Fanfic: §2 Manual da conquista §2 vondy [finalizada]
CAPÍTULO CINCO
— Você é igual ao seu pai.
A mistura de emoções já conhecidas bateu na boca do estômago de Christopher, ao ouvir aquelas palavras. Primeiro, orgulho, depois culpa. Porque quando a mãe repetia aquele discurso, que ela jogava na cara de Christopher desde que ele era pequeno, ela não o estava elogiando.
E todas as vezes em que ela o comparava com o pai, Christopher nunca havia conseguido usar um argumento que a satisfizesse para que deixasse de repetir aquela frase.
— Me passa a geléia? — Foi tudo o que conseguiu dizer naquela manhã de sábado, durante um brunch na casa da mãe. A família tentava se reunir todo fim de semana ou de quinze em quinze dias. Desde que Stacy, a segunda mais nova, tinha começado a trabalhar nos domingos à noite, haviam mudado o habitual jantar aos domingos para um café-da-manhã em algum outro dia da semana. Geralmente, era aos sábados.
Roberta Uckermann ainda era uma mulher muito bonita, apesar de não se importar mais com sua aparência.
— Para quê? — perguntava ela, quando algum dos filhos a presenteava um estojo de maquiagem no Natal ou uma filha sugeria que passassem um dia no shopping, tomando um banho de loja. — Ninguém mais se interessa por mim. E se for esperta, também não vai querer ninguém te olhando. Homem só traz problema.
Deandra, a mais velha das três irmãs, era a mais próxima a Christopher e também a que o defendia quando a mãe resolvia descontar toda a raiva do sexo masculino, ou melhor, do pai em cima do único filho homem.
— Ai, mãe, deixa de ser amarga.
Todas as irmãs eram muito bonitas, porém Deandra era a mais bela de todas. Os cabelos bem pretos e ondulados contrastavam com a pele alva como leite. Os olhos eram duas esmeraldas redondas e a boca vermelha como cereja. Além disso, era uma cientista brilhante. Christopher morria de ciúme da mana preferida e morria de raiva quando via um marmanjo salivando ao vê-la passar.
— Amarga? Quantas mulheres têm um ex-marido que vai se casar pela quinta vez?
Christopher olhou para Deandra e ela deu uma risada marota. Todos tentavam esconder da mãe os seguidos casamentos do pai.
— Como descobriu? — perguntou Christopher, surpreso.
— Por vocês é que não foi. — A mãe fitou a todos com um olhar de repreensão.
— Mãe, não queríamos que você ficasse chateada — murmurou Stacy, uma versão mais jovem e menos fascinante de Deandra. Stacy era a única dos filhos que ainda morava com a mãe e era a mais apegada a Roberta.
— Já não me chateio. Eu sinto é pena dele. De verdade. Aposto que a próxima vítima é mais nova que você, Deandra. Vai querer filhos. Escrevam o que estou dizendo. E um homem de cinqüenta anos vai querer bebês, a essa altura do campeonato? Ele devia era aproveitar o tempo para passar com os filhos que já arrumou.
Três das ex-esposas de Henry Janson tinham tido filhos com ele. Por isso, havia meio-irmãos espalhados por toda a parte. Eles se reuniam uma vez por ano, durante o verão na chácara do pai. Por mais que tentasse, Christopher não conseguia entender como um homem bom e centrado como o pai continuava cometendo uma sandice atrás da outra, gerando e deixando crianças confusas e carentes.
A mãe balançou a cabeça com pesar.
— Esperem até vocês casarem. — Até agora, nenhum deles estava cogitando a hipótese. Christopher tinha a sensação que nenhum dos quatro filhos de Henry queria repetir a mesma história que eles haviam vivenciado na infância. Não que só guardassem más lembranças — a mãe fez de tudo para que não ficassem traumatizados —, mas tampouco tinham a imagem cor-de-rosa da família feliz.
Deandra se levantou e começou a limpar a mesa. Christopher não via a hora de ir embora. Quanto mais rápido arrumassem tudo, mais rápido poderia se despedir. Amava a mãe e já havia consertado a tubulação da pia e trocado o óleo do carro para ela, antes de se sentar para o café. Mas ficar ouvindo-a resmungar sobre o mesmo assunto lhe fazia mal. Não havia nada que ele pudesse fazer para ajudá-la e quando ela o comparava com o pai, Christopher ficava indefeso, pois a verdade é que sabia que ela estava certa.
Ele era igual ao velho pai. Amava as mulheres. E quando se cansava da parceira com quem estava, sabia que haveria outra logo ali na esquina.
Christopher e Deandra conseguiram escapar juntos, alguns minutos depois. Antes que cada um entrasse em seu carro, ela olhou bem para o irmão.
— Mamãe não acha realmente isso, você sabe, não é? — disse ela, tocando o irmão no ombro.
— Claro que acha. — Ele pegou na mão da irmã. — E ela está certa. Mas não há nada que eu possa fazer para mudar o que o papai fez para ela — para todos nós — do mesmo jeito que não posso mudar meus genes.
— E você vai ao quinto casamento dele?
— Ainda não perdi nenhum. Ele me convidou para ser o padrinho.
Ela sorriu, divertindo-se com a notícia.
— Vocês homens são muito caras-de-pau.
— E você, vai?
— Sempre me prometo que não vou ao próximo, mas acabo indo. Sei que ele não toma jeito e que magoou a mamãe, mas... — Deandra deu um suspiro e se virou para entrar no carro. — Ele é o nosso pai e não acho que queira magoar ninguém. É como se fosse algo mais forte que ele.
