Fanfic: Peça-me O Que Quiser Que Te Darei | Tema: Vondy

Todos sorriem, e seus sorrisos me tiram do sério. Por que ninguém entende minha mágoa?

Sabem que Ucker e eu rompemos, embora ninguém, fora minha irmã, saiba que é por causa de uma mulher, e nem mesmo a ela contei toda a verdade. Se Claudia ou qualquer outro conhecesse todos os motivos de nossa discussão, não acreditaria na loucura toda!
Percebendo que minha angústia vai aumentando, aumentando e aumentando, vou ver minha amiga Rocío. Tenho certeza de que ela não falará de Ucker. E não me engano.

Volto para o almoço. O telefone não para de tocar e deixo desligado.
Já chega, por faaaaavvvooorrr!

Às dez vou para o pub. Tenho de trabalhar. Mas quando estou na porta, falando com uns amigos, vejo passar um BMW escuro e reconheço Ucker ao volante. Me escondo.
Não me viu e, pela direção que tomou, suponho que se dirige à casa do meu pai.
Que inferno. Por que é tão insistente?

Quando o desespero começa a me dar uma grande coceira, alguém me toca as costas e, ao me virar, topo com David Guepardo. Que cara mais lindo! Encantada, sorrio e tento me concentrar nele. Entramos no pub. Me convida para uma bebida, eu o convido para mais uma. É amável, um doce, e por seu olhar e as coisas que diz, sei o que quer: sexo! Mas não. Hoje não estou num bom dia e decido ignorar as mensagens que me manda enquanto começo a servir as bebidas no balcão.

Vinte minutos depois, vejo Ucker entrar, e meu coração dispara.
Tum-tum... Tum-tum...
Está sozinho. Olha ao redor e rapidamente me localiza. Caminha decidido até onde estou e diz:
— Dul, saia daí agora mesmo e venha comigo.

David olha para ele, depois olha para mim.
— Conhece este cara? — pergunta.

Vou responder, quando Ucker se adianta.
— É minha mulher. Quer saber mais alguma coisa?

Sua mulher? Mas que prepotência!
Surpreso, David me olha. Pestanejo e enquanto termino de preparar uma cuba-libre para o ruivo da direita, respondo:
— Não sou tua mulher.
— Ah, não? — insiste Ucker.
— Não.

Entrego a conta para o ruivo, e trocamos um sorriso. Depois que ele me paga, olho pra Ucker, que aguarda desesperado.
— Não sou nada tua — esclareço. — Acabou tudo e...

Mas Ucker, cravando seus espetaculares olhos esverdeados em mim, não me deixa terminar.
— Dul, querida, quer parar de dizer bobagem e sair desse balcão?

Resmungo, chateada com suas palavras.
— Você é quem tem de parar de dizer bobagens, meu filho. E repito: não sou sua mulher e também não sou sua namorada. Não sou absolutamente nada sua e quero que me deixe viver em paz.
— Dul...
— Quero que me esqueça e me deixe trabalhar — prossigo, irritada. — Quero distância de você. Arrume outra e vá encher o saco dela, entendido?

Minha cara é séria, mas a de Ucker é tenebrosa.
Me olha... Me olha... Me olha...
Tem o rosto tenso, e sei que está contendo seus impulsos mais primitivos, esses que me deixam louca. Santo Deus, sou uma masoquista! David nos olha, mas antes que possa dizer alguma coisa, Ucker murmura:
— Tudo bem, Dul. Farei o que me pede.