Fanfic: o sol da meia noite"crepúsculo saga" versão edward!
- Não. Não parece estar... ajudando.
Ela fez uma careta. - É minha culpa, não é?
- Claro que não. - Eu menti suavemente.
Não seja um cavalheiro.
Eu sorri.
Eu faço você se sentir desconfortável. Ela acusou.
- Não.
Ela ergueu uma sobrancelha, sua expressão tão desacreditada que eu tive que rir. Uma curta
risada, seguida por outro suspiro.
- Tudo bem - eu admiti. - Um pouquinho.
Ela suspirou também, e colocou seu queixo em suas mãos. Seus pensamentos estavam
desapontados.
- Você é mil vezes mais encantadora que as estrelas, Tanya. Claro, você já sabia disso. Não
deixe minha teimosia mexer com a sua confiança. - Eu ri pela indiferença daquilo.
- Eu não estou acostumada a rejeição - ela murmurou, e seu lábio de baixo formou um beiço
atraente.
- Certamente não - eu concordei, tentando sem sucesso bloquear seus pensamentos enquanto
ela pensava em suas milhares de conquistas com sucesso. Geralmente Tanya preferia homens
humanos – eles eram mais populares por uma coisa, e ainda tinham a vantagem de ser quentes e
macios. E mais impulsivos, definitivamente.
- Succubus - eu provoquei, esperando interromper as imagens em sua cabeça.
Ela sorriu, mostrando os dentes. - A original.
Diferente de Carlisle, Tanya e suas irmãs descobriram suas conseqüências bem devagar. No fim,
era seu afeto por homens que se virou contra a matança das irmãs. Agora que os homens que elas
amavam... viviam.
- Quando você apareceu aqui - Tanya disse devagar. - Eu pensei que...
Eu sabia o que ela tinha pensado. E eu deveria ter adivinhado que ela se sentiria desse jeito.
Mas eu não estava pensando muito naquele momento.
- Você pensou que eu mudei de idéia.
- Sim. - Ela olhou feio.
- Eu me sinto horrível por brincar com suas expectativas, Tanya. Eu não tive a intenção – eu
não estava pensando. Foi só que eu fui embora com... pressa.
- Eu não acredito que você vá me dizer por quê...?
Eu sentei e envolvi meus braços em minhas pernas, me curvando defensivamente. - Eu não
quero conversar sobre isso.
Tanya, Irina e Kate eram ótimas nessa vida que elas levavam. Melhores, em alguns modos, que
Carlisle. Fora a proximidade insana das pessoas que deveriam ser – e um dia foram – sua presa, elas
não cometiam erros. Eu estava muito envergonhado para admitir minha fraqueza à Tanya.
- Problemas com mulheres? - ela adivinhou, ignorando minha relutância.
Eu dei uma risada vazia. - Mas não do jeito que você quis dizer.
Ela ficou quieta então. Eu ouvi seus pensamentos enquanto ela corria por vários palpites,
tentando adivinhar o significado das minhas palavras.
- Você não está nem perto - eu a disse.
- Uma pista? - ela perguntou.
- Por favor, deixe pra lá, Tanya.
Ela ficou quieta de novo, ainda especulando. Eu a ignorei, tentando apreciar as estrelas em vão.
Ela desistiu depois de um momento silencioso, e seus pensamentos tomaram uma nova direção.
Pra onde você vai, Edward, se você for embora? De volta pra Carlisle?
- Eu não acho provável - eu sussurrei.
Para onde eu iria? Eu não podia pensar em um lugar no mundo inteiro que tinha algum
interesse para mim. Não havia nada que eu queria fazer ou ver. Porque não importava onde eu fosse,
eu não iria pra nenhum lugar – eu só estaria fugindo.
Eu odiava isso. Quando eu virei um covarde?
Tanya jogou seu braço magro em volta de meus ombros. Eu endureci, mas não recuei por
causa de seu toque. Ela fez isso não mais por causa de um conforto amigo. Quase.
- Eu acho que você vai voltar - ela disse, sua voz com uma pequena pista de seu perdido
sotaque Russo. - Não importa o que é... ou quem for... que está te assombrando. Você vai enfrentar
de cabeça erguida. Você é o tipo.
Seus pensamentos eram tão certos quando suas palavras. Eu tentei aceitar a visão de mim
mesmo que ela carregava em sua mente. O que enfrentava as coisas de cabeça erguida. Era
prazeroso pensar em mim desse jeito de novo. Eu nunca duvidei da minha coragem, minha habilidade
de enfrentar a dificuldade, antes daquela horrível hora na escola em uma aula de biologia há tão
pouco tempo atrás.
Eu beijei sua bochecha, a empurrando levemente quando ela virou seu rosto em direção ao
meu, com seus lábios já enrugados. Ela sorriu perante a minha rapidez.
- Obrigado, Tanya. Eu precisava ouvir isso.
Seu pensamentos se tornaram petulantes. - De nada, eu acho. Eu gostaria que você fosse um
pouco mais razoável com as coisas, Edward.
- Me desculpe, Tanya. Você sabe que é boa demais para mim. Eu só... não encontrei o que eu
estou procurando ainda.
- Bem, se você for embora antes de eu te ver de novo... Adeus, Edward.
- Adeus, Tanya. - Enquanto eu disse as palavras, eu pude ver. Eu pude me ver indo embora.
Sendo forte o suficiente para o único lugar que eu queria estar. - Obrigado de novo.
Ela estava em pé em um simples movimento, e então estava correndo, desaparecendo por entre
a neve tão rapidamente que seus pés não tinham tempo nem de afundar na neve; ela não deixava
passos para trás. Ela não olhou para trás. Minha rejeição a incomodou mais do que antes, mesmo em
seus pensamentos. Ela não queria me ver de novo antes de eu ir embora.
Minha boca se contorceu em desapontamento. Eu não gostava de machucar Tanya, embora
seus sentimentos não fossem profundos, realmente puros, e nesse caso, não era algo que eu podia
fazer o mesmo.
Isso me fez me sentir menos do que um cavalheiro.
Eu coloquei meu queixo em meus joelhos e olhei para as estrelas de novo, e então de repente
eu estava ansioso para ir embora. Eu sabia que Alice iria me ver indo pra casa, que ela iria contar aos
outros. Isso iria os fazer felizes – especialmente Carlisle e Esme. Mas eu olhei para as estrelas mais
um pouco, tentando ver além do rosto na minha cabeça. Entre eu e as luzes brilhantes no céu, um
par de olhos marrom-chocolate me encaravam, parecendo perguntar o que essa decisão significaria
para ela. Claro, eu não podia ter certeza se era isso o que os olhos realmente queriam. Mesmo na
minha imaginação, eu não podia ouvir seus pensamentos. Os olhos de Bella Swan continuavam a
questionar, e uma visão desobstruída das estrelas continuava a me iludir. Com um suspiro forte, eu
desisti, e levantei. Seu eu corresse, eu estaria no carro de Carlisle em menos de uma hora...
Com pressa para ver minha família – e querendo muito ser aquele Edward que enfrentava as
coisas de cabeça erguida – eu corri pelo campo de neve iluminado pelas estrelas, não deixando nem
traços de passos.
- Vai ficar tudo bem - Alice respirou. Seus olhos estavam desfocados, e Jasper tinha uma de
suas mãos levemente embaixo de seu cotovelo, a guiando para frente enquanto entrávamos na
cafeteria em um grupo próximo. Rosalie e Emmett foram na frente, parecendo ridiculamente
guarda-costas no meio de um território inimigo. Rose parecia atenta, também, mas muito mais
irritada do que protetora.
