou não parecer apavorada, mesmo estando e transbordando isso. Arrumou uma ultima mexa rebelde de seu cabelo castanho e girou a maçaneta.


   — E ai, garota.. Posso entrar?


O perfume de Adam veio como um soco em seu rosto, o mesmo cheiro familiar e doce, sem ser exagerado. Seu ar despreocupado, o cabelo negro meio desgrenhado e o moletom de fraternidade o faziam parecer um garoto da faculdade, daqueles que provavelmente não tinham tempo para uma garota franzina. Ela respirou fundo e manteve a reserva de ar durante alguns segundos, pois se abrisse a boca, certamente demonstraria o nervosismo.


   — Amanda? Esta tudo bem? - Perguntou Adam, agora parecendo preocupado.


   — Ah, sim. É.. Entre. - Ela abriu o restante da porta e deixou o caminho livre para que Adam entrasse.


   — Você tá estranha o dia todo, aliás, não é de hoje que eu percebo isso. - Eles se dirigiram ao quarto dela, Amanda fechou a porta e eles se sentaram na cama. Adam recostou suas costas na cabeceira da cama, colocando os braços atrás da cabeça e um pé sobre a cama. Amanda, se manteve sentada na ponta da cama com as mãos entre as pernas.


   — Então, o que está acontecendo?


   — Eu te falei que não era bom nós conversarmos sobre isso, Adam. Eu não sei se quero falar sobre isso, eu não tenho nem certeza sobre isso.


   — Se você não falar, vai ficar com isso na cabeça e a dúvida vai continuar. Me deixa te ajudar. É um garoto, não é?


Ela olhou pra ele com os olhos arregalados, como conversar sobre amor com o garoto que você acredita que ama?


   — Não.. Não é qualquer garoto.


   — Isso é bom, não é?


   — Eu não sei. Eu acho que eu estou confundindo as coisas, eu acho que gosto dele mas não tenho certeza. É só que.. - Ela respirou fundo - É só que tudo que envolve ele acelera meu coração, seu cheiro, sua voz, qualquer coisa que me lembra ele me faz parar de respirar.


   — Parece forte.


   — Eu não sei quando começou, não sei porque começou, mas agora eu sinto que não consigo mais esconder.


   — Porque não conta pra ele? Se ele sentir o mesmo vocês podem tentar, se não você tem aval para desencanar disso, ficaria mais fácil.


   — É fácil pra você falar. - Disse ela sem olhar nos olhos dele.


   — Não é tão difícil. Já fizemos teatro juntos, vem cá.


Adam se aproximou dela, seus joelhos se tocando, pegou seu rosto entre as mãos e o ergueu até que seus olhares se encontrassem. Os olhos claros dele, meio azuis, meio verdes, talvez amarelos, nunca estiveram tão perto. Ela podia sentir a respiração dele se misturando a sua, o cheiro do seu perfume misturado a um cheiro de menta, provavelmente de alguma bala ou goma de mascar. Ele podia falar qualquer coisa, fazer qualquer coisa, que ela não cansaria de ficar assim olhando pra ele.


   — Eu não sei como aconteceu, mas estou apaixonado por você. Meu coração acelera quando eu te vejo, tudo em minha volta me lembra seu rosto, seu cheiro, seu nome. Eu precisava te dizer isso, e saber se você sente o mesmo por mim. Eu vou entender se não sentir, eu só precisava que soubesse..


Eles se mantiveram em silêncio por alguns segundos, um olhando para o outro.


   — Viu, não é tão difícil. Até pra mim que sou um péssimo ator.


Antes mesmo de Adam terminar a frase, Amanda avançou e jogou seus braços ao redor de seu pescoço, suas bocas colidiram forte e Adam voou com as costas na cama. A textura da boca dele era como uma pétala de flor, macio, frágil, mas era ao mesmo tempo como gelo, molhado e que você tem vontade de morder. Ela teve medo no início, mas alguns segundos depois percebeu que as mãos dele estavam ao redor de sua cintura e sua boca respondia a dela. Suas línguas se encontraram pela primeira vez, foi como um choque, mas ela não ligou e ele também não pareceu ligar. O peito de Amanda subia e descia rápido, e foi ainda pior quando as mãos de Adam apertaram seu corpo e os fizeram ficar mais próximos. Adam mordiscou o lábio inferior dela, e isso causou um arrepio monstruoso. Ela puxou o ar entre os dentes e soltou um leve gemido baixo, poderia ter sido o nome dele, mas ela estava muito alto agora para pensar nisso. Quando ela pensou que estava no céu, que estava em um sonho inacabável, Adam foi parando o beijo com alguns selinhos e seu aperto diminuiu. Amanda avançou novamente, sedenta, sem ligar para o que ele pensaria dela, mas ele recuou e isso pareceu como um soco em seu estômago.


