Fanfic: A Culpa É Das Estrelas / Adaptada / Herroni | Tema: Herroni
Mamãe parou na entrada de carros circular atrás da igreja às
4h56. Fingi que estava ajeitando o cilindro de oxigênio por um
segundo só para ganhar tempo.
— Quer que eu o carregue até lá dentro?
— Não, está tudo bem — respondi.
O cilindro verde só pesava uns poucos quilos e eu tinha um
carrinho de aço para transportá-lo. Aquilo me fornecia dois litros de oxigênio por minuto através de uma cânula, um tubo
transparente que se dividia bem embaixo do meu pescoço, passava por trás das orelhas e se juntava de novo nas narinas. A geringonça era necessária porque meus pulmões faziam um
péssimo trabalho como pulmões.
— Eu te amo — ela disse, enquanto eu saltava do carro.
— Eu também, mãe. Vejo você às seis.
— Faça amigos! — ela gritou pela janela abaixada enquanto eu me distanciava.
Não quis usar o elevador porque isso é o tipo de coisa que
você faz nos seus “Últimos dias no Grupo de Apoio”, então fui
de escada. Peguei um biscoito, coloquei um pouco de limonada
num copo descartável e me virei.
Um garoto olhava fixamente para mim.
Eu tinha quase certeza de nunca ter visto aquele cara na
vida. Alto e magro, mas musculoso, ele fazia a cadeira de plástico, daquelas usadas em sala de aula, parecer minúscula. Cabelo preto, liso e curto. Parecia ter a minha idade, talvez um
ano mais velho, e estava sentado com o cóccix na beirada da
cadeira, uma postura péssima, com uma das mãos enfiada até
a metade no bolso da calça jeans escura.
Desviei o olhar, repentinamente consciente da quantidade
infinita de coisas erradas em mim. Eu estava com uma calça jeans velha, que algum dia foi justa mas que agora ficava folgada nos lugares mais estranhos, e uma camiseta de malha amarela com o nome de uma banda da qual eu nem gostava mais. Além disso, minhas bochechas estavam ridiculamente redondas, como as de um esquilo, efeito colateral do tratamento. Eu era uma pessoa de proporções normais com um balão no lugar da cabeça. Isso sem falar do inchaço nos tornozelos. Mesmo assim, dei uma espiada rápida e os olhos dele ainda estavam grudados em mim.
Foi então que entendi o verdadeiro sentido de aquilo ser chamado de contato visual.
Andei até a roda e me sentei ao lado do Christian, a duas cadeiras do garoto. Olhei de novo, rapidamente. Ele ainda me observava.
Na boa, vou logo dizendo: ele era um gato. Se um cara que
não é gato encara você sem parar, isso é, na melhor das hipóteses, esquisito, e na pior, algum tipo de assédio. Mas se é um cara gato… na boa…
Peguei meu celular e apertei uma tecla para ver as horas. Os
lugares na roda foram ocupados por azarados de doze a dezoito
anos e, então, o Patrick deu início aos trabalhos e o garoto ainda estava me encarando. Senti meu rosto ficar vermelho.
Por fi m, resolvi que a melhor estratégia seria também olhar
fixamente para ele. Afinal de contas, os garotos não detêm o
monopólio da Atividade Encaradora. Foquei nele enquanto
o Patrick explicava pela milésima vez sua ausência de bolas
etc., e aquilo logo virou um Jogo do Sério. Depois de um tempo
o garoto sorriu e, até que enfim, desviou os olhos verdes.
Quando me olhou de novo, arqueei as sobrancelhas como que
dizendo: ganhei.
Ele deu de ombros. O Patrick prosseguiu e, enfim, a hora
das apresentações chegou.
— Christian, talvez você queira ser o primeiro hoje. Sei que está
enfrentando um grande desafio no momento.
— É — o Christian disse. — Meu nome é Christian. Tenho dezessete anos. Parece que vou precisar ser operado em duas semanas, depois vou ficar cego. Não estou reclamando nem nada porque sei que poderia ser pior, como no caso de alguns aqui, mas, quer dizer, ficar cego é, tipo, uma droga. Ter uma namorada me ajuda. Além de amigos como o ALfonso. — Ele balançou a cabeça na direção do garoto, que agora tinha nome. — Pois é… — continuou. Ele estava olhando para as mãos. — Não há nada que se possa fazer para mudar isso.
— Estamos do seu lado, Christian — o Patrick falou. — Vamos
lá, pessoal, digam para o Christian ouvir.
E então todos nós, em uníssono, dissemos:
— Estamos do seu lado, Christian.
