Fanfic: Até que enfim a gravidez | Tema: Fátima Bernardes e William Bonner

 Fátima e William estavam curtindo bastante a gravidez. Já sabiam que
se tratavam de três bebês e ainda estavam a procura de nomes, enquanto
continuavam a trabalhar.
 - Sua licença é pra quando, amor? - perguntou William, certo dia
antes de irem trabalhar.
 - São seis meses. Quero curtir a gravidez, mas também quero cuidar
bastante dos nossos filhos! Então, provavelmente, eu saia de licença
maternidade no sexto mês. Que tal?
 Ambos trabalhavam bastante. Fátima continuava sentada atrás da
bancada e aos poucos ía-se percebendo a barriga, que só crescia. Seu
rosto começou a ficar "bolachudo", enquanto seus braços também
inchavam. Não havia engordado tanto, mas era visível a mudança em seu
corpo. Fora o brilho no olhar...
 Já William continuava o mesmo. Seu peso não havia mudado e tão pouco
mudança naquele corpo. Ele deixou o cabelo crescer um pouco, mas
continuava o mesmo jornalista sério e competente de sempre. O que
havia mudado era o sorriso em seus lábios e o doce na sua voz...
 Já sabiam que se tratava de duas meninas e um menino, então volta e
meia saíam a procura de roupas para bebês e móveis para o quarto. Nada
muito rosa e nem muito azul. Os bebês ficariam no mesmo quarto e
também o casal não queriam cometer o mesmo erro de Felipe e Márcia.
Ainda que o erro não tenha sido tão deles...
 Num dia chuvoso, a caminho do Jardim Botânico, Fátima sentiu fortes
dores abaixo da barriga e começou a suar frio. William imediatamente
encostou o carro em uma calçada e foi correndo socorrer a mulher, que
estava em seu lado.
 - O que sente, meu amor?
 - Dor. Muita dor. Me leva pro hospital, William? Por favor...
 Ele a levou ao hospital em menos de meia hora e pouco tempo depois
foram atendidos.
 - O que sente? - perguntou doutor Francisco.
 - Dores. Está doendo muito, doutor! Por favor, não me diga que estou
abortando. - Fátima chorava sem parar, enquanto mostrava com as mãos
aonde doía.
 William estava encostado em um canto da sala, roendo as poucas unhas
que ainda tinha. Tentava respirar fundo, mas seu ar faltava. Ele
queria dar a mão para Fátima segurar, mas não tinha forças pra isso.
Tinha medo.
 - Calma! - disse o doutor, firme. Apontou para a maca e Fátima foi
até lá e deitou, ainda chorando. Procurou com os olhos por William,
que mal conseguia ficar de pé. Ela estendeu a mão como se pedisse para
ele segurar, mas ele não se moveu. - Você está bem, William? -
perguntou o doutor ao ver que ele não sairia dali.
 - Não, eu não estou. Mas não se preocupe comigo, doutor. A paciente
da vez é a Fátima! Cuide dela que eu fico bem.
 - Ok.
 O doutor baixou a cabeça e foi examinar Fátima. Verificou sua pressão
arterial, sua temperatura, examinou a cor de seus olhos a fim de ver
se ela estava com anemia e depois foi examinar sua barriga. Tateou até
ela gritar de dor, no momento em que ele a tocou.
 - É aqui onde doi, Fátima? - perguntou ele, tocando em uma parte
"escondida" da barriga.
 - Sim. - ela ainda chorava.
 - Fique calma.
 E mais uma vez lá foi o doutor. Examinou-a até ver que nada de ruim
aconteceria. Ele sorriu para William, que sentou ao lado de Fátima,
ficando de frente para o médico.
 - E então, doutor? - perguntou William, por fim.
 - Ela está bem. Está com uma leve anemia, que não atrapalha em nada,
porque é coisa normal de grávida. As dores são comuns, aliás ela
carrega três bebês ali dentro. Então eu vou dar uma dieta balanceada e
repouso. Fora isso está tudo bem!
 - O senhor tem certeza? Ela pode voltar ao trabalho?
 - Pode, sim. Mas que ela aproveite, porque a partir do mês que vem as
coisas irão mudar...
 Ainda sem entender, o casal saiu do consultório e foram para o carro.
 - Você está bem? - perguntou Fátima, preocupada com o silêncio do marido.
 - Estou. Foi só o susto. Desculpe não ter segurado a sua mão naquela
hora. E você, como está?
 - Estou bem, também. A dor passou. E não se preocupe com aquela hora.
Eu entendo você.
 Fátima estendeu a mão para que William pudesse beijar. Assim ambos
foram até a redação, onde tiveram que explicar diversas vezes a mesma
coisa: o motivo do atraso.