Fanfics Brasil - Capítulo1 A Vingança - AyA

Fanfic: A Vingança - AyA


Capítulo: Capítulo1

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Você tem que jogar pôquer toda sexta-feira à noite, faça chuva ou faça sol?


Alfonso deu uma olhada no espelho, no reflexo de uma mulher loura muito bonita deitada de costas na cama dele, um exuberante cabelo espalhado por seus delgados ombros e um delicado queixo apoiado em suas mãos. Seus olhos, que eram tão grandes e azuis como o céu, se prenderam aos dele, numa expressão sedutora.


Alfonso hesitou um pouco antes de continuar a abotoar sua camisa cinza de seda. Ao mesmo tempo em que a idéia de juntar-se novamente a ela na cama era tentadora, o jogo de pôquer sexta à noite era inegociável.


— Meus companheiros de pôquer e eu fizemos um pacto há algum tempo — explicou. — Se estivermos em Sydney em uma sexta à noite, ou em qualquer outro lugar da Austrália, temos que nos encontrar. Só podemos cancelar se estivermos fora do país ou no hospital. Mesmo assim, quando Cristian esteve no hospital, depois de um acidente de esqui no inverno passado, ele insistiu e todos fomos jogar no seu quarto.


Alfonso sorriu ironicamente para si mesmo ao pensar no seu melhor amigo e na sua louca paixão pelo pôquer.


—Eu acho que, no caso de Cristian se casar novamente, o que eu duvido, ele pediria para o acompanharmos em sua lua-de-mel somente para manter o jogo semanal. Eu, no entanto, fiquei feliz ao abrir mão do pôquer durante o mês da minha lua-de-mel — ressaltou, convencido.


—Sua esposa ficaria decepcionada se você não tivesse feito isso.


—Será que ficaria? — Ele virou-se e sorriu para ela. — decepcionada?


— Muito decepcionada.


— E você está decepcionada hoje, senhora Brandon?


Ela deu de ombros, depois rolou na cama, espreguiçando-se nos lençóis de cetim na cor pérola, erguendo a cabeça com as mãos antes de cair novamente em sua king-size. Alfonso evitou olhar para o corpo dela, simplesmente perfeito, mas era difícil não admirar a sua beleza física. Anahí era a realização da fantasia de qualquer homem. E ela era toda sua.


Alfonso ainda não conseguia acreditar na sorte de ganhar a mão — e o amor — de uma criatura tão maravilhosa.


E Anahí realmente o amava. Ele já havia saído com diversas golpistas, caçadoras de dotes, o suficiente para reconhecer o amor real quando o encontrasse.


Anahí suspirou enquanto olhava para ele com seus longos cílios.


— Acho que posso ceder você por algumas horas.


Vou ter que me acostumar a ficar sozinha, de qualquer forma, já que você volta a trabalhar na próxima segunda-feira.


De volta ao trabalho...


Alfonso sofreu só de pensar. Nos últimos vinte anos ele dedicara sua vida à cervejaria da família depois que seu devasso pai quase deixou o negócio à beira da falência. E ele tinha gostado de cada momento difícil, desafiador e frustrante.


Dos vinte aos quarenta anos, ele viveu e respirou a Cerveja Brandon. Casamento e família tinham sido relegados a segundo plano enquanto ele deixava de ser um universitário sem dinheiro e passara a ser um dos mais bem-sucedidos homens de negócios da Austrália, colocando a Cerveja Brandon de volta ao cenário mundial e comprando, aos poucos, meia dúzia de hotéis em Sydney, sendo que cada um agora lhe rendia uma considerável fortuna após a aquisição das máquinas de pôquer.


Desde que conhecera e se casara com Anahí, entretanto, os negócios foram colocados em segundo plano na vida de Alfonso. Seu pensamento agora estava focado em outras coisas que não eram oportunidades de investimento, projeções de mercado e programas de expansão. Até agora, mesmo no final da lua-de-mel, seu foco permanecia em outras coisas que não fossem trabalho.


A perspectiva de começar uma família em um futuro próximo o entusiasmava tanto quanto a mulher com a qual planejara ter aquela família. Anahí queria, no mínimo, duas crianças e tinha decidido parar de tomar a pílula no mês seguinte, o que o deixou muito feliz, assim como a decisão de não voltar ao trabalho depois da lua-de-mel. Ela havia deixado o emprego do departamento de Relações Públicas no escritório central da cervejaria Brandon logo depois que aceitou o pedido de casamento, dizendo que não era certo continuar trabalhando lá.


Alfonso estava consciente, entretanto, de que Anahí, com a sua aparência e personalidade, poderia arranjar outro emprego de RP em Sydney num piscar de olhos. Enfatizou que não queria que ela pensasse que ele era o tipo de marido machista que não deixa a mulher trabalhar fora.


Mas ela recusou a sugestão dele, afirmando que para os próximos anos sua carreira era ser sua esposa e a mãe de seus filhos. Talvez, quando a última criança fosse para a escola, ela poderia considerar a idéia de retomar ao trabalho.


