Fanfic: Peça-me O Que Quiser Que Te Darei | Tema: Vondy
Às dez e meia chegamos a Guadalajara. Não me espanto quando noto que Enrique
Matías não se surpreende ao me ver. Cordial, nos cumprimenta e entramos todos juntos
em sua sala. Ucker e ele conversam sobre produtividade, deficiências da empresa e uma
série de outras coisas. E eu, sentada num discreto segundo plano, tomo nota de tudo. À
uma e meia, quando deixamos a sala, saio feliz ao ver que eles se entenderam.
Recebo um torpedo de Rodrigo. Respondo que estou bem, mas no íntimo me sinto
culpada. Receber suas mensagens e estar com Ucker faz com que eu me sinta mal. Mas por
quê? Não tenho nada sério com nenhum dos dois.
No caminho de volta a Madri, Ucker sugere que a gente pare e almoce em alguma
cidadezinha. Gosto da ideia e digo que por mim tudo bem. Tomás para em Azuqueca de
Henares e comemos um cordeiro delicioso. Durante o almoço, ele recebe várias
mensagens. Lê todas elas com as sobrancelhas franzidas e não responde. Às quatro da
tarde seguimos viagem e, quando chegamos ao hotel Villa Magna, começo a ficar tensa.
Ucker percebe e segura minha mão.
— Não se preocupe. Só quero trocar de roupa pra passar a tarde contigo. Você tem
algum plano?
Penso rápido e, por fim, digo que sim, que tenho um plano. Mas não lhe dou tempo de
pensar nenhuma bobagem.
— Tenho um compromisso às seis e meia — aviso. — Se você não tiver nada melhor
pra fazer, pode ir comigo. De repente você vai gostar. Aí posso te mostrar meu segundo
emprego.
Minha resposta o surpreende.
— Você tem um segundo emprego?
— Tenho, pode-se chamar assim, apesar de que este ano é o último. Mas não vou te
dizer do que se trata se você não vier comigo.
Ele sorri enquanto desce do carro. Eu o acompanho.
No elevador, o ascensorista nos cumprimenta e nos leva diretamente à cobertura. Ao
entrarmos em seu quarto bonito e espaçoso, Ucker deixa em cima da mesa a pasta com o
notebook e se enfia no quarto que não usamos no dia em que ficamos aqui brincando.
Seu telefone apita. Uma mensagem. Não consigo deixar de olhar o visor do aparelho,
onde leio o nome “Bel”. Quem será? Segundos depois, o celular apita de novo e na tela
aparece escrito “Anahi”. Nossa, que homem disputado!
Estou inquieta. Na última vez que estive aqui, ocorreu algo que ainda me deixa
constrangida. Passo a mão pelo lindo sofá marrom-café e contemplo o jardim japonês,
enquanto procuro controlar minha respiração. Se Ucker sair nu do quarto e me chamar para
brincar com ele, não sei se consigo dizer não.
— Quando você quiser, podemos ir — ouço uma voz atrás de mim.
Surpresa, me viro e o vejo de jeans e camiseta vinho. Está gatíssimo. Elegante, como
sempre. E o melhor: está cumprindo direitinho a promessa de não encostar em mim. Mas
sinto uma estranha decepção ao não ser arrastada pelo mar de luxúria a que ele costuma
me levar.
Será que estou ficando louca?
Dez minutos depois, estamos no carro com Tomás a caminho da minha casa.
Assim que entro, sinto saudades de Trampo. Ucker percebe e me beija na cabeça.
— Vamos, são seis horas. Dá uma apressada ou chegaremos tarde.
Seu comentário me desperta.
Entro no quarto. Coloco uma calça jeans, tênis e uma blusa azul. Prendo o cabelo num
rabo alto e saio rapidamente. Sem precisar olhar para ele, sei que está me observando.
Minha temperatura sobe quando estou perto dele. Pego a máquina fotográfica e uma
mochila pequena.
— Vamos — digo.
Guio Tomás em meio ao trânsito de Madri e em poucos minutos estamos diante da
porta de um colégio. Surpreso, Ucker sai do carro e olha ao redor. Não parece haver
ninguém. Sorrio. Pego sua mão com determinação. Entramos no colégio, e Ucker fica ainda
mais desconcertado. É divertido vê-lo assim. Gosto de vê-lo intrigado.
Segundos depois, abro uma porta onde está escrito “Quadra” e uma algazarra imensa
nos engole. Em seguida, dezenas de meninas com idade entre 7 e 12 anos correm na
minha direção, gritando:
— Treinadora! Treinadora!
