Fanfic: Peça-me O Que Quiser Que Te Darei | Tema: Vondy

Desato a rir bem na hora em que ouço:
— Dulce!

Me viro e topo com o maravilhoso sorriso de May, que corre para mim com os braços abertos. Eu a abraço com alegria e vejo que atrás dela vêm William e Ucker.
— O mundo não acabou — murmura May.
— Eu te disse — respondo alegre.

Meu Deussssss! Ucker veio!
Meu estômago se contrai e, de repente, toda a minha segurança começa a evaporar. Por que sou tão imbecil? Por acaso o amor nos torna inseguros? Tudo bem, no meu caso com certeza a resposta é sim.
Sei o que um evento como este faz com Ucker. Dor e tensão. Mesmo assim, decido não olhar para ele. Continuo zangada. Depois de beijar May, com carinho cumprimento William e Glen, que está no seu colo. Quando chega a vez de Ucker, digo sem olhá-lo:
— Bom dia, senhor Uckermann.
— Oi, Dul!

Sua voz me deixa nervosa.
Sua presença me deixa nervosa.
Ele todo me deixa nervosa!
Mas tiro forças do fundo da alma para momentos assim, viro a cabeça e digo a minha desconcertada irmã:
— Claudia, eles são May, William e Glen, e ele é o senhor Uckermann.

Minha irmã e os outros ficam com cara de tacho. A frieza que demonstro ao me referir a Ucker desorienta a todos, menos a ele, que me olha com sua habitual expressão de mau humor.
Nesse instante, surge Rodrigo, que me avisa:
— Dulce, você sai no próximo grupo.

De repente vê Ucker e fica parado. Ambos se cumprimentam com um movimento de cabeça, e olho May.
— Tenho de deixar vocês. É minha vez. May, sou a número 87. Me deseje sorte.

Quando me viro, David Guepardo, o piloto com quem falei antes, se aproxima e tocamos nossos punhos fechados. Me deseja sorte! Eu sorrio e, sem dizer nada, me afasto acompanhada por Claudia e Rodrigo. Quando estamos suficientemente longe dos outros, entrego a minha irmã o papel que tenho na mão:
— Grave o número do telefone de David no meu celular, tá?

Minha irmã concorda.
— Puxa, fofinha! — diz. — Ucker veiiiiiooooooo!

Com cara de contrariada, apesar de no fundo sentir uma alegria idiota, ironizo:
— Oh, que emoção!

Mas minha irmã é uma romântica incorrigível.
— Dulce, pelo amor de Deus! Ele está aqui por você, não por mim, nem por outra.Não tá vendo? Esse pedaço de mau caminho está louco por você.

Tenho vontade de estrangulá-la.
— Nem mais uma palavra, Claudia. Não quero falar disso.

No entanto, minha irmã... é minha irmã!
— Claro — insiste — que isso de chamar o cara pelo sobrenome teve sua graça.
— Claudia, feche a matraca!

Mas como é lógico nela, volta à carga:
— Uau, quando papai souber!

Papai? Paro na hora. Olho Claudia.
— Nem uma palavra a papai sobre isso. E, antes que continue essa papagaiada de mulherzinha e de novela mexicana, lembre-se: o senhor Uckermann e eu já não temos nada. Entendeu ou quer que desenhe?

Rodrigo, que está com a gente, tenta manter a paz.
— Vamos, garotas! Chega de discussão. Não vale a pena.
— Como não vale a pena?! — recrimina minha irmã. — Ucker é...
— Claudia... — protesto.

Rodrigo, que sempre se diverte com nossos estranhos “bate-bocas”, me diz:
— Vamos, Dulce, dê uma maneirada. Talvez deva ouvir tua irmã e...

Incapaz de aguentar um segundo mais o papo deles, olho meu amigo puta da vida e grito como uma possessa:
— Por que não fecha a matraca?! Te garanto que fica mais bonito.

Rodrigo e minha irmã trocam um olhar e riem. Viraram idiotas?