Fanfics Brasil - Capítulo 7 Intenso amor (lesbica)

Fanfic: Intenso amor (lesbica) | Tema: Amor entre mulheres


Capítulo: Capítulo 7

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Manoela: Duda, recebi o e-mail, o trabalho escrito já está pronto e eu já imprimi, se quiser ver...


 


Eduarda: Na sala você me mostra.


 


Manoela: Ok, já estudou?


 


Eduarda: O que você acha?


 


Falou em tom de brincadeira e as duas riram. Logo Camila chegou, como sempre sorrindo para todos. Eduarda sentiu um leve tremor, o coração acelerou e sentiu suar frio. Estava com medo, tentou disfarçar e aparentemente conseguiu.


 


Camila: Bom dia!


 


Todos responderam, menos Eduarda.


 


Camila: Bom dia Duda!


 


Disse, jogando a bolsa no chão e se sentando em seu colo, deixando Eduarda totalmente surpresa e sem reação.


 


Eduarda: Bom dia...


 


Pigarreou quando respondeu. Não podia gritar com ela, trata-la mal, tirá-la de seu colo, todos desconfiariam. Camila estava entretida conversando com os amigos, seu cheiro impregnou as narinas de Eduarda, um cheiro bom, adocicado... E os cabelos que caíam sobre os ombros, os olhos que se apertavam quando ela sorria, aquele sorriso perfeito que ela insistia em mostrar, suas mãos delicadas e o jeito como as move quando está falando alguma coisa... Tudo nela era perfeito, talvez não tão perfeito para os outros, mas para Eduarda sim, que se pegou admirando cada traço da garota que estava ali, em suas pernas e com o corpo encostado no seu.


 


Manoela: ...é bom mesmo, concorda Duda?


 


Eduarda estava presa em seus pensamentos, Camila não percebeu o olhar dela sobre si.


 


Manoela: Hein Duda?!


 


Eduarda: Hã?


 


Manoela: Estamos falando que é bom planejar uma viagem no fim do ano depois que a gente concluir, pra fechar com chave de ouro.


 


Eduarda: Ah sim, é ótimo...


 


Afastou os pensamentos da cabeça.


 


Eduarda: Vou ao banheiro, pode me dar licença?


 


Falou para Camila. Ia tocá-la no braço, mas achou melhor não fazer isso, coisas muito estranhas estavam acontecendo com ela. Camila se levantou e Eduarda saiu, deixando sua bolsa lá. Entrou no banheiro e haviam três garotas do 1º ano fofocando, ignorou-as jogou água no rosto, tentando esfriar a sua pele que queimava de desejo.


 


Eduarda: O que está acontecendo comigo?


 


Respirou fundo e ficou se encarando no espelho, quando viu Camila entrar. Desviou o olhar.


 


Camila: Tudo bem?


 


Eduarda sorriu nervosa, estava tensa.


 


Eduarda: Sim.


 


Camila tocou seu ombro, mas Eduarda se afastou dela.


 


Camila: Eu quero te falar uma coisa.


 


Olhou nas cabines para ver se tinha alguém, mas só estavam as duas lá dentro.


 


Eduarda: Vai me beijar de novo, é isso?


 


Disse irritada.


 


Camila: Se você quiser...


 


Falou cínica, provocando Eduarda, que ficou mais irritada. Camila sorriu.


 


Camila: Estou brincando. Olha, aquilo foi um erro, tá?! Não era pra ter acontecido, agi por impulso, devo ter ficado louca de tanto estudar. Não quero que fique estranha comigo, conquistei sua amizade e não quero perder.


 


Falou, se aproximando. Eduarda não conseguia parar de olhar os lábios dela, que se moviam sensualmente enquanto falava. Sentiu as pernas bambearem, sua boca umedecer mais.


 


Camila: E então...?


 


Aproximou-se mais. Eduarda sentiu-se tonta e se apoiou na pia.


 


Eduarda: Ta tudo bem. Olha, é melhor irmos para a sala e esquecer isso, ok?


 


Camila: Concordo. Amigas novamente?


