Fanfic: My Angel of Luck - Herroni | Tema: Herroni

Ao fim de meu banho, desci as escadas e encontrei Maite no sofá assistindo TV. Ela estava tão concentrada que nem viu minha presença ali. Sentei-me ao seu lado, nesse instante ela se surpreendeu.

- Nossa! Eu estava tão concentrada que nem vi você chegar. – ela sorriu.

Sorri em resposta. - Eu gostei muito do passeio. – comentei.

- Aquele ligar é lindo mesmo. – ela concordou sorrindo. – Fico feliz que tenha gostado.

Ficamos vendo TV em seguida, bom, pelo menos eu tentei, mas não estava fácil com essa mulher ao meu lado.

- Bom a amanha é segunda e tenho que acordar cedo. – Maite disse se levantando.

- Claro, claro! – sorri me pondo de pé, Ficamos de frente para o outro. - Boa noite. – falei dando-lhe um beijo na face. Um beijo demorado e com muita ternura.

Quando nos separamos ela sorriu sem jeito e foi para seu quarto. Sorri. Eu estaria apaixonado por Maite? Mesmo se estivesse, eu não sou para seu bico, sou um pé de chinelo. Suspirei, tinha que ir embora e logo se não eu iria enlouquecer sem a Química e também não posso coloca-la em perigo se não eu morreria. E isso que vou fazer, aproveitar de que ela esteja dormindo e pegar minhas coisas. Fui até o quarto, tirei a roupa que eu usava dobrei-a e coloquei sobre a cama. Estava sendo difícil fazer isso, mas tenho, já que não consigo viver sem as Drogas. E também não queria me apaixonar por ela, pois tenho uma coisa pendente a fazer vingar-me da morte de minha Mãe. Mesmo que eu acabasse na cadeia. Sai desses pensamentos e tratei de vestir as minhas roupas de antes. Quando saísse daqui iria para a casa de Chris, ele poderia me ajudar a pegar minha mochila que ficou na boate, já que não posso aparecer lá.  Deixei um bilhete para ela, desci as escadas com cuidado para não fazer barulho, entrei no elevador e apertei o botão. Logo ele desceu, ao abrir vi que só tinha o porteiro, passei por ele e sai do edifício, não havia ninguém na rua, ela estava deserta, fria, muito fria, pois estávamos em época de chuvas e frio rigoroso. Comecei a caminhas, apesar do horário as avenidas estavam movimentadas. Caminhei pelas casas bem construídas e logo veio as vilas velhas. Em seguida entrei em meu bairro, estava como sempre, acabado e cheio de maloqueiros. Cheguei à porta da casa de Christian, bati duas vezes e logo a porta se abriu.

- Cara, onde você se meteu? – perguntou ele preocupado.

- É uma longa história Chris. – falei entrando.

- Acabei de chegar da boate. – ele comentou fechando a porta. – Mas diz ai cara.

- Preciso de sua ajuda. – exclamei serio.

- Novidade. – disse ele revirando os olhos. Sentou-se no sofá e eu fiz o mesmo. – Fala... O que é agora?

- Você sabe que o Mentor só me da o que eu quero em troca de outra coisa, não sabe? – ele assentiu. – Então, há duas semanas lembra que eu fui lá na boate atrás de Drogas?

- Lembro, claro que lembro. – Christian respondeu atento.

- Naquele dia ele me deu o que eu queria, e disse que eu teria que fazer algo em troca, mas não me disse o que era. – pausei. – Duas semanas mais tarde esse serviço chegou, mas o que eu não sabia era que ele era muito pesado Christian. Ele mandou eu, Derrick, Nauar e o Axel assaltarmos um banco. – falei incrédulo.

- E você fez? – ele me perguntou com o cenho franzido.

- Claro que não Chris, eu tava morrendo de medo. – falei passando minhas mãos nervosamente pelos cabelos só de lembrar de tudo me dava um desespero enorme. – E por eu ter fugido, os três me balearam na perna e me espancaram. Depois fiquei lá caído no chão. Mas um anjo, um lindo anjo me salvou Pollis. – sorri só de me lembrar dela.

- Anjo? – Christian indagou em entender.

- Sim, ela só pode ser chamada assim, pois ela fez muitas coisas para me ajudar. – falei. – O nome dela é Maite, ela me ajudou, cuidou de mim durante esses dias. Fiquei na casa dela.

- E ela sabe que...

O interrompi. – Não, não! Isso nunca poderá acontecer! – falei um pouco alterado. – Por isso que voltei pra cá, pra que não me envolvesse com ela e pra que ela não ficasse em perigo.

- Se eu não te conhecesse diria que está apaixonado por essa moça. – disse Christian de sobrancelhas erguidas.

- Esse é um dos motivos que eu sai de casa dela. – exclamei afundando minha cabeça em minhas mãos. – Chris, se você a visse, como ela é linda, mas ela não é pro meu bico. – disse angustiado.

- Pelo que parece ela é de outra classe social. – ele comentou.

- É sim, mas ela não se importa com isso pelo que percebi. Ela já sabia que eu não era bom de situação. – repliquei com o pensamento longe mais precisamente nela. – Mas eu tenho três favores a te pedir.

- Quais? – ele questionou.

- O primeiro que me deixe em sua casa por uns tempos. – ele assentiu. – Segundo é que traga minha mochila que deixei na boate e a ultima é que busque peças de roupas em minha casa.

Ele sorriu. – O que eu não faço por você Poncho. – ele me abraçou. – Te considero meu irmão.

- Eu sei. – sorri. – Nos conhecemos desde pequenos. – falei relembrando nossa infância.

- Já jantou? – ele perguntou-me se levantando.

- Sim. – respondi.

- Aí Poncho, não tem problema de você dormir no sofá não cara? – ele me perguntou sem jeito.

- Claro que não Christian, já dormi em lugares piores. – comecei a rir.

Ele também riu.

- Pode deixar que eu me arrumo aqui cara. – falei tirando meus sapatos.

Então ele se retirou para dormir. Eu me deitei e em questão de minutos cai no sono.