Fanfic: Peça-me O Que Quiser Que Te Darei | Tema: Vondy
Ao chegar à recepção, vejo Ucker apoiado numa mesa. Está incrível com seu terno cinzaclaro e sua camisa branca. Noto que seu lindo cabelo ainda está um pouco molhado do banho e estremeço. Teria adorado tomar banho com ele.
Duas mulheres que passam a seu lado se viram e ficam olhando. Normal. É um
homem muito atraente. Ao passarem a meu lado, observo suas caras e percebo que
estão cochichando. Imagino sobre o que falam. Decidida, caminho em meus saltos altos
na direção dele e passo a mão nas suas costas enquanto o observo lendo concentrado o
jornal. Quando chego bem à sua frente, eu o cumprimento com voz melosa:
— Bom dia!
Ucker não olha para mim.
— Bom dia, senhorita Saviñón.
Mas peraí... voltamos aos malditos sobrenomes?
Não esperava que ele me pegasse em seus braços e sorrisse para mim como se fosse
meu namorado. Mas, por favor, um pouco mais de cordialidade após uma noite separados!
Sua indiferença me desconcerta.
Por que não olha para mim?
Mas, sem querer entrar no jogo de gato e rato, continuo a seu lado esperando que
decida quando vamos sair. Dou uma olhada no relógio. Oito e meia. Olho para a entrada
do hotel e vejo a limusine esperando. Por que continuamos parados aqui? Ucker ignora
minha presença e segue lendo o jornal com expresão tensa. Será que ainda está irritado?
Tenho vontade de perguntar, mas não quero tomar a iniciativa. Não quero dar o primeiro
passo.
Não me mexo. Minha respiração mal se ouve. Tenho certeza de que está esperando
algum movimento da minha parte para logo soltar suas palavras ácidas.
As pessoas, em sua maioria executivos como nós, passam ao nosso lado. São 8h35.
Me espanta que ainda estejamos aqui, já que Ucker é obcecado com horário. Já são 8h40.
Continua muito calmo, sem se importar com o fato de eu estar parada a seu lado como
uma idiota, quando ouço uns saltos acelerados. Amanda, com um blazer e uma saia
branca, se aproxima de nós.
Nem olha na minha cara. Só tem olhos para Ucker, a quem se dirige em alemão:
— Desculpa a demora, Ucker. Um probleminha com minha roupa.
Vejo que ele sorri.
Olha para ela, examinando-a de cima a baixo com seus olhos esverdeados.
— Não se preocupe, Amanda. A demora valeu a pena. Dormiu bem?
Ela sorri.
— Sim — responde, sem se importar com minha presença. — Consegui dormir um pouco.
Disse “Consegui dormir um pouco”? Peraí, o que esses idiotas estão dando a entender?
Ela sorri, toda boba após a farra da noite anterior, e toca na cintura dele. Essa
intimidade me incomoda. Acho repugnante. E ao mesmo tempo seus sorrisos me revelam
muitas coisas.
Respiro com dificuldade ao me dar conta do que houve entre esses dois, e tenho
vontade de gritar e espernear. De repente, Ucker apoia a mão nas costas de Amanda e,
tocando rapidamente sua cintura, diz:
— Vamos, o motorista está esperando.
E, sem olhar para mim, começa a caminhar com essa mulher a seu lado e me ignora
completamente.
Eu os observo petrificada.
Não sei o que fazer. Um ciúme incontrolável que até então eu não havia sentido se
instala no meu estômago, e estou com vontade de pegar o lindo jarro de cima da mesa e
quebrar na cabeça dele.
Meu coração está a mil. Sua batida é tão forte que tenho a sensação de que a recepção inteira consegue ouvir. Aquilo me humilha, me aborrece, e ele continua impossível. Idiota!
A frieza de Ucker continua e eu não entendo por quê. Mas não. Não vou aceitar isso. Ucker não me conhece, e ninguém ousa me humilhar dessa forma. Começo a caminhar atrás deles.
Se esse babaca alemão acha que vou armar um barraco, ele acertou. Não vou deixar
por menos! Quando chegamos à limusine, o motorista abre a porta. Amanda entra, em seguida ele entra e, na minha vez de entrar, Ucker faz um gesto com a mão.
— Senhorita Saviñon, sente-se na cabine da frente com o motorista, por favor. Putz! Que golpe desgraçado que ele me dá bem na frente de Amanda.
Mas, surpreendentemente, sorrio com frieza e digo:
— Como o senhor quiser, senhor Uckermann.
