Fanfic: Intenso amor (lesbica) | Tema: Amor entre mulheres
Jorge tocou o braço da filha. Amava aquela garota mais que a si mesmo, e o sorriso da filha naquele momento o fez ganhar o dia. Não conseguiu dormir depois do que Eduarda havia falado, ficou pensando em inúmeros castigos, no que havia feito de errado para ela querer puni-lo assim. Não tinha motivos. “Sua filha é como um pássaro. Se prendê-lo, força-lo a viver como você quer, na primeira oportunidade ele vai fugir e nunca mais irá vê-lo. Mas se ao invés disso deixa-lo livre, lhe der o necessário para viver além de amor e atenção, o terá por perto sempre”, foi o que Antônio, o professor de Eduarda falou para ele mais cedo, quando foi procurar a filha no colégio. Aquilo mudou seus conceitos, Antônio o convenceu de que o melhor a fazer era tentar compreender a filha e perceber que aquilo não era um defeito. Eduarda passou a tarde com a mãe, ligou para Camila e explicou o que aconteceu. Seu pai voltou para o trabalho depois de descansar do almoço. Havia falado para a filha que tinha conversado com Antônio, o que a deixou surpresa. No dia seguinte ficou esperando Camila chegar para contar a “novidade” para os amigos. Gustavo sentou-se perto dela dando seu apoio. Camila chegou e Eduarda se levantou. As duas se abraçaram deixando os outros sem entender. Se separaram e voltaram suas atenções aos amigos
Eduarda: Nós duas temos algo para contar a vocês.
Gustavo sorriu maroto.
Manoela: Conta logo então Duda, não faz mais suspense.
Alice: Até imagino o que seja...
Eduarda: Eu estou apaixonada pela Camila.
Manoela, Juliana, Bruna e Fabrício ficaram incrédulos.
Alice: Conta uma novidade agora.
Manoela: Acho que não ouvi direito...
Eduarda: Você já sabia Alice?
Alice: Vocês não se desgrudam, ficam ai cheia de segredinhos... Eu percebi como se olham e se tocam. Notei logo.
Eduarda apertou levemente a mão de Camila.
Camila: Pessoal, eu também estou apaixonada pela Duda. Se quiserem nos julgar, nos julguem, só aviso que isso não vai afetar o que sentimos.
Juliana: Isso é uma palhaçada! Eu tenho nojo de vocês.
Falou alto. Gustavo se levantou.
Gustavo: Cala a boca!
Juliana: Você apoia essa pouca vergonha? Deve ser igual a elas.
Gustavo: Não sou. Eu gosto de mulher, mas sei respeitar os outros.
Alice: Ju, jamais esperava essa sua atitude.
Juliana: Querem saber, vão todos pro inferno.
Falou e saiu de perto deles.
Eduarda: Mais alguém pra dar um showzinho aqui?
Os outros ficaram quietos.
Eduarda: Olhem, gosto muito de vocês, mas se tiverem algo para falar, falem logo.
Fabrício: Nossa, Duda, nem sei o que dizer... Aliás, tenho sim. Eu também sou gay.
Agora as duas ficaram incrédulas junto com o restante do grupo.
Manoela: Minha nossa, quem mais vai sair do armário hoje?
Falou em tom de brincadeira. Os outros riram.
Bruna: Que legal, nunca tive amigos gays...
Gustavo: Sempre teve, só não haviam descoberto ou assumido.
Manoela: Bom né, que todos sejamos felizes então.
O sinal tocou e foram para a sala. No intervalo Eduarda foi procurar Antônio e o achou na sala dos professores. Ao vê-la, saiu da sala e foi conversar com ela.
Antônio: Oi Eduarda, precisa de algo?
Eduarda: Quero te agradecer por ter falado com meu pai, ajudou bastante.
Ele sorriu.
Antônio: Fico feliz por você.
Eduarda: Porque me ajudou?
Antônio suspirou.
Antônio: Olha Eduarda, há uns vinte anos atrás eu sofria muito por me sentir diferente dos outros garotos da minha idade. Tinha treze anos quando me peguei admirando corpos de homens, quando todos os garotos queriam beijar meninas. Foi difícil para mim, e aos dezesseis anos me apaixonei perdidamente por um colega da escola. Falei para meus pais logo de cara e ao invés de apoio recebi uma surra do meu pai e palavras de desprezo da minha mãe que me doeu bastante. Por sorte não me envolvi com drogas ou com o crime, passei a pedir comida na rua, pois fui expulso de casa com a roupa do corpo. Fui acolhido em um abrigo, passei a ajudar no cuidado com as crianças carentes que viviam lá. Hoje, aos 34 anos posso dizer que sou um vitorioso. Sou casado com um homem, temos um filho graças à ciência e uma barriga de aluguel, consegui estudar literatura em uma faculdade, mas sinto falta dos meus pais, tudo o que precisava era do apoio deles. Por isso senti a necessidade de ajuda-la, você tem um futuro brilhante, um ótimo caráter e merece ser feliz.