 


Estendeu a mão com aquele belo sorriso esboçado. Eduarda segurou a mão dela.


 


Eduarda: Sim.


 


Camila sorriu e a abraçou forte. Eduarda tentou resistir, mas não conseguiu e a abraçou também. Camila encostou a cabeça no ombro dela enquanto a enlaçava mais forte pela cintura. Institivamente Eduarda legou o rosto aos cabelos dela e ficou inalando o cheiro bom que saia deles. Foi algo mágico, inexplicável o que sentiu naquele momento. Camila afrouxou o abraço e se afastou alguns centímetros.


 


Camila: É melhor a gente ir.


 


Eduarda somente afirmou com a cabeça e saíram juntas dali, mantendo certa distância uma da outra. Sentaram nos mesmos lugares como de costume e assistiram as aulas. Eduarda não conseguiu prestar atenção nas aulas, estava acontecendo algo com ela, admitiu para si mesma que estava se apaixonando por Camila. Queria gritar, quebrar tudo, fugir para bem longe, arrancar de qualquer forma aquele sentimento que estava crescendo dentro dela. Pegou uma folha de caderno e começou a rabiscar com força, tanto que chegou a rasgar a folha. Queria fazer aquilo com o seu coração, castiga-lo por estar fazendo aquilo com ela. Eduarda tinha que amar Gabriel, ele sim! Bonito, jovem, a amava, tentava agradá-la, e principalmente: é homem. Mas o que sentia por ele não era tão forte quanto o que sentia por Camila.


 



“Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.

Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.            


 


                                                                                                                  Carlos Drummond de Andrade


 


 


 


Foi com esse poema que Antônio, professor de literatura, começou a aula após o intervalo.


 


 


 


Todos: Uh!


 


 


 


Eduarda sentiu os olhos marejarem. O que seria dela agora?


 


Antônio: Silencio! Bom, o que vocês pensam sobre o amor?


 


X: Que é uma porcaria!


 


Falou Kleber, que fica sempre no fundo e é o mais bagunceiro da sala.


 


Antônio: Tem certeza? Alguém com uma opinião mais construtiva?


 


Camila: Bom, eu acho que o amor é um sentimento muito bonito, e quando sentido deve-se vive-lo intensamente.


 


Antônio: Muito bem Camila! Alguém mais?


 


Todos ficaram em silêncio.


 


Antônio: Tá... Já que ninguém mais quer falar, quero que façam uma redação ou um poema de no mínimo 7 linhas sobre o que é e o que pensam sobre o amor.


 


Kleber: Tá de sacanagem não é?


 


Antônio: Rapaz, mude esse seu jeito de falar. E sim, é sério. Darei 1 ponto para quem fizer, mas quem levar à sério. Eu lerei um por um. Podem começar.


 


Todos abriram seus cadernos e começaram a escrever. Como definir o amor? Eduarda não sabia. Passou alguns minutos pensando e nada fluía. Fechou os olhos, respirou fundo e passou a escrever.


 


“Amor... Algo tão complexo, tão difícil de entender. É algo que faz doer, machuca, é incompreensível, não se preocupa com quem enlaça, simplesmente o faz. Amar é libertar e não prender, é compreender e ser compreendido. Mas o amor muitas vezes se torna impossível, talvez por medo de amar, ou pelos julgamentos infundados de outros, ou simplesmente por amar alguém que não se devia amar. É estremecer, arrepiar, sentir as pernas bambas e o coração batendo mais rápido e mais forte, ter o brilho nos olhos e a necessidade de ter aquele alguém sempre por perto, é saber perdoar, fazer loucuras, se sentir vivo, faz sorrir, chorar, querer sair correndo sem rumo, querer gritar para todo mundo ouvir,  perder a noção de tudo, querer dar o mundo para a pessoa amada. O amor deixa qualquer um louco!”


 


Foi uma das últimas a terminar. Entregou ao professor, que guardou a folha em uma pasta. Após todos terminarem, ele retirou todas as folhas da pasta e chamou um por um.


 


Antônio: Agora quero que leiam em voz alta para seus colegas.


 


Todos começaram a resmungar.


