Fanfic: Procura-se um marido -Aya- Adaptada | Tema: Ponny

- Um pouco. A minha mãe... Ela pode ficar um pouco chateada, quando souber que nos casamos e não avisamos. Eu não queria ver ela triste.
- Ainda está em tempo de desistir – alcancei a minha aliança e comecei a retirá-la.
Alfonso me impediu.
- Não. Vamos entrar e fazer o que deve ser feito. Não quero que eles descubram sobre o nosso casamento por outra pessoa. É uma sorte meus pais não acompanharem a coluna social dos jornais, ou já teriam descoberto tudo, e da pior maneira possível.
Resignada, saí do carro, me sentindo um pouco zonza e trêmula. Alfonso me ofereceu a mão, apertando a minha fortemente. Ele não esperou alguém atender a porta, simplesmente entrou sem bater, me arrastando com ele. O aroma de assado impregnava a sala de estar espaçosa. Um barulho de metralhadora e gritos vinha de algum canto da casa. Notei que os móveis haviam sido distribuídos de maneira a criar largos corredores, e não havia tapetes no chão. Para facilitar a locomoção de Marcus, supus.
- Tem alguém em casa? – Alfonso gritou.
Mirna apareceu, com os cabelos presos em um rabo de cavalo, um avental na cintura e os olhos brilhantes ao me ver.
- Anahi! – Ela correu ao meu encontro e meu deu um daqueles abraços de mãe. – Estou tão feliz que o Alfonso finalmente trouxe você pra casa!
- Ah... Eu também. Fico feliz em te ver novamente.
Julius apareceu em seguida com uma toalha sobre os ombros, os cabelos molhados ainda pingando, a camisa aberta até o umbigo pontudo.
- Aí estão vocês! – e começou a abotoar a camisa. – Marcus! Desliga essa porcaria. Seu irmão chegou. A Anahi está aqui. Como vai, querida? - Ele quis saber, me dando um beijo desajeitado no rosto.
- Muito bem, seu Julius.
O barulho de tiros cessou e pouco depois Marcus surgiu, com um sorriso zombeteiro no rosto.
- Até que enfim vocês chegaram. Pensei que você fosse dar o cano, Alfonso – ele disse, vindo em direção ao irmão e dando um soco em sua perna. – E eu só desliguei o videogame por causa de Anahi.
- Pelo menos alguém conseguiu te obrigar, uma vez na vida – Alfonso revirou os olhos.
- Fico muito honrada, Marcus – eu disse rindo.
- Senta, Anahi – Mirna indicou o sofá com a mão. – O jantar está quase pronto.
- Vou pegar uma cervejinha. Você prefere outra coisa, Anahi? Vinho talvez? – perguntou Julius.
- Cerveja está ótimo, obrigada.
Sentei-me, um pouco rígida demais, na ponta do sofá. Alfonso se colocou ao meu lado. Mirna e Marcus falavam ao mesmo tempo, contando sobre os progressos, ainda que mínimos, na fisioterapia, sobre as galinhas do vizinho, que haviam invadido a chácara e destruído a horta de Mirna, sobre o aumento no imposto da chácara. Julius voltou com as bebidas, sentou na poltrona na nossa frente e sua mulher se empoleirou ao seu lado, no braço do estofado. Marcus rolou sua cadeira até ficar ao lado do irmão. Eu não conseguia acompanhar a conversa. Todos falavam ao mesmo tempo e todos se entendiam, riam e brincavam uns com os outros. Aquele parecia ser o padrão daquela família. Sorri.
Eu já havia tomado mais de meia lata da minha cerveja quando Alfonso aproveitou uma breve pausa na conversa trivial e começou:
- Mãe, pai, Marcus. A Anahi e eu temos algo importante pra contar pra vocês. Nós... hã...
Prendi a respiração. A família observou Alfonso, depois os três pares de olhos se voltaram para mim e de volta para o filho e irmão mais velho. Engoli em seco e encarei Alfonso, que parecia tentar encontraras palavras certas para contar sobre o nosso casamento às escondidas.
No entanto, não houve tempo.
- Ai, minha Nossa Senhora! Você engravidou a menina! – disse Julius, ficando em pé, o rosto assumindo um tom avermelhado.
- Ah, Meu Deus! Vou ser avó? - Por um momento, pensei que o rosto de Mirna se partiria em dois, pelo tamanho do sorriso que se espalhou ali.
- Puta que pariu! – Foi a exclamação de Marcus.
Alfonso tentou dizer:
- Pai, eu não... – ao mesmo tempo em que eu comecei: