Fanfic: Procura-se um marido -Aya- Adaptada | Tema: Ponny
Estacionei meu cupê na vaga em frente à garagem e quase explodi em prantos ao ver o sedã preto preferido de vovô parado ali dentro. Fiquei paralisada, admirando o veículo, que nunca mais deixaria a garagem levando se dono para alguma reunião importante.
Uma borboleta azul flutuou pela garagem, pousando no para-brisa do carro negro. Estremeci ligeiramente. Eu detestava borboletas. Borboletas eram lagartas vestidas em traje de gala, mas ainda eram lagartas. Nunca deixariam de ser, por mais que se metamorfoseassem.
Entrei pelos fundos da mansão, indo direto para a cozinha, e encontrei Dul papeando com a cozinheira, a mais antiga das empregadas da casa. Mazé começara a trabalhar na mansão como babá de meu pai. Era uma senhora de rosto redondo e amigável, sempre sorridente, e sua comida era a melhor do planeta.
Foi Mazé quem me contou os últimos momentos de vida de meu avô. Ele voltou cedo do escritório da P & P cosméticos, pálido e parecendo sentir dor, mas não se queixou, como sempre. Seguiu direto para a biblioteca, para esperar documentos importantes de um das empresas do Conglomerado Puente que seriam enviados para a multifuncional constantemente conectada à rede. Pouco depois, Mazé ouviu um barulho vindo dali. Encontrou vovô no chão, desacordado, o rosto sem cor. Levaram-no imediatamente ao hospital, de onde nunca mais voltou.
- Oi – me joguei na cadeira ao lado de minha melhor amiga, deitando a cabeça em seu ombro.
Ela passou o braço ao meu redor.
- Seu chá está quase pronto. Como foi?
- Péssimo, Dul. Não poderia ter sido pior.
- Quer algo especial para o almoço, menina? – perguntou Mazé, me lançando um olhar triste. Ela também sentia falta de vô Narciso. Especialmente porque ninguém comia naquela casa fazia uma semana.
- Não, Mazé – sacudi a cabeça, desolada. Mas o Clóvis está vindo pra cá, talvez almoce aqui. Prepara qualquer coisa.
- Claro, menina Anahi – ela respondeu, com seu jeitinho especial de falar comigo.
Suspirei ao ouvir a campainha.
- Pode deixar – eu disse quando Mazé fez menção de ir atender a porta. – É o Clóvis. Vem, Dul. Ele vai abrir o testamento. Não quero ficar sozinha.
- Vamos lá, Any. Coragem!
Atravessamos a sala de jantar, com a mesa e suas dezoito cadeiras imponentes, mas de extremo bom gosto, a passos lentos. Vi Ataíde no topo da escadaria da sala de estar e acenei com a cabeça, indicando que eu mesma atenderia a porta. Clóvis entrou, o rosto fechado como sempre, e seguimos em silêncio até a biblioteca de vovô. Era a primeira vez que eu entrava ali sem que ele estivesse por perto. Parecia tão errado...
- Como sabe, seu avô deixou um testamento – Clóvis começou.
- É, você disse.
Ele assentiu. Joguei-me no sofá de couro marrom ao lado da estante de livros. Dul ficou examinando as lombadas.
- Muito bem – ele abriu a maleta preta e retirou uma imensidão de papéis. – vou ler para você as instruções que ele deixou.
- Isso é mesmo necessário? – me queixei.
- Sim – ele disse e começou a leitura, daquele seu jeito formal, como se estivesse diante de um tribunal.
Basicamente, vovô havia instruído que Clóvis cuidasse de tudo até que o testamento fosse aberto. Eu queria ir para o quarto ouvir as histórias da Dul, coisas que pudessem afastar aquela saudade que eu sentia de abraçar meu avô, e mais que tudo, de suas broncas.
- Cumpridas as formalidades, vamos à leitura do testamento – Clóvis assentiu para si mesmo.
Dei de ombros. Já fazia ideia do que tinha ali. Eu era a única herdeira viva e, Ataíde e Neves, os empregados mais antigos da casa, em bons lençóis. Os três trabalhavam para a família desde que eu me conhecia por gente. Uma vida de dedicação. Mereciam seja lá o que fosse que vovô tivesse deixado a eles.
Clóvis pigarreou antes de começar.
