Fanfic: Peça-me O Que Quiser Que Te Darei | Tema: Vondy
Mas, quando chego ao portão da frente, ouço uma voz atrás de mim.
— Não vá embora de novo sem me avisar.
Sua voz me paralisa.
Me irrita mas também me conforta. Eu precisava ouvi-la.
Me viro e vejo que o homem que me tira dos eixos está a apenas um metro de mim. Sua expressão é séria e, sem saber por quê, levanto o braço e digo, com os olhos cheios de lágrimas:
— Me queimei com o ferro de passar e está doendo pra caramba.
Sua cara muda.
Olha o curativo no meu braço. Depois olha para mim e eu noto que ele perdeu toda a seriedade. Iceman acaba de ir embora para dar lugar a Ucker. O Ucker que eu adoro.
— Meu Deus, pequena, vem cá.
Chego perto dele e sinto que me abraça com cuidado para não encostar na queimadura. Meu nariz fica impregnado de seu cheiro e me sinto a mulher mais feliz do mundo. Durante alguns minutos, permanecemos nessa posição até que eu me mexo e então ele aproxima sua boca dos meus lábios e me dá um beijo rápido mas doce e carinhoso.
Nunca me beijou assim, e isso me deixa completamente boba.
— O que houve? — pergunta.
Volto a mim e sorrio.
Me beijou com ternura!
Entrego as chaves da minha casa para que ele próprio abra.
— A fechadura do portão está quebrada... tem que puxar a porta.
Desvio os olhos de mim e faz o que peço. Depois pega minha mão e subimos juntos o elevador. Ao abrir a porta de casa, vejo que olha ao redor e murmura:
— Mas... o que aconteceu aqui?
Sorrio. Sorrio como uma idiota, como uma boba.
— Limpeza geral — respondo, olhando o caos que nos cerca. — Quando estou de mau humor, isso me relaxa.
Ele ri baixinho e depois eu ouço a porta se fechar. Quando deixo a bolsa no sofá, me esqueço da dor e me viro para ele.
— O que você veio fazer aqui?
— Eu estava preocupado. Você foi embora sem avisar e...
Te deixei um bilhete e, o mais importante, em boa companhia.
Ucker olha para mim. Sinto seu rosto ficando tenso de novo.
— Não quero ouvir outra vez esse seu comentário humilhante de que você é minha p/uta. Porque é claro que você não é, Dul. Pelo amor de Deus! Nunca te vi nem vou te ver dessa forma, ok? — Vou concordando com a cabeça, e ele continua: — Mas, Dul, você ainda não entendeu que sexo pra mim é um jogo e que você é minha peça mais importante?
— Você disse: sua peça!
— Quando digo “peça”... quero dizer que você é a mulher que mais me importa neste momento. Sem você, o jogo perde a graça. Que coisa, Dul, pensei que eu já tivesse deixado isso claro.
Por alguns minutos, ficamos em silêncio. A tensão no ambiente é tão concreta que tenho a sensação de poder cortá-la com uma faca.
— Olha, Ucker, isso não vai funcionar. É melhor sermos só amigos. Acho que, em termos profissionais, podemos trabalhar juntos, mas...
— Dul, eu nunca menti pra você.
— Eu sei — admito. — O problema aqui sou eu, não você. É que eu não estou me reconhecendo. Não sou a garota que você manipula como uma peça. Não... me recuso!
Não quero. Não quero saber nada sobre seu mundo, seus joguinhos, nem nada disso. Acho... acho que o melhor é cada um voltar pra sua vida e...
— Tudo bem — diz.
Sua resposta me paralisa.
De repente quero discutir o assunto outra vez. Não quero que ele me leve a sério. Será que estou ficando louca?
Vejo a dor e a raiva em seus olhos, mas tento manter de pé o que acabo de dizer e me seguro para não abraçá-lo. Minha força de vontade desaparece quando estou perto dele, e preciso me manter firme, embora eu mesma me contradiga.
Sinto uma pontada no antebraço que me faz contrair o rosto, e dou um pulo.
— Meu Deeeeeus! Que dor! Porra! Poooooorra!
Ele enruga a testa e se levanta. Não sabe o que fazer enquanto eu continuo com minha sinfonia de gritos e palavrões. O braço está me matando.
— Está doendo muito?
— Sim. Vou tomar um analgésico senão te juro que vou ter um troço.
Meu braço lateja e a dor fica insuportável. Ando como uma louca pela sala até que Ucker me detém.
— Senta — ordena. — Vou chamar um amigo.
— Quem você vai chamar?
— Um amigo meu que é médico, pra ele dar uma olhada no seu braço.
— Mas já me examinaram no hospital...
— Mesmo assim. Vou ficar mais tranquilo se o William te olhar.
Estou com tanta dor que nem consigo falar direito. Vinte minutos mais tarde, o interfone toca. Ucker atende e um minuto depois aparece o amigo dele. Cumprimentam-se e o recém-chegado fica observando o estado da casa. Em meio a risadas, Ucker cochicha:
— Dulce estava fazendo uma faxina.