- É claro que é - eu murmurei. O comportamento deles era ridículo. Se eu não tivesse positivo
que eu poderia segurar o momento, eu teria ficado em casa.
A mudança inesperada de normal, até uma manhã agradável – tinha nevado à noite, e Emmett
e Jasper não estavam acima de tomar vantagem da minha distração e me bombardear com bolas de
neve, quando eles ficavam entediados com a minha falta de resposta, eles se viravam um contra o
outro – para essa vigilância que era demais, teria sido cômico se não fosse tão irritante.
- Ela não está aqui ainda, mas o jeito que ela irá entrar... ela não vai estar junto com o vento se
nós sentarmos no nosso lugar de sempre.
- É claro que nós vamos sentar no nosso lugar de sempre. Pára, Alice. Você está me irritando.
Eu estou ótimo.
Ela piscou uma vez enquanto Jasper a ajudava a sentar, e seus olhos se focaram em meu rosto.
- Hmm - ela disse, parecendo surpresa. - Acho que você está certo.
- É claro que eu estou - eu murmurei.
Eu odiava ser o centro de preocupação deles. Eu sentia pena do Jasper, lembrando de todos os
tempos que nós nos curvávamos o protegendo. Ele encontrou meu olhar brevemente, e sorriu.
Irritante, não é?
Eu sorri para ele.
Foi só semana passada que esse grande lugar parecia tão entediante para mim? Que parecia
até dormir, como num coma, estar aqui?
Hoje meus nervos estavam esticados e duros – fios de piano, pressionados a cantar à menor
pressão. Meus sentidos estão hiper-alertas, eu percebia todo som, todo olhar, todo movimento do ar
que tocava minha pele, todo pensamento. Especialmente os pensamentos. Havia um único sentido
que eu me recusava a usar. Cheiro, é claro. Eu não respirei.
Eu esperei ouvir mais dos Cullen nos pensamentos que eu segui em frente. O dia todo eu
esperei, qualquer novo pensamento que Bella Swan tenha participado, tentando ver qual direção a
fofoca ia tomar. Mas não havia nada. Ninguém tinha percebido os cinco vampiros na cafeteria, do
mesmo jeito que antes, quando a garota nova chegou. Muitos dos humanos ainda estavam pensando
naquela garota, ainda com os mesmos pensamentos de semana passada. Ao invés de pensar nisso
como entediante, eu estava fascinado.
Ela não disse para ninguém sobre eu?
Não tinha jeito dela não ter percebido meu escuro, assassino olhar. Eu a vi reagir a isso. Com
certeza eu a assustei. Eu estava convencido de que ela falaria disso para alguém, talvez até exagerar
um pouco na história para ficar melhor. Me dando algumas falas ameaçadoras.
E então, ela também me ouviu tentar sair de nossa aula de biologia. Ela deve ter imaginado,
depois de ver minha expressão, se ela era a causa. Uma garota normal teria perguntado por aí,
comparando sua experiência coma de outros, procurando por coisas em comum para que ela pudesse
explicar meu comportamento para que ela não se sentisse sozinha nisso. Humanos eram tão
constantemente desesperados para se sentirem normais, para se encaixarem. Para se misturarem
com todo mundo à sua volta, como rebanho de ovelhas. Essa necessidade era mais forte na época da
adolescência. Aquela garota não deveria ser uma exceção para essa regra.
Mas ninguém pareceu notar nós sentados na nossa mesa de sempre.
Bella devia ser excepcionalmente tímida, se ela não confiava em ninguém. Talvez ela tenha
falado com seu pai, talvez aquela fosse a mais forte relação... embora isso parecesse não muito
provável, dando o fato que ela não tenha passado tanto tempo com ele durante sua vida. Ela devia
ser mais próxima à sua mãe. Ainda assim, eu teria que passar pelo Chefe Swan alguma hora e ouvir o
que ele estava pensando.
- Alguma coisa nova? - Jasper perguntou.
- Nada. Ela... não deve ter dito nada.
Todos eles levantaram uma sobrancelha pela novidade.
- Talvez você não seja tão assustador quanto você pensa que é - Emmett disse, rindo. - Eu
aposto que teria assustado ela mais do que isso.
Eu virei meus olhos pra ele.
- Imagino por quê...? - Ele se questionou de novo sobre minha revelação pelo silencio único da
garota.
- Nós já falamos nisso. Eu não sei.
- Ela está entrando - Alice murmurou então. Eu senti meu corpo ficar rígido.
- Tente parecer humano.
- Humano, você diz? - Emmett perguntou.
Ele levantou seu punho direito, movendo seus dedos e revelando uma bola de neve que ele
guardou em sua palma. É claro que não derreteu lá. Ele apertou até virar o bloco de gelo. Ele tinha
seus olhos nos de Jasper, mas eu vi a direção de seus pensamentos. E Alice também, é claro. Quando
ele jogou o pedaço de gelo na direção dela, ela o desviou com um casual movimento dos dedos. O
gelo ricocheteou por entre a cafeteria; rápido demais para ser visto pelos olhos humanos, e bateu em
um afiado crack na parede de tijolos. O tijolo quebrou, também.
As cabeças naquele canto do lugar viraram para olhar a pilha de gelo quebrado no chão, e
então viraram pra procurar o culpado. Eles não olharam além de algumas mesas longe deles.
Ninguém olhou para nós.
- Super humano, Emmett - Rosalie disse. - Por que você não soca a parede?
- Iria parecer mais impressionante se você fizesse, baby.
Eu tentei prestar atenção neles, mantendo um sorriso no meu rosto como se eu fizesse parte da
conversa. Eu não me permiti a olhar para a fila em que ela estava parada. Mas isso era tudo o que eu
estava ouvindo.
Eu podia ouvir a impaciência de Jéssica com a garota nova, que parecia estar distraída também,
parada sem emoção na linda que se movia. Eu vi, nos pensamentos de Jéssica, que as bochechas de
Bella Swan estavam de novo rosadas com um rosa claro por causa do sangue.
Eu respirava pouco, preparado para parar de respirar se uma pista do cheiro dela pairasse no ar
perto de mim.
Mike Newton estava com as duas garotas. Eu ouvia as suas duas vozes, mental e verbal,
quando ele perguntou o que tinha de errado com a garota Swan. Eu não gostava do jeito que seus
pensamentos se envolviam com ela, as fantasias que já se estabeleciam em sua mente a fazendo ficar
nebulosa enquanto ele olhava ela parecia esquecer que ele estava lá.
- Nada - eu ouvi Bella dizer silenciosamente, com a voz clara. Parecia tocar feito um sino por
cima da tagarelice da cafeteria, mas eu sabia que era só porque eu estava prestando atenção muito
intensamente à ela.
- Eu vou pegar só um refrigerante hoje - ela continuou para seguir a fila.
Eu não pude deixar de olhar pra direção dela. Ela estava olhando para o chão, o sangue saindo
de seu rosto. Eu olhei rapidamente para Emmet, que riu do meu sorriso no rosto.
Você parece doente, mano.
Eu arrumei minha expressão para faze-la parecer normal.
Jéssica estava pensando alto sobre a falta de apetite da garota. - Você não está com fome?
- Na verdade, eu me sinto um pouco mal. - Sua voz estava mais baixa, mas ainda bem clara.
Por que me incomodava a preocupação toda protetora que invadiu os pensamentos de Mike
Newton? O que importava o modo possessivo em que ele pensava nela? Não era da minha conta se
Mike Newton se sentia ansioso perto dela. Talvez essa fosse a maneira que todo mundo respondia à
ela. Eu não queria a proteger também? Antes de querer mata-la, isso é...
