Fanfic: Voltando a amar. (Laliter) | Tema: Quase Anjos, Laliter

O outro dia, Peter continuava pensando que significado teria aquele sonho da noite anterior, mas não encontrava nenhum.

– Bom dia Pitt – disse Euge com o apelido carinhoso que colocara a Peter.
– Bom dia Euge... Está, tudo bem? – a olhou duvidoso.
– Sim claro, tudo ótimo e você?
– Certeza? Tudo, tudo muito bem?
– O que foi? Aconteceu alguma coisa? Eu estou bem já disse.
– Não não, está tudo ótimo – forçou um sorriso – Mas se você estiver mal, pode falar comigo, ok? – disse dando um joia, enquanto mordia um pedaço de pão.
– Tá bom – o olhou estranho.

Euge ficou um pouco preocupada com tantas perguntas vindo de Peter, seu rosto tinha um ar de preocupação, de que sabia alguma coisa e não lhe queria contar. Após alguns minutos, esqueceu o ocorrido e subiu as escadas para acordar Gastón e Nicolás. Levantaram com certa embriagues, não por terem bebido e sim pelo excesso de sono. Resmungaram algumas palavras e Euge apenas riu, e começou a gritar ainda mais para que acordassem.
Eles começaram a se arrumar, pois iriam passear pela pequena cidade, Euge obviamente fazer algumas compras e iriam almoçar em um lugar tranquilo, o que já havia virado rotina. Encontrariam também um amigo de Peter, que morava próximo a casa de praia de seu avó.

O avô de Peter morrera anos atrás, quando ele ainda tinha seus 12 anos, mas isso não lhe impedia de não recordá-lo. Pedro Lanzani era especial, não apenas para Peter, como para todos que o cercavam. Ele tinha uma luz, algo especial que todos que o conheciam, rapidamente gostavam dele. Era como se fosse um imã, ele atraia pessoas, e elas não se desapegavam mais. Quando o pai de Peter o "expulsou" de casa, Peter não sabia para onde ir. Ficou uns dias na casa de Nicolás, até que uma senhora bateu na porta dele um dia.

– Olá – disse a Nico – O senhor Peter Lanzani está?
– Claro, só um momentinho vou chamá-lo. – ele sorriu e fechou a porta. – Peter – disse sussurrando – Você fez alguma merda nos últimos dias?
– Não, por quê? O que foi?
– É que tem uma senhora advogada ali fora perguntando por você!
– Sério? Qual é o nome dela?
– Não sei, não perguntei né... – sorriu e Peter o olhou torto – Mas vai lá ver o que ela quer contigo, anda! – disse apontando a porta, como se fosse sua mãe.

Peter foi atendê-la e a fez passar, conversaram e ela foi ao ponto.

– Bom, sei que isso tinha que ser revelado a você assim que tivesse feito 18 anos, mas seu avô pediu para esperar até acontecer um deslize de seu pai.
– O que quer dizer? Você conheceu o meu avô? – a encarou sem entender nada.
– Sim, eu era advogada dele, ele confiou em mim para que te contasse o que vou lhe dizer agora.
– Certo
– Bom – ela fez uma breve pausa o encarou e enfim continuou – O seu avó, Pedro Lanzani, deixou a herança dele para você. – Peter riu.
– Como assim? – disse rindo ainda – O meu avó não tinha nada, vivia em uma casinha simples e me deixou uma herança? – riu
– Isso mesmo. O seu avó tem uma quantia alta no banco e também várias propriedades espalhadas por Buenos Aires, incluindo uma casa em frente à praia.
– Você tá brincando né? – a olhou e ela tinha um olhar sério, não parecia que estava brincando com ele ou querendo prega-lhe uma peça.
– Não, está tudo relatado aqui, em seu testamento. – disse tirando umas folhas de uma pasta e Peter começou a ler.

Aos poucos as coisas foram se encaixando, ele se surpreendeu da quantia alta que seu avô tinha na conta: mais de 5 milhões. Vários apartamentos na capital, e uma casa na praia. Se não houvesse aqueles documentos comprovando tudo aquilo, ele não acreditaria, pois seu avó era um homem tão simples, que as vezes até lhe dava pena, ele sozinho em uma casa pequena, quase não tinha móveis... Seria impossível imaginar que ele era um milionário. Com todos aqueles documentos, tinha também uma carta. Quando se despediu da senhora, ele contou tudo a Nicolás que se surpreendeu tanto quanto ele. Foi para o quarto e começou a ler a carta.