Eles se olham e sorriem. E, nesse momento, irritada com a dor no braço, murmuro:
— Venham, não façam cerimônia. Se acham que está tudo bagunçado, dou permissão para vocês arrumarem. A escova e o esfregão estão à inteira disposição de vocês.
Minha cara emburrada os faz sorrir.
Que gracinhas, os dois!
Por fim, o recém-chegado se aproxima:
— Oi, Dulce, meu nome é William Levy. Então, o que houve?
— Me queimei com o ferro de passar e estou morrendo de dor.
Faz que sim com a cabeça e pega uma tesoura.
— Me dá o braço.
Ucker senta ao meu lado.
Sinto sua mão protetora nas minhas costas e isso me reconforta. O médico abre o curativo com cuidado. Observa-o por um momento, pega uma espécie de soro e o despeja sobre minha ferida. Um alívio momentâneo me faz suspirar. Depois coloca umas gazes molhadas com esse líquido e fecha o curativo.
— Dói muito, né?
Balanço a cabeça concordando.
Não choro porque estou com vergonha, e ele percebe. Ucker também.
— Vou te dar uma injeção de analgésico. É a melhor forma de acabar com a dor. Esse tipo de ferida é chato mesmo. Mas fique calma, vai passar logo.
Não dou nem um pio.
Que ele injete em mim o que quiser, desde que acabe com essa dor horrível de uma vez por todas.
Enquanto ele me dá a injeção, eu o observo. Ele me olha e pisca um dos olhos com cumplicidade. Deve ter uns 30 anos. Alto, Loiro e dono de um sorriso lindo. Quando acaba, fecha sua maleta, tira um cartão e me entrega enquanto nos levantamos.
— Para qualquer coisa, à hora que for, me ligue.
Olho para o cartão e leio “Doutor William Levy” e um número de celular. Balanço a cabeça como uma idiota e enfio o cartão no armário da copa.
— Tudo bem, pode deixar.
Nesse momento, Ucker passa a mão pela minha cintura numa atitude que me parece possessiva, em seguida põe a mão no ombro de seu amigo e diz:
— Se ela precisar, eu te ligo.
William sorri, Ucker me solta e os dois se dirigem à porta. Por alguns minutos, eu os ouço murmurar algo, mas não consigo entender o que é. Quero que a dor vá embora e essa é a única coisa que me interessa agora.
Me atiro de novo no sofá. A dor do meu braço começa a diminuir e sinto que volto a ser uma pessoa. Ucker retorna à sala e fala com alguém pelo celular enquanto olha pela janela. Fecho os olhos. Preciso relaxar.
Não sei quanto tempo fico nessa posição, até que ouço a campainha. É Tomás, motorista de Ucker, que veio entregar várias sacolas. Quando a porta se fecha, Ucker olha para mim.
— Pedi alguma coisa pra gente jantar. Não se mexa, eu me encarrego de tudo.
Sorrio. Ótimo! Preciso de paparicos.
Sem me levantar do sofá, ouço Ucker se movimentando pela cozinha. Minutos depois, ele aparece com uma bandeja, pratos, talheres e copos.
— Pedi a Tomás que comprasse comida chinesa. Pelo que eu me lembre, você gosta,
né?
— Adoro. — Sorrio.
— A dor diminuiu? — pergunta com expressão séria.
— Sim.
Minha resposta parece deixá-lo aliviado.
Observo Ucker colocando na bandeja tudo o que ele trouxe e não consigo parar de olhar.
Parece mentira que esse jovem que arruma pratos e copos seja o mesmo Iceman implacável de certas situações. Sua expressão agora está relaxada, e eu gosto disso.
Gosto de vê-lo e de senti-lo assim.
Quando acaba o que estava fazendo, volta para a cozinha e aparece com a bandeja cheia de caixinhas brancas. Senta-se a meu lado e diz:
— Como eu não sabia do que você gostava, pedi a Tomás que trouxesse um pouco de tudo: arroz maluco, pão chinês, rolinhos primavera, yakisoba, salada chinesa, carne de vitela com broto de bambu, porco com champignon, lagostim frito, frango ao limão. E, de sobremesa, trufas. Espero que alguma coisa te agrade.
Surpresa com tudo o que ele descreveu, murmuro:
— Caramba, Ucker. Aqui há comida para um regimento inteiro! Podia ter dito a William que ficasse para jantar.
— Não.
— Por quê? Ele parece simpático...
— E é. Mas eu queria ficar a sós com você. Precisamos ter uma conversa séria.
Solto o ar bufando e sussurro:
— Mentiroso. Estou dopada e sou presa fácil.
Em resposta, ele apenas sorri.
— Come.
Passo os olhos por todas as embalagens e me sirvo com o que me apetece. Tudo está com uma cara ótima, e o sabor é ainda melhor.
— Onde Tomás comprou isso tudo? É de qual restaurante chinês?
— Quem preparou foi Xao-li. Um dos cozinheiros do hotel Villa Magna.
Fico olhando para ele, incrédula.
— Você está comendo autêntica comida chinesa. Não o que imagino que você coma de vez em quando.