Com minha máscara de indiferença, me sento ao lado do motorista. Que cara emburrada eu devo estar fazendo! Por alguns segundos eu os ouço falar e rir atrás de mim até que um ruído metálico soa em meus ouvidos. Com o canto do olho vejo um vidro opaco dividindo a parte de trás e a parte da frente do carro. Estou furiosa. Irritada. Exasperada.
Não gosto desse joguinho e não entendo por que ele faz isso comigo. Instintivamente cravo as unhas nas palmas das mãos, até que o motorista me pergunta:
— Quer ouvir música, senhorita?
Faço que sim com a cabeça. Não consigo falar nada. Coloco meus óculos escuros e escondo meus olhos. De repente, começa a tocar a música de Dani Martín, Mi lamento e
eu sinto muita vontade de chorar.
Meus olhos estão ardendo e as lágrimas imploram para sair. Mas não. Não vou chorar. Engulo as lágrimas e tento curtir a música e a viagem. Chego até a cantarolar.
Durante os 45 minutos do trajeto, minha mente trabalha a toda velocidade. O que aqueles dois estão fazendo ali atrás? Por que Ucker me pediu para sentar na frente? Por que continua chateado comigo? Quando o carro para, desço sem esperar que o motorista
abra a porta para mim. Que ele faça isso aos dois lá de trás. Aos patrões.
Assim que desço, sorrio ao ver Santiago Ramos. É o secretário dessa sucursal e entre nós dois sempre rolou uma química. Mas uma química do bem. Decente. O motorista abre a porta, e Ucker e Amanda saem do carro. Não me viro para eles. Me limito a olhar para a frente com meus óculos escuros.
Ucker cumprimenta Gutiérrez, o chefe da sucursal, e o pessoal da diretoria. Apresenta todos eles a Amanda e depois a mim. Com profissionalismo, aperto as mãos deles para depois acompanhá-los até uma sala. Mas agora, em vez de ir atrás de Ucker e Amanda, me demoro para poder cumprimentar Santiago. Damos dois beijinhos e entramos na sala conversando.
Antes de nos sentarmos, umas senhoras nos oferecem café. Aceito com prazer. Preciso de café. Tomo três. Conforme o tempo vai passando, a distância de Ucker e a conversa com Santiago começam a me acalmar. Nesse momento, percebo que Ucker se vira. É só um instante, mas sei que olhou para mim. Me procurou.
Santiago e eu continuamos conversando e nós dois rimos, quando ele conta algumas coisas da filha dele. É um paizão e isso me comove. Dez minutos depois, todos nós passamos à sala de reuniões, nos acomodamos em nossos lugares e, como sempre, Ucker senta à cabeceira da mesa. Amanda fica à sua direita e eu tento me colocar num
segundo plano. Não quero olhar para ele. Não sinto vontade.
— Senhorita Saviñon — ouço meu chefe me chamar.
Sem hesitar, me levanto e me aproximo dele com profissionalismo.
Seu perfume invade minhas narinas e me desperta mil sensações, mil emoções. Mas consigo manter inabalada a expressão do meu rosto.
— Sente-se na outra ponta da mesa, por favor. De frente para mim.
Eu vou matá-lo... matá-lo e matá-lo.
Não quero olhar para ele, nem quero que olhe para mim. Mas, disposta a ser a secretária perfeita, pego meu notebook e me sento onde ele indica. Do outro lado da mesa, de frente para ele.
A reunião começa e eu fico atenta a tudo que falam. Não olho para ele e acho que ele
também não está me olhando. Estou com o notebook aberto diante de mim e temo
receber alguma mensagem de Ucker. Por sorte, não chega nenhuma. À uma da tarde, a reunião é interrompida. Hora do almoço. O chefe da sucursal reservou mesa num hotel próximo, e Santiago me convida para ir no carro dele. Aceito.
Sem olhar para meu Iceman, que está ao lado de Amanda, passo reto por ele, até que o ouço me chamar. Peço a Santiago que me dê um segundo e vou até meu chefe.
— Vai aonde, senhorita Saviñon?
— Ao restaurante, senhor Uckermann.
Ucker olha para Santiago.
— Pode vir conosco na limusine.
Ótimo. Agora o desconfiado é ele.
Que se dane!
Amanda nos olha. Não entende o que estamos dizendo. Falamos em espanhol, e imagino que isso a incomode.
— Obrigada, senhor Uckermann, mas, se não se importa, irei com Santiago.
— Me importo — responde.
Não há ninguém ao nosso redor. Ninguém pode nos escutar.
— Pior para o senhor.
Dou as costas a ele e saio.
Dá-lhe, fúria espanhola!
Espanha 1 – Alemanha 0.
Sei que acabo de cometer a maior imprudência que uma secretária pode fazer. E ainda maior em se tratando de Ucker. Mas eu precisava disso. Precisava fazê-lo se sentir como eu me sinto.
