Fanfic: Fix You (Adaptada/Vondy) | Tema: Vondy
O vento estava aumentando cada vez mais fazendo com que as folhas caídas das árvores secas que rodeavam o parque situado do outro lado da rua, na qual eu estava, voassem rua afora e os poucos carros que ousavam passar por ali, com a rua naquele estado, dirigissem mais lento. Minha roupa – uma calça jeans de lavagem escura um pouco grossa, uma blusa de manga longa e um casaco bem quente cinza, um pouco maior que eu – estava cheia de folhas e meu cabelo batia com força no meu rosto a cada forte rajada de vento, mas mesmo assim eu andava firmemente contra os primeiros pingos de chuva que começavam a cair, sabendo que minha vida poderia mudar dali a alguns minutos, quando eu chegasse ao meu destino. Meu coração batia forte no peito devido ao frio e meus olhos estavam cerrados, abertos o suficiente somente para me permitir a visão da rua e fechados o bastante para que nenhuma folha ou mecha do meu cabelo batesse neles.
Ok, pra quem eu estou mentindo? Meu coração batia rápido por que eu iria vê-lo. A única pessoa que, em toda a minha existência, conseguiu deixá-lo batendo forte ou simplesmente pará-lo com apenas um sorriso.
Meus olhos estavam cerrados, porque eu não queria gravar aquele caminho na mente. Mesmo sabendo que seria impossível tira-lo de lá, eu não queria vê-lo. Quantas vezes eu caminhei por aquele mesmo caminho, cada dia com um sorriso maior. Acho que aquela era a primeira vez que eu lamentava por estar ali.
Prazer, Dulce Maria . Com isso tudo, você deve estar achando que eu sou melodramática, mas na verdade eu sou realista – até demais. Só que do jeito que as coisas vão ultimamente, ser dramática é pouco.
Cheguei ao grande prédio, e meus olhos foram parar automaticamente na cobertura, com uma das grandes paredes superiores (a cobertura do prédio tinha 2 andares) toda feita de vidro. Toda vez que eu chegava naquele prédio meus olhos iam parar ali, mas desta vez eu não estava ansiosa para chegar lá. Comecei a andar devagar, como se de repente os céus me ajudassem e a “tarefa” que eu tinha a cumprir fosse feita de repente, sem dor, mágoas e, o mais importante: sem lembranças. Acenei com a cabeça para Ryam, o jovem porteiro, que apenas deu um sorriso fraco para mim. Ele com certeza ou sabia da minha situação ou achava que eu era corna, ou algo do tipo.
Credo, falando assim estou parecendo uma prostituta infeliz indo pro trabalho.
Acontece que, há 2 anos, eu conheci um cara. Aliás, não é simplesmente um cara. Nós nos conhecemos em uma festa de uma boate que eu freqüento desde meus 17 anos (eu tenho 20, ele tem 24). Nós ficamos por vários meses, e quando tudo estava nas nuvens eu entendi o que eu era: apenas um brinquedinho mais importante. Ucker é do tipo que fica com uma, com outra... diz que ama uma, mas também ama todas as outras garotas londrinas.
E ele pode ficar com todas, é um dos homens mais cobiçados da Inglaterra. Ele dizia que eu era a preferida dele, que nós não tínhamos algo mais sério porque ele não foi “feito para isso”. Era como um relacionamento estável e liberal. Eu ficava com quem eu quiser, ele ficava com quem ele quiser, e nós ficamos sempre.
Até aí tudo bem, eu nunca fui de me apaixonar e não me importava com esse esquema com o Ucker . Mas eu me apaixonei. Passei a ficar com ciúmes quando chegava ao apartamento dele e encontrava outra(s) piranh*(s) lá, quando ele falava todo cheio de graça com alguma “presa” dele por telefone, etc. Eu comecei a querer exclusividade, sentir que ele é só meu e me sentir só dele. O problema é que essa exclusividade eu nunca teria com o Ucker . E tomei uma decisão. Iria “acabar” com ele. Para isso eu estava indo lá.
Entrei no elevador e apertei o botão da cobertura do Christopher, mas ouvi um barulho passos apressados, e coloquei a mão na porta, impedindo o elevador de se fechar. Vi uma velhinha entrar apressada no elevador, com um casaco de lã rosa fechado, uma saia azul e sapatos de salto pequenos, que não a deixava muito mais alta – ela batia mais ou menos no meu ombro, devido á sua coluna mais curvada – e apertava uma bolsa rosa caqui entre o braço e a lateral do corpo.
A velhinha sorriu para mim, agradecida, apertou o botão do décimo andar e seu olhar bateu no botão da cobertura, que estava aceso. O elevador começou a subir e eu a sentia lançar discretos olhares para mim, o que me fez ficar agoniada. Qual é? Eu não sou igual às outras putas de quinta que o Ucker pega – e que ela deveria ver frequentemente entrando no prédio. Finalmente, ela se virou e perguntou para mim com uma expressão envergonhada no rosto:
-Você que é a Dulce ?
Autor(a): jubenson
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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