Concordo com a cabeça, divertida com o que ele acaba de dizer. Ele e sua exclusividade.
Ucker está de bom humor e isso me deixa alegre. Estar com ele assim, num clima leve, é uma maravilha. Na hora da sobremesa, ele vai até a cozinha, traz umas trufas e coloca diante de mim.
Pega uma colher, parte um pedaço de trufa e põe na frente da minha boca. Sorrio, abro a boca e, depois de fazer um monte de gestos, murmuro:
— Meu Deeeeeeus! Que delícia!
Ucker sorri e me dá outro pedaço. Eu saboreio, me delicio e me preparo para pedir mais, até que ele se antecipa.
— Posso provar um pedaço?
Passa a trufa pelos meus lábios, aproxima-se da minha boca e a lambe com delicadeza por alguns segundos, depois diz, afastando-se de mim:
— Delicioso.
Olho para ele. Ele olha para mim e nós sorrimos.
Essa paquerinha boba é tão sensual que não quero ser sua amiga, quero ser algo mais. E, quando vou me lançar em seus braços, desesperada para que me beije, ele me interrompe:
— Dul, agora há pouco você disse que...
— Sei o que eu disse. Esquece.
Ucker olha para mim... Pensa... pensa e finalmente continua sem alterar sua expressão:
— Não diga outra vez que eu te considero minha p/uta, por favor, Dul. Fico arrasado só de imaginar que você pensa isso de mim.
— Tá bom. Foi da boca pra fora. Desculpa.
Seus dedos percorrem meus lábios com delicadeza.
— Dul... você é especial pra mim, muito especial. — Nos olhamos fixamente durante alguns segundos. Por fim ele muda de tom e continua: — Você não pode ir embora sem me dar uma explicação e sem esperar que eu fique louco de preocupação. Quando for assim, prefiro que você bata na minha porta e diga “Tchau!” a ficar pensando que você está. Combinado?
— Se eu não fiz isso, foi porque eu não queria te chamar de babaca ou algo pior.
— Pode chamar, se quiser.
— Não me dá a ideia — brinco.
Seus lábios se comprimem.
— Por favor, não vá embora de novo sem me avisar.
— Tá booooom...! Mas que fique claro que eu pretendia voltar pra continuar com o trabalho.
— Não precisa.
— Não?
— Não.
— Por quê?
— Surgiu um problema.
— Você me demitiu? Mas se eu nem cheguei a te chamar de babaca!
Ucker sorri e enfia mais uma trufa na minha boca. Para que eu fique quieta, suponho.
— Cancelei as reuniões da próxima semana e deixei pra mais adiante. Vou voltar pra Alemanha. Tenho algo a resolver lá e não dá pra esperar.
A trufa e a notícia se reviram no meu estômago.
Então Nenas o que acharam dessa faceta do Ucker? Surpreendeu?
Mau que ele tenha que ir embora. Será definitivo?
Amanhã post mais. Querem 2 ou 3 capitulos amanha? Comentem e digam o que acharam, por favor. :D
Autor(a): dricapentas
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— Cancelei as reuniões da próxima semana e deixei pra mais adiante. Vou voltar pra Alemanha. Tenho algo a resolver lá e não dá pra esperar. A trufa e a notícia se reviram no meu estômago. Ele vai embora! ... ... ... Penso em Amanda. Ele e ela juntos na Alemanha. O espinho do ciúme volta ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1087
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aM.Dour Postado em 28/07/2023 - 22:39:12
Você podia finalizar esse daqui né
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luanaklen Postado em 27/12/2021 - 20:48:20
Volta logooooo
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thainagabriella2 Postado em 17/09/2021 - 15:25:48
Abandonou, né? :(
dricapentas Postado em 02/12/2021 - 22:05:18
Não minha querida. Leia a minha última nota pfv
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rafaelaa Postado em 10/04/2021 - 00:44:02
Fico feliz que tenha voltado, espero que possa continuar postando a história
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aM.Dourado Postado em 26/02/2021 - 19:04:16
Nem tô acreditando que você voltou eu esperei tanto, espero que não de nenhum problema é que vc consiga finalizar a história. Obrigada por continuar!
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aucker Postado em 27/01/2021 - 23:55:07
Continua...
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amodycaya Postado em 26/01/2021 - 23:12:05
Oh que maravilha que você voltou!Estou muito contente!
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aucker Postado em 26/01/2021 - 05:12:36
Na metade da terceira temporada <3
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aucker Postado em 18/01/2021 - 11:44:38
Eu li uma boa parte da Fic, mas tinha parado pq pensava que não haveria um final. Mas se vc voltar a postar com certeza voltarei a ler e comentar.
dulamaucker95 Postado em 18/01/2021 - 11:53:20
Sim postarei... prometo não vos deixar na mão.
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brun Postado em 17/07/2018 - 23:46:37
cade tu mulheeeeeeeeeeee , voltaaaaaaaa plissssssssssss
dulamaucker95 Postado em 18/01/2021 - 11:35:46
de volta :D