"Querido Peter...
Sei que tudo isso possa ter te deixado um pouco ou muito confundido, eu sei, e se perguntará o porquê nunca lhes contei nada sobre essa herança, mas te responderei através dessa carta tudo o que precisa saber.
Você sabe que sempre fui uma pessoa muito simples, sempre trabalhei para ganhar um salário bem baixo, ao se comparar com a fortuna que estou te dando agora... Mas quando era jovem, eu fui um importante arquiteto aqui em Buenos Aires. Desenhei muitos prédios que são pontos turísticos aqui, porem quando comecei a ganhar dinheiro, isso me subiu à cabeça, e fui gastando tudo à toa. Em bares, com mulheres, carros, bebidas, enfim tudo... Até que encontrei a sua avó. Ah! a linda Ana Inchausti me fez delirar. Era perfeita para mim, quando nos casamos, ela me fez colocar os pés no chão, parei de gastar e parei também de trabalhar como arquiteto, pois sabia que com a quantia alta que eu ganhava, iria ter uma "recaída" outra vez, mas guardei o que me restou em uma conta, que é essa quantia que você tem em mãos. Você se perguntará o porquê não dei para o seu pai, mas na verdade o propósito era esse, dar para o meu filho. Mas com o tempo, fui percebendo que ele tinha puxado a mim nessa parte, e sabia que o caráter dele era bem forte para ser mudado. Fui mantendo isso em secreto, até que você nasceu... Você era tão diferente dele, tão diferente de mim... Você se parecia com sua mãe e sua avó... Solidário, compartia todos os brinquedos com os amigos, o que era estranho para um menino de 6 anos. Você nos transmitia amor, e então pensei que tudo isso seria destinado a você.
Sei que você vai saber o que fazer com esse dinheiro. Sei que não o gastará à toa, e sei que será por uma boa causa. Mas te dou um aviso meu netinho, que agora deve ser netão, mantenha os pés no chão. Não deixe isso mudar quem você é, nem deixe você mudar com os que te amam. Ajude quem precisar, sem pensar que te sobrará pouco dinheiro. As boas ações sempre voltam a aqueles que a cometeram.
Nunca se esqueça que seu avó te ama, e que mesmo não estando presente, pensa em você.
Com amor,
Pedro Lanzani."

O rosto de Peter estava cheio de lágrimas... Não por alegria pela aquela quantia que agora estava em suas mãos, claro que isso ajudava muito, mas pela forma em ver como seu avô o amava. Fazia tempo que não escutava, ou nesse caso lia, um "eu te amo" de alguém. Seu pai nunca lhe havia pronunciado essa palavra. Sua mãe sim, mas já fazia anos que morrera. Ficou pensativo no quarto, e teve ideias sobre o que fazer com o dinheiro.

Os quatro foram ao centro da cidadezinha, como prometido Euge comprou varias coisas mais entre roupas, acessórios, sapatos, e etc. Os meninos apenas ajudavam a levar as sacolas. Foram em um pequeno parque de diversões, a melhor parte para os meninos, e a pior para Euge, pois vomitou muito quando desceu da montanha russa, mesmo sendo bem pequena.

– Ei, Peter! – gritou um homem alto, de pele branca e cabelos castanho escruro que batiam até os ombros, acenando para ele.
– Pablo! – o abraçou, este era seu amigo o qual iriam encontrar – Que saudades de você cara, como andam as coisas?
– Tudo ótimo, melhor não podia ser, e você?
– Tudo bem também – sorriu – Bom, deixa eu te apresentar os meus amigos – o levou em direção dos três. – Este é Gastón, Nico e Euge. E gente, este é o Pablo Martinez, meu amigo desde que vim aqui conhecer a casa do meu avô.
– Só Pablo, por favor. – sorriu – É um prazer.

Entre conversa vai e conversa vem, Pablo os convidou para dar uma caminhada nos pontos turísticos daquela pequena cidade, ou melhor, uma vila. Ele lhes mostrou uma estatua que havia ali a mais de 100 anos, a casa da moeda, o parque de diversões que horas atrás eles já haviam conhecido, entre outros. Pararam em uma sorveteria pois o calor estavam matando todos. A camisa pregava nas costas, Gastón estava com o cabelo molhado de tanto suor e Nico, sem vergonha nenhuma já estava andando sem camisa pela cidade, o que causou um pouco de ciúmes a Eugenia, que viu algumas meninas olhar - e muito - para ele.

– Ai coloca essa camisa Nico! – disse Euge
– Olha lá Peter, a Euge com ciúmes do Nicolás – disse Gastón dando umas cotoveladas nele.
– Não é ciúmes seu besta! – respondeu ela – É porque não pode tirar a camisa assim, no meio da cidade...
– Mas aqui pode sim Eugenia – disse Pablo – Aqui é uma cidade ao redor da praia, todo mundo anda assim – sorriu.
– Ah... Então tá – disse ela sem graça.
– Bom, Peter vamos ali comprar uma água de coco? – disse Gastón apontando para o outro lado da rua – Estou morrendo de sede, e prefiro uma água de coco do que um sorvete.
– Você diz isso depois que comeu o sorvete? – perguntou Pablo.
– Ixi, esse daí você nem conhece – disse Peter – Tudo o que vê quer comer. – sorriu – Mas vamos lá sim, que agora que você falou, também fiquei com vontade, vocês querem? – perguntou ao resto e ninguém aceitou.
– Bom, vamos lá!

Eles foram distanciando-se. Nico e Pablo os olhava em quanto riam de Euge que notava que estava com ciúmes sim. Esperaram o sinal ficar verde para os pedestres e passaram. Quando estavam cruzando a rua, um carro em alta velocidade atingiu os dois, levantando-os e levando para longe dali.

Mais um capítulo hoje para vocês, que amanhã não vou poder postar. BESOS.

Jucinairaesponzani: Obrigada linda! Espero que continue gostando. Postado já ;)