 


Antônio: Vamos pessoal! Não é tão ruim assim. Bruna, começa.


 


Bruna: Porque eu, professor?


 


Antônio: Porque escolhi você, agora começa.


 


Bruna foi para a frente, totalmente emburrada e leu o que havia escrito. Garota sonhadora, aos 17 anos e ainda acreditava que existiam “príncipes encantados”. Eduarda riu do que a garota havia lido.  Mais dois colegas leram quando o professor chamou seu nome. Começou a ler e todos a olhavam atentamente, principalmente Camila. Talvez não todos a olhavam, Eduarda só conseguia olhar para Camila, e se esqueceu do restante. Terminou e todos aplaudiram.


 


Antônio: Muito bem Eduarda! Gostei bastante.


 


Eduarda: Obrigada professor.


 


Antônio: Vem você agora, Camila.


 


Camila: Posso ler daqui mesmo?


 


Antônio: Quero você aqui na frente, como seus colegas fizeram.


 


Eduarda se sentou e Camila levantou. Olhou para o papel e para seus colegas, suspirou e começou a ler.


 


“O amor é bom, gostoso de sentir. Ruim mesmo é quando se sofre por ele. Sempre tem momento, quando se olha pela primeira vez para alguém e sente que esse alguém é quem vai virar sua vida de cabeça para baixo, vai te fazer sentir coisas inexplicáveis e bonitas, que se tem vontade de escrever poemas e mais poemas pensando nesse alguém, que se tem vontade e jogar tudo pro ar e não se importar com nada que lhe impeça de viver esse amor, como se cada segundo com a pessoa amada fosse o último. É não deixar as oportunidades passarem, se importar com o que realmente é importante e lembrar que resto é sempre resto, se arriscar. É desenvolver uma história bonita, que tenha seu começo, seu meio e fazer de tudo para que nunca tenha um fim.”


 


Todos a aplaudiram. Camila olhava para Eduarda, como se aquilo fosse para ela.


 


Antônio: Essas garotas estão de parabéns! Muito bom seu texto, Camila, continue assim.


 


Camila: Obrigada!


 


Entregou a folha para o professor e foi para seu lugar. Eduarda sentiu alguém tocar seu ombro, era Camila.


 


Camila: Gostou?


 


Eduarda: Sim, muito bonito o que disse.


 


Camila: Que bom que gostou.


 


Passou a mão carinhosamente pelo ombro de Eduarda e se afastou dela, sentando-se direito em sua carteira. Ouviram os outros colegas e depois foram embora. Eduarda estava em seu quarto, andando de um lado para outro, pensando no que fazer. Ajudou sua mãe a arrumar a casa, estudou novamente o trabalho do dia seguinte, mas algo a perturbava. Porque ela? Porque não outra garota?


 


Eduarda: Que droga!


 


Se jogou na cama, tentando esquecer. Havia falado com Gabriel, pediu que não fosse vê-la naquele dia, inventou que estava com cólica. Seu corpo parecia estar gélido, a pele rígida, os músculos tensos, nada fazia sentido. Estava se apaixonando por uma garota e aquilo era o fim para ela, que ouviu de seus pais, avós, tios, etc., que a mulher nasceu para o homem e vice-versa, que amor entre duas pessoas do mesmo sexo é pecado e pessoas que não seguem isso não tem o perdão de Deus. Amar Camila ia contra qualquer regra, e logo Eduarda, que sempre foi a filha perfeita. A confusão, o medo da rejeição, o desejo de ter Camila, de descobrir os prazeres que aquela garota poderia lhe proporcionar e vice-versa, a vontade de lutar e o medo de perder. Tudo isso rondava a cabeça de Eduarda, que achou que iria enlouquecer. Não chorava embora tivesse vontade, talvez chorar fizesse doer mais. Ficou em silêncio, deitada em sua cama. Pegou o travesseiro e tentou se sufocar, em vão. Acabou adormecendo. 



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Autor(a): lindaflor

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • annaflavia Postado em 23/07/2014 - 12:15:50

    Gostei da estoria... Parabéns!!! *_*


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