Mas ela estava doente?
Era difícil de julgar – ela parecia tão delicada com sua pele translúcida... E então eu percebi que
estava me preocupando também, assim como aquele maldito garoto, e eu me forcei a não pensar na
saúde dela.
Alice me cutuvelou. Ela irá olhar em breve, aja como humano.
Eu apertei meus dentes atrás do meu sorriso.
- Calma, Edward - Emmett disse. - Honestamente. Se você matar um humano. Não vai ser o fim
do mundo.
- Você saberia. - Eu murmurei.
Emmett riu. - Você precisa aprender a superar as coisas. Assim como eu. Eternidade é um
tempo muito grande pra se sentir culpado.
E então, Alice lançou uma mão cheia de gelo que ela estava guardando, no rosto de Emmett.
Ele piscou, surpreso, e então sorriu em antecipação.
- Você pediu - ele disse, enquanto se inclinava na mesa e balançava seu cabelo cheio de gelo
em direção à Alice. A neve, derretendo no lugar quente, voou de seu cabelo em um chuveiro meio
líquido e meio gelo.
- Eca! - Rose reclamou, enquanto ela e Alice se encolhiam.
Alice riu, e então todos nós nos jutamos. Eu pude ver no rosto de Alice com ela orquestrou esse
momento perfeito, e eu soube que a garota – eu tinha que parar de pensar nela desse jeito, como se
ela fosse a única garota do mundo – que Bella estaria nos vendo rir e brincar, parecendo felizes e
humanos e irrealmente ideal quanto uma pintura de Normal Rockwell.
Alice continuou a rir, e ergueu sua bandeja como um escudo. A garota – Bella ainda deveria
estar olhando para nós.
...olhando para os Cullen de novo, alguém pensou, segurando minha atenção.
Eu olhei automaticamente em direção à chamada não intencional, reconhecendo a voz – eu estive
ouvindo muito ela hoje.
Mas meus olhos passaram reto de Jéssica, e me foquei no olhar penetrante da garota.
Ela olhou pra baixo rapidamente, se escondendo por entre seus cabelos de novo. O que ela
estava pensando? A frustração parecia ficar mais aguda enquanto o tempo passava, diferente de
entediante. Eu tentei – incerto do que eu estava fazendo porque nunca tinha tentado isso antes –
investigar com minha mente o silêncio em volta dela. Minha audição extra sempre veio à mim
naturalmente, sem pedir; eu nunca tive que trabalhar. Mas eu me concentrei agora, tentando quebrar
qualquer escudo que tivesse em volta dela.
Nada mais que silencio.
O que há com ela? Jéssica pensou, ecoando minha frustração.
- Edward Cullen está olhando para você. - Ela sussurrou na orelha da garota Swan, adicionando
uma risadinha. Não havia pistas da irritação ciumenta em seu tom. Jéssica parecia acostumada.
Eu ouvi, com atenção, a resposta da garota.
- Ele não parece estar com raiva, parece? - ela sussurrou de volta.
Então ela tinha notado minha reação semana passada. É claro que ela notou.
A pergunta deixou Jéssica confusa. Eu vi meu próprio rosto em seus pensamentos enquanto ela
chegava minha expressão, mas eu não encontrei seu olhar, eu ainda estava concentrando na garota,
tentando ouvir algo. Minha concentração não parecia estar ajudando.
- Não - Jess disse à ela, e eu sabia que ela desejava dizer sim – como meu olhar a inflamava
por dentro – embora não tinha nada disso em sua voz. - Deveria estar?
- Acho que ele não gosta de mim - a garota sussurrou, deitando sua cabeça em seu braço
parecendo cansada imediatamente. Eu tentei entender o movimento, mas eu só pude tentar
adivinhar. Talvez ela estava cansada.
- Os Cullen não gostam de ninguém - Jess a assegurou. - Bem, eles não percebem a presença
de ninguém para gostar. - Eles nunca fizeram isso. Seu pensamento era uma reclamação. - Mas ele
ainda está olhando pra você.
- Pare de olhar para ele - a garota disse ansiosamente, levantando sua cabeça de seu braço
para ver se Jéssica tinha obedecido sua ordem.
Jéssica riu, mas fez o que ela pediu.
A garota não olhou pra fora da mesa pro resto da hora. Eu pensei -- embora, é claro, eu não
podia ter certeza – que isso era deliberar. Parecia que ela queria olhar para mim. Seu corpo se virava
suavemente em minha direção, seu queixo começava a virar, e então ela se pegava fazendo isso,
respirava, e olhava para qualquer um que tivesse falando.
Eu ignorei os outros pensamentos em volta da garota pelo maior tempo, enquanto eles não
eram, momentaneamente, sobre ela. Mike Newton agora estava planejando sobre uma guerra de
neve no estacionamento depois da escola, não parecendo perceber que a neve tinha se tornada
chuva. A neve tinha derretido contra o telhado e virara gotas d’água. Ele realmente não conseguia
ouvir a mudança? Parecia bem alto para mim.
Quando o período de lanche terminou, eu fiquei no meu assento. Os humanos saíram, e eu me
peguei tentando diferenciar os passos dela com o das outras pessoas, como se tivesse algo diferente
sobre eles. Que idiota.
Minha família também não se mexeu. Eu esperei para ver o que eu iria fazer.
Eu iria para a classe, sentar do lado da garota onde eu poderia sentir o cheiro absolutamente potente
de seu sangue e sentir o calor dela que pulsava o ar em minha pele? Eu era forte o suficiente para
isso? Ou eu tive o suficiente por um dia?
- Eu... acho que está tudo bem - Alice disse, hesitante. - Sua mente está fixa. Eu acho que você
vai conseguir passar a hora.
Mas Alice sabia o quão rápido uma mente podia mudar.
- Por que pressionar, Edward? - Jasper perguntou. Embora ele não queria se sentir um pouco
feliz por eu ser o que era fraco agora, eu pude ouvir que ele conseguiu, só um pouquinho - Vá pra
casa. Pega leve.
- O que importa? - Emmett discordou. - Ele vai ou não vai matar ela. É bom terminar com isso,
de qualquer jeito.
- Eu não quero me mudar ainda - Rosalie reclamou. - Eu não quero começar tudo de novo. Nós
estamos quase saindo da escola, Emmett. Finalmente.
Eu estava dividido pela decisão. Eu queria, queria mesmo, enfrentar isso de frente ao invés de
fugir de novo. Mas eu também não queria me forçar tão longe, também. Foi um erro semana passada
para Jasper ficar tanto tempo sem caçar; será que isso era só um erro sem objetivo?
Eu não queria magoar minha família. Ninguém ia me agradecer por isso.
Mas eu queria ir para a minha aula de biologia. Eu percebi que queria ver o rosto dela de novo.
Foi isso que me fez decidir. Essa curiosidade. Eu fiquei bravo comigo mesmo por sentir isso. Eu
não tinha prometido à mim que o silencio da mente dessa garota não ia me fazer interessado por ela?
E ainda, aqui estava eu, bastante interessado.
Eu queria saber o que ela estava pensando. A mente dela era fechada, mas seus olhos eram
bem abertos. Talvez eu deveria ler eles.
- Não, Rose, eu acho que realmente vai ficar tudo bem - Alice disse. - Está se firmando. Tenho
93% de certeza que nada de ruim vai acontecer se ele for pra aula.
Ela olhou para mim com um olhar duvidoso, imaginando o que tinha mudado em minha mente
que fez a visão do futuro mais segura.
Seria curiosidade o bastante para manter Bella Swan viva?
Emmett estava certo – por que não acabar com isso logo, de qualquer jeito? Eu iria confrontar a
tentação de cabeça erguida.
- Vá para aula - eu ordenei, empurrando a mesa. Eu saí do lugar sem olhar pra trás. Eu podia
ouvir a preocupação de Alice, a censura de Jasper, a aprovação de Emmett e a irritação de Rosalie
logo atrás de mim.
Eu tomei uma última respiração na porta da classe, então a segurei nos meus pulmões e entrei
no pequeno, quente espaço.
Eu não estava atrasado, o Sr Banner ainda estava arrumando o laboratório de hoje. A garota
estava sentada na minha – na nossa mesa, seu rosto estava baixo de novo, olhando para a pasta que
ela estava desenhando. Eu examinei os rascunhos enquanto eu me aproximei, interessado até nessa
criação da mente dela, mas era sem significados. Só um desenho aleatório de curvas e mais curvas.
Talvez ela não estivesse prestando atenção no desenho, mas pensando em algo diferente?
Eu puxei minha cadeira com uma aspereza desnecessária, deixando-a fazer barulho contra o
linóleo, humanos sempre se sentiam mais conformado com o barulho anunciando a aproximação de
alguém.
Eu sabia que ela tinha ouvido o som; ela não olhou para cima, mas sua mão perdeu uma curva
no design que ela estava desenhando, fazendo-o ficar fora de balance.
Por que ela não olhou para cima? Ela provavelmente estava com medo. Eu tinha que ter a
certeza de deixar uma impressão diferente com ela dessa vez. Fazer com que ela pensasse que estava
imaginando coisas antes.
- Olá - eu disse em uma voz silenciosa que eu sempre usava quando queria que os humanos se
sentissem mais confortáveis, formando um sorriso educado nos meus lábios que não mostraria
nenhum dos meus dentes.
Ela olhou para cima então, seus grandes olhos marrons brilharam – quase confusos – e cheios
de perguntas silenciosas. Era a mesma expressão que estava obstruindo minha visão na semana
passada.
Enquanto eu olhava para aqueles olhos marrons estranhamente profundos, eu percebi que o
ódio – o ódio que eu imaginei que essa garota merecia por simplesmente existir – tinha evaporado.
Ainda sem respirar, sem sentir seu cheiro, era difícil acreditar que alguém tão vulnerável podia
merecer ódio.
Suas bochechas começaram a rosar, e ela não disse nada.
Eu continuei olhando seus olhos, focando só as partes questionáveis, e tentei ignorar sua
apetitosa cor. Eu tinha respiração o suficiente para falar um pouquinho mais sem precisar inalar.
- Meu nome é Edward Cullen - eu disse, mesmo sabendo que ela sabia disso. Era a maneira
mais educada para começar. - Eu não tive a chance de me apresentar semana passada. Você deve
ser Bella Swan.
Ela parecia confusa – e um pequeno franzido no meio de seus olhos de novo. Demorou meio
segundo a mais do que deveria para ela responder.
- Como você sabe meu nome? - ela ordenou, e sua voz balançou um pouco.
Eu devo ter realmente assustado ela. Isso me fazia sentir culpado; ela era tão inofensiva. Eu ri
gentilmente – era um som que fazia os humanos relaxarem um pouco.
De novo, tomei cuidado com meus dentes.
- Ah, acho que todo mundo sabe seu nome - Claramente ela percebeu que ela virou o centro
das atenções nesse lugar monótono. - A cidade toda estava esperando você chegar.
Ela franziu as sobrancelhas como se essa informação fosse desagradável. Eu imaginei, sendo
tímida como ela era, atenção parecia uma coisa ruim para ela. A maioria dos humanos sentiam o
oposto. Eles não queriam ficar fora do rebanho, mas no mesmo tempo eles cravavam um holofote- Não. Não parece estar... ajudando.
Ela fez uma careta. - É minha culpa, não é?
- Claro que não. - Eu menti suavemente.
Não seja um cavalheiro.
Eu sorri.
Eu faço você se sentir desconfortável. Ela acusou.
- Não.
Ela ergueu uma sobrancelha, sua expressão tão desacreditada que eu tive que rir. Uma curta
risada, seguida por outro suspiro.
- Tudo bem - eu admiti. - Um pouquinho.
Ela suspirou também, e colocou seu queixo em suas mãos. Seus pensamentos estavam
desapontados.
- Você é mil vezes mais encantadora que as estrelas, Tanya. Claro, você já sabia disso. Não
deixe minha teimosia mexer com a sua confiança. - Eu ri pela indiferença daquilo.
- Eu não estou acostumada a rejeição - ela murmurou, e seu lábio de baixo formou um beiço
atraente.
- Certamente não - eu concordei, tentando sem sucesso bloquear seus pensamentos enquanto
ela pensava em suas milhares de conquistas com sucesso. Geralmente Tanya preferia homens
humanos – eles eram mais populares por uma coisa, e ainda tinham a vantagem de ser quentes e
macios. E mais impulsivos, definitivamente.
- Succubus - eu provoquei, esperando interromper as imagens em sua cabeça.
Ela sorriu, mostrando os dentes. - A original.
Diferente de Carlisle, Tanya e suas irmãs descobriram suas conseqüências bem devagar. No fim,
era seu afeto por homens que se virou contra a matança das irmãs. Agora que os homens que elas
amavam... viviam.
- Quando você apareceu aqui - Tanya disse devagar. - Eu pensei que...
Eu sabia o que ela tinha pensado. E eu deveria ter adivinhado que ela se sentiria desse jeito.
Mas eu não estava pensando muito naquele momento.
- Você pensou que eu mudei de idéia.
- Sim. - Ela olhou feio.
- Eu me sinto horrível por brincar com suas expectativas, Tanya. Eu não tive a intenção – eu
não estava pensando. Foi só que eu fui embora com... pressa.
- Eu não acredito que você vá me dizer por quê...?
Eu sentei e envolvi meus braços em minhas pernas, me curvando defensivamente. - Eu não
quero conversar sobre isso.
Tanya, Irina e Kate eram ótimas nessa vida que elas levavam. Melhores, em alguns modos, que
Carlisle. Fora a proximidade insana das pessoas que deveriam ser – e um dia foram – sua presa, elas
não cometiam erros. Eu estava muito envergonhado para admitir minha fraqueza à Tanya.
- Problemas com mulheres? - ela adivinhou, ignorando minha relutância.
Eu dei uma risada vazia. - Mas não do jeito que você quis dizer.
Ela ficou quieta então. Eu ouvi seus pensamentos enquanto ela corria por vários palpites,
tentando adivinhar o significado das minhas palavras.
- Você não está nem perto - eu a disse.
- Uma pista? - ela perguntou.
- Por favor, deixe pra lá, Tanya.
Ela ficou quieta de novo, ainda especulando. Eu a ignorei, tentando apreciar as estrelas em vão.
Ela desistiu depois de um momento silencioso, e seus pensamentos tomaram uma nova direção.
Pra onde você vai, Edward, se você for embora? De volta pra Carlisle?
- Eu não acho provável - eu sussurrei.
Para onde eu iria? Eu não podia pensar em um lugar no mundo inteiro que tinha algum
interesse para mim. Não havia nada que eu queria fazer ou ver. Porque não importava onde eu fosse,
eu não iria pra nenhum lugar – eu só estaria fugindo.
Eu odiava isso. Quando eu virei um covarde?
Tanya jogou seu braço magro em volta de meus ombros. Eu endureci, mas não recuei por
causa de seu toque. Ela fez isso não mais por causa de um conforto amigo. Quase.
