Fanfics Brasil - Capítulo 14 Intenso amor (lesbica)

Fanfic: Intenso amor (lesbica) | Tema: Amor entre mulheres


Capítulo: Capítulo 14

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Pensou inúmeras vezes como os abordaria e tentaria, com palavras, mostrar tudo o que sentia por Camila. Chamou-os na sala e pediu para que se sentassem. Estava nervosa, suando frio, buscando a melhor maneira de falar. Falaria rapidamente, ou enrolaria um pouco para falar? Não sabia. Tomou fôlego e começou.


 


Eduarda: Pai, mãe, eu os amo muito e sempre fiz de tudo para agradá-los. Há alguns dias atrás descobri algo, um sentimento que estava dentro de mim, escondido entre minhas preocupações e medos.


 


Fez uma pausa, tomou fôlego novamente e voltou a falar.


 


Eduarda: E agora estou aqui, pedindo para que me entendam e que demonstrem seu amor por mim. Eu nunca vou deixar de amar vocês, mas chegou o momento de pensar um pouco em mim, em dar importância aos meus sentimentos.


 


Adélia: Filha, onde quer chegar com essa conversa?


 


Eduarda: Eu sou lésbica, estou apaixonada por uma garota.


 


Sua mãe levantou num pulo e seu pai a olhou, incrédulo.


 


Adélia: O que?


 


Eduarda: O que você ouviu, mãe.


 


Adélia: Mas você... Sempre namorou... Garotos!


 


Jorge: Se isso for uma brincadeira de mau gosto sua...


 


Eduarda: Não é brincadeira, falo sério.


 


Adélia: Deve acreditar nisso porque está chateada com o que Gabriel fez, não é?


 


Eduarda sorriu nervosa.


 


Eduarda: Claro que não! Nunca amei Gabriel ou qualquer outro garoto com quem namorei. Entendam, não há motivos para minha condição, simplesmente sou e pronto! Não procurem um motivo porque não existe. Não me tornei uma pessoa ruim, sou a mesma Eduarda de sempre.


 


Jorge: Vá para seu quarto.


 


Eduarda: Mas pai...


 


Jorge: Vai para seu quarto agora mesmo. Depois a gente conversa.


 


Eduarda obedeceu o pai. Ouviu os dois conversando alto, quase gritando na sala. Começou a pedir a Deus que seus pais a aceitassem. Mais tarde, quando já haviam parado a conversa, saiu do quarto. Seus pais estavam no quarto, sabia que não os veria mais naquele dia. Tomou um banho bastante preocupada, comeu alguma besteirinha e foi dormir, tinha prova no dia seguinte. Saiu cedo, fez a prova e no intervalo se afastou com Camila para conversarem.


 


Camila: O que houve?


 


Eduarda: Meus pais... Falei com eles ontem.


 


Camila: E o que disseram?


 


Eduarda: Esse é o problema, não falaram nada. Estou com muito medo.


 


Camila a abraçou.


 


Camila: Vai dar tudo certo.


 


Eduarda: Você acha?


 


Camila: Sim.


 


Beijou a cabeça dela e a apertou um pouco mais. Foi para casa naquele dia, receosa. Sua mãe estava diferente, como se nada tivesse acontecido, e estranhou.


 


Adélia: Filha, vem comer!


 


Seu humor fora do comum estava perturbando Eduarda.


 


Eduarda: Mãe, tudo bem?


 


Adélia: Não está vendo? Estou ótima.


 


Eduarda: Então me aceita?


 


Adélia: Aceitar?


 


Eduarda: Mãe, olha pra mim! O que há de errado?


 


Adélia limpava, mexia nos objetos da cozinha, não olhava para a filha, parecia querer esconder o rosto.


 


Eduarda: Mãe, me diz alguma coisa!


 


Adélia: Filha, eu entendo você.


 


Eduarda: Entende?


 


Perguntou, abrindo um largo sorriso.


 


Adélia: Sim, eu sei que é só uma fase, logo passa.


 


A alegria foi embora, dando lugar a frustração.


 


Eduarda: Não é uma fase. É o que sou, o que sinto, o que quero.


 


A mãe finalmente parou. Eduarda pode ouvi-la chorar.


 


Eduarda: Sinto que pela primeira vez estou sendo eu de verdade, quero que você e o papai não deixem de me amar por isso. Por favor mãe, por mim.


 


Falou enquanto seus olhos marejavam. Foi até a mãe e tocou-lhe o ombro. Adélia desabou em prantos e abraçou a filha. Lembrou-se de quando ela era criança, de  quando, com medo de trovões ou de “monstros” dormia com eles, e de quantas noites teve que cantarolar para ver sua menininha dormir, de como tinha confiança nela quando começou a andar, de tudo. Era o porto seguro de sua filha, sabia disso. Quando viu aquele rostinho pela primeira vez após um parto complicado, jurou que iria protegê-la contra todos os males, iria amá-la acima de qualquer coisa.


 


Adélia: Eu te amo filha.


 


Eduarda: Eu te amo mãe.


 


Ficaram abraçadas por um longo tempo, depois Eduarda foi tomar um banho. Voltou para a cozinha para almoçar e seu pai estava lá, sério, com uma expressão desafiadora sentado em uma cadeira.


 


Jorge: Quero conversar com você.


 


Eduarda se sentou.


 


Jorge: Eu criei você para que se tornasse alguém na vida, que pudesse mostrar para os outros e dizer orgulhoso “essa é minha garotinha”.


 


Eduarda: Pai, olha só...


 


Jorge: Cala a boca que ainda não terminei.


 


Eduarda obedeceu. Adélia estava na cozinha, ouvindo aquela conversa.


 


Jorge: Eu poderia lhe dar uma surra, expulsá-la de casa ou trancá-la aqui para que não visse nem a luz do dia...


 


Eduarda estremeceu de medo.


 


Jorge: Mas conversando com seu professor descobri que de nada adiantaria essas atitudes. Eduarda, já entendi que nem tudo é como queremos, como planejamos. Meu sonho era vê-la casada com um bom homem, vê-la com uma carreira brilhante e principalmente ter minha casa cheia de netos.


 


Falou com tranquilidade.


 


Eduarda: Pai...


 


Jorge: Mas eu entendo suas escolhas. Você é uma pessoa de quem me orgulho por sua determinação, por sempre ter obedecido e pelos seus esforços. Sei que muitos pais não teriam a atitude que estou tendo agora, não é nada fácil para mim...


 


Eduarda: Então...?


 


Jorge: Siga seu coração, filha, faça o que achar certo desde que não faça besteira. Vou te amar sempre, sei o quanto é responsável e madura apesar do fato de que vou vê-la sempre como a garotinha que tem medo do escuro. Estou aqui para te proteger, mas não posso prendê-la, nem privá-la de ser feliz.


 


Eduarda levantou-se, abraçou e beijou o rosto de seu pai.


 


Eduarda: Obrigada pai, eu te amo muito.



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Autor(a): lindaflor

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Jorge tocou o braço da filha. Amava aquela garota mais que a si mesmo, e o sorriso da filha naquele momento o fez ganhar o dia. Não conseguiu dormir depois do que Eduarda havia falado, ficou pensando em inúmeros castigos, no que havia feito de errado para ela querer puni-lo assim. Não tinha motivos. “Sua filha é como um pássaro ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • annaflavia Postado em 23/07/2014 - 12:15:50

    Gostei da estoria... Parabéns!!! *_*


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