Fanfic: As Crônicas de Nárnia- O Retorno | Tema: As crônicas de Nárnia, aventura, mistério, feitiços, romance

Capítulo 8

O sol do dia anterior fora embora de Nárnia, deixando o céu nublado e um tempo um tanto quanto frio. Os Pevensie estavam sentados à mesa para tomar o café da manhã. Quando Caspian chegou, seu semblante estava sério, mas dava para notar o nervosismo em seus olhos.

- Bom dia.- ele chegou em sua cadeira, mas continuou em pé.

- Bom dia.- os outros responderam indiferentes, exceto Susana, que estava com um brilho nos olhos.

- Meus amigos.- Caspian chamou a atenção.- Preciso comunicar-lhes algo.

- Diga-nos.- Pedro o olhou desconfiado.

- Rei Edmundo, Rainha Lúcia, Grande Rei Pedro.- ele começou.- Vocês são mais do que reis para mim, são mais do que amigos. São minha família. Mas como todo homem, pretendo construir uma família, baseada em esposa e filhos. E há alguém nesta sala que seria a pessoa perfeita para mim. Então peço a permissão de vocês, Pedro e Edmundo, para que eu e a Rainha Susana fiquemos comprometidos. Não um noivado, ainda, mas com o que chamam de namoro. E sei que Aslam abençoa nossa união.

Pedro e Edmundo o encararam surpresos, enquanto Lúcia sorria e Susana esperava ansiosamente pela resposta dos irmãos. Os garotos ficaram com semblante sério, e quando Caspian achou que estava tudo perdido, Edmundo exclamou:

- Pensei que nunca ia pedir isso!- e riu.

Tanto quanto Caspian, quanto Lúcia e Susana suspiraram de alívio, mas Pedro falou:

- Permitimos sim a união de vocês dois, desde que se amem e acima de tudo, se respeitem. E sem demonstrações de amor na frente de Lúcia.

- Ei!- Lúcia se opôs.- Já sou bem grandinha para entender isso.

- Pra mim você sempre será aquela menininha que encontrou a passagem para Nárnia em um armário.- Pedro falou com a voz emocionada, e seus olhos tinham a expressão de um pai que via que sua filha estava crescendo.

Lúcia estava indignada com o que Pedro pedira, mas ao ver sua expressão tomada pela ternura, não pôde deixar de sorrir, e entender que seus irmãos ainda tinham que acostumar-se que ela já não era mais uma criança.

Depois de um rico café de manhã, os Reis e Rainhas de Nárnia decidiram fazer uma caminhada pelos vales de Telmar. Mas antes Caspian entregou a Pedro sua espada e escudo que o Papai Noel o havia dado a primeira vez que fora a Nárnia, Susana recebera seu arco e flecha e Lúcia, a adaga com o elixir que cura qualquer ferida. Edmundo não tinha arma especial para ele, mas Caspian lhe entregou uma espada meio torta (Lembrem-se do filme “A Viagem ao Peregrino da Alvorada”), espada essa que fazia parte da era de formação de Nárnia, que pertencera um dia aos sete fidalgos das Ilhas Solitárias. Após a entrega das armas, dirigiram-se ao estábulo e ficou assim: Pedro em um cavalo majestoso branco, Edmundo num cavalo marrom, Susana e Caspian em apenas um cavalo preto e Lúcia, em um cinza. Optaram por deixar o casalzinho sozinhos por um tempo, não sem antes Edmundo fazer um sinal de “Tô de olho em vocês!”. Lúcia, Edmundo e Pedro foram cavalgar pela cidade.

Na medida em que passavam pelas ruas, telmarinos e narnianos acenavam, sorriam e curvavam-se diante de seus reis. Os Pevensie sorriam diante a população, até que resolveram parar numa banca de frutas para comprar algumas maçãs.

- Bom dia.- Lúcia exclamou feliz para a vendedora distraída.

- Bom dia e...- a vendedora era uma senhora de cabelos um pouco grisalhos, e olhou para os três assustados.- Majestades!

A mulher fez uma reverência diante seus Reis, que apenas retribuíram com um sorriso terno.

- Em que posso ajudar?- a quitandeira continuava nervosa.

Edmundo pediu algumas maçãs, e enquanto aquela cansada senhora iria pegar as melhores frutas de sua quitanda, Pedro observava uma jovem ao longe, que carregava nas mãos cestas cheias de tecido. Uma hora, a jovem tropeçou em uma pedra e foi com tudo ao chão. Pedro, sendo o cavalheiro que era, foi correndo ajudar a moça.

- Permita-me que a ajude, senhorita.- ele chegou até ela e a ajudou a levantar.

Quando a garota se levantou, o loiro pôde observar a moça que ajudara: com traços espanhóis, a jovem possuía olhos pretos como carvão e seus cabelos pareciam uma cascata preta. Sua pele bronzeada pelo Sol dava um destaque ao belo sorriso branco.

- Majestade.- a menina curvou-se em respeito ao rei.- Não se preocupe, dou conta de tudo.

- Não há problemas.- Pedro sorria como bobo.- Afinal, que tipo de cavalheiro eu seria se deixasse que uma senhorita com mãos tão delicadas carregassem aquelas cestas todas sozinha?

Os dois se abaixaram e começaram a recolocar os tecidos nas cestas. Quando só faltava um tecido, as mãos de ambos se tocaram, os forçando a olharem nos olhos um do outro, e depois voltar à atenção ao tecido.

- Obrigada.- a jovem murmurou, corada.

- Posso ao menos saber o nome da senhorita?- Pedro perguntou, e quando ela respondeu Molly, Pedro tomou sua mão e depositou um beijo nas costas de sua mão e disse.- Foi um prazer lhe conhecer, Srta. Molly.

Molly segui seu caminho com as cestas, e Pedro voltou para perto de seus irmãos.

- Olha o galanteador voltando ai.- Edmundo zombou do irmão.

- Não enche, Ed.- Pedro deu um soco de brincadeira em seu braço.

- Quem era?- Lúcia perguntou, olhando para a cara de bobo apaixonado de Pedro.

- Molly é seu nome.- ele respondeu, mas desconversou depois.- Vamos voltar?