Fanfic: Intenso amor (lesbica) | Tema: Amor entre mulheres
X: Duda, ta ai?
Era a voz dela, Camila.
Eduarda: Me deixa.
Camila: Duda, você ta estranha, sai dai, vamos conversar.
Eduarda respirou fundo, tentando se controlar. Abriu a porta e seus olhos foram ao encontro daqueles olhos verdes.
Eduarda: O que quer conversar?
Camila: Me diz você. Todos estão percebendo que tem algo estranho.
Eduarda: Porque não me deixa em paz?
Camila: Porque me importo com você.
Tocou-lhe o braço, mas Eduarda empurrou sua mão bruscamente.
Eduarda: Se preocupe com o Gustavo, vocês estão namorando, não é?
Camila sorriu irônica.
Camila: Essa é sua preocupação?
Eduarda: Mas é claro que não? Porque eu me importaria com isso?
Camila: Me diz você.
Eduarda deu as costas para ela, seus olhos estavam marejando, queria disfarçar.
Eduarda: Eu não tenho nada a ver com o que acontece com você, com quem sai ou com quem namora. Me deixa em paz.
Camila: Não saio daqui até ter uma resposta convincente.
Eduarda segurou o choro. Queria gritar com Camila, preferia sentir ódio dela, mas não conseguia. Virou-se para ela, que a olhava com um ar de interrogação, com os braços cruzados. Tentou lutar contra o desejo, não havia ninguém mais ali além das duas, queria muito que alguém chegasse e acabasse com aquela tortura, ou que tivesse maior controle sobre seu corpo para evitar o inevitável. Avançou em Camila, colando seus lábios nos dela ali mesmo, enfiando a língua na boca da outra que foi pega de surpresa. Puxou-a para dentro da cabine e fechou a porta, prensou-a entre a parede e seu corpo e devorou sua boca como um animal faminto. Camila correspondeu, as duas se beijavam com muita volúpia, os copos estavam colados, as mãos passeavam pelos corpos. Eduarda sentiu-se umedecer, queria eternizar aquele momento, queria possuir Camila ali naquele banheiro, queria sentir mais aquele corpo, vibrar junto, fazer juras de amor.
Interrompeu o beijo, abriu a porta e saiu correndo. Era loucura, tudo aquilo era loucura. Foi para a quadra, sentou-se no chão e inspirou o ar puro daquele lugar. Seus lábios queimavam, as mãos tremiam, o coração parecia querer sair pela boca, estava muito úmida, muito excitada, olhou para o céu azul e tentou buscar respostas em sua cabeça. Não voltou para a sala, não tinha cabeça para assistir qualquer outra aula, ou voltar para a sala e ver Camila. Quando deu o horário de ir embora foi para a sala, para pegar a bolsa e ir embora, mas para sua surpresa ela não estava lá. Saiu da sala para ver se encontrava algum dos amigos, viu Alice e Juliana conversando com alguns rapazes.
Eduarda: Ju, viu minha bolsa?
Juliana: Duda, onde estava?
Eduarda: Na biblioteca. Viu minha bolsa?
Juliana: Não vi...
Alice: Duda, a aula acabou uns 20 minutos mais cedo hoje, Camila ficou com sua bolsa e disse que ia te procurar...
Juliana: E pelo jeito não achou.
Eduarda: Que droga!
Viu Gustavo e foi correndo falar com ele.
Eduarda: Viu Camila?
Gustavo: Ela já foi, a mãe dela veio busca-la de carro. O que quer com ela?
Eduarda: Minha bolsa ficou com ela.
Gustavo: Eu vou ligar pra ela.
Gustavo pegou o celular e se afastou um pouco dela. Uns dois minutos depois voltou.
Gustavo: Olha, ela disse que não tá em casa agora, foi não sei aonde com a mãe, mas disse que pode ir buscar a bolsa mais tarde, lá pelas três.
Eduarda: Que droga viu!
Gustavo: Porque não estava na sala?
Eduarda: Não estava me sentindo bem...
Gustavo: Eh Dudinha, você ta muito estranha...
Eduarda: Impressão sua. Tenho que ir, tchau.
Se despediu e saiu. Foi embora pensando em como iria pegar a bolsa. Pensou em ir na casa de Gabriel e pedir para ele ir buscar. Depois se lembrou que ele ficaria fora de casa o dia inteiro, pois ia resolver uns negócios com o pai. Iria lá, pegava a bolsa e iria embora, não entraria e evitaria contato visual, resistiria ao desejo. Às três estava saindo de casa, pegou a bicicleta e saiu em velocidade. Alguns minutos depois e estava na porta da casa dela, tentando controlar-se, esperando um tempo para tocar a campainha. Nem saiu da bicicleta, ficou em cima dela. Tocou e logo Camila abriu a porta. Estava com os cabelos secos e soltos, uma camisetinha e uma saia jeans curta, deixando as pernas à mostra.
Camila: Hum... Olha quem está aqui.
Eduarda: Devolve a minha bolsa.
Falou ríspida.
Camila: Oi pra você também. Entra.
Eduarda: Tenho pressa, me da logo.
Camila: Ih acho melhor você entrar, sabe...
Eduarda: Garota, o que quer comigo?
Camila: Nada, só estou pedindo para entrar. Não tem nenhum bicho aqui dentro e nem nada morto, não sei porque não quer entrar.
