Fanfic: Fator Atração (adaptada aya) | Tema: Anahi y Alfonso/ Ponny

Poncho passou os dias seguintes ao seu último encontro com Any às voltas com seus pais. Almoços e compras para a casa nova, discussões de negócios com o pai. Resistiu à tentação premente de ligar para Anahi. Queria surpreendê-la, e queria fazer isso direito. Uma ligação para Christian deu a ele toda a informação de que precisava. Essa noite ela sairia do trabalho às 21h e não voltaria ao trabalho até às 15h do dia seguinte.
Poncho planejara um jantar simples, então. À luz de velas. Colocou o par de velas perfumadas com fragrância de jasmim na mesa de madeira polida. Mulheres adoravam velas. E comprou pratos lindos e uma porcelana de ótima qualidade, que levara um tempo absurdo para escolher. Os talheres novos brilhavam; as taças de cristal cintilavam.
Contratara um chef para fazer o jantar, que consistia em rolinhos primavera vietnamitas com molho para acompanhar, salada apimentada de pepino, brotos, cenouras e coentro. Filés com batatas para acompanhar e creme de espinafre. A sobremesa — abacaxi caramelado e frutas cítricas com especiarias e creme — estava gelando em sua nova geladeira de aço inoxidável.
Checou à hora, e com um último olhar satisfeito sobre os arranjos, pegou suas chaves.
— O que você está fazendo aqui?
Anahi parou de repente no saguão do hospital. Sentia-se suja, cansada, com sono e com fome. Queria tomar um banho quente, comer um sanduíche e desmaiar na cama. A última pessoa que esperava ver ali, àquele horário, era Poncho, e, ao vê-lo, seu coração pulou dentro do peito. Ele parecia lindo e selvagem, com aqueles seus olhos “venha comigo”.
— Eu deveria lhe fazer a mesma pergunta, senhorita. — Ele a olhou fingindo estar bravo. — Disseram-me que seu turno terminaria... — Checou seu relógio. — ...há mais de uma hora!
Ela riu.
— Estamos lotados hoje, infelizmente. O frio faz com que todo tipo de problema respiratório apareça.
Ele não precisava saber que ela havia se voluntariado a fazer uma hora extra toda noite pelos últimos dias porque não queria vê-lo. Não queria pensar nele. E, especialmente, não queria pensar naqueles lábios macios, naquelas mãos enormes que sabiam como acariciá-la, naqueles olhos profundos que cortavam sua respiração.
Ele usava a jaqueta de couro preta que usara no parque de diversões, e toda a lembrança sensorial daquela noite golpeou sua mente. O calor da pele dele, a aspereza de seus pelos, os gemidos dele em seus ouvidos... Ela desviou o olhar. Pelo amor de Deus, no que estava pensando?
— Uma de minhas pacientes não está se sentindo bem hoje à noite e eu ficarei com ela. Estou apenas indo buscar algo para comer... — Deus, permita que ele acredite em minha mentira.
— E a que horas você espera sair, Any? — perguntou ele com a confiança de um homem que esperava que as coisas se ajeitassem apenas porque era isso que desejava.
— Em uma hora — mentiu novamente -, talvez duas.
Um sulco se formou entre as sobrancelhas dele.
— Isso não é verdade. O pessoal da recepção me informou que você estava saindo, e eu fiz planos para esta noite.
— Planos? Comigo? — Bem, aquilo soava bastante tentador, principalmente dito naquela voz baixa e profunda, e uma parte perversa dela queria jogar longe a sensatez junto com seus sapatos de sola macia e fugir com ele. — Por que você não ligou antes?
— Queria lhe fazer uma surpresa.
— Bem, você fez mesmo.
Poncho se adiantou e deu um passo na direção dela, sem tocá-la. Ele aproximou seu rosto e beijou a ponta de seu nariz. Ela riu de novo. Então, ele tomou as mãos dela nas suas sem dizer uma palavra.
— Eu... eu... volto já — disse ela precisando, subitamente, de ar.
— Vou esperar por você aqui, meu bem — disse Poncho, enquanto enfiava suas mãos nos bolsos e dava um passo para o lado.
Ela sentiu os olhos dele em suas costas enquanto descia pelo corredor até desaparecer ao virar à esquerda. Quando ele não podia mais vê-la, Anahi parou, apoiou o quadril na maca desocupada que estava encostada na parede e respirou fundo três ou quatro vezes. O que ele estava tentando fazer, matá-la?
— Anahi! — disse uma senhora, membro sênior da equipe, aproximando- se dela e dando pancadinha no mostrador de seu relógio, obviamente em conluio com Poncho. — Seu turno terminou há bastante tempo, minha querida. — Ela girou Anahi gentilmente na direção de onde viera e a empurrou de leve. — O horário de visitas acabou, minha jovem, o pessoal do novo turno já está a todo vapor e há um homem atraente esperando impaciente por você no saguão. Vá para casa. — Piscou. — Ou melhor ainda, vá para a casa do sr. Moreno Alto e Lindo.