Fanfic: Peça-me O Que Quiser Que Te Darei | Tema: Vondy

Após passar dez dias em Jerez com meu pai e me sentir aconchegada no seu amor, decido voltar a Madri. Ele viaja comigo. Quer ver minha irmã e ter certeza de que nós duas estamos bem. A primeira coisa que fazemos ao chegar é visitar minha sobrinha.
Assim que me vê, a garota me abraça e me cobre de beijos, mas logo pergunta por seu tio Ucker.

Depois do almoço, e diante da sua insistência em saber onde está seu tio, decido conversar a sós com ela. Não sei como lhe pode afetar a separação de seus pais e agora a minha. Quando ficamos sozinhas, Clara me pergunta pelo “chinês”. Repreendo-a por não chamar Flyn pelo nome, mas, quando ela não está olhando, dou uma risadinha.
Essa menina é danada. Assim que conto que Ucker e eu não estamos mais juntos, ela protesta e faz cara feia. Adora o tio Ucker. Faço carinho nela e tento convencê-la de que Ucker continua gostando dela. Por fim, Clara acaba aceitando. Mas de repente me olha nos olhos e pergunta:
— Titia, por que meus pais não se amam mais?

Que perguntinha difícil! O que posso responder?
Enquanto penteio seus lindos cabelos castanhos, respondo:
— Seus pais vão se amar a vida toda. O que acontece é que perceberam que são mais felizes vivendo separados.
— E, se eles se amam, por que brigavam tanto?

Dou um beijo carinhoso no alto de sua cabeça.
— Clara, as pessoas que se amam também podem brigar. Eu mesma, se fico muito tempo com sua mãe, acabo brigando, né? — A menina concorda e continuo: — Então nunca duvide que eu a amo muito, mesmo quando brigo com ela. Claudia é minha irmã e uma das pessoas mais importantes da minha vida. A questão é que os adultos têm opiniões diferentes sobre muitas coisas e acabam discutindo. E por isso seus pais se separaram.
— Por isso também que você não está mais com o tio Ucker? Por terem opiniões diferentes?
— Pode-se dizer que sim.

Clara crava seus olhinhos em mim e pergunta de novo:
— Mas você ainda o ama?

Suspiro. Clara e suas perguntas! Mas, incapaz de deixá-la sem resposta, digo:
— Claro que sim. As pessoas não deixam de se amar de um dia para o outro.
— E ele ainda te ama também?

Penso, penso, penso e, após refletir sobre a resposta, digo:
— Ama. Tenho certeza que sim.

A porta se abre e minha irmã aparece. Está lindíssima com seu vestido de grávida.
Em seguida entra meu pai. Que dor de cabeça ele foi arrumar com suas duas filhas!
— Estão prontas pra irmos tomar alguma coisa no parque?
— Siiiiim! — Clara e eu vibramos.

Meu pai pega a câmera fotográfica.
— Juntem-se aí, quero tirar uma foto. Estão lindas. — Assim que bate o retrato, exclama: — Que beleza! Como estou orgulhoso! Que três mulheres tão bonitas eu tenho!

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