Fanfic: Fator Atração (adaptada aya) | Tema: Anahi y Alfonso/ Ponny

Pouco mais do que os respeitáveis dois meses de luto depois, e poucos dias antes que os pais dele partissem para a Europa, Poncho foi a um jantar organizado pelo pai, no qual ela trabalhava como garçonete. Começaram um romance naquela mesma noite, mas o relacionamento acabara três meses depois.

— O que a fez escolher enfermagem como carreira? — Ele deixou cair uma colherada extra de açúcar em sua caneca, para adoçar o repentino azedume em sua boca. — Seria a última coisa que eu esperaria que você escolhesse. Você não aguentava nem ver sangue...

O olhar dela se desviou dos olhos dele. Ela se levantou e olhou pela janela.

— Era algo que eu precisava fazer.

Se ele não a conhecesse melhor, teria achado que Anahi estava mais frágil.

— O que aconteceu?

— A vida aconteceu. — Ela massageou com a palma da mão seu peito, na altura do coração. — Era hora de levar a vida de modo mais sério.

— Você? Levando a vida de modo mais sério?

Anahi se encolheu ao ouvir o sarcasmo na voz de Poncho, e então cometeu o erro de se virar. Ele estava a um perigoso passo de distância, um homem com mais de 1,80m, visivelmente emocionado.

— É. Eu precisava de um rumo, de um motivo para viver, e a enfermagem me deu isso — atacou ela de volta, sua coluna ficando mais empertigada com o ceticismo de Poncho.

O relacionamento deles fora quente, intenso... e temporário. Um rojão, destinado a se apagar. Um casinho passageiro.

O que mais poderia ter sido? Que futuro havia para o namoro entre uma garçonete e o filho de um homem rico?

— Você está feliz, então? A vida está boa?

— Nunca estive melhor. — Anahi não estava mentindo. Tinha um bom emprego, fazia o que amava cuidando de crianças doentes. Era o suficiente.

Tinha que ser o suficiente.

Ao som de uma porta se abrindo, os dois se viraram, e Christian apareceu, com olhos sonolentos.

— Achei que tinha ouvido vozes - disse ele. Pelo menos teve a discrição de não mencionar o tom das vozes. — Parece          que vocês já se...     ah... apresentaram.

— Bom dia, Christian. — Anahi encarou seu colega.

Ele havia mencionado Poncho, mas ela não tinha como saber que era Poncho Herrera.

— Eu estava indo embora. — Poncho deixou sua caneca ainda meio cheia sobre a mesa e acenou com a cabeça para Christian — Foi bom conversar.

— Fique para o café da manhã — convidou Christian. — Any faz as melhores panquecas com xarope de bordo deste lado do Pacífico.

Respingado com xarope de bordo... Os dedos dos pés dela se encolheram dentro das botas, com uma lembrança especialmente erótica. De cabeça baixa, ocupou-se em limpar a mesinha de café.

— Tenho certeza disso. — Poncho afirmou, e antes que ela pudesse recusar, as chaves tilintaram quando ele as tirou do bolso. — Mas tenho que ir, parceiro.

Poncho se inclinou para se despedir, e quando só ela podia ouvi-lo, murmurou, com sua respiração quente contra o rosto dela, os olhos em brasa com um calor que a queimava de dentro para fora:

— Mas o sexo era incrível, não era?

Anahi perdeu o fôlego e engoliu em seco enquanto a velha e conhecida dor roubava todo o ar de seus pulmões.

O olhar dele se demorou por um instante em seus lábios, e ela poderia jurar que tinha sentido seu toque. Então ele se endireitou e acenou um adeus descuidado para Christian.

— Nós nos vemos depois.

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