Fanfic: Fator Atração (adaptada aya) | Tema: Anahi y Alfonso/ Ponny

Mas Christian sorriu enquanto empilhava os recipientes vazios. Ela franziu o rosto enquanto a apreensão fazia sua pele tremer. Quando Christian sorria daquele jeito e não dava alguma resposta espertinha, normalmente era porque ele sabia de algo sobre o que ela não tinha ideia. E isso só poderia significar uma coisa: problemas.

Anahi não conseguiu dormir naquela noite. Provavelmente porque não trocara os lençóis de sua cama. E pior ainda, havia tirado a camisola e deitara-se nua. Imóvel, ela conseguia sentir o leve aroma dos cabelos de Poncho que ainda resistia em seu travesseiro. Poncho dormira bem ali, a pele dele repousara no mesmo lugar onde a dela não repousava agora. Será que conseguira relaxar na cama dela, ou passara a noite toda agitado? Será que o cheiro dela também o deixara perturbado?

A textura dos lençóis parecia despertar o corpo dela de muitas formas, e isso não era nada bom. Ah, meu Deus, pensou Anahi afofando o travesseiro, eu preciso dormir. Ela não estivera com um homem desde Poncho. Saíra algumas vezes com sujeitos diferentes, com a certeza de que precisava seguir em frente com sua vida depois que Poncho virara sua vida de cabeça para baixo. Mas a verdade era que não conseguira ir até o fim, ligar-se a outro homem, ter intimidade física com mais ninguém. Mas insistiria e acharia outra pessoa. Precisava fazer isso. Afinal, Poncho só a quisera para... sexo. Bem, não era isso que esses sujeitos ricos queriam de garotas iguais a ela? Era sempre assim Então ela deveria se conformar e continuar com sua vida.

Poncho nunca fizera segredo, sempre admitira que gostasse de um relacionamento sério, de uma família. Ora, que mal havia nisso? Nenhum. Mas Anahi era jovem demais para se comprometer. Ela queria trabalhar e viajar, experimentar a vida e se descobrir antes de se acalmar e de abraçar o lado mais sério da existência, comprar uma casa no subúrbio e ter dois filhos. Não que ele tivesse dito em algum momento que ela era a mulher com quem gostaria de criar raízes. Poncho nunca fizera nenhuma menção de transformar o que havia entre eles em um relacionamento estável. Então, bem, ela entendera o recado.

Estava quente na última noite que passaram juntos, Any se lembrava agora. A janela estava aberta e a brisa morna trazia aromas doces e misteriosos para dentro do quarto. Depois do amor, Poncho a aconchegou em seus braços, ambos sem fôlego e encantados com a descoberta de suas peles.

— Isso foi... — balbuciara ele.

— Sim... foi. — concordou ela sem conseguir articular as palavras. — Mas... enfim... foi só dessa vez, não é? Está acabado.

— Acabado? — perguntou ele. — Por quê?

— Sem promessas, sem expectativas. Não é isso que você quer? Sexo sem compromisso?

— Sem compromisso? — Ele franziu a testa e se levantou da cama. — De onde você tirou isso?

— Bem, deduzi, já que você está noivo.

— Como é?

— Bem, eu soube que seu casamento será o grande acontecimento social da estação. Esse foi o assunto principal no almoço para senhoras no qual trabalhei ontem como garçonete. No clube de campo.

— Ah, é mesmo? E as ociosas senhoras de nossa melhor sociedade mencionaram quem diabos é minha futura esposa? — A voz dele estava controlada, mas Anahi podia sentir a tensão sob a superfície.

— Aquela garota... Eleanor – alguma - coisa.

— Eleanor McDonald-Smythe. Mas eu parei de vê-la no final do ano passado! As pessoas ainda estão falando nisso?

— Bem... estão.

— E você acreditou nelas?

— Ora, eu...

— Any, estivemos juntos tantas vezes. Você realmente não me conhece ainda?

— Olhe... — disse ela um tanto embaraçada. — É hora de seguirmos em frente. Eu me dei conta de que somos muito diferentes, nossos mundos são opostos. Sou uma garota que trabalha para se sustentar, você é um sujeito rico, de uma família mais rica ainda. Não teria como dar certo.

— Você acredita mesmo nisso, Any? Ou me enganou direitinho, ou você é uma ótima mentirosa, porque durante os três meses em que estivemos juntos realmente acreditei que caminhávamos para um relacionamento.

De volta ao presente, em sua cama vazia, Anahi pensou naquela última vez. Como explicar a ele o medo que tivera de se machucar? De entregar seu coração a ele e sofrer? Poncho tinha razão, ela era uma mentirosa. Claro que desejava um relacionamento com ele. Mas o medo de sofrer a impedira. Dois dias depois de romperem, ela deixara a cidade e, ao regressar, ele havia partido.

E agora estava de volta. Ah, Deus.

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