   — O que exatamente foi isso? - Perguntou Adam, ainda regulando sua respiração.


   — Eu.. Eu.. Eu não sei, eu não deveria ter feito isso. - Ela se levantou e se pôs sentada na cama novamente, ajeitando sua roupa amassada. - Desculpe, eu não sei o que deu em mim..


   — Eu realmente devo investir na carreira de ator, eu acho. - Ele sorriu, então tudo estava bem.


   — Era por isso que eu não queria conversar sobre isso. É por você que eu acho que estou apaixonada, ou melhor, agora eu tenho certeza.


   — Você não pode estar falando sério..


   — Eu estou.


O silêncio predominou por alguns instantes, até que Adam o quebrou.


   — Você tem certeza? Não pode ser apenas uma confusão, ou um garoto qualquer que você está me usando pra esquecer?


   — Eu tenho certeza, Adam. Eu te beijei, como nunca beijei ninguém antes.


   — Eu já beijei assim antes.- Ao falar isso, Adam percebeu o olhar nos olhos dela e recuou.


   — Então vá beijar essas outras garotas. Aliás, vá beijar Vanessa Peterson, ela parece querer sua língua em mais lugares alem da boca. - Ela estava em chamas, seu rosto ficou imediatamente vermelho.


   — Ei, pera ai! Eu não quis dizer isso, eu gostei do seu beijo.


   — Me poupe, Adam. Você é um.. - Ela parou quando percebeu o que ele tinha dito - Espera.. você gostou?


   — Sim, eu gostei. Não imaginava esse seu lado quente. - Ele sorriu aquele sorriso de lado que a fez ficar tonta.


   — Eu não sou quente.


   — Ah sim, você é.


   — Já conversamos o que devíamos conversar. Vai embora. - Ela se levantou e arrumou o cabelo, dirigindo-se a porta do seu quarto.


   — Tem certeza? Como ficamos? Digo, agora eu sei que você..


   — Vai embora, Adam. Até amanhã.


   — Ok, ok.


Ao passar por ela na porta, a confusão entre os dois, sem saber se abraçavam ou apertavam as mãos foi visível. No fim, eles não se tocaram e Adam disse apenas um "Boa noite".


Amanda se jogou em sua cama olhando para as estrelas brilhantes em seu teto. Seu coração ainda batia forte e a lembrança dos lábios de Adam nos seus era vívida como um sonho que ela recém havia acordado. Como seria amanhã na escola? Como falar com ele normalmente sem demonstrar isso? Era difícil saber como ele se sentia agora, e ela sabia que se sentia mais apaixonada do que nunca.


Adam chegou em casa e sentou na cadeira do seu computador, mas não o ligou. Ele caminhou as três quadras da casa de Amanda até a sua tentando entender o que havia acontecido, mas sem sucesso. Ele jamais imaginaria que Amanda, sua amiga desde a escola primária, fosse apaixonada por ele. Ele nunca tinha pensado nela dessa forma, não depois de hoje, aquele beijo com certeza o fez enxergar Amanda de outra forma. Ele ligou o computador e foi procurar uma imagem que lembrou ter visto no colar do garoto gótico do ônibus. Era um símbolo estranho, parecido com um olho mas muito mais detalhado e modificado. Nem ele mesmo sabia porque tinha lembrado disso agora, mas ele tinha claramente em sua cabeça a imagem do pingente e pesquisou por símbolos medievais, viajou entre as imagens até chegar em uma que se chamava "Runa da visão". Adam não teve dúvidas, era aquela a imagem cravada no pingente, mas o que o impressionou foi a história por trás daquela imagem, e o mais impressionante, ele parecia familiarizado com aquilo.


                                                             



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Autor(a): Faruk

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).




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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • faruk Postado em 18/12/2013 - 05:12:55

    Me perdoem os erros eventuais, essa é minha primeira fanfic. Qualquer sugestão ou crítica, fiquem a vontade! Obrigado! ><


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