- Eu acho que você vai voltar - ela disse, sua voz com uma pequena pista de seu perdido
sotaque Russo. - Não importa o que é... ou quem for... que está te assombrando. Você vai enfrentar
de cabeça erguida. Você é o tipo.
Seus pensamentos eram tão certos quando suas palavras. Eu tentei aceitar a visão de mim
mesmo que ela carregava em sua mente. O que enfrentava as coisas de cabeça erguida. Era
prazeroso pensar em mim desse jeito de novo. Eu nunca duvidei da minha coragem, minha habilidade
de enfrentar a dificuldade, antes daquela horrível hora na escola em uma aula de biologia há tão
pouco tempo atrás.
Eu beijei sua bochecha, a empurrando levemente quando ela virou seu rosto em direção ao
meu, com seus lábios já enrugados. Ela sorriu perante a minha rapidez.
- Obrigado, Tanya. Eu precisava ouvir isso.
Seu pensamentos se tornaram petulantes. - De nada, eu acho. Eu gostaria que você fosse um
pouco mais razoável com as coisas, Edward.
- Me desculpe, Tanya. Você sabe que é boa demais para mim. Eu só... não encontrei o que eu
estou procurando ainda.
- Bem, se você for embora antes de eu te ver de novo... Adeus, Edward.
- Adeus, Tanya. - Enquanto eu disse as palavras, eu pude ver. Eu pude me ver indo embora.
Sendo forte o suficiente para o único lugar que eu queria estar. - Obrigado de novo.
Ela estava em pé em um simples movimento, e então estava correndo, desaparecendo por entre
a neve tão rapidamente que seus pés não tinham tempo nem de afundar na neve; ela não deixava
passos para trás. Ela não olhou para trás. Minha rejeição a incomodou mais do que antes, mesmo em
seus pensamentos. Ela não queria me ver de novo antes de eu ir embora.
Minha boca se contorceu em desapontamento. Eu não gostava de machucar Tanya, embora
seus sentimentos não fossem profundos, realmente puros, e nesse caso, não era algo que eu podia
fazer o mesmo.
Isso me fez me sentir menos do que um cavalheiro.
Eu coloquei meu queixo em meus joelhos e olhei para as estrelas de novo, e então de repente
eu estava ansioso para ir embora. Eu sabia que Alice iria me ver indo pra casa, que ela iria contar aos
outros. Isso iria os fazer felizes – especialmente Carlisle e Esme. Mas eu olhei para as estrelas mais
um pouco, tentando ver além do rosto na minha cabeça. Entre eu e as luzes brilhantes no céu, um
par de olhos marrom-chocolate me encaravam, parecendo perguntar o que essa decisão significaria
para ela. Claro, eu não podia ter certeza se era isso o que os olhos realmente queriam. Mesmo na
minha imaginação, eu não podia ouvir seus pensamentos. Os olhos de Bella Swan continuavam a
questionar, e uma visão desobstruída das estrelas continuava a me iludir. Com um suspiro forte, eu
desisti, e levantei. Seu eu corresse, eu estaria no carro de Carlisle em menos de uma hora...
Com pressa para ver minha família – e querendo muito ser aquele Edward que enfrentava as
coisas de cabeça erguida – eu corri pelo campo de neve iluminado pelas estrelas, não deixando nem
traços de passos.
- Vai ficar tudo bem - Alice respirou. Seus olhos estavam desfocados, e Jasper tinha uma de
suas mãos levemente embaixo de seu cotovelo, a guiando para frente enquanto entrávamos na
cafeteria em um grupo próximo. Rosalie e Emmett foram na frente, parecendo ridiculamente
guarda-costas no meio de um território inimigo. Rose parecia atenta, também, mas muito mais
irritada do que protetora.
- É claro que é - eu murmurei. O comportamento deles era ridículo. Se eu não tivesse positivo
que eu poderia segurar o momento, eu teria ficado em casa.
A mudança inesperada de normal, até uma manhã agradável – tinha nevado à noite, e Emmett
e Jasper não estavam acima de tomar vantagem da minha distração e me bombardear com bolas de
neve, quando eles ficavam entediados com a minha falta de resposta, eles se viravam um contra o
outro – para essa vigilância que era demais, teria sido cômico se não fosse tão irritante.
- Ela não está aqui ainda, mas o jeito que ela irá entrar... ela não vai estar junto com o vento se
nós sentarmos no nosso lugar de sempre.
- É claro que nós vamos sentar no nosso lugar de sempre. Pára, Alice. Você está me irritando.
Eu estou ótimo.
Ela piscou uma vez enquanto Jasper a ajudava a sentar, e seus olhos se focaram em meu rosto.
- Hmm - ela disse, parecendo surpresa. - Acho que você está certo.
- É claro que eu estou - eu murmurei.
Eu odiava ser o centro de preocupação deles. Eu sentia pena do Jasper, lembrando de todos os
tempos que nós nos curvávamos o protegendo. Ele encontrou meu olhar brevemente, e sorriu.
Irritante, não é?
Eu sorri para ele.
Foi só semana passada que esse grande lugar parecia tão entediante para mim? Que parecia
até dormir, como num coma, estar aqui?
Hoje meus nervos estavam esticados e duros – fios de piano, pressionados a cantar à menor
pressão. Meus sentidos estão hiper-alertas, eu percebia todo som, todo olhar, todo movimento do ar
que tocava minha pele, todo pensamento. Especialmente os pensamentos. Havia um único sentido
que eu me recusava a usar. Cheiro, é claro. Eu não respirei.
Eu esperei ouvir mais dos Cullen nos pensamentos que eu segui em frente. O dia todo eu
esperei, qualquer novo pensamento que Bella Swan tenha participado, tentando ver qual direção a
fofoca ia tomar. Mas não havia nada. Ninguém tinha percebido os cinco vampiros na cafeteria, do
mesmo jeito que antes, quando a garota nova chegou. Muitos dos humanos ainda estavam pensando
naquela garota, ainda com os mesmos pensamentos de semana passada. Ao invés de pensar nisso
como entediante, eu estava fascinado.
Ela não disse para ninguém sobre eu?
Não tinha jeito dela não ter percebido meu escuro, assassino olhar. Eu a vi reagir a isso. Com
certeza eu a assustei. Eu estava convencido de que ela falaria disso para alguém, talvez até exagerar
um pouco na história para ficar melhor. Me dando algumas falas ameaçadoras.
E então, ela também me ouviu tentar sair de nossa aula de biologia. Ela deve ter imaginado,
depois de ver minha expressão, se ela era a causa. Uma garota normal teria perguntado por aí,
comparando sua experiência coma de outros, procurando por coisas em comum para que ela pudesse
explicar meu comportamento para que ela não se sentisse sozinha nisso. Humanos eram tão
constantemente desesperados para se sentirem normais, para se encaixarem. Para se misturarem
com todo mundo à sua volta, como rebanho de ovelhas. Essa necessidade era mais forte na época da
adolescência. Aquela garota não deveria ser uma exceção para essa regra.
Mas ninguém pareceu notar nós sentados na nossa mesa de sempre.
Bella devia ser excepcionalmente tímida, se ela não confiava em ninguém. Talvez ela tenha
falado com seu pai, talvez aquela fosse a mais forte relação... embora isso parecesse não muito
provável, dando o fato que ela não tenha passado tanto tempo com ele durante sua vida. Ela devia
ser mais próxima à sua mãe. Ainda assim, eu teria que passar pelo Chefe Swan alguma hora e ouvir o
que ele estava pensando.
- Alguma coisa nova? - Jasper perguntou.
- Nada. Ela... não deve ter dito nada.
Todos eles levantaram uma sobrancelha pela novidade.
- Talvez você não seja tão assustador quanto você pensa que é - Emmett disse, rindo. - Eu
aposto que teria assustado ela mais do que isso.
Eu virei meus olhos pra ele.
- Imagino por quê...? - Ele se questionou de novo sobre minha revelação pelo silencio único da
garota.
- Nós já falamos nisso. Eu não sei.
- Ela está entrando - Alice murmurou então. Eu senti meu corpo ficar rígido.
- Tente parecer humano.
- Humano, você diz? - Emmett perguntou.
Ele levantou seu punho direito, movendo seus dedos e revelando uma bola de neve que ele
guardou em sua palma. É claro que não derreteu lá. Ele apertou até virar o bloco de gelo. Ele tinha
seus olhos nos de Jasper, mas eu vi a direção de seus pensamentos. E Alice também, é claro. Quando
ele jogou o pedaço de gelo na direção dela, ela o desviou com um casual movimento dos dedos. O
gelo ricocheteou por entre a cafeteria; rápido demais para ser visto pelos olhos humanos, e bateu em
um afiado crack na parede de tijolos. O tijolo quebrou, também.
As cabeças naquele canto do lugar viraram para olhar a pilha de gelo quebrado no chão, e
então viraram pra procurar o culpado. Eles não olharam além de algumas mesas longe deles.
Ninguém olhou para nós.
- Super humano, Emmett - Rosalie disse. - Por que você não soca a parede?
- Iria parecer mais impressionante se você fizesse, baby.
Eu tentei prestar atenção neles, mantendo um sorriso no meu rosto como se eu fizesse parte da
conversa. Eu não me permiti a olhar para a fila em que ela estava parada. Mas isso era tudo o que eu
estava ouvindo.
Eu podia ouvir a impaciência de Jéssica com a garota nova, que parecia estar distraída também,
parada sem emoção na linda que se movia. Eu vi, nos pensamentos de Jéssica, que as bochechas de
Bella Swan estavam de novo rosadas com um rosa claro por causa do sangue.
Eu respirava pouco, preparado para parar de respirar se uma pista do cheiro dela pairasse no ar
perto de mim.
Mike Newton estava com as duas garotas. Eu ouvia as suas duas vozes, mental e verbal,
quando ele perguntou o que tinha de errado com a garota Swan. Eu não gostava do jeito que seus
pensamentos se envolviam com ela, as fantasias que já se estabeleciam em sua mente a fazendo ficar
nebulosa enquanto ele olhava ela parecia esquecer que ele estava lá.
- Nada - eu ouvi Bella dizer silenciosamente, com a voz clara. Parecia tocar feito um sino por
cima da tagarelice da cafeteria, mas eu sabia que era só porque eu estava prestando atenção muito
intensamente à ela.
- Eu vou pegar só um refrigerante hoje - ela continuou para seguir a fila.
Eu não pude deixar de olhar pra direção dela. Ela estava olhando para o chão, o sangue saindo
de seu rosto. Eu olhei rapidamente para Emmet, que riu do meu sorriso no rosto.
Você parece doente, mano.
Eu arrumei minha expressão para faze-la parecer normal.
Jéssica estava pensando alto sobre a falta de apetite da garota. - Você não está com fome?
- Na verdade, eu me sinto um pouco mal. - Sua voz estava mais baixa, mas ainda bem clara.
Por que me incomodava a preocupação toda protetora que invadiu os pensamentos de Mike
Newton? O que importava o modo possessivo em que ele pensava nela? Não era da minha conta se
Mike Newton se sentia ansioso perto dela. Talvez essa fosse a maneira que todo mundo respondia à
ela. Eu não queria a proteger também? Antes de querer mata-la, isso é...
Mas ela estava doente?
Era difícil de julgar – ela parecia tão delicada com sua pele translúcida... E então eu percebi que
estava me preocupando também, assim como aquele maldito garoto, e eu me forcei a não pensar na
saúde dela.
Alice me cutuvelou. Ela irá olhar em breve, aja como humano.
Eu apertei meus dentes atrás do meu sorriso.
- Calma, Edward - Emmett disse. - Honestamente. Se você matar um humano. Não vai ser o fim
do mundo.
- Você saberia. - Eu murmurei.
Emmett riu. - Você precisa aprender a superar as coisas. Assim como eu. Eternidade é um
tempo muito grande pra se sentir culpado.
E então, Alice lançou uma mão cheia de gelo que ela estava guardando, no rosto de Emmett.
Ele piscou, surpreso, e então sorriu em antecipação.
- Você pediu - ele disse, enquanto se inclinava na mesa e balançava seu cabelo cheio de gelo
em direção à Alice. A neve, derretendo no lugar quente, voou de seu cabelo em um chuveiro meio
líquido e meio gelo.
- Eca! - Rose reclamou, enquanto ela e Alice se encolhiam.
Alice riu, e então todos nós nos jutamos. Eu pude ver no rosto de Alice com ela orquestrou esse
momento perfeito, e eu soube que a garota – eu tinha que parar de pensar nela desse jeito, como se
ela fosse a única garota do mundo – que Bella estaria nos vendo rir e brincar, parecendo felizes e
humanos e irrealmente ideal quanto uma pintura de Normal Rockwell.
Alice continuou a rir, e ergueu sua bandeja como um escudo. A garota – Bella ainda deveria
estar olhando para nós.
...olhando para os Cullen de novo, alguém pensou, segurando minha atenção.
Eu olhei automaticamente em direção à chamada não intencional, reconhecendo a voz – eu estive
ouvindo muito ela hoje.
Mas meus olhos passaram reto de Jéssica, e me foquei no olhar penetrante da garota.
Ela olhou pra baixo rapidamente, se escondendo por entre seus cabelos de novo. O que ela
estava pensando? A frustração parecia ficar mais aguda enquanto o tempo passava, diferente de
entediante. Eu tentei – incerto do que eu estava fazendo porque nunca tinha tentado isso antes –
investigar com minha mente o silêncio em volta dela. Minha audição extra sempre veio à mim
naturalmente, sem pedir; eu nunca tive que trabalhar. Mas eu me concentrei agora, tentando quebrar
qualquer escudo que tivesse em volta dela.
Nada mais que silencio.
O que há com ela? Jéssica pensou, ecoando minha frustração.
- Edward Cullen está olhando para você. - Ela sussurrou na orelha da garota Swan, adicionando
uma risadinha. Não havia pistas da irritação ciumenta em seu tom. Jéssica parecia acostumada.
Eu ouvi, com atenção, a resposta da garota.
- Ele não parece estar com raiva, parece? - ela sussurrou de volta.
Então ela tinha notado minha reação semana passada. É claro que ela notou.
A pergunta deixou Jéssica confusa. Eu vi meu próprio rosto em seus pensamentos enquanto ela
chegava minha expressão, mas eu não encontrei seu olhar, eu ainda estava concentrando na garota,
tentando ouvir algo. Minha concentração não parecia estar ajudando.
- Não - Jess disse à ela, e eu sabia que ela desejava dizer sim – como meu olhar a inflamava
por dentro – embora não tinha nada disso em sua voz. - Deveria estar?
- Acho que ele não gosta de mim - a garota sussurrou, deitando sua cabeça em seu braço
parecendo cansada imediatamente. Eu tentei entender o movimento, mas eu só pude tentar
adivinhar. Talvez ela estava cansada.
