Fanfics Brasil - §2 Manual da conquista §2 vondy [finalizada]

Fanfic: §2 Manual da conquista §2 vondy [finalizada]


Capítulo: 28? Capítulo

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CAPÍTULO DEZESSETE


 


— Tenho ótimas notícias, Christopher — anunciou Matthew Hargreaves, seu agente, pelo telefone desde Nova York.


— O quê? — perguntou Christopher, meio grogue, procurando pelo relógio para ver as horas. Dormira muito pouco, bem depois de Dulce ter adormecido em seus braços. Nunca havia passado um fim de semana inteiro com uma mulher em sua casa. Quase não haviam saído da cama desde o casamento.


Tinham praticado as lições mais complicadas dos últimos capítulos do livro com sucesso. Foi mágico, divertido, altamente erótico e bastante arriscado.


O cheiro de Dulce permanecia em sua pele, em sua cama, como se ela ainda estivesse lá. Seu perfume ou sua lembrança causava em Christopher alívio e temor. Como se estivesse em perigo e, ao mesmo tempo, mais seguro que nunca.


Tinha algo de novo na forma como se relacionava com aquela mulher. Morria de medo que esse algo fosse amor. Será que era isso que acontecia com seu pai?


Poderia Christopher ser diferente? Ou estava seguindo os passos paternos, apaixonando-se pela primeira das muitas vezes que viriam? Como poderia saber?


Naquela manhã, havia acordado às seis da manhã para vê-la despertar. Adorava admirá-la piscando os olhinhos e olhando um pouco assustada ao redor, como se caindo das nuvens, em seguida, espreguiçando e por último beijando-o. Só que desta vez ele a tinha beijado, consciente de que estava apaixonado por ela. Apertara-a contra si, tentando dizer com o corpo o que não conseguia com as palavras.


— Pode parar, senão vou chegar atrasada — disse ela, rindo como uma menina. Em seguida, saindo da cama e sussurrando que ele voltasse a dormir.


Agora, piscava repetidas vezes tentando prestar atenção no que dizia seu empresário. Sentou-se na cama e acendeu o abajur da cabeceira.


— Christopher, está me ouvindo?


— Estou. Conte-me as novidades.


— Ginger quer você no programa dela.


Silêncio. Ginger? Que Ginger? Ah, a mulher do programa diário para mulheres.


— Ah, Ginger.


— O programa dela é nacional e tem uma audiência de alguns milhões de pessoas por dia. Mandei um exemplar do seu manual e ela quer você. Semana que vem. Você parte para Los Angeles na terça e aparece no show na quarta. É uma oportunidade única. Já entrei em contato com a editora. Ficaram superentusiasmados. É sua chance, meu amigo.


Os escritores que apareciam no Ginger viravam recorde de vendas. Devia estar radiante de felicidade. Mas sentia certo receio. Buscou as razões e encontrou apenas uma: não queria correr o risco de que Dulce descobrisse a verdade sobre a autoria do manual pela televisão.


— Não sei, não, Matt.


Ouviu-se um suspiro profundo do outro lado da linha.


— Pense bem, Christopher. Vai ser mais fácil para você vender seu romance depois. Já vai ter ganhado notoriedade.


— Como assim? — Então Matt havia lido o romance, pensou. Tinha mandado para ele logo após terminar a obra.


— Depois que aparecer no programa da Ginger, milhões de pessoas vão ficar conhecendo você, seu rosto, suas opiniões. Seus próximos trabalhos vão ser mais fáceis de serem vendidos.


— O que achou do romance?


— Bom.


— Bom o suficiente para ser publicado?


Houve uma pausa. Para Christopher, foi uma eternidade. Estava ansioso pela resposta. Aquele romance significava muito para ele.


— Acho que sim. Na verdade, achei muito bom. O melhor que você já fez até agora. Mas não a decisão depende das editoras, não de mim, sabe como é. Vou enviar para algumas e ver qual é a reação. — Ele fez uma pequena pausa e continuou. — Mas é claro que se souberem que você vai aparecer na Ginger a receptividade vai ser muito maior.


Christopher cocou o queixo. Estava na dúvida. Mas aquela realmente poderia representar a oportunidade de divulgar Mentes aprisionadas. Porém, não restava dúvida de que teria que confessar a verdade a Dulce o mais breve possível. Antes que ela descobrisse que Christopher Uckermann e Lance Flagstaff eram a mesma pessoa. As chances eram pequenas, no entanto. O programa passava no horário em que Dulce dava aula. Além disso, ela quase não via televisão.


Teria que pensar com muita calma como contaria tudo a ela. Afinal, havia poucas horas, tinha descoberto que a amava. Precisava de tempo para digerir aquela descoberta. Para o bem de Dulce, Christopher deveria deixá-la em paz e fugir antes que fosse tarde, pensou. Porém, em seu íntimo, não tinha forças nem vontade de fazer isso.


Balançou a cabeça. Precisava de tempo. Contaria a verdade sobre o manual quando fosse a hora certa.


