Fanfic: Até que enfim a gravidez | Tema: Fátima Bernardes e William Bonner

Fátima havia chegado ao sexto mês e apenas 2 semanas a afastavam do
provável último mês de gravidez, onde seus filhos nasceriam
pré-maturos. Foi aconselhada pelo seu médico a fazer repouso total,
caso quisesse chegar até lá. Então era somente isso que ela sabia
fazer: ficar deitada e esperar por William.
 Levantava-se apenas para ir ao banheiro, já que Carmen, a empregada
do casal, a levava tudo que queria. Hora comida, hora bebida. Nada lhe
faltava, exceto seu marido por perto.
 Por diversas vezes, Fátima dormia de tarde e acordava suada, exausta,
como se tivesse feito um esforço físico pra lá de enorme. Mas ainda
assim, ela sabia que havia sido apenas um sonho ruim, o que não a
deixava nem um pouco melhor. A única coisa que a deixava bem
novamente, era um abraço de William, que só vinha depois das 10 horas
da noite.
 Ela estava em casa, sozinha. Carmen havia ido até o supermercado e
Fátima ficara deitada, assistindo televisão. Era sexta de tarde, e o
dia parecia calmo: nem quente, nem frio. Ela estava coberta por um
lençol fino, quase dormindo. Ouviu passos vindos da sala e se
preocupou, apesar de não fazer força para levantar.
 - Dona Carmen? É a senhora?
 Porém ninguém respondeu.
 Se sentindo mal e em perigo, começou a suar frio e suas mãos
imediatamente começaram a tremer, enquanto amassavam o lençol com
força, acompanhando o ritmo do coração . Ela sentou na beira da cama e
tentou levantar, mas algo a empurrou para trás de novo e ela caiu
deitada na cama.
 - QUEM É? - gritou ela, desesperada.
 Logo William apareceu do lado da porta, aparentemente ofegante. Viu a
mulher deitada daquela maneira na cama e correu até ela.
 - Meu amor, o que aconteceu com você?
 Ela não disse nada e o abraçou, com toda força que tinha. Estava com
muito medo.
 - Eu pensei que fosse algum ladrão. Você não falou nada. - ela parou,
respirou e soltou William. Com a ajuda dele, sentou novamente na cama
como estava e percebeu que o dia ainda estava claro. - Não está na sua
hora de trabalho?
 - Dei uma fugida pra vir ver como você estava! E pelo jeito fiz o certo.
 - Ou não. Fiquei assim por sua causa.
 - Tudo bem, meu amor. Mas me diga que está calma.
 De fato estava. As mãos ainda tremiam, mas seu coração batia calmo
novamente e ela já não suava mais.
 - Estou. Mas não me faça mais isso! Pelo menos me diga que chegou...
 - Tudo bem. É que eu queria fazer uma surpresa pra você!
 Ela fechou os olhos e mordeu os lábios, como se estivesse saboreando
alguma coisa. Começou a contorcer as mãos, enquanto fazia o mesmo com
os pés.
 - O que foi, meu amor? Aconteceu alguma coisa?
 - Não aconteceu. Nada. - ela abriu os olhos e o encarou. - Sinto sua falta!
 - Mas eu estou bem aqui.
 - E ainda está distante.
 - Não estou não.
 - Você me entendeu. - ela revirou os olhos e olhou para o teto, não o
encarando de volta. - A distância que eu falo é outra. Fazem mais de
seis meses, Wil! Você tem noção?
 Ele suspirou. Sentou ao lado dela na cabeceira da cama e fitou o
nada. Fazia seis meses que William não sabia o que era tocar no corpo
da mulher.
 - E como tenho. Como eu queria ter você de novo...
 - Estou com medo de não sabermos como fazer depois do nascimento dos
bebês, aqui! - e ela começou a acariciar a barriga, enquanto olhou
para William. - Como será que vai ser?
 - Olha, amor - e ele a olhou também - eu vou ter medo de tocar em
você. Mas nada que dure pra sempre. Eu conheço bem o seu corpo, você
conhece bem o meu. O resto é resto.
 - Você tem razão.
 Ela sorriu e ambos voltaram a fitar o nada, ao mesmo tempo. Logo
William teve que ir embora, pois teria que voltar ao trabalho. Se
despediu da esposa e quando ia saindo, viu que Carmen chegava. Se
despediu da empregada e foi embora, com o coração levemente partido.