Fanfic: Odeio te Amar | Tema: RBD

  Annie foi pra casa e encontrou tudo deserto. Alice já tinha ido pra escola, a faxineira estava no quintal, Lúcia estava fazendo compras e seu pai, para variar, não se encontrava.

    Ela subiu para o quarto, o vazio daquela casa a estava matando, o vazio de sua vida a estava matando. A falta de comunicação com o pai, a falta que a mãe ainda fazia, a ausência do amor verdadeiro, tudo a deixava deprimida.

     Deitada na cama, sobre o já conhecido caderno, as lágrimas vinham com facilidade e as palavras com mais facilidade ainda.

A só, sozinha, solidão.

Hoje espero,

Choro sentada na cama.

Olho!sorrio,

Mas não há ninguém nas janelas.

Há um barulho, corro pra ver o que é,

O vento namora a plantação,

Mas não quer falar comigo.

Volto, choro,

Minha vida se resume em choro.

Limpo meu rosto,

Coberto de lágrimas brilhantes,

No espelho sozinha está

A Senhora Solidão.

Por um momento me dou conta,

Foi a só, sozinha, solidão

Ela roubou minha alma.

Já é tarde,

Não posso lutar contra ela,

Estou fraca, frágil,

Se eu cair? Quem me segura?

Corro, agora

Para espantar

Aquela que me maltrata.

Canso a mim mesma,

Não há remédio.

Sou ninguém,

Ou alguém

Triste por um momento,

E para sempre.

Ah! Se houvesse uma palavra,

Um beijo,

Um sorriso,

Para me salvar.

Espero, sentada na cama,

Um sorriso,

Que me liberte dela,

A só, sozinha, solidão.

   Annie acabou adormecendo. Acordou com Lúcia que abria as cortinas do quarto, deixando os raios de sol entrarem.

            Annie: - Fecha isso, Lúcia!

            Lúcia: - Não senhora, nem pensar.

            Annie: - Me deixa dormir! Não sejá má!

            Lúcia: - Annie... – Sentando na beira da cama. – O que, exatamente, está acontecendo com você?

            Annie: - Nada! Só estou cansada.

            Lúcia: - Para com isso, Anahí! Senta e fala olhando nos meus olhos. – Annie se sentou. – Eu conferi o microondas, você não comeu a lasanha que eu deixei.

            Annie: - To parando de comer massa.

            Lúcia: - Desde quando? Você ama massa!

            Annie: - Desde que eu engordei.

            Lúcia: - Não brinca assim comigo, Anahí Portillo! – O tom de Lúcia era de mãe brava. – Nada disso! Você está um palito e sabe disso. O que tá te deixando tão triste?

            Annie: - Eu não estou triste, Luci! Eu to feliz, olha. – Abrindo um sorriso.

            Lúcia: - Nem mil sorrisos apagariam o vermelho desses olhinhos que devem ter chorado um oceano.

            Annie: - Lú, eu...

            Lúcia: - Annie, não quero nem pensar na possibilidade de você recair pra anorexia, tá? Nem pense nisso.

            Annie: - Não vai acontecer, Lú.

            Lúcia: - Tente expor o que está sentindo. Não adianta de nada ficar se remoendo por dentro. Escreve palavras lindas, mas não consegue expor os sentimentos.

            Annie: - Não quero encher ninguém com minhas crises chatas.

            Lúcia: - Quem te ama, Annie, quer te ajudar e eu me sinto triste por você pensar assim. Pensei que me considerasse como uma mãe. – Ela já ia saindo.

            Annie: - Luci! – Segurando a mão dela. – Eu te amo! – Dando um abraço nela.

            Lúcia: - Linda! – Olhando nos olhos de Annie. – Agora tente dizer isso ao Poncho. – Ela saiu antes que Annie pudesse dizer algo.

            Annie: - Ela... Sabe?!

    Lúcia desceu as escadas sorrindo pra si mesma. Embora estivesse preocupada com Anahí, ria da ingenuidade da garota ao achar que ninguém percebia seu interesse por Poncho.

    Lúcia estava na cozinha, quando o telefone da casa começou a tocar e ela correu para atender.

           Lúcia: - Alô! Oi... To bem sim... Tá lá em cima... É melhor você vir aqui, ela não tá muito bem... Não sei... Tá, a gente te espera. – Ela desligou o telefone e voltou pra cozinha.

    Annie ainda estava jogada em sua cama, mas dessa vez o som de Pretty Baby (Vanessa Carlton) invadia o quarto, quando ela ouviu as batidas na porta.

          Annie: - A Lúcia não vai me deixar mais em paz. – Ela sussurrou. – Entra!!!!!!