Fanfic: Fator Atração (adaptada aya) | Tema: Anahi y Alfonso/ Ponny

O sono e o torpor o venceram, finalmente.

Quando Poncho acordou sob a luz da manhã, teve consciência de duas coisas ao mesmo tempo. Sua dor de cabeça sumira. Anahi, não. O corpo macio dela estava enlaçado ao dele naquele sofá diminuto, e ela dormia profundamente. Aquela era uma sensação poderosa e perturbadora. Os braços de Anahi o enlaçavam, sua respiração contra a pele dele fazia-o arder de desejo, e suas pernas emaranhadas com as dela produziam uma onda de prazer que Poncho não queria que acabasse. Ele soltou devagar a respiração, permanecendo muito, muito imóvel...

Quantas vezes, ao longo de tantos anos de separação, ele fantasiara sobre acordar desse modo? Com o corpo de Anahi contra o seu, o rosto dela a centímetros do seu, o hálito quente dela em seu ouvido?

De repente, Anahi se agitou, os dedos dela enrodilhados na lapela de seu roupão puxando-o mais para perto, como se isso fosse possível.

Lá fora, o coro das aves do amanhecer ecoou pela mata. Um brilho avermelhado tingiu a lareira, o cômodo ainda estava quente. Anahi deveria ter adicionado mais toras antes de cair no sono. Outro pensamento perturbador — quanto tempo ela o observara durante a noite?

Fazer o mesmo era justo, decidiu, e olhou para ela novamente, torturando-se com o que não poderia ter, não poderia tocar. Pelo menos, não do modo como desejava. O que ela faria se ele tracejasse seus lábios com sua língua? Se ele a beijasse agora?

Os cílios dela piscaram. Os olhos acinzentados encontraram os dele, confusos. Ele não pôde se conter; estendeu a mão e alisou uma mecha de cabelo atrás da orelha dela.

— Bom dia.

— Oi.

A voz rouca de Anahi mandou uma torrente de calor pelo corpo de Poncho. Não ajudava que ela estivesse deitada languidamente, deslizando aquelas pernas sinuosas contra ele. Ela parou abruptamente ao perceber o que estava fazendo com ele, consigo mesma, de súbito consciente de onde estava.

— Eu... Acho que caí no sono.

Ele pôde sentir o afastamento dela, física e emocionalmente. Sem pensar, estendeu a mão e segurou o pescoço dela. Viu a cautela se assomar em seu olhar sonolento.

— Acho que você dormiu. Obrigado por ser meu anjo da guarda. — Poncho se aproximou e encostou seus lábios nos dela.

Faíscas, calor, a rápida chama da luxúria, algo mais profundo que acontecera entre eles sendo lentamente relembrado.