Fanfic: Amor sem Fim (adaptada aya) | Tema: Anahi y Alfonso/ Ponny

No dia seguinte, Anahi acordou depois de uma longa noite de sono, sem sobressaltos. Com uma suí­te inteira só para ela, tivera uma boa refeição, um ba­nho delicioso de banheira e uma cama confortável, que permitiram que ela logo adormecesse. Tinha chorado bastante durante o banho e descarregado as frustrações e os medos. Fora dormir exaurida e ali­viada.
De pijama, havia acabado de tomar café-da-manhã quando alguém tocou a campainha. Achava que era a camareira que voltava para tirar a mesa do café e abriu a porta sem verificar pelo olho mágico.
— Pelo visto já sabe quem sou. Posso entrar? — perguntou Perla Spyridou.
Anahi empalideceu e, em seguida, ficou verme­lha de vergonha. Foi Perla quem fechou a porta e en­trou graciosamente no quarto, sentando-se na cadeira mais próxima, totalmente à vontade. Anahi não conseguia tirar os olhos da mulher na sua frente. Os cabelos egros eram exuberantes e macios, exatamente como nas fotos. Os olhos castanhos faziam um contraste belíssimo com a pele morena e sem fa­lhas. A perfeição de Perla era de tirar o fôlego. E Anahi ficou alguns instantes sem ar.
— Vejo que está constrangida — notou Perla com uma pose de dar inveja. — Mas não precisa. Te­nho a solução para os nossos problemas.
— Não sei o que dizer. Você deve me odiar.
— Por quê? Se não fosse você a se meter na cama dele, teria sido outra qualquer. Alfonso faz o que quer e nem sonharia em mudar sua natureza. Já me sinto privilegiada em fazer parte da vida dele. Ele é um ho­mem muito especial — murmurou Perla com um sorriso apático. — Mas essa sua gravidez, sim, repre­senta um problema.
— Como sabe que estou grávida?
— Ainda não viu as fotos que saíram nas revistas? Foram tiradas ontem, do lado de fora da clínica. Aliás, não foram nada generosas com você. — Perla deu uma risada sarcástica. — Enfim, tudo que esteja relacionado a Alfonso Herrera vira notícia.
— Desculpe-me, mas não quero discutir minha vida pessoal com você.
— Se realmente se importa com o futuro dos seus filhos, vai me escutar.
Anahi gelou.
— Como sabe que estou esperando gêmeos? Perla a fitou, impávida.
— O que acha? Alfonso me contou...
Anahi ficou bastante abalada com a informação e enojada com a idéia de que Alfonso tivesse discutido a vida particular com aquela mulher. Também estava bastante intimidada com a morena deslumbrante em seu terno azul-claro, com brincos de diamante e corpo de sereia.
— Tenho uma proposta para lhe fazer — conti­nuou Perla.
— Não quero ser grosseira... mas o que tudo isso tem a ver com você?
Anahi buscava desesperadamente manter a dig­nidade.
— Pelo que sei, você e Alfonso não estão mais noi­vos.
— Alfonso e eu somos muito íntimos. Já termina­mos antes, mas sempre reatamos. Essa situação é muito desagradável e fico feliz de poder ajudar Alfonso a resolvê-la.
Anahi fechou os punhos e por pouco não partiu para cima da morena insolente. Sentia-se completa­mente humilhada.
— Então vá falar com ele sobre isso.
— Não, isso é entre nós duas. Estou disposta a adotar seus filhos assim que eles nascerem.
— Não pode estar falando sério!
— Seria a melhor solução para todos. Alfonso e eu vamos nos casar, como sempre planejamos, e cuidar das crianças. É perfeito!
Sentindo aversão por cada uma das sugestões, Anahi ficou olhando para a morena sorridente e se perguntando se seria verdade que Alfonso iria voltar para Perla, que parecia muito segura de si. Não havia por que não acreditar que ela tivesse bons moti­vos para fazer tal afirmação.
— Alfonso sabe que está aqui?
Perla ergueu uma das sobrancelhas com arrogân­cia.
— O que acha?
O coração de Anahi se encolheu e sentiu um ca­lafrio. Com certeza, Alfonso ainda permanecia inti­mamente ligado a Perla para que ela soubesse tanto sobre Anahi.
— Obviamente, Alfonso se sente responsável por seus filhos.
— Pois não precisa. Vou me virar sozinha — de­clarou Anahi belicamente.
— Mas ele não vai aceitar isso — protestou Perla.
— Ele é um Herrera e está acostumado a ter o con­trole de tudo. Não entende o que isso significa? Se ele achar que você não é a mãe ideal para os filhos dele. vai tirar as crianças de você. — Anahi estremeceu.
— Você não faz idéia no que se meteu. — Perla Spyridou balançou a cabeça impacientemente. — Alfonso é muito poderoso e impiedoso quando quer conseguir algo. Se eu adotar as suas crianças, ele fi­cará muito satisfeito e vai garantir que você nunca mais precise trabalhar ou se preocupe com dinheiro novamente.
— Nunca abriria mão dos meus filhos! — disse Anahi com mágoa e raiva. — E nenhum dinheiro no mundo vai me fazer mudar de idéia.
— Eu cuidaria deles como se fossem meus. — Perla continuava falando, com o mesmo tom de voz calmo e indiferente à atitude de repulsa de Anahi. — Estou tentando ajudar você... a todos nós. Se não tomar cuidado, vai acabar perdendo seus filhos de qualquer maneira. Não acha que eles estariam melhor se fossem criados por uma família? O que você tem para oferecer a eles? Anahi escancarou a porta:
— Por favor, saia daqui. Não estou disposta a dis­cutir mais sobre esse assunto.
Perla deixou o cartão de visitas sobre a mesa.
— Esse é o número do meu telefone. Seja sensata e faça a coisa certa. Um dia seus filhos irão lhe agra­decer.
Após a saída de Perla, Anahi ainda demorou al­guns minutos para se acalmar. Sentia-se ameaçada, intimidada.
Teria Alfonso enviado Perla como mensageira? Estariam conspirando contra ela? A cabeça latejava de tensão. Anahi amontoou a roupa que havia guar­dado no armário de volta na mala. Estava indo embo­ra, sem rumo nem prumo. Porém, precisava se prote­ger e proteger seus filhos. Mais do que qualquer outra coisa, os bebés precisavam de amor, e nada compen­saria esse sentimento ou a falta da mãe deles.