Sem pensar nas consequências, entre elas a demissão certa, ando até Santiago e seguro seu braço com intimidade. Entramos em seu Opel Corsa e nos dirigimos ao restaurante, enquanto começo a pensar no desemprego. Depois dessa, vou ser demitida com certeza.
Quando chego ao estabelecimento, corro com Santiago para tomar várias Coca-Colas.
Ai, meu Deus! Como gosto de sentir suas borbulhas na minha boca...
Mas até as borbulhas se desfazem quando vejo entrar Ucker, seguido de Amanda e dos outros chefes. Olha na minha direção e posso perceber sua irritação. Os diretores entram no salão e rapidamente se acomodam em seus lugares. Ucker faz menção de se sentar, mas logo se desculpa com seus colegas e me faz um sinal com a mão. Eu e Santiago o avistamos, e não posso me recusar a ir.
Dou mais um gole na minha Coca, que deixo no balcão e me aproximo de Ucker.
— Diga-me, senhor Uckermann. Em que posso ajudá-lo?
Ucker abaixa a voz e, sem alterar a expressão de seu rosto, pergunta:
— O que você está fazendo, Dul?
Supresa por voltar a ser “Dul”, respondo:
— Tomando uma Coca. Zero, por sinal, que engorda menos.
Minha resposta irreverente o desespera. Sei disso e gosto disso.
— Por que você está me irritando o tempo todo? — pergunta, me deixando desconcertada.
Que cinismo...!
— Eu?! — sussurro. — Mas que cara de...
Seu olhar é tenso. Duro e desafiador.
Suas pupilas se contraem e me dizem algo, mas hoje eu não quero entendê-las.
Recuso-me.
— Vá para o salão — me diz, antes de se virar. — Vamos almoçar.
Quando eu e Santiago chegamos ao salão, nos sentamos na outra ponta da mesa. Meu
celular toca: minha irmã! Decido ignorá-la outra vez, não estou a fim de escutar seus resmungos. Mais tarde ligo de volta. A comida está ótima e eu continuo de papo com
meu amigo.
De vez em quando, lanço olhares na direção do meu chefe e vejo que ele sorri para
Amanda. Minha desconfiança aumenta. Mas, quando seus olhos cruzam com os meus, me
sinto arder. Meu corpo se incendeia. Seu olhar de Iceman consegue fazer com que todas
as minhas terminações nervosas se agitem ao mesmo tempo e eu me queime inteira.
Às quatro e meia, voltamos à sede da empresa. Eu, claro, pego carona com Santiago.
A reunião recomeça e só acaba às sete. Estou exausta!
Autor(a): dricapentas
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Quando tudo acaba, Amanda, Ucker e eu nos dirigimos até a limusine que nos espera e,sem dar tempo a Ucker para me humilhar de novo, me sento logo ao lado do motorista. Nem vem!Eu os ouço falar. Inclusive escuto Amanda cochichando e rindo como uma galinha.Ouço o que falam e fico morrendo de raiva. Não gostaria de me sentir assim. Só de ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1087
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aM.Dour Postado em 28/07/2023 - 22:39:12
Você podia finalizar esse daqui né
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luanaklen Postado em 27/12/2021 - 20:48:20
Volta logooooo
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thainagabriella2 Postado em 17/09/2021 - 15:25:48
Abandonou, né? :(
dricapentas Postado em 02/12/2021 - 22:05:18
Não minha querida. Leia a minha última nota pfv
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rafaelaa Postado em 10/04/2021 - 00:44:02
Fico feliz que tenha voltado, espero que possa continuar postando a história
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aM.Dourado Postado em 26/02/2021 - 19:04:16
Nem tô acreditando que você voltou eu esperei tanto, espero que não de nenhum problema é que vc consiga finalizar a história. Obrigada por continuar!
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aucker Postado em 27/01/2021 - 23:55:07
Continua...
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amodycaya Postado em 26/01/2021 - 23:12:05
Oh que maravilha que você voltou!Estou muito contente!
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aucker Postado em 26/01/2021 - 05:12:36
Na metade da terceira temporada <3
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aucker Postado em 18/01/2021 - 11:44:38
Eu li uma boa parte da Fic, mas tinha parado pq pensava que não haveria um final. Mas se vc voltar a postar com certeza voltarei a ler e comentar.
dulamaucker95 Postado em 18/01/2021 - 11:53:20
Sim postarei... prometo não vos deixar na mão.
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brun Postado em 17/07/2018 - 23:46:37
cade tu mulheeeeeeeeeeee , voltaaaaaaaa plissssssssssss
dulamaucker95 Postado em 18/01/2021 - 11:35:46
de volta :D