Embora não acreditasse de forma alguma ser um homem retrógrado, Alfonso reconhecia que gostava de pensar que sua esposa estaria sempre ali à sua espera quando ele chegasse do trabalho, pronta para realizar qualquer desejo ou capricho seu, o que não parecia ser difícil para ela.  


— Vou sentir muito a sua falta — desabafou um tanto queixosa. — Você tem certeza de que precisa voltar ao trabalho na segunda? — perguntou com um olhar provocante, como há muito não se vê desde que Eva tentou Adão.


O corpo de Alfonso reagiu positivamente. Ele não tinha dúvida de que poderia sobreviver afastando-se de Anahí por algumas horas naquela noite, mas a possibilidade de não mais fazer amor durante o dia, quando desse vontade, não lhe agradava. Luas-de-mel viciavam assim como as belas noivas que nunca diziam não a seus maridos.


— Acho que posso tirar outra semana de folga —retrucou ele, pensando consigo mesmo que o escritório viveria outros cinco dias sem que estivesse pessoalmente. Poderia manter contato por telefone e-mail.— Teríamos mais algum tempo para procurarmos nossa nova casa juntos. — Ele havia pedido a Anahí para procurar uma casa que substituísse a cobertura em que morava, algo substancial e de estilo em algum dos bairros da zona leste da cidade. Ele não queria todos os dias cruzar a ponte do porto no caminho para o escritório.


Anahí sorriu.


—Que idéia maravilhosa! Mas você realmente faria isso? Tiraria outra semana de folga? Conheço sua reputação de ser um workaholic.


Quando os olhares de Alfonso e Anahí se encontraram no espelho, o olhar dele era de arrependimento.


—Você sabe que eu faria qualquer coisa que você me pedisse. — Qualquer coisa, exceto abrir mão das suas noites de pôquer às sextas-feiras.


Depois da camisa cuidadosamente abotoada, ele virou-se e posicionou-se no colchão, ficando em frente a ela, que estava com o rosto virado para baixo.


— Mas você já sabe disso, não sabe? —murmurou, quase encostando a boca sobre a dela. —Você me enfeitiça por completo.


— Enfeitiço? ?— Sua voz ressoou de forma doce e sedutora como sempre o conquistava. Alfonso estremeceu. Era realmente incrível, ele já tinha quase quarenta anos, não era um garotinho inexperiente. Seu desejo por Anahí, às vezes, chegava a ponto de ser insaciável. Alfonso nunca havia conhecido uma mulher como ela, ou um amor igual ao que sentia por ela. Era algo que o consumia por completo. Possessivo. Obsessivo, até.


Suas mãos se ergueram para tocá-lo, suas sobrancelhas se curvaram.


— Mmm, Alfonso querido, não consigo ver você concentrado nas cartas nessa condição tão deplorável. Certamente, seus companheiros de pôquer não vão ligar se você chegar um pouquinho atrasado...


Ele ansiava por entregar-se a ela, mas temia não querer parar caso ela começasse. Por outro lado, se ele não aparecesse no pôquer naquela noite, Cristian tiraria a sua pele.


Não! Ele precisava ser forte e não deixar a malícia de Anahí dominá-lo desta vez.


O que provavelmente seria o melhor a fazer, pois não é bom que a vontade de uma pessoa sempre prevaleça, ainda mais no caso de uma esposa, pensou. Ele já havia, lamentavelmente, estragado Anahí desde que ela se tornara a senhora Alfonso Brandon. Ele gastou uma pequena fortuna com estilistas de moda durante os quinze dias em que estiveram em Paris, e um outro tanto com sapatos italianos feitos a mão, incluindo os acessórios, durante a estada deles em Roma.


Mas isso já fazia parte do passado. Agora que a lua-de-mel estava terminando, ele realmente tinha que começar a rotina diária do casamento uma vez que queria continuar casado. E isso significava continuar jogando pôquer toda sexta à noite.


— Muito pelo contrário, minha querida — disse Alfonso com um sorriso irônico enquanto se desviava dela. — Energias sexuais redirecionadas podem ser muito eficazes. A frustração dá ao homem uma vantagem. É por que os lutadores de boxe se abstêm na noite anterior à luta. Eu garanto que vou ganhar na mesa esta noite, e quando eu finalmente chegar em casa, você, meu amor, ganhará também. Agora, pare de tentar me seduzir, mocinha. Cubra-se com um lençol até que eu saia daqui. Seu corpo pode ser uma arma letal.


Ela riu, rolou na cama ficando de costas novamente.


— Será?



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Autor(a): mariahsouza

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Comentários do Capítulo:

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  • annytha Postado em 03/10/2009 - 11:27:10

    não vai mais posta?
    eu quero+++++
    vai não desiste

  • bruna Postado em 18/05/2009 - 01:10:59

    flor continua tá linda sua web.bjoO/*


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