Fanfic: Fator Atração (adaptada aya) | Tema: Anahi y Alfonso/ Ponny

Ela encontrou dois gravetos finos rapidamente e voltou para casa, quase recomposta.

— Tome, limpe-os — disse ela a Poncho.

Ele foi para a cozinha, onde desbastou os gravetos e depois preparou chocolate quente.

Quando Poncho voltou da cozinha, algum tempo depois, com canecas nas mãos, todo o cômodo cheirava a eucaliptos. Colocou as canecas na mesa e pôs um marshmallow em cada uma, enquanto ela espetava marshmallows nos gravetos do modo como eles costumavam fazer. Any lhe entregou um dos gravetos recusando-se a olhar para o calor em seus olhos.

— O que tem feito nos últimos anos, Poncho? Christian me disse que você estava em Dubai. É bem longe de casa.

Ele deu de ombros e sorriu. Por um instante, ela viu os fantasmas dos sonhos perdidos dele, como silenciosas sombras refletidas pelo fogo.

— O mundo é meu local de trabalho agora, Any. Sou bom no que faço.

Engenheiros geólogos são sempre procurados, especialmente nos países em desenvolvimento.

— Pensei que você tivesse aceitado aquele emprego em Queensland...

Ele assentiu.

— E aceitei. A melhor decisão que já tomei. Sabe? Abriu muitas portas. Não fiquei nele por muito tempo.

— Fico feliz, Poncho.

Se o pai de Poncho a tivesse colocado em contato com ele, se ela tivesse lhe dito a verdade, que o amava e estava com medo, medo da rejeição, medo de ele não querê-la para o resto de suas vidas, se tivesse explicado o que estava acontecendo com ela naquele instante e que precisava dele, talvez Poncho nunca tivesse atravessado o oceano. De certa forma, valera pena a angústia, a dor. Poncho tinha uma carreira agora.

— Sim Bem — Ele rolou o galho com os marshmallows rosados sobre o fogo.

— Acho que nós dois conseguimos o que queríamos.

Ah, se você soubesse.

— Você conseguiu o que desejava, não é, Any? Como foi a viagem para o norte? Você me deixou para ir para lá, não foi isso? — Os olhos dele se viraram para o fogo enquanto ele girava o galho com um cuidado enlouquecedor. — Dias quentes, noites tropicais relaxantes...

Dias desesperadores, noites solitárias. A suposição dele era fora de propósito. Uma imagem passou diante dela, Poncho e ela fazendo amor, seus membros entrelaçados, o banquete de suas bocas, corações em sintonia...

Lutando contra as lágrimas, ela respondeu:

— Não, não foi assim. Não quero falar sobre isso, Poncho.

— As coisas não deram certo como você queria? — O sarcasmo na voz dele a fez recuar.

Poncho estava magoado com ela? Ele se virou, com o fogo refletindo em seus olhos esverdeados afiados quando ele a encarou... Acusando? Avaliando? Condenando?

— Não. Nem tudo correu como eu queria. Eu... Eu escrevi para você.

No instante em que as palavras saíram de sua boca, o coração dela despencou dentro de seu peito e Anahi amaldiçoou sua língua demasiadamente apressada. Agora esperava por uma reação. Qualquer reação que lhe dissesse se ele recebera a carta — um envelope pardo, com nome datilografado, sem endereço do remetente no verso.

Sentiu a imediata mudança na atmosfera, a interrupção abrupta transformar-se em tensão quando Poncho se endireitou, os vincos entre suas sobrancelhas se aprofundando. Observando-a de modo diferente agora, através dos olhos estreitos.

— Quando?

— Algumas semanas depois que nos despedimos. Enviei a carta para o endereço de seus pais.

— Eu nunca a recebi.

Porque eles nunca mandaram a carta para você, claro.

— Eu sempre imaginei por que você não havia respondido.

— É mesmo? Por quê?

— Porque eu queria...

— Por que você me escreveu, Any?

Ela olhou dentro dos olhos do homem que mudou sua vida para sempre.

— Porque seu número de celular não funcionava, meus e-mails voltavam... Aquela era minha última esperança.

A expressão dele ficou mais intensa.

— Última esperança? — A voz dele estava áspera. — Se fosse tão importante assim, você poderia ter tentado o próximo passo lógico e contatar meus pais por telefone.

Oh, como Anahi queimou para revelar a conversa que tivera com o pai dele, mas o que de bom isso traria agora? Ele estava, obviamente, de volta à cidade para se reconectar com eles, e não seria ela a sabotar aquele reencontro. Anahi daria qualquer coisa para ter seus pais de volta, ainda sentia a morte deles. Não, ela simplesmente não poderia fazer isso.

De qualquer forma, em quem ele acreditaria? Em uma amante há muito esquecida ou em seu pai? Então ela deu de ombros a ele vaga e deliberadamente.

— Eu... queria ter certeza de que estava terminado entre nós.

— Pensei que você tivesse sido bem clara naquela última noite.

— Sinto muito — disse ela baixinho.

— Não, Any. Desculpe-me. Eu não deveria fazer isso com você. O passado ficou para trás. — Poncho apanhou a garrafa de vinho que ainda estava sobre a mesa e se serviu de uma taça cheia. — Mudei meu telefone um mês depois de ter começado no emprego em Queensland. Mudei meu e-mail também

E não pensou mais em mim.

— Sim, bem, são águas passada, agora. Bem, a parte oficial da noite estava acabada. Seus deveres de anfitriã tinham sido cumpridos.

— Bem, acho que devemos dormir. Você pode ficar com o quarto, e eu... — disse ela fazendo um gesto na direção do sofá.

Ele se virou para ela lentamente e seus olhos se encontraram.

— Vá você para o quarto. Ficarei acordado por mais algum tempo e me acomodarei na sala. Obrigado pelo jantar, Any. Boa noite. — Ele se virou para olhar o fogo.

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