Ucker me olha, admirado.
— Treinadora?
Sorrio e dou de ombros.
— Sou a treinadora de futebol feminino do colégio da minha sobrinha — respondo
antes que as meninas cheguem.
Ucker abre a boca, surpreso, e logo sorri. Mas já não posso conversar com ele. As
garotas chegaram e agora se penduram nos meus braços e pernas. Brinco com elas até
que suas mães as tiram de cima de mim.
— Quem é esse cara? — ouço minha irmã dizer.
— Um amigo.
— Sei, maninha, sei. Amigo! — murmura e eu abro um sorriso.
As mães das garotas ficam na maior agitação com a presença de Ucker. É normal. Ucker
exala sensualidade, e eu tenho consciência disso. Dou oi para todo mundo, e agora
minha irmã não para de me pedir para ser apresentada a ele, e eu acabo cedendo. Que
chata! Por fim, de braços dados com ela, vou até onde ele está sentado.
— Claudia, esse é o Ucker. — Ele se levanta para cumprimentá-la. — Ucker, essa é minha
irmã, e essa fofura ao meu lado é minha sobrinha Clara. — Dão dois beijinhos.
— Por que você é tão alto? — pergunta minha sobrinha.
Ucker olha para ela e responde:
— Porque comi demais quando era pequeno.
Eu e minha irmã sorrimos.
— Por que você fala tão estranho? — Clara volta a perguntar. — Tem algum problema
na boca?
Me preparo para responder, mas então ele se agacha até minha sobrinha e diz:
— É que sou alemão e, apesar de saber falar espanhol, não consigo disfarçar meu
sotaque.
A menina olha para mim, achando graça. Mas eu penso “que droga”, esperando sua
resposta sem conseguir detê-la.
— Que goleada os italianos deram em vocês outro dia, hein? Mandaram a Alemanha
pra casa.
Constrangida, minha irmã puxa a menina. E Ucker se aproxima de mim.
— Não dá pra negar que é sua sobrinha — sussurra em meu ouvido. — É tão direta
quanto você ao dizer as coisas.
Nós dois rimos, e as crianças correm de novo na minha direção. Isso não é um treino,
é uma festa de verão que as mães organizaram para encerrar as aulas. Durante uma
hora e meia eu falo com elas, abraço as meninas para me despedir e tiro milhares de
fotos com elas. Ucker continua sentado na arquibancada e, a julgar por sua expressão,
parece curtir o espetáculo.
Autor(a): dricapentas
Este autor(a) escreve mais 4 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
As meninas me entregam um pacote, que abro e tiro de dentro uma bola de futebolfeita de balas coloridas. Vibro tanto quanto elas. Adoro balas! Minha sobrinha olha paramim e me aponta sua amiga Alicia. Fizeram as pazes. Levanto o polegar e pisco o olho. Éisso aí, minha garota! Passados alguns minutos e depois de beijar as mães e minhaspequenas atletas, to ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1087
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
aM.Dour Postado em 28/07/2023 - 22:39:12
Você podia finalizar esse daqui né
-
luanaklen Postado em 27/12/2021 - 20:48:20
Volta logooooo
-
thainagabriella2 Postado em 17/09/2021 - 15:25:48
Abandonou, né? :(
dricapentas Postado em 02/12/2021 - 22:05:18
Não minha querida. Leia a minha última nota pfv
-
rafaelaa Postado em 10/04/2021 - 00:44:02
Fico feliz que tenha voltado, espero que possa continuar postando a história
-
aM.Dourado Postado em 26/02/2021 - 19:04:16
Nem tô acreditando que você voltou eu esperei tanto, espero que não de nenhum problema é que vc consiga finalizar a história. Obrigada por continuar!
-
aucker Postado em 27/01/2021 - 23:55:07
Continua...
-
amodycaya Postado em 26/01/2021 - 23:12:05
Oh que maravilha que você voltou!Estou muito contente!
-
aucker Postado em 26/01/2021 - 05:12:36
Na metade da terceira temporada <3
-
aucker Postado em 18/01/2021 - 11:44:38
Eu li uma boa parte da Fic, mas tinha parado pq pensava que não haveria um final. Mas se vc voltar a postar com certeza voltarei a ler e comentar.
dulamaucker95 Postado em 18/01/2021 - 11:53:20
Sim postarei... prometo não vos deixar na mão.
-
brun Postado em 17/07/2018 - 23:46:37
cade tu mulheeeeeeeeeeee , voltaaaaaaaa plissssssssssss
dulamaucker95 Postado em 18/01/2021 - 11:35:46
de volta :D