Dulce espirrou pela sétima vez seguida. Os olhos estavam lacrimejando e o nariz escorrendo e dolorido de tanto assoá-lo. Fazer amor em demasia e pouco sono não podia acabar bem, pensou. Porém, aquela gripe já havia contagiado algumas pessoas na escola. A sua parecia um pouco mais severa.


Como adoraria ter Christopher ao seu lado, naquele momento, para cuidar dela e mimá-la. Infelizmente, ele havia viajado a negócios. Havia comentado que estava relacionado ao romance, o que a deixou muito feliz.


Saiu da escola mais cedo e passou por uma farmácia no caminho de casa. Precisava de mais lenços de papel e remédio.


Ao entrar no apartamento, foi direto para o quarto e vestiu uma calça de moletom e o roupão felpudo de Christopher que havia acabado lá, não lembrava como nem quando. Era maior que ela e bem quentinho. Além disso, era de Christopher, pensou, a fazia se sentir próxima a ele.


Apanhou um travesseiro da cama e foi para o sofá da sala. Acomodou-se confortavelmente e ligou a televisão.


Uma reprise de Friends. Clique. Canal de vendas. Que brincos horrorosos. Clique. Programa de culinária. Preparavam uma sopa de cebola. Desejou que alguém lhe fizesse uma sopinha caseira e logo Christopher lhe veio à cabeça.


Ginger. Ah, Dulce não curtia muito programa de calouros. Pensou em fazer um chá de ervas e ir para a cama.


Estava a ponto de desligar a televisão, quando Ginger disse, olhando diretamente para a câmera:


— O seu homem é um idiota completo em matéria de sexo? Não perca as esperanças. Com orientações e exercícios, quem sabe ele não se torne um amante incrível? Nosso convidado de hoje é Lance Flagstaff, o autor de Sexo para idiotas completos: um guia prático.


Dulce ficou boquiaberta. Que coincidência, pensou. Precisava conhecer o homem responsável por unir Christopher a ela. Talvez o livro tivesse mesmo ajudado Christopher a se desenvolver sexualmente, mas Dulce tinha certeza que seu papel também havia sido vital.


Sorriu e desejou que Christopher estivesse lá para assistir ao programa com ela. Resolveu gravar o programa para mostrar a ele, quando voltasse. Era um livro importante para eles. Morrendo de curiosidade, correu de volta para o sofá e esperou o fim dos comerciais para conhecer o tal Flagstaff.


Enfim, ele apareceu, com um sorriso branco, acenando para a platéia majoritariamente feminina que o aplaudia.


Cumprimentou Ginger como se fossem velhos amigos e se sentou na poltrona rosa-shocking em frente à da apresentadora.


— Então, Lance, você deve ser um especialista no quesito sexo para poder ensinar as pessoas a serem bons amantes.


A câmera fez um zoom no rosto de Lance.


Um grito de horror saiu pela garganta de Dulce. Christopher — seu Christopher — na televisão! Promovendo um livro que ele tinha escrito!


Sexo para idiotas completos: um guia prático. Ginger segurava o livro para que todo o mundo pudesse ver a chamativa capa vermelha e preta, com as letras garrafais.


Que idiota havia sido! Com certeza, não era a primeira vítima daquele malandro. Tinha que desligar a televisão, mas não conseguia tirar os olhos dela, completamente atônita. Olhava para o homem que achava que conhecia, com assombro.


As mulheres do auditório faziam perguntas, ansiosas para chegar sua vez. Desejou que houvesse um número de telefone para ligar para Ginger. Dulce tinha uma ou duas perguntinhas para fazer ao senhor Lance Flagstaff.


O nariz estava escorrendo mais do que o lenço de papel poderia suportar. Só então percebeu que era porque chorava copiosamente. Estava aos prantos.


Ele a tinha traído, enganado, havia fingindo ser; alguém que não era. Mentiroso. Provavelmente, devia rir às custas dela todos os dias.


— Vou ser sincera. Sou um pouco desconfiada — disse Ginger. — Será que um livro pode mesmo ensinar alguém a ser um bom amante?


A câmera voltou a focar em Christopher e ele lançou um sorriso malicioso para ela.


— Nem eu sabia a resposta quando terminei o livro, para ser sincero. Mas fiz uma experiência por um mês.


— Não... — murmurou Dulce, encolhendo-se no sofá. — Não.


— Aprendi muito desde que comecei a sair com a mulher com quem fiz essa experiência. Aprendi, por exemplo, que, ao fazer amor com uma pessoa pela primeira vez, é necessário aprender o que ela gosta e o que ela não gosta. O que leva uma mulher às alturas pode deixar outra entediada. Não é verdade?


Ele olhou para a platéia e foi presenteado com risinhos e acenos de aprovação.