O Michael foi o próximo. Ele tinha doze anos. Sofria de
leucemia. Desde que se entendia por gente. E estava bem. (Pelo
menos foi o que disse. Ele desceu de elevador.)
A Fuzz tinha dezesseis anos e era bonita o suficiente para ser
alvo do olhar do cara gato. Era frequentadora assídua das reuniões — estava em um longo período de remissão de um câncer de apêndice, que eu nem sabia que existia. Ela disse — como em todas as outras vezes que eu fui às sessões do grupo — que se sentia forte, o que para mim, com aquela chuvinha de oxigênio fazendo cosquinhas no nariz, era o mesmo que tirar onda.
Outros cinco falaram antes do cara gato. Ele deu um sorrisinho
quando chegou sua vez. A voz era baixa, aveludada e supersensual.
— Meu nome é Alfonso Herrera — disse. — Tenho dezessete
anos. Tive um pouco de osteossarcoma um ano e meio
atrás, mas só estou aqui hoje porque o Christian pediu.
— E como está se sentindo? — o Patrick perguntou.
— Ah, maravilha. — Alfonso Herrera deu um sorrisinho.
— Estou numa montanha-russa que só vai para cima,
amigão.
Quando chegou minha vez, eu disse:
— Meu nome é Maite. Tenho dezesseis anos. Tireoide com
metástase nos pulmões. Estou bem.
Prévia do próximo capítulo
A hora passou rápido. Lutas foram recontadas, batalhas ganhas em guerras que com certeza seriam perdidas; a esperança virou tábua de salvação; famílias foram celebradas e recriminadas; foi consenso que os amigos não entendiam nada; lágrimas foram compartilhadas, e consolo, oferecido. Nem eu nem o Alfonso Herrera t&iacu ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 15
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flavianaperroni Postado em 18/04/2015 - 04:41:15
Posta mais
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pryhsavirroni Postado em 27/02/2014 - 13:06:45
#Aviso: eu era a autora dessa adaptação, mas acontece que excluíram a minha conta e eu tive que fazer outra. Eu vou repostá-la e passo o link pra vocês. Beijos
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katiis Postado em 24/02/2014 - 15:37:47
posta mais !!!! porfavor eu não quero ler o livro estou ficando curiosa !!!! posta mais.
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thaynalima Postado em 20/01/2014 - 21:43:51
Leitora nova, sou Levyrroni, mas já li esse livro e sou apaixonada por essa história. Posta mais.
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camila_ Postado em 12/01/2014 - 19:50:58
Forças pra você Diva, é ruim perder alguém que amamos, fica bem, tá? Besos DIVA ... <3 *-*
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pryhrbdmaniacas2 Postado em 08/01/2014 - 00:46:20
camila_: ainnn tudo bem..te entendo..tô pensando em desistir da minha Uckerroni tbm e dar mais atenção as Herronis e a Savirroni pq sou realmente traumada nesses..mas tudo bem..vc tbm é a minha leitora favorita..vc e a Ingrid..adoro vcs..e eu vou postar mais..prometo..bjs
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camila_ Postado em 05/01/2014 - 20:56:52
Olha Linda... Nao me mate, nem fique magoada comigo.. Nao sei se estava gostando daquela web, acho que ela foi muito corrida e nao esta sendo bem escrita, entao, passei aqui pra te avisar que vou deleta-la e dar preferencia as minhas outras que vou criar e acho que ira ser bem melhor, enfim..E isso, so to avisando a voce pois voce e a minha Leitora Favorita(JURO) e nao te trocaria por mais nenhuuma... Besoos e compreende, viu? Beijoss e posta maiis mulher... Aaaaah , prometo que valera a pena essa minha decisao.. Pois estou amando escrever as fics HERRONI... Acho que nao estou tao traumada assim em Uckerroni, umdos motivos de parar, sabe? E isso.. Besos...
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camila_ Postado em 05/01/2014 - 00:44:07
Amaaando TUDO .... Postaaaa Maaaaiis , Linda .. Beijos ... *-*
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camila_ Postado em 03/01/2014 - 22:42:40
Linda e voce, amor.. Voce e doce *-* ... Muito obrigado por postar, voce mora no meu coracao, viu? Besos e amanha posta mais por favor, ja que hoje esta cansada... *-*
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camila_ Postado em 03/01/2014 - 20:51:01
Cadeee Voceeeeeeeeee? EU to muito ansiosa para capitulos... Vocenao pode fazer isso comigo mulher, nao some assim... Necessito dessa web, e muito lindaaaa ... Postaaaaaaaaaa por favorr... Nao me deixa na mao...