Fanfic: Intenso amor (lesbica) | Tema: Amor entre mulheres

Segurou o choro, não queria estar com ele nessas condições. Gabriel saiu de dentro dela, tirou o preservativo e o amarrou, saiu do quarto procurando o banheiro para jogá-lo fora. Quando voltou encontrou Eduarda vestindo as roupas.

Gabriel: O que ta fazendo?

Eduarda: Tenho que ir embora.

Gabriel: Como assim? É só isso?

Eduarda: Não era isso que você queria?

Gabriel: Falando assim parece até que eu só queria sexo com você.

Eduarda: Olha Biel, não estou em condições de conversar agora.

Gabriel: Foi tão ruim assim?

Perguntou como se sua masculinidade tivesse sido atingida.

Eduarda: Não, você foi um amor. Gostei muito... Mas não é isso, eu não me sinto bem.

Terminou de vestir-se.

Eduarda: Eu vou pra casa, ta bem? Conversamos depois.

Gabriel: Posso ir na sua casa mais tarde?

Eduarda: Amanhã você vai, eu juro que vou estar bem melhor.

O beijou nos lábios e saiu do quarto. Quando abriu a porta ele apareceu na sala vestido com a bermuda.

Gabriel: Quero conversar com você Duda. Amanhã vou na sua casa e você vai me explicar essa sua súbita mudança de opinião sobre sua primeira vez.

Eduarda: Ok...

Pegou a mochila e a bicicleta, se despediu do namorado e foi para casa. Falou com os pais, largou a mochila no quarto e foi tomar um banho demorado. O que falaria para Gabriel? Como teria coragem de olhar para Camila novamente? Porque sentiu prazer ao beijar Camila? Porque não conseguiu desejar Gabriel, não sentir tanto prazer durante o sexo? Tantas perguntas pairavam em sua cabeça, tantas dúvidas, incertezas... Despertou dos pensamentos quando sua mãe bateu na porta.

Adélia: Filha, está tudo bem?

Eduarda: Sim mãe, já estou terminando.

Desligou o chuveiro e se enxugou. Foi para o quarto enrolada na toalha, se vestiu e ligou o notebook. Tinha que digitar o trabalho e mandar para as garotas. As folhas do caderno de Camila trouxeram as lembranças. Digitou o trabalho e mandou as partes para as amigas por e-mail. Foi comer algo, estava faminta, e depois que terminou, deitou-se e dormiu. Na tarde do dia seguinte Gabriel foi à sua casa. Adélia adorava o genro, já Jorge, pai de Eduarda, não gostava muito dele, o chamava de “vagabundo” por já ter 20 anos e não trabalhar, não estudar e não querer nada com nada. Eduarda o levou para seu quarto, ele sentou-se na cama e ela ficou em pé, em certa distância dele.

Gabriel: E então?

Eduarda: Olha... Eu não sei o que me deu ontem, ta bem? Eu só queria estar com você, percebi que estava pensando somente em mim e me esquecendo de você.

Gabriel: Tem algo mais, algo que não quer me contar.

Levantou-se e foi até ela.

Gabriel: Você nunca foi impulsiva assim, quando foi à minha casa ontem não reconheci a garota que estava na minha frente. Sabe Duda, eu gostei muito de ontem, muito mesmo, mas não senti que estava fazendo amor com você.

Eduarda: Me desculpa tá... Olha, eu estou muito ansiosa, esse é meu último ano escolar, estou cheia de trabalhos e provas...

Gabriel a abraçou.

Gabriel: Eu te entendo... Se quiser eu vou embora e te deixo estudar.

Eduarda: Jura que não vai ficar com raiva?

Gabriel: Claro que não!

Eduarda: Então eu quero sim.

Ele lhe sorriu e lhe beijou a testa.

Gabriel: Então eu já vou.

Beijou-lhe e foi embora.

Eduarda: Eu não mereço ele...

Pegou o livro e foi estudar. Seus fins de semana já foram mais animados, mas esse era diferente. Estava com o assunto do trabalho na ponta da língua, poderia apresentar tudo sozinha se fosse preciso. Mas o colégio não era a sua preocupação, aquela garota mexeu com ela, se antes nem a notava direito, agora não saia de seus pensamentos. A todo momento se lembrava do beijo, do olhar de Camila sobre ela. Deitou-se na cama e passou a pensar nela, em seu corpo, no beijo, no olhar, no toque... Não percebeu quando levou a mão para dentro do short que usava e começou a se tocar.               A voz, o cheiro, seu jeitinho de falar, o sorriso. Tudo em Camila agora a atraía muito, aquilo não era certo. Tirou a mão bruscamente de onde estava e balançou a cabeça.

Eduarda: Não pode ser, estou ficando louca, só pode.

Respirou fundo. Decidiu que aquilo não era nada de mais, alguma fantasia idiota da sua cabeça, ela iria esquecer e tocar sua vida adiante como se nada tivesse acontecido. Teve seu momento de loucura, talvez fosse curiosidade. Já sentiu atração por outra garota quando tinha 13 anos, não levou muito a sério, mas por vários meses desejou ter aquela garota. Iria ignorar Camila, agir como se ela fosse qualquer outra colega de fora do seu grupo, uma simples novata. Talvez pudesse vê-la novamente como amiga, ou talvez não. Passou o domingo inteiro com Gabriel, agora sentiam mais liberdade um com o outro, fizeram sexo, dessa vez com mais participação de Eduarda. No dia seguinte chegou no colégio e se juntou aos seus amigos. Não viu Camila entre eles, mas sabia que ela sempre era a última a chegar.