- Eu, Narciso Puente de Bragança e Portilla, encontrando-me em minhas perfeitas faculdades mentais e emocionais, livre de qualquer coação deliberei fazer este meu testamento – ele iniciou naquela linguagem chatíssima de advogado – no qual expresso minha última vontade, tendo como única descendente viva a senhorita Anahi Puente de Bragança e Portilla, brasileira, solteira, curadora de artes, filha de Augusto Puente de Bragança e Portilla e Catarina Maria Soares de Bragança e Portilla – e blá-blá-blá.
Meu avô deixara poupanças generosas para seu trio de empregados fiéis, como eu suspeitara, e o restante, ao que parecia, seria destinado a mim. Não que isso tivesse importância. Eu não ligava para a fortuna.
Autor(a): Nana
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Nunca liguei para grana. Eu só queria meu avô de volta. Trocaria sem pestanejar todo aquele dinheiro por mais um tempo com ele.- Contudo, devido à incapacidade da herdeira de cuidar de si mesma, instituo como curador da totalidade de meus bens o senhor Clóvis Pereira Hernandez e, como presidente das minhas empresas, o senhor Hector Simione, at&eacu ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 225
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maryangel Postado em 19/03/2015 - 11:45:36
Simplesmente lindo!! Amei a história, essa transformação da Any como pessoa, ela se tornou melhor e mais responsável, eu tinha estranho aquele testamento que graças a Deus foi invalidado. O Alfonso *-* , lindo o fato de ele ter xonado desde o começo por ela *-* e o pedido de casamento?! kkkkk.Agora a Any tem uma família completa , amei as cartas do avo narciso , fiquei curiosa com as futuras cartas que ele deixou ...e a borboleta?! Eu tinha sacado, ele sempre esteve ao lado dela... simplesmente lindo!!!
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beatrisponny Postado em 08/08/2014 - 08:44:32
Quero a sinopse!! Posta
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lara_rbd Postado em 18/04/2014 - 00:00:32
oi lia fic maraaaaaaaaaaa amei! amei! amei! o inicio o meio e o fim tudo maravilhoso uma das melhores fics que ja li! amei...
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camile_ponny Postado em 02/04/2014 - 16:54:39
Nossa cara to sem palavras pra esse final. faço das palavras de isajule as minhas porque foi lindo! sério muito bom mesmo parabéns! ameiii. haha :)
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isajuje Postado em 02/04/2014 - 10:52:52
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH acabou ): e agora, como lidar com esse vazio? Esse foi o melhor Poncho que eu já vi, já li muitas histórias que o Poncho vacilava como esse também deu umas vaciladas... Mas abafa. Mas esse sempre estava pensando no melhor para ela, desde o início, e ele pediu perdão, se mostrou arrependido por estar longe dela, que coisa mais fofa né? Como não amá-lo? <3 Esse fim foi mais do que perfeito, embora eu não acredite que isso acontecesse na vida real, mas no livro, na história é lindo e eu amei u_u KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK obrigada por compartilhar a história. Acompanharei outras adaptações se for postar (:
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brendacocatti Postado em 01/04/2014 - 22:26:39
aaaaaaaaaaaaaaaaaa não creio que acabou :/ Mais mesmo assim foi perfeito, to emocionada aqui :'))) e que venham mais e mais historias como essa, serio, foi uma das melhores que ja li *-*
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franmarmentini Postado em 01/04/2014 - 19:38:27
miga linda...seguinte eu tava lendo essa fic* que vc vai postar nova...e eu já leio ela..essa história é maravilhosa mas se vc for postar leio aki também sem problemas... da uma olhada no link... http://fanfics.com.br/fanfic/31340/fallen-too-far-adaptada-aa-anahialfonso-aya-h ot-e-romance bjusssssssssss
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franmarmentini Postado em 01/04/2014 - 19:36:47
MIGAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AMEI ESSA SUA WEB CHORREI RIOS E RIOS DE LÁGRIMAS...VOU SENTIR MUITA FALTA...
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franmarmentini Postado em 01/04/2014 - 18:27:57
ai meu deus essa dul preocupada com a calça dela kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
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eduardah Postado em 01/04/2014 - 18:19:33
Gente isso pode ser até feio mais eu INDICO A FANFIC ''O AMOR SIMPLESMENTE ACONTECE''vou indicar essa por que eu amei ..e sim eu vou comprar o livro hauhsauhs Parabéns e vou continuar lendo suas fanfics