- Os Cullen não gostam de ninguém - Jess a assegurou. - Bem, eles não percebem a presença
de ninguém para gostar. - Eles nunca fizeram isso. Seu pensamento era uma reclamação. - Mas ele
ainda está olhando pra você.
- Pare de olhar para ele - a garota disse ansiosamente, levantando sua cabeça de seu braço
para ver se Jéssica tinha obedecido sua ordem.
Jéssica riu, mas fez o que ela pediu.
A garota não olhou pra fora da mesa pro resto da hora. Eu pensei -- embora, é claro, eu não
podia ter certeza – que isso era deliberar. Parecia que ela queria olhar para mim. Seu corpo se virava
suavemente em minha direção, seu queixo começava a virar, e então ela se pegava fazendo isso,
respirava, e olhava para qualquer um que tivesse falando.
Eu ignorei os outros pensamentos em volta da garota pelo maior tempo, enquanto eles não
eram, momentaneamente, sobre ela. Mike Newton agora estava planejando sobre uma guerra de
neve no estacionamento depois da escola, não parecendo perceber que a neve tinha se tornada
chuva. A neve tinha derretido contra o telhado e virara gotas d’água. Ele realmente não conseguia
ouvir a mudança? Parecia bem alto para mim.
Quando o período de lanche terminou, eu fiquei no meu assento. Os humanos saíram, e eu me
peguei tentando diferenciar os passos dela com o das outras pessoas, como se tivesse algo diferente
sobre eles. Que idiota.
Minha família também não se mexeu. Eu esperei para ver o que eu iria fazer.
Eu iria para a classe, sentar do lado da garota onde eu poderia sentir o cheiro absolutamente potente
de seu sangue e sentir o calor dela que pulsava o ar em minha pele? Eu era forte o suficiente para
isso? Ou eu tive o suficiente por um dia?
- Eu... acho que está tudo bem - Alice disse, hesitante. - Sua mente está fixa. Eu acho que você
vai conseguir passar a hora.
Mas Alice sabia o quão rápido uma mente podia mudar.
- Por que pressionar, Edward? - Jasper perguntou. Embora ele não queria se sentir um pouco
feliz por eu ser o que era fraco agora, eu pude ouvir que ele conseguiu, só um pouquinho - Vá pra
casa. Pega leve.
- O que importa? - Emmett discordou. - Ele vai ou não vai matar ela. É bom terminar com isso,
de qualquer jeito.
- Eu não quero me mudar ainda - Rosalie reclamou. - Eu não quero começar tudo de novo. Nós
estamos quase saindo da escola, Emmett. Finalmente.
Eu estava dividido pela decisão. Eu queria, queria mesmo, enfrentar isso de frente ao invés de
fugir de novo. Mas eu também não queria me forçar tão longe, também. Foi um erro semana passada
para Jasper ficar tanto tempo sem caçar; será que isso era só um erro sem objetivo?
Eu não queria magoar minha família. Ninguém ia me agradecer por isso.
Mas eu queria ir para a minha aula de biologia. Eu percebi que queria ver o rosto dela de novo.
Foi isso que me fez decidir. Essa curiosidade. Eu fiquei bravo comigo mesmo por sentir isso. Eu
não tinha prometido à mim que o silencio da mente dessa garota não ia me fazer interessado por ela?
E ainda, aqui estava eu, bastante interessado.
Eu queria saber o que ela estava pensando. A mente dela era fechada, mas seus olhos eram
bem abertos. Talvez eu deveria ler eles.
- Não, Rose, eu acho que realmente vai ficar tudo bem - Alice disse. - Está se firmando. Tenho
93% de certeza que nada de ruim vai acontecer se ele for pra aula.
Ela olhou para mim com um olhar duvidoso, imaginando o que tinha mudado em minha mente
que fez a visão do futuro mais segura.
Seria curiosidade o bastante para manter Bella Swan viva?
Emmett estava certo – por que não acabar com isso logo, de qualquer jeito? Eu iria confrontar a
tentação de cabeça erguida.
- Vá para aula - eu ordenei, empurrando a mesa. Eu saí do lugar sem olhar pra trás. Eu podia
ouvir a preocupação de Alice, a censura de Jasper, a aprovação de Emmett e a irritação de Rosalie
logo atrás de mim.
Eu tomei uma última respiração na porta da classe, então a segurei nos meus pulmões e entrei
no pequeno, quente espaço.
Eu não estava atrasado, o Sr Banner ainda estava arrumando o laboratório de hoje. A garota
estava sentada na minha – na nossa mesa, seu rosto estava baixo de novo, olhando para a pasta que
ela estava desenhando. Eu examinei os rascunhos enquanto eu me aproximei, interessado até nessa
criação da mente dela, mas era sem significados. Só um desenho aleatório de curvas e mais curvas.
Talvez ela não estivesse prestando atenção no desenho, mas pensando em algo diferente?
Eu puxei minha cadeira com uma aspereza desnecessária, deixando-a fazer barulho contra o
linóleo, humanos sempre se sentiam mais conformado com o barulho anunciando a aproximação de
alguém.
Eu sabia que ela tinha ouvido o som; ela não olhou para cima, mas sua mão perdeu uma curva
no design que ela estava desenhando, fazendo-o ficar fora de balance.
Por que ela não olhou para cima? Ela provavelmente estava com medo. Eu tinha que ter a
certeza de deixar uma impressão diferente com ela dessa vez. Fazer com que ela pensasse que estava
imaginando coisas antes.
- Olá - eu disse em uma voz silenciosa que eu sempre usava quando queria que os humanos se
sentissem mais confortáveis, formando um sorriso educado nos meus lábios que não mostraria
nenhum dos meus dentes.
Ela olhou para cima então, seus grandes olhos marrons brilharam – quase confusos – e cheios
de perguntas silenciosas. Era a mesma expressão que estava obstruindo minha visão na semana
passada.
Enquanto eu olhava para aqueles olhos marrons estranhamente profundos, eu percebi que o
ódio – o ódio que eu imaginei que essa garota merecia por simplesmente existir – tinha evaporado.
Ainda sem respirar, sem sentir seu cheiro, era difícil acreditar que alguém tão vulnerável podia
merecer ódio.
Suas bochechas começaram a rosar, e ela não disse nada.
Eu continuei olhando seus olhos, focando só as partes questionáveis, e tentei ignorar sua
apetitosa cor. Eu tinha respiração o suficiente para falar um pouquinho mais sem precisar inalar.
- Meu nome é Edward Cullen - eu disse, mesmo sabendo que ela sabia disso. Era a maneira
mais educada para começar. - Eu não tive a chance de me apresentar semana passada. Você deve
ser Bella Swan.
Ela parecia confusa – e um pequeno franzido no meio de seus olhos de novo. Demorou meio
segundo a mais do que deveria para ela responder.
- Como você sabe meu nome? - ela ordenou, e sua voz balançou um pouco.
Eu devo ter realmente assustado ela. Isso me fazia sentir culpado; ela era tão inofensiva. Eu ri
gentilmente – era um som que fazia os humanos relaxarem um pouco.
De novo, tomei cuidado com meus dentes.
- Ah, acho que todo mundo sabe seu nome - Claramente ela percebeu que ela virou o centro
das atenções nesse lugar monótono. - A cidade toda estava esperando você chegar.
Ela franziu as sobrancelhas como se essa informação fosse desagradável. Eu imaginei, sendo
tímida como ela era, atenção parecia uma coisa ruim para ela. A maioria dos humanos sentiam o
oposto. Eles não queriam ficar fora do rebanho, mas no mesmo tempo eles cravavam um holofote- Não. Não parece estar... ajudando.
