Fanfic: Fator Atração (adaptada aya) | Tema: Anahi y Alfonso/ Ponny

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Anahi franziu a testa em direção à porta. Tinha sido uma batida? Era possível que com o vento e a música ela não tivesse ouvido o táxi do convidado chegar. Lá fora, tudo parecia escuro, solitário e selvagem.

Então, novamente o barulho. Sim, sem dúvida alguma era uma batida. E insistente. E não era de admirar, a chuva estava forte demais.

Anahi arrumou o cabelo por sobre o ombro e abriu a porta. A luz incidiu sobre a figura de um homem grande coberto de água parado ali na varanda.

E ela ouviu a voz de Poncho dizer:

— Boa noite.

Poncho estava bem ali na sua frente.

Os olhos dele fixos nos dela, e parecendo... quentes.

Atordoada por um segundo, ela não pôde se mexer. Alguma parte de seu cérebro registrou que ele não estava úmido, mas sim ensopado, e não havia táxi à vista. O desespero a fez ansiar por uma explicação razoável que não o incluía como vencedor daquele leilão.

Mas não. Ondas de choque de calafrios e calor correram por seu corpo enquanto ele pegava um cartão encharcado com o número 27 e o dava a

ela.

— Parece que dei o lance mais alto no “jantar romântico em um refúgio aconchegante”.

Christian, seu cretino, eu vou matá-lo, pensou ela.

— Como você chegou aqui? — Um gemido apertado saiu por sua garganta.

Ele apontou o dedo para a estrada de terra.

— Táxi especial. Convenci o motorista a fazer essa corrida, prometendo uma gorjeta bem alta. Acho que... acho que cheguei um pouco adiantado. Desculpe- me.

O que significava...

O corpo de Anahi tremeu com aquela implicação.

— Quão adiantado? Poncho, há quanto tempo você está aí fora?

Os olhos dele brilharam com a excitação, mas isso poderia ter sido um truque da luz da lareira ou da água pingando de seus cílios, esculpindo cachoeiras no espaço entre seu nariz e seus lábios.

Não poderia?

— Bem, cheguei há pouco.

Sem chance. Ele a vira pela janela. Anahi sabia. Podia sentir em seus ossos. Obviamente, ele ficara ali, parado no escuro... quanto tempo?

Apavorada e muito envergonhada, Anahi decidiu que não queria saber. Oh, meu Deus, deixe o homem entrar. Seus dedos dormentes terminaram de escancarar a porta.

— Onde estão meus modos, eu é que devo me desculpar. Entre, Poncho, por favor. — Os olhos dela o examinaram devagar. — Precisa tirar essas roupas molhadas. Trouxe algo seco, não trouxe?

— Não. Só tenho papéis referentes ao trabalho nesta maleta. Pensei em agradecer à pessoa que me esperasse para o jantar romântico, dispensá-la e aproveitar uma noite calma e solitária aqui. Para... enfim, você sabe, para

trabalhar.

— Mas e sua convidada?

— Não planejei trazer alguém comigo, Any. Eu realmente queria uma noite tranquila e solitária.

Constrangida, ela pensou no que fazer a seguir.

— Bem, espero que esteja com fome, fiz comida para dois. Vou ajudá-lo então, e mostrar como pode ligar a secadora depois que eu for embora, assim você poderá secar suas roupas. Pediu que o táxi viesse buscá-lo amanhã?

— Sim, eu combinei que... Espere aí. Você vai embora?

— Não faço parte do leilão, Poncho. Seu lance só cobre o jantar romântico, não a anfitriã. Você deveria ter trazido alguém.

— Mas... — ele se interrompeu para tirar a malha de lã que vestia — ...você não precisa sair correndo. E minhas roupas são de lã, não posso colocá-las na secadora.

Embaraçada, ela não respondeu. Afastando-se dele e de seu peito nu ela, disse:

— Espere. Há uma toalha por aqui em algum lugar...

Estava no chão, atrás do sofá, fora de vista e bem onde ela a deixara. Claro,

ele já sabia disso. Seu rosto queimou novamente. Não que ela tivesse algum problema com nudez, mas lembrava-se da pequena fantasia que tinha em sua mente, e saber agora que o objeto daquela fantasia estivera assistindo...

Ela entregou a toalha para ele.

— No banheiro, que fica logo ali — disse ela, apontando -, há um par de roupões atrás da porta, então traga suas roupas molhadas de volta para cá e coloque-as em frente à lareira.

Assim que ele se afastou, ela correu para a cozinha. Precisava acabar logo aquele jantar e sair dali urgentemente. Dirigir até em casa debaixo daquela

tempestade, por uma estrada desconhecida era uma temeridade, Anahi sabia. Mas seria menos perigoso do que ficar ali com ele.

O som da água rolando no chuveiro a fez estremecer mais uma vez, mas ela tentou se concentrar em encher as taças de cristal sem derramar aquele vinho caro no balcão.

Depois disso, foi esperá-lo no sofá. Assim que saísse do banho, ela se despediria. Há muito tempo decidira não ser mais a mulher da vida de Poncho, e nada havia mudado.

Pouco mais de um mês depois de terem se separado, ela tentou falar com

ele novamente. O número do celular de Poncho não funcionava mais, e ela telefonou para a casa dos pais dele onde sua mãe trabalhara como criada por anos. O pai dele atendera a ligação.