Fanfic: Fator Atração (adaptada aya) | Tema: Anahi y Alfonso/ Ponny

CAPÍTULO CINCO

Ainda estava escuro quando Anahi tornou a abrir os olhos.

Ela estava com sede. Suspirando, encheu-se de coragem e, aproveitando a luz tênue que entrava pela janela, encontrou seu agasalho, vestiu-o e rastejou para fora do quarto. Uma fresta de luz brilhou quando ela abriu a porta e caminhou silenciosamente para a sala.

A lareira ainda queimava, mas não com intensidade. Anahi viu o vulto de Poncho dormindo no grande sofá de couro, a garrafa de vinho vazia ao seu lado, no chão, e uma garrafa de gim aberta sobre a mesa de centro. Ele encontrara o armário de bebidas de Ben. O que significava que não estava mais sentindo frio. Checou o relógio da sala e piscou de espanto. Eram três da manhã. Ela dormira só cinco horas.

Anahi foi até a cozinha, andando da forma mais silenciosa que conseguiu. A torneira pingou estranhamente alta no silêncio e ela encheu um copo com a água fresca, quase gelada, e o levou consigo para a sala, a caminho da cama. E parou. Apenas para checar se Poncho está mesmo bem, disse a si mesma. A verificação de pacientes durante o turno da noite era um hábito difícil de perder.

Poncho estava deitado de costas, parecendo dormir profundamente. E ele também parecia bastante másculo, Anahi não pôde deixar de notar. As pontas de seu roupão tinham se aberto. Ele estava de cueca, graças a Deus. A dura curva de seu queixo parecia mais suave, relaxada, e ela desejou deslizar a palma da mão contra ele e sentir a textura. Os lábios dele estavam parcialmente abertos, como se esperassem pelos dela.

Ela mordeu os próprios lábios para fazer parar o formigamento que sentia. Se as coisas tivessem sido diferentes, aquilo seria provavelmente o que ela estaria fazendo agora. Colando seus lábios nos de Poncho.

Obrigando-se a parar de pensar nisso, espiou em volta do cômodo à procura de um cobertor ou uma manta. Ele poderia parecer aquecido, mas a consciência não permitiria que ela voltasse para a cama sem lhe oferecer o conforto de um cobertor.

Poncho percebeu que ela estava ali, mas não se mexeu. Não poderia se permitir esboçar reação alguma, não saberia como parar. Sua cabeça latejava, sua garganta queimava. Ele nunca mais beberia tanto.

Lá estava ela. A perfeita enfermeira, com um copo de água em uma das mãos e um cobertor na outra. Usando uma camiseta longa e um agasalho por cima, com as pernas descobertas, Anahi parecia tão fria quanto o líquido cristalino pelo qual ele ansiava.

Com um gemido baixo, Poncho começou a erguer a cabeça.

— Ei, Any. — Ele parecia patético e sabia por experiência anterior que ela lhe diria isso.

Ela deu um passo para trás, seus olhos arregalados e atordoados.

— Você está acordado.

Infelizmente, sim. Forçou sua língua de borracha a trabalhar:

— Você não teria alguns analgésicos por aqui para eu tomar com essa água, teria?

Ela olhou para baixo como se estivesse surpresa de ter um copo em sua mão.

— Oh, espere. Vou olhar na caixa de primeiros socorros.

— Obrigado. — Poncho fechou os olhos, quase suspirando com o alívio que sentiu com o toque do cobertor sobre o seu corpo.

Um tempo indeterminado depois, mãos frias ergueram sua cabeça e dois comprimidos foram colocados em sua língua. Em seguida, um copo foi levado aos seus lábios.

Uma voz suave perto de sua orelha murmurou:

— Engula.

Com um supremo esforço, ele se ergueu apoiado em um cotovelo e cuidadosamente tomou o copo da mão dela, seus dedos desajeitados em torno dele.

Anahi tinha um cheiro delicioso e familiar, um cheiro que ele nunca fora capaz de esquecer. Os olhos dela eram suaves e doces. Ela deveria ser uma ótima enfermeira. Aquela era Anahi, a garota que um dia fora uma boêmia que amava uma boa bebida. Era uma mulher séria, boa, gentil. E linda. Era Anahi, a enfermeira.

— Você está desidratado, Poncho. Não deveria ter bebido tanto.

Depois de um momento de silêncio, ele disse:

— O que você me falou sobre a carta e sobre tentar me contatar... — Nada daquilo mudava nada agora. — Olhe, eu nunca sou...

— Shh. — O hálito dela era quente e doce contra seu rosto quando Any tirou o copo vazio da mão dele e o fez se deitar de novo, murmurando algo sobre tensão e descanso, a voz dela um som deliciosamente suave que parecia se infiltrar em seus ossos.