Fanfics Brasil - Tudo pode mudar Férias de Verão

Fanfic: Férias de Verão | Tema: Outro


Capítulo: Tudo pode mudar

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                                                                          1


As malas estavam prontas e carro abastecido. A família de Elenna estava pronta para mais uma temporada de férias em uma cidade afastada do movimento de fim de ano, localizada no litoral. Eles mantinham uma casa naquela pequena cidade há 10 anos e desde que Elenna tinha 8 anos se lembrava das tardes intermináveis nas praias da região.


- Todos prontos? Perguntou Alex, irmão mais velho de Elenna.


- Sim, já pro carro Doggie! Que cachorro chato. - Gritou da varanda o pai de Alex e Elenna, Robert.


- Mas onde diabos está a mãe de vocês?


- Estou aqui, querido. E não use esse palavreado perto das crianças. – Deslumbrante como todos os dias, Elis tinha uma beleza tão natural quanto é natural que o sol nasça ao leste toda manhã.


- Eu tenho 19 e a Elenna, 18. Ainda não entendo porque você chama a gente de criança.


Elis veio em direção a eles e, dando um beijo na testa de cada um, disse:


- Não importa a idade, sempre serão meus bebês. Se acostumem!


Ela entrou no carro e bateu a porta. Três segundos depois começou a gritar:


- Vamos logo, o que estão esperando? Entrem nesse carro, temos uma viagem de seis horas pela frente!!!


Eles entraram no carro, com a certeza de que teriam férias normais como todas as outras. Menos Elenna. Ela tivera uma espécie de premonição noite passada, como se a vida dela estivesse prestes a mudar de uma forma terrível. Ela estava certa e ao mesmo tempo, terrivelmente enganada.


Por mais que não parecesse, a família de Elenna não era como dos filmes: perfeita. Muita coisa ruim já tinha acontecido aquela altura e eles se esforçavam bastante para manter a família estruturada. A mãe de Elis, Meredith, uma inglesa de origem nobre e com posição social elevada no Reino Unido havia morrido três meses antes, com câncer, o que fazia daquele verão importante e muito doloroso.


                                                                          2


Fazia pouco mais de duas horas que tinham pegado a estrada e Elenna começou a se sentir um pouco mal.


- Mãe, essa garota vai vomitar e meu X- Box novo está aqui atrás, parem esse carro.


No próximo posto de gasolina, o carro encostou.


- Vá no banheiro com sua irmã.


Alex, relutantemente, se levantou e ajudou Elenna a sair do carro. Ela estava fraca e mal conseguia se sustentar sobre as próprias pernas.


- O que está acontecendo? Que droga.


- Você não está gravida não né?


- Idiota, eu não estou grávida. Só estou tendo um dia ruim e sabe se lá porque isso decidiu atacar meu estomago também.


- Como assim um dia ruim?


- Eu tive um sonho  estranho essa noite... Como se ondas me alcançassem e eu não conseguisse mais sair debaixo d’água, e vinha um cara e me jogava mais para fundo mas eu não morria, apenas respirava melhor. No fundo. Eu não vi o rosto dele e isso não sai da minha cabeça.


- Drogas?


- EU NÃO FIZ BESTEIRA, TÁ LEGAL?


Elenna sentiu uma tontura e quase caiu. Os braços do irmão a seguraram bem a tempo.


- Então meu estoque de explicações possíveis para esse sonho e essa sua piração acabaram.


- Só me leve de volta pro carro, ok?


- Só depois de você vomi...


Tarde demais. Elenna tinha acabado de fazer isso nos sapatos de Alex.


Nossa, foi um belo estrago. Ele se limpou e voltaram para o carro. Algumas horas depois chegaram a casa conhecida, que tinha sido palco de aventuras infantis e doces paixões adolescentes. Elenna não sabia, mas aquele sonho não era só um fruto do seu subconsciente. Era uma mensagem dos deuses.


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Robert estava sorrindo. Olhar para Elis de manhã na cama sem nenhuma preocupação de ir para a sala de cirurgia fazia todos os nove meses na emergência do Hospital Valence Skies valer a pena. Ele era um cirurgião de trauma de auto calibre, seguindo a tradição da família do pai, quase todos médicos com exceção do primo Zack, que era fisioterapeuta.


Há um mês atrás, estavam a beira do divórcio. Ele não pretendia deixar seu casamento de 25 anos com a mulher da sua vida acabar por causa do trabalho. Elis era diretora de um museu voltado para exposições de arte de artistas iniciantes. E quando eu digo iniciantes, não digo amadores e sim artistas sem nenhum tostão ou financiamento, mas que pintam e esculpem como Da Vinci ou Michelangelo.


Se vendo menos de três horas por dia, as crises começaram. Robert decidiu rejeitar a chefia da cirurgia pelo bem de sua família. E então entrou de férias e foram para o lugar típico e aconchegante que iam todos os anos.


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A casa de Cabo Frio era um dos mais belos prédios da cidade. Dois andares, vista para o mar e uma área externa de tirar o folego, era um dos locais mais cobiçados pelos ricaços do país mas que os Stuart se recusavam a vender, mesmo que muitas vezes isso significasse rejeitar quantias milionárias. Dinheiro nunca foi problema para a família.


Elenna se levantou cedo aquela manhã. Afastou as cobertas de cima das pernas e demorou pra lembrar de onde estava, como sempre acontecia nas primeiras manhãs naquela cama antiga e do mesmo jeito nova. Ela se levantou e foi em direção a janela, que revelava um dia ensolarado por trás das cortinas de linho do quarto.  Ela tirou o pijama e vestiu qualquer coisa que conseguiu encontrar na mala e desceu as escadas da casa correndo em direção a cozinha.


Elis fazia ovos mexidos e bacon, a refeição mais clichê e menos brasileira que qualquer pessoa poderia comer no sábado de manhã. Graças a Deus eles não faziam panquecas.


- Vitor ligou. Ele falou um monte de coisas e tudo que eu entendi foi que você se atrasou para um ritual que vocês fazem nos últimos dez anos e que ia matar você.


- Ai droga, tenho que ir. Elenna levantou, deu um beijo na bochecha da mãe e foi em direção a porta a passos largos.


- Leve um lanche!


A porta bateu e Elis sabia que Elenna não voltaria tão cedo naquela manhã.


Vitor era um amigo de Elenna. O melhor amigo. Eles tinham se conhecido durante as férias naquela mesma cidade, uns dez anos antes.  Ele era alto, porte atlético e cabelos negros jogados sobre a testa  bronzeada. Ele era lindo mas como Elenna dizia, isso era uma coisa atual, porque ele costumava ser um nerd patinho feio que sempre era deixado de lado por todo mundo até seu aniversário passado. Melhores amigas entendem de moda e também convencem  amigos a entrar na academia. Não que ela não gostasse dele fisicamente antes, mas é que sabe quando você não aguenta mais a pessoa reclamando de ser sempre o segundo em tudo? Elenna deu um empurrãozinho na auto estima de Vitor.


- Finalmente cara, tá 45 minutos atrasada.


- Ok, eu cheguei. Relaxa aí e vamos fazer isso logo. Por mais que eu ache desnecessário...


- Cala a boca e senta ai. Victor disse empurrando uma latinha de refrigerante na mão de Elenna e eles sentaram em frente a tv da sala da casa de praia da família de Vitor.


- Ver Dirty Dancing todos os primeiros dias de férias é realmente necessário?


- Não desrespeite nunca um ritual de boa sorte, mocinha.


Ele apertou o play e o filme começou.



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Autor(a): ely

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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