— Acredito que qualquer livro sobre sexo, sobre como dar e receber prazer é muito importante. Mas é apenas um guia. O mais importante é conversar com o parceiro ou a parceira. O outro é o verdadeiro especialista sobre o próprio corpo. Sabe do que gosta e pode ajudar você a ser um amante inigualável para ele ou ela. É isso o que importa no final das contas.


— Mas qual é o conselho número um para ser o amante dos sonhos?


Ele fez uma pausa, parecia encabulado pela primeira vez, desde que havia entrado no programa.


— Sei que vai soar piegas, mas o melhor e mais incrível sexo acontece quando estamos apaixonados pela pessoa com quem nos relacionamos. Por isso, acho que não sou nenhum especialista no assunto, porque descobri recentemente que o amor é o mais importante dos ingredientes.


— O melhor sexo é aquele que você faz com a pessoa por quem está apaixonado. O que acham disso?


A mulherada aplaudia e assoviava.


Um lenço de papel úmido atingiu a tela da TV. Amor? Por acaso aquele homem tinha a mínima idéia do que aquilo significava?


Amor consistia em honestidade e companheirismo.


Assoou o nariz, desligou a televisão e deixou o telefone fora do gancho.


Amor se fundamentava em confiança e fidelidade. Não tinha nada ver com experiências e falsidade.


Christopher voltava para casa naquela noite. A última coisa que queria era vê-lo.


Christopher assoviava de satisfação a ver que estava perto de casa. Pediu que o táxi parasse em uma floricultura e comprou um buquê de rosas para Dulce.


O programa havia sido um sucesso. Dois editores viram a entrevista, seu agente lhe disse depois, e demonstraram interesse em publicar o romance policial de Christopher. Matthew estava muito entusiasmado.


As rosas tinham um objetivo especial. Christopher se sentia antiquado, com vontade de realizar todo o ritual de propor Dulce em casamento de joelhos e flores nas mãos.


Havia finalmente descoberto que não era igual ao pai. Aquela havia sido a desculpa inventada por ele mesmo para evitar se envolver e se apaixonar por alguém. Es-j tava se apaixonando pela primeira vez, aos vinte e oito i anos. Com certeza, era um amor legítimo.


Não via a hora de contar tudo a Dulce. Desde que tinha confessado seu amor pela televisão, sentia que havia cometido o erro de não ter confessado antes um sentimento tão poderoso para a única pessoa que importava: Dulce.


Não podia mais esconder nada dela e seria a primeira coisa a fazer quando chegasse em casa. Voltou a ligar para ela, mas o telefone estava ocupado. Talvez a linha estivesse com problema.


Quando chegou ao prédio, foi direto para o andar de Dulce. Ela devia estar esperando por ele, pensou. Era a primeira vez que não dormiam juntos desde que descobriram o que era fazer amor de verdade, duas semanas antes. Parecia irreal que tivesse se apaixonado tão rapidamente por uma mulher, mas a verdade era que havia se apaixonado por Dulce muito antes de irem para a cama.


Preferiu subir pelas escadas para não perder tempo. Ficou imaginando-a nua, rodeada de velas acesas pela sala.


Desejou que ela estivesse exatamente assim esperando-o.


Ao chegar na porta dela, já estava excitado. Queria recuperar o tempo perdido, os dois dias que havia ficado longe do corpo quente e macio de Dulce.


Havia um bilhete na porta. Parecia que ela havia escrito com pressa. Chegou mais perto para conseguir entender a letra.


Caro Lance Flagstaff,


O nome estava sublinhado três vezes. Ele pôde sentir a fúria com que ela havia escrito aquelas palavras. Também sentia que havia engolido um monte de espinhos.


Não me procure nunca mais.


 



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Autor(a): theangelanni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 168



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  • stellabarcelos Postado em 02/08/2016 - 15:05:23

    Ahhhhh que lindos! Amei muito

  • larivondy Postado em 24/06/2013 - 13:26:18

    amei a web, Chris dizendo que ama a Dul *-*

  • ingenua Postado em 22/01/2011 - 23:47:13

    amei o final,, faz uma continuaçao... =D ^^

  • ingenua Postado em 22/01/2011 - 23:47:12

    amei o final,, faz uma continuaçao... =D ^^

  • ingenua Postado em 22/01/2011 - 23:47:12

    amei o final,, faz uma continuaçao... =D ^^

  • ingenua Postado em 22/01/2011 - 23:47:12

    amei o final,, faz uma continuaçao... =D ^^

  • ingenua Postado em 22/01/2011 - 23:47:11

    amei o final,, faz uma continuaçao... =D ^^

  • ingenua Postado em 22/01/2011 - 23:47:11

    amei o final,, faz uma continuaçao... =D ^^

  • ingenua Postado em 22/01/2011 - 23:47:10

    amei o final,, faz uma continuaçao... =D ^^

  • aniiinhaa Postado em 19/08/2009 - 17:50:55

    aii q liindo, amei o final!
    Por pouqinho eu achei q ela ia dispensar ele OO'
    Se for criar outro web me avisa flor! ;*


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