Eduarda não acreditou no que acabou de ouvir. Antônio desabafou com ela, jamais suspeitaria que aquele homem teria uma história tão triste para contar, e mais: que fosse casado com outro homem.Com seus cabelos curtos e encaracolados, moreno e com um porte físico médio, sempre sorridente e nunca apresentou sinais de que seria homossexual. Eduarda ficou boquiaberta.
Antônio: Sempre que conto a minha história de vida para alguém é essa reação que recebo.
Disse, sorrindo.
Eduarda: Eu... Estou chocada, sério mesmo.
Antônio: Agradeça pelos pais que tem, são raros os que aceitam logo. Normalmente demoram muito tempo ou nem aceitam. Parece que todo aquele “amor” que sentem por seus filhos acaba na primeira decepção.
Eduarda abraçou o professor.
Eduarda: Obrigada por ser tão bom comigo, por ter sido forte e por ser um bom exemplo pra mim. Não sei se conseguiria dar a volta por cima como fez.
Antônio saiu do abraço dela.
Antônio: Conseguiria, tem bom caráter, força de vontade. É só saber escolher entre o certo e o errado, e o último sempre é mais fácil de seguir causa ilusão nas pessoas de “mente fraca”.
Eduarda sorriu.
Eduarda: Tenho que ir encontrar minha turma agora. Mais uma vez obrigada por tudo.
Antônio: Disponha.
Sorriram um pro outro e Eduarda saiu caminhando. Foi para onde estavam seus amigos e se sentou ao lado de Camila, que encostou a cabeça em seu ombro.
Camila: E ai, como foi?
Eduarda: Ótimo, conversamos sobre isso à tarde.
Deu um beijo na testa dela e entraram na conversa do restante do grupo. Camila ficou surpresa com a história de Antônio, e contou para Eduarda como foi quando se descobriu lésbica. Estavam no quarto de Camila, deitadas na cama.
Camila: Eu sempre fui boa com esportes, praticava natação quando tinha quatorze anos. Eu via as meninas trocando de roupa na minha frente e ficava observando. Acabei criando uma paixonite por uma menina chamada Larissa, adorava vê-la com aquele maiô nadando de um lado para outro na piscina, ela era a melhor do grupo e dois anos mais velha que eu. Ficava admirando ela, e não entendia o que acontecia comigo, até que um dia ficamos sozinhas no vestiário, ela estava conversando comigo e eu só conseguia desejar ela, até que não resisti e beijei ela, só que me empurrou, me humilhou e saiu dali. Fiquei com uma baita dor de cotovelo, chorei por dias e depois acabei gostando de outra. Tive umas três namoradas depois disso. Meus pais descobriram no ano passado, devido ao escândalo que algumas pessoas fizeram quando me pegaram no banheiro com uma ficante que eu tinha. Fiquei com tanto medo quando viram... Meus pais me xingaram, bateram e me deixaram de castigo, queriam que eu frequentasse uma igreja pra me “livrar desse mal”, mas não adiantou. Perceberam que qualquer esforço seria em vão quando fiquei com a filha do pastor, e o único meio seria aceitar.
Eduarda: Você não brinca mesmo hein... A filha do pastor?
Camila: Aquela menina ficava me olhando durante os cultos, eu não resisti, chamei ela nos fundos da igreja e ela foi. Meus pais foram atrás e quase me pegaram com a boca na butija.
Eduarda gargalhou.
Camila: Não ri não que foi um escândalo. Precisava ver o rosto da menina, ficou vermelha de vergonha, depois disso mandaram ela pra outra cidade, nunca mais tive notícias dela.
Eduarda: Coitada dela...
Camila: pois é... Fiquei trancada por duas semanas aqui, não pude nem colocar o rosto fora de casa, ai meus pais conversaram comigo e resolvemos tudo.
Eduarda: Que bom que entendera.
Camila: Mas me custou vários dias de castigo. Me tiraram tudo, computador, tv, celular, fiquei sem ouvir músicas, sem me comunicar com outras pessoas, não podia comer de tudo, vivi em uma ditadura aqui.
Eduarda a abraçou.
Camila: Mas agora está tudo bem, eles me aceitam e até gostam quando você está aqui. Recebe vários elogios deles viu.
Eduarda sorriu e Camila a olhou nos olhos.
Camila: Eu te amo.
Eduarda: Também te amo.