Disse, cínica. Eduarda desceu da bicicleta e já ia entrar.
Camila: Vai deixar ela ai?
Apontou para a bicicleta.
Eduarda: Não vou demorar mesmo.
Camila: Tem muito ladrão por ai, sabe, eu vou fechar a porta porque tenho medo, é melhor coloca-la para dentro.
Contra a própria vontade, fez o que Camila disse. Não abaixaria a guarda, ficaria na defensiva caso ela tentasse algo. Olhou ao redor para ver se tinha alguém em casa.
Camila: Pode ficar tranquila, estamos sozinhas aqui.
Eduarda: Eu só quero minha bolsa, pode pegar logo?
Camila: Dudinha... Sabe onde é meu quarto, minha bolsa está lá.
Eduarda riu incrédula.
Eduarda: Quer que eu vá pegar?
Camila: Não é sua? Pode ir, não me importo.
Sentou-se no sofá, deixando Eduarda estupefata com o cinismo dela. Não viu outra alternativa, foi ao quarto dela e a bolsa estava em cima da cama. Pegou-a e se dirigiu à porta, mas foi impedida de sair por Camila, que bloqueou a passagem com seu corpo.
Eduarda: Pronto, agora vou embora.
Camila: Fica um pouco mais...
Caminhou para frente, fazendo Eduarda recuar. Fechou a porta atrás de si. E agora, o que fazer? Um turbilhão de pensamentos, sentimentos invadiram Eduarda.
Camila: Duda... Porque não fica aqui comigo?
Eduarda colocou a bolsa em sua frente, temendo que Camila se aproximasse mais. Camila riu dela, tocou suas mãos e retirou a bolsa, deixando-a em um canto do quarto. Chegou mais perto e colocou as mãos no rosto de Eduarda, olhando fixamente em seus olhos.
Camila: Você é linda, Duda. Poderia passar o resto da vida te olhando.
Eduarda colocou as mãos sobre as de Camila, tirando-as de seu rosto.
Eduarda: Olha, precisamos esclarecer algumas coisas.
Camila: Estou ouvindo.
Cruzou os braços.
Eduarda: Bem... Olha, eu tenho namorado, entendeu. Ele gosta de mim e eu dele, e isso que aconteceu entre nós é errado.
Camila: Errado?
Eduarda: Sim, errado. Muito errado.
Camila: Você acha que é a primeira menina que beijei, não é?
Eduarda recuou.
Camila: Duda, acha que sou infeliz?
Eduarda: Não parece...
Camila: Porque não sou. Gosto de garotas, assumi isso para mim e meus pais e agora me sinto livre, tirei um peso das costas.
Eduarda: Mas você não está com Gustavo?
Camila: Já esclareci tudo com ele, somos apenas bons amigos. Esquece o Gustavo, ta bem? Pensa em nós.
Eduarda: E porque não falou isso com a gente antes?
Camila: Eu queria conquistar vocês por meu caráter, se soubessem da minha condição sexual se afastariam.
Eduarda: Claro que não!
Camila: Tem certeza?
Perguntou, em tom desafiador. Não a aceitariam, as garotas iriam ter receio em tirar a roupa na frente delas ou simplesmente medo de levar uma cantada. Eduarda abaixou a cabeça.
Camila: Nem você me aceitaria. Não aceita a si mesma.
Eduarda a olhou com ar de reprovação.
Eduarda: Não sabe o que diz.
Camila: Duda, nenhuma garota hétero convicta beijaria outra garota assim, como fez hoje de manhã.
Eduarda: Você não sabe nada sobre mim, ok?! Eu vim aqui somente buscar minha bolsa, não para discutir meus sentimentos. Essa conversa nem deveria ter começado.
Passou por Camila e pegou a bolsa do chão.
Camila: Precisa amar alguém, e precisa de alguém que possa te amar também. Não vai ser feliz se insiste em negar para si mesma o que realmente sente, e se por acaso algum dia não suportar mais essa angústia em seu peito, estarei aqui te aguardando de braços abertos.
Tocou a mão de Eduarda, que sentiu seus olhos marejarem. Eduarda largou a bolsa no chão e se virou, ficando de frente para ela. Segurou seu rosto com as duas mãos e a beijou, sendo correspondida. O beijo era voraz, Eduarda a queria muito, mas sua consciência pesava, embora aquele beijo, aquele momento fosse o mais desejado para ela. Com Gabriel teve que esperar o momento certo, que não foi tão certo assim, e com Camila não, poderia fazer amor com ela ali mesmo, ou no banheiro do colégio como sentiu vontade mais cedo. Era isso que lhe dava medo, como Camila disse “O amor deixa qualquer um louco”, tinha medo de perder o controle, “perder a linha”, fazer coisas sem pensar e se arrepender, como o que estava acontecendo naquele momento.
Autor(a): lindaflor
Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Finalizou o beijo, a abraçou forte e se afastou. Eduarda: Não posso, sinto muito. Pegou a bolsa e saiu correndo. Abriu a porta, olhou para trás e Camila a olhava, segurando o choro. Eduarda pegou a bicicleta e saiu, foi para casa chorando, as lágrimas ofuscavam a estrada e por pouco não se desequilibrou e caiu. Guardou a b ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo