Fanfics Brasil - Capítulo 1 Espiritos ao redor...

Fanfic: Espiritos ao redor... | Tema: Original, Fantasmas, Luta


Capítulo: Capítulo 1

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Parado, em meio a uma vasta imensidão escura, sombria, vazia. Via-se perdido, desesperado ao perceber que a sua existência talvez fosse única. Ao longe, porém, surgia um brilho, uma fagulha e aos poucos tal fagulha aproximava-se e crescia, crescia e se modificava até tomar medidas colossais. Imenso, ameaçador, corria em sua direção como um predador faminto persegue sua presa. Levantou seus braços em sinal de defesa e assim percebeu a espada que repousava suavemente em suas mãos, surpreso e inexperiente, admirou a garganta da fera em seu ultimo suspiro.


Ao abrir seus olhos, encontrou-se incrédulo em sua cama, suado, dolorido e com a estranha sensação na qual o que viu de fato aconteceu. Atormentado com tais imagens levantou-se de sua cama e encaminhou-se a sua vida rotineira, tentando esquecer aqueles sonhos, por mais reais que estes pareciam ser.


O ritual matutino mantinha-se o mesmo. A visita ao banheiro, o café, ao banheiro novamente e então a rua. Preferia andar a pé graças ao fato de nunca se manter atento o tempo todo. Tinha grande capacidade de se perder nos seus pensamentos.


Seu caminho era o mesmo de todos os dias, de casa para a faculdade, nunca mudando sua rota. Julgava-a segura e mantinha-se nela. Por entre casas e prédios havia um riacho, e por ele uma ponte, baixa, próxima da água. Parou e olhou para sua imagem refletida. Cabelos escuros, descuidadamente embaralhados, olhos verdes, barba rala. Imagem da qual cultivava a um longo tempo. Vestia-se sempre da mesma forma, camisas xadrez e calças jeans. Era o típico fã de segurança.


Com a mesma calma com a qual chegara à ponte, saiu perdido em seus pensamentos. Alguns instantes depois decidiu olhar à frente, tomar consciência de seus atos por um instante, quando surgiu uma mulher, parada, de costas para si. Tudo o que via era seu cabelo liso e negro, percorrendo boa parte de seu corpo. A mulher trajava um quimono, vestuário incomum na cidade onde vivia. Parado, olhava aquela figura que não se encaixava no ambiente.


Pensava consigo o quão estranha era a situação, e como ela parecia não chamar atenção alguma das pessoas ao redor. Tudo piorou quando viu alguém que além de não vê-la, passou andando através dela como se a misteriosa mulher não existisse.


Ao se aproximar, a mulher virou-se para encara-lo, mostrando suas feições demoníacas. Tudo o que pode fazer foi vê-la atacando-o, fechou seus olhos para se defender e, ao abri-los, não viu nada. Como se de fato nada havia acontecido. Tomou folego e seguiu seu caminho.


Reprimiu seus pensamentos e assim manteve-se o dia todo. Após as aulas, no caminho de volta começou a ouvir vozes.


- Joe! – Gritava freneticamente seu melhor amigo correndo em sua direção. Se lembrou então, Joe era como chamavam-no, não era seu nome, mas gostava e sentia-se bem com tal apelido. Voltando a realidade, decidiu prestar atenção em seu amigo que ansiava por um pouco.


- Você está estranho hoje, falou menos que o comum, aconteceu alguma coisa? – perguntou o amigo, preocupado.


- Não é nada, só estou um tanto distraído, só isso. – Joe gostava de relacionar-se com os outros, só não neste dia, estava perdido nas memórias recentemente vividas, e do sonho que teve nesta noite.


- Ah, tudo bem. Pensei que você fosse conhecido daquela garota das noticias...


- Que garota?


- Você não viu?! A garota de 15 anos que morreu ontem, a notícia está em todo lugar!


- Não vi, fui dormir cedo ontem.


- Dizem que foi suicídio, tudo bem que ela foi encontrada na beira de um prédio de 10 andares, e também dizem que existem filmagens dessa mesma garota pulando do terraço... Não sei dizer o que aconteceu, mas essa história está ficando cada vez mais estranha. Andam dizendo por aí que ela não foi a primeira a cometer suicídio essa semana. Boatos dizem também que andam vendo fantasmas próximos aos locais das mortes.