Se beijaram. O ano passou tranquilamente para as duas, embora sofressem bastante preconceito. Juliana espalhou para todo o colégio sobre as duas, o diretoras chamou para uma conversa que na verdade foi uma bronca horrível, cheia de preconceitos. Antônio interviu por elas e os dois acabaram discutindo, o que causou a demissão do professor. Eduarda contou o acontecido para os pais e procuraram a justiça. O diretor acabou perdendo o emprego e o professor foi colocado em seu lugar. Todos adoraram aquela mudança. A família de Eduarda não gostou nada de saber de sua condição sexual. Tios, primos, avós, quase todos questionaram os pais dela porque a deixaram namorar outra garota ao invés de tenta-la livrar desse “mal”, alegando que ela estava condenada a ser infeliz e blá, blá, blá... Eduarda discordava daquilo, estava cada dia mais feliz. Sua irmã a principio odiou aquilo também, mas acabou aceitando. Em outubro fez um vestibular para uma universidade federal. Concluiu o ano escolar junto com seus amigos e sua namorada, no último dia saíram para comemorar em uma pizzaria e conheceram o namorado de Fabrício, que não havia revelado para os pais sua homossexualidade. Eduarda nunca mais teve notícias de Gabriel, ele não a procurou desde o flagra e ela adorou isso. Em janeiro do ano seguinte saiu o resultado do vestibular, estava ansiosa. Procurou a lista com as colocações e segurou a mão de Camila. Seus pais estavam ao seu lado também, tão ansiosos quanto ela. Abriu a lista e procurou seu nome.
Eduarda: Hum... Não estou achando meu nome...
Adélia: Filha, ali no nove!
Jorge: Ficou em nono lugar filha.
Eduarda pulou da cadeira, gritando de alegria.
Eduarda: Passei! Eu passei! Passei, vou fazer medicina!
Abraçou Camila e seus pais em seguida, chorando de emoção. Camila passou também, iria fazer educação física. Os pais de Eduarda fizeram um jantar para comemorar entre eles mesmo, com esforço aceitaram Camila e até passaram a gostar dela. No dia seguinte Eduarda foi para a casa da namorada, recebeu os parabéns dos pais dela as duas e foram para o quarto depois que ficaram sozinhas em casa,
Eduarda: Vou realizar um sonho.
Camila: Estou tão feliz por tudo isso...
Eduarda: Também estou.
Se beijaram. O relacionamento das duas era muito intenso, sentiam muito amor, não passavam um dia sem se ver, mas nem sempre faziam amor. O relacionamento delas ia muito além do sexo, num dia faziam amor por horas e no outro ficavam deitadas conversando, brincando, fazendo carinhos. Claro, haviam discussões também, opiniões que se divergiam, mas nada que não fosse fácil de ser resolvido. As mãos de Camila entraram sob a blusa de Eduarda, que intensificava o beijo enquanto descia as mãos para dentro do short de Camila, apertando suas nádegas com desejo. Camila ficou por cima dela e retirou a blusa, abocanhando um seio da namorada, fazendo a vibrar com aquela carícia. Faziam tudo com calma, querendo aproveitar cada momento. Eduarda passou e esfregar-se na coxa de Camila que estava entre suas pernas, soltou um gemido, o que fez a outra gemer também. Os lábios de Camila foram descendo, parando em cima do short de Eduarda. O desabotoou e se livrou dele, junto com a calcinha. Eduarda se ajoelhou na cama e despiu a namorada, contemplando cada pedaço daquele corpo como se fosse a primeira vez que o via. Colaram seus corpos desnudos e se beijaram intensamente, deitaram-se novamente lado a lado sem parar o beijo. Camila pôs seu corpo parcialmente sobre a outra, colando seus seios nos dela, levou uma mão para o sexo da amada e passou a tocá-la. Penetrou-lhe dois dedos, Eduarda estava muito molhada, passou a estimular o clitóris com o polegar. Eduarda gemeu na boca de Camila, levou a mão ao sexo da namorada e passou a estimulá-la também. Conforme o prazer aumentava, o ritmo dos movimentos se tornava cada vez mais frenético. Gozaram juntas, se recuperaram e voltaram a se beijar. Camila desceu os beijos pelo corpo de Eduarda e parou em seu sexo que estava bastante úmido e quente, passou a sugar e lamber, levando a namorada ao delírio outra vez. Logo Eduarda teve outro orgasmo, Camila não parou, fazendo-a go/zar outras vezes. Eduarda, após se recuperar o último orgasmo avassalador deitou a namorada e passou a sugar-lhe os seios, desceu os beijos indo ao encontro do sexo dela, penetrou-lhe dois dedos enquanto sugava-lhe e lambia o clitóris, fazendo Camila gemer, delirar de prazer. Segurou a cabeça da namorada para que não parasse aquela carícia e go\zou. Eduarda a beijou na boca e as duas se abraçaram e acabaram adormecendo. Talvez tudo isso não seja eterno, talvez o amor se acabe um dia, ou tenham alguma decepção, ou talvez seja pra sempre, formem uma família e não se separem nunca, mas jamais saberiam o que acontece depois se nunca tivessem tentado.
“Seja feliz do jeito que você é, não mude sua rotina pelo o que os outros exigem de você simplesmente viva de acordo com o seu modo de viver.” Bob Marley.
Fim
Autor(a): lindaflor
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