Christopher concordou.
— Vai com alguém?
— Acho que vou levar o Sid. — Sid era um cientista que trabalhava com ela. Um cara brilhante, mas nada festeiro.
Christopher deu de ombros.
— Sempre que vejo o Sid, fico com a impressão que ele está planejando me clonar ou algo do gênero.
Deandra riu.
— Para variar, está falando como um genuíno narcisista. E você? Vai levar a sua "atual-temporária"?
— Como sabe que tenho uma "atual-temporária"?
— Sempre tem uma de reserva.
— Estou meio que saindo com alguém. Vou ver se ela quer ir. — A verdade é que nem tinha pensado nisso até então. Mas gostou da idéia de convidar Dulce. Ela era divertida e simpática e, além disso, seria ótimo chegar com uma mulher bonita do lado. Andava pensando nela mais do que gostaria desde que tinham se despedido no j estacionamento, na noite anterior.
Aquele beijo havia sido tão espontâneo quanto breve. Ele tinha sido fiel ao capítulo um, com muito sacrifício. Se tivesse prolongado um pouco mais o beijo, dado a Dulce uma prova do que ele gostaria de fazer com ela... bem, aí teria trapaceado. Por isso, o contato com os lábios dela foi o mais breve possível. Mas, como teria gostado de explorar, provocar, excitá-la mais!
Já em casa, teve uma decepção ao ler o segundo capítulo. Se seguisse o livro passo a passo, acabaria louco. Sabia de uma coisa: não agüentaria esperar um mês até fazer amor com Dulce.
— Oi? — A irmã o chamava para a realidade. — Onde você estava com a cabeça?
Ele chegou a piscar algumas vezes.
— Acho que fiz algo muito idiota.
— Desembucha.
Foi o que Christopher fez. Deandra não era apenas irmã, mas uma de suas melhores amigas. E apesar de ter fobia a relacionamentos sérios como o resto dos irmãos, era muito sensível e afetuosa. Entendia o ser humano. Christopher tinha a impressão de que mesmo a irmã sendo muito inteligente, teria que gastar todos os neurônios para que conseguisse ajudá-lo a sair daquela enrascada.
Ela caiu na gargalhada ao ouvir a parte em que o livro caiu no chão, na frente de Dulce. No entanto, ao narrar a parte do beijo, no estacionamento, em que disse que ligaria para Dulce, Deandra parecia ter pego uma gripe repentina, fungando e fazendo sons com a garganta.
— E, então, o que acha? — quis saber ele.
— Acho que você é um bobo. É isso o que acho.
— Você é cientista, devia entender a minha necessidade de verificar minha hipótese.
Deandra deu um tapinha no rosto do irmão. — É mesmo muito científico você querer fazer amor com o seu objeto de estudo. Ele resmungou.
— E não quero ter que esperar quatro semanas para fazer isso.
— Liga para ela.
— Hein?
— Não disse que ia ligar para ela, ontem, depois do beijo? Então, liga. Faz dois capítulos por semana já que está tão ansioso para ficar debaixo dos lençóis com a garota.
— Deandra, alguém já te disse que você é maravilhosa?
Os olhos verdes dela brilharam como os de um gato, quando ela sorriu.
— Algumas pessoas...
Christopher assobiava enquanto folheava seu manual. Estava no início do capítulo dois. O início falava da importância das flores no ato de conquistar uma mulher. Ele havia sido bem perspicaz ao incluir uma lista mostrando a mensagem implícita em cada flor. Deu uma olhada na lista e viu que, às vezes, o óbvio era a melhor estratégia. Rosas vermelhas era o que compraria para Dulce. Vermelho para paixão.
Era isso mesmo.
Autor(a): theangelanni
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Ligou para a floricultura preferida e tentou calcular o número mais apropriado de botões. Era sempre uma decisão difícil. Uma dúzia seria um exagero para a ocasião. Uma apenas parecia mesquinharia. Acabou optando por meia dúzia. A mensagem no cartão foi fácil de criar: "Só penso em você." E o pior e ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 168
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stellabarcelos Postado em 02/08/2016 - 15:05:23
Ahhhhh que lindos! Amei muito
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larivondy Postado em 24/06/2013 - 13:26:18
amei a web, Chris dizendo que ama a Dul *-*
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ingenua Postado em 22/01/2011 - 23:47:13
amei o final,, faz uma continuaçao... =D ^^
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ingenua Postado em 22/01/2011 - 23:47:12
amei o final,, faz uma continuaçao... =D ^^
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ingenua Postado em 22/01/2011 - 23:47:12
amei o final,, faz uma continuaçao... =D ^^
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ingenua Postado em 22/01/2011 - 23:47:12
amei o final,, faz uma continuaçao... =D ^^
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ingenua Postado em 22/01/2011 - 23:47:11
amei o final,, faz uma continuaçao... =D ^^
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ingenua Postado em 22/01/2011 - 23:47:11
amei o final,, faz uma continuaçao... =D ^^
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ingenua Postado em 22/01/2011 - 23:47:10
amei o final,, faz uma continuaçao... =D ^^
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aniiinhaa Postado em 19/08/2009 - 17:50:55
aii q liindo, amei o final!
Por pouqinho eu achei q ela ia dispensar ele OO'
Se for criar outro web me avisa flor! ;*