- Ah, sim. O que vão inventar agora? – Não queria admitir, mas tremia, ele mesmo havia visto um fantasma neste dia, mas não, admitir nunca.


- Não sei, o que mais poderiam? Tenho que ir agora, toma cuidado. – Saiu assim o amigo rindo exageradamente.


Começou a perder a cabeça, pensando se sua visão teria algo relacionado com os suicídios, se tais “fantasmas” eram os causadores de tamanha desgraça. Com a mente acelerada e a atenção cada vez menos voltada ao caminho, Joe acabou se perdendo, entre vielas e ruas que nunca vira antes e nas quais estava caminhando. Ruas vazias, sombrias, seu inconsciente logo fez questão de avivar suas memórias a respeito de seu sonho. O medo percorria seu corpo, mantinha-o atento na solidão daquele caminho estranho.


Encarou uma viela após ouvir um grito seguido pelo som de choro, parecia ser uma mulher, talvez nova, talvez não. Impulsivamente adentrou o local escuro e estreito, afastando pensamentos que tentavam inundar sua mente. Seguindo instintivamente o som misterioso, o único som daquela noite. Ao atravessar a viela escura, encontrava-se em um beco. Via a garota que parecia ser levemente mais nova do que ele era, seus olhos demonstravam o terror que sentia, até que não demonstravam mais nada. Era como se fossem feitos de vidro, estavam ocos, vazios, nada transpassavam, e via-a então cair no chão, como se nunca existiu vida naquele corpo.


Pensava consigo o porquê de tudo aquilo acontecer, uma doença? Uma alucinação? Não podia ser, tinha certeza que o terror que presenciara não era falso, não era uma brincadeira da sua cabeça. Concentrou-se nisso, tentava encontrar uma explicação, aproximando-se do corpo jogado ao chão, encontrou-se cara-a-cara com um homem que segundos atrás não estava ali, levantou os olhos para ter uma visão melhor do sujeito.


Terno negro, rasgado e sujo de vermelho, unhas grandes, parecendo navalhas, pele esbranquiçada, veias exageradamente à mostra. Metade da camisa ainda permanecia em seu corpo e aquela maldita feição demoníaca também estava presente. Sabia o que devia fazer, devia correr, fugir, e foi o que fez. Não parou enquanto não se localizou, e ao adentrar a multidão, acalmou-se de alguma maneira e voltou para casa.


Não conseguia dormir, não com aquelas imagens pairando em sua mente. Fechava os olhos e tudo o que via eram os seres macabros que de alguma forma interferiam na vida de outras pessoas. Abriu os olhos e acendeu as luzes, deitado em sua cama, examinava minuciosamente seu quarto desejando segurança. De paredes claras e estilo simples, uma cama de casal em um canto longe da porta e, ao lado, um criado onde ficavam seu despertador e outros objetos que eram bastante utilizados. Ao pé da cama, levemente afastado ficava o seu guarda-roupa e na parede oposta uma escrivaninha, com seus livros, laptop, e porcarias em grande quantidade.


Levantou-se e dirigiu-se à janela, que se opunha a porta, e passou a olhar a cidade de cima, imaginando o que poderia estar acontecendo, sonhando, tentando esquecer. Pegou seus binóculos e decidiu ver as estrelas, era relaxante. Procurando por elas, decidiu olhar novamente a cidade, vendo um estranho clarão azul cruzar um pedaço dela e sumindo logo a seguir. Surpreso, procurou vestígios do que poderia ser aquela luz e encontrou um ponto brilhante num terraço de um dos prédios vizinhos. Com o binóculo, mirou a luz para ver do que se tratava, e viu o que não imaginava, era uma mulher, jovem, segurando um arco longo quase de seu tamanho, olhando em sua direção. Tirou o binóculo dos olhos, esfregou-os incrédulo com tamanha irrealidade, utilizou-os novamente e nada mais viu. Desistiu de tentar qualquer outra coisa, devia estar muito cansado, caminhou até a sua cama e deitou-se. Dormiu desagradavelmente.



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Autor(a): beffss

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