Fanfic: Até que enfim a gravidez | Tema: Fátima Bernardes e William Bonner

 O quarto mês de gravidez de Fátima havia passado feito vento.
Soprando devagar e sem ninguém ver. Assim, lá estava a jornalista mais
linda da época, grávida de trigêmeos em seu quinto mês de gravidez.
Tanto ela quanto William exalavam felicidade. Andavam juntos de cima
pra baixo, estavam sempre conversando. Sempre que dava, William ia até
o camarim da namorada para ver como ela e seus bebês estavam. Quase
sempre levava um café até a mesa de Fátima e ia pedir alguma coisa
para ela comer na hora do lanche, já que raramente saía da redação.
Era o quinto mês de gravidez, mas para tantos mimos, mais parecia o
nono.
 - Fatinha, e esse mel todo com o Bonner? - brincou Sandra. - Nunca vai passar?
 - Eu espero que não! - e ela riu.
 - Vocês não enjoam?
 - Enjoar do quê? Desde quando amor ou paixão enjoa?
 - Cá entre nos - e Sandra se aproximou, como se fosse contar um
segredo - ele é muito grudento?
 Fátima riu e deu um leve tapa no ombro da amiga, se afastando e
voltando os olhos para a tela do computador.
 - Ele não é grudento, Sandra. Ele é um amor de marido, você não tem
noção! Me ama, me cuida, me protege, tá sempre do meu lado, me
apoia... Eu super admiro ele e sei que ele também, então é tudo muito
balanceado.
 - Vocês se amam demais, não é? Acho que eu não aguentaria tanto amor
dentro de mim.
 - É, muita gente não tá preparada. Eu mesma não tava. Mas quando a
gente sente um amor desses, tudo muda de figura.
 - Você tinha recém separado, né?
 - É... Mas me entreguei a ele de uma forma que agora não me vejo sem.
Eu amo o William!
 Elas não tinham visto, mas William ouvia tudo escondido. Ele não
estava muito perto, mas estava em um lugar que lhe permitia ouvir tudo
com um pouco de esforço. Quando viu que Fátima se declararia, ele
chegou  perto o suficiente para abraçá-la por trás no final da frase.
Ela levou um leve susto e pulou na cadeira, mas assim que o viu apoiou
a cabeça nas mãos e começou a rir, enquanto Sandra ria também.
 -  Assustou, amor? - e ele riu também.
 - Você surgiu do nada!
 - Estavam conversando sobre o quê? - ele riu e sentou na mesa de
Fátima, ficando de frente para as duas.
 - Nada que vá lhe interessar muito. - disse Sandra, o encarando.
 - Era sobre quem? - Fátima revirou os olhos e voltou a editar as
matérias necessárias. - Pois eu bem ouvi o meu nome.
 - Você está ouvindo demais, William! - disse Fátima, não admitindo a
declaração.
 - É? - perguntou ele, roçando sua perna esquerda na perna de Fátima,
que estava por fora da mesa.
 - Para, William!
 - Então me fala sobre o que era.
 Sandra riu e Fátima também. Ela estava com vergonha da situação toda.
 - Era sobre você. - falou Sandra. - Sobre como você trata a Fatinha!
Muito carinhoso...
 - Rá! Sabia que era sobre mim. - ele sorriu e parou com o que estava
fazendo. Desceu da mesa e deu um rápido beijo em Fátima. Deu dois
passos e voltou, parando o lábio ao lado da orelha de Fátima. - E eu
também amo você! - mordeu e saiu.
 As duas riram.

 As duas semanas seguintes passaram rápido demais. Fátima se sentia
cada vez mais cansada e sentia sua barriga pesar mais que o normal.
William fazia seus malabares para cuidar da esposa, porém era cada dia
mais difícil. Casa, redação, jornal, hospital, esposa, amigos,
família... Não havia William Bonemer Júnior para tantas pessoas!
 Era domingo, Fátima quase fechava o quinto mês de gravidez quando,
novamente, as mesmas dores abaixo da barriga começavam a lhe
incomodar. Ela estava sentada no sofá ao lado de William; estavam
vendo um filme enquanto comiam pipoca doce. Fátima começou a ficar
preocupada, pois a dor não passava. Tateou o sofá, até encontrar a mão
do marido.
 - Amor, me leva ao hospital, por favor?
 - O que aconteceu?
 - Aquelas dores voltaram. Mas mais fortes. Estou com medo.
 Em pouco tempo, o casal já estava lá.
 - E então, doutor? - perguntou William, ao fim da consulta.
 - Ela está bem, mas precisamos tomar cuidado.
 - Cuidado? Por que, doutor? - perguntou Fátima, levemente alterada.
 - Você está quase fechando o quinto mês e tudo leva a crer que se não
tomarmos cuidado, você acabará dando a luz no sexto mês de gravidez.
 - Não! Eles não vão sobreviver, doutor! - William levantou da cadeira
e começou a andar de um lado para o outro. - Isso não pode acontecer!
Não há nada que possamos fazer?
 - Repouso, Fátima. Ficar em casa fazendo nada. Sem trabalho, sem
festas, sem passeios e sem namoros. - e ele olhou para William. -
Repouso total. Você acha que consegue?
 - Pelos meus filhos eu consigo.
 - Então tudo certo. O próximo mês vai ser de repouso absoluto.
Continuaremos com as consultas e qualquer dor, nem que seja em alguma
unha do pé, você vem aqui. Cuidaremos de você e desses bebês como se
fossem de vidro. Confio em vocês!