Ela fez uma careta. - É minha culpa, não é?
- Claro que não. - Eu menti suavemente.
Não seja um cavalheiro.
Eu sorri.
Eu faço você se sentir desconfortável. Ela acusou.
- Não.
Ela ergueu uma sobrancelha, sua expressão tão desacreditada que eu tive que rir. Uma curta
risada, seguida por outro suspiro.
- Tudo bem - eu admiti. - Um pouquinho.
Ela suspirou também, e colocou seu queixo em suas mãos. Seus pensamentos estavam
desapontados.
- Você é mil vezes mais encantadora que as estrelas, Tanya. Claro, você já sabia disso. Não
deixe minha teimosia mexer com a sua confiança. - Eu ri pela indiferença daquilo.
- Eu não estou acostumada a rejeição - ela murmurou, e seu lábio de baixo formou um beiço
atraente.
- Certamente não - eu concordei, tentando sem sucesso bloquear seus pensamentos enquanto
ela pensava em suas milhares de conquistas com sucesso. Geralmente Tanya preferia homens
humanos – eles eram mais populares por uma coisa, e ainda tinham a vantagem de ser quentes e
macios. E mais impulsivos, definitivamente.
- Succubus - eu provoquei, esperando interromper as imagens em sua cabeça.
Ela sorriu, mostrando os dentes. - A original.
Diferente de Carlisle, Tanya e suas irmãs descobriram suas conseqüências bem devagar. No fim,
era seu afeto por homens que se virou contra a matança das irmãs. Agora que os homens que elas
amavam... viviam.
- Quando você apareceu aqui - Tanya disse devagar. - Eu pensei que...
Eu sabia o que ela tinha pensado. E eu deveria ter adivinhado que ela se sentiria desse jeito.
Mas eu não estava pensando muito naquele momento.
- Você pensou que eu mudei de idéia.
- Sim. - Ela olhou feio.
- Eu me sinto horrível por brincar com suas expectativas, Tanya. Eu não tive a intenção – eu
não estava pensando. Foi só que eu fui embora com... pressa.
- Eu não acredito que você vá me dizer por quê...?
Eu sentei e envolvi meus braços em minhas pernas, me curvando defensivamente. - Eu não
quero conversar sobre isso.
Tanya, Irina e Kate eram ótimas nessa vida que elas levavam. Melhores, em alguns modos, que
Carlisle. Fora a proximidade insana das pessoas que deveriam ser – e um dia foram – sua presa, elas
não cometiam erros. Eu estava muito envergonhado para admitir minha fraqueza à Tanya.
- Problemas com mulheres? - ela adivinhou, ignorando minha relutância.
Eu dei uma risada vazia. - Mas não do jeito que você quis dizer.
Ela ficou quieta então. Eu ouvi seus pensamentos enquanto ela corria por vários palpites,
tentando adivinhar o significado das minhas palavras.
- Você não está nem perto - eu a disse.
- Uma pista? - ela perguntou.
- Por favor, deixe pra lá, Tanya.
Ela ficou quieta de novo, ainda especulando. Eu a ignorei, tentando apreciar as estrelas em vão.
Ela desistiu depois de um momento silencioso, e seus pensamentos tomaram uma nova direção.
Pra onde você vai, Edward, se você for embora? De volta pra Carlisle?
- Eu não acho provável - eu sussurrei.
Para onde eu iria? Eu não podia pensar em um lugar no mundo inteiro que tinha algum
interesse para mim. Não havia nada que eu queria fazer ou ver. Porque não importava onde eu fosse,
eu não iria pra nenhum lugar – eu só estaria fugindo.
Eu odiava isso. Quando eu virei um covarde?
Tanya jogou seu braço magro em volta de meus ombros. Eu endureci, mas não recuei por
causa de seu toque. Ela fez isso não mais por causa de um conforto amigo. Quase.
- Eu acho que você vai voltar - ela disse, sua voz com uma pequena pista de seu perdido
sotaque Russo. - Não importa o que é... ou quem for... que está te assombrando. Você vai enfrentar
de cabeça erguida. Você é o tipo.
Seus pensamentos eram tão certos quando suas palavras. Eu tentei aceitar a visão de mim
mesmo que ela carregava em sua mente. O que enfrentava as coisas de cabeça erguida. Era
prazeroso pensar em mim desse jeito de novo. Eu nunca duvidei da minha coragem, minha habilidade
de enfrentar a dificuldade, antes daquela horrível hora na escola em uma aula de biologia há tão
pouco tempo atrás.
Eu beijei sua bochecha, a empurrando levemente quando ela virou seu rosto em direção ao
meu, com seus lábios já enrugados. Ela sorriu perante a minha rapidez.
- Obrigado, Tanya. Eu precisava ouvir isso.
Seu pensamentos se tornaram petulantes. - De nada, eu acho. Eu gostaria que você fosse um
pouco mais razoável com as coisas, Edward.
- Me desculpe, Tanya. Você sabe que é boa demais para mim. Eu só... não encontrei o que eu
estou procurando ainda.
- Bem, se você for embora antes de eu te ver de novo... Adeus, Edward.
- Adeus, Tanya. - Enquanto eu disse as palavras, eu pude ver. Eu pude me ver indo embora.
Sendo forte o suficiente para o único lugar que eu queria estar. - Obrigado de novo.
Ela estava em pé em um simples movimento, e então estava correndo, desaparecendo por entre
a neve tão rapidamente que seus pés não tinham tempo nem de afundar na neve; ela não deixava
passos para trás. Ela não olhou para trás. Minha rejeição a incomodou mais do que antes, mesmo em
seus pensamentos. Ela não queria me ver de novo antes de eu ir embora.
Minha boca se contorceu em desapontamento. Eu não gostava de machucar Tanya, embora
seus sentimentos não fossem profundos, realmente puros, e nesse caso, não era algo que eu podia
fazer o mesmo.
Isso me fez me sentir menos do que um cavalheiro.
Eu coloquei meu queixo em meus joelhos e olhei para as estrelas de novo, e então de repente
eu estava ansioso para ir embora. Eu sabia que Alice iria me ver indo pra casa, que ela iria contar aos
outros. Isso iria os fazer felizes – especialmente Carlisle e Esme. Mas eu olhei para as estrelas mais
um pouco, tentando ver além do rosto na minha cabeça. Entre eu e as luzes brilhantes no céu, um
par de olhos marrom-chocolate me encaravam, parecendo perguntar o que essa decisão significaria
para ela. Claro, eu não podia ter certeza se era isso o que os olhos realmente queriam. Mesmo na
minha imaginação, eu não podia ouvir seus pensamentos. Os olhos de Bella Swan continuavam a
questionar, e uma visão desobstruída das estrelas continuava a me iludir. Com um suspiro forte, eu
desisti, e levantei. Seu eu corresse, eu estaria no carro de Carlisle em menos de uma hora...
Com pressa para ver minha família – e querendo muito ser aquele Edward que enfrentava as
coisas de cabeça erguida – eu corri pelo campo de neve iluminado pelas estrelas, não deixando nem
traços de passos.
- Vai ficar tudo bem - Alice respirou. Seus olhos estavam desfocados, e Jasper tinha uma de
suas mãos levemente embaixo de seu cotovelo, a guiando para frente enquanto entrávamos na
cafeteria em um grupo próximo. Rosalie e Emmett foram na frente, parecendo ridiculamente
guarda-costas no meio de um território inimigo. Rose parecia atenta, também, mas muito mais
irritada do que protetora.
- É claro que é - eu murmurei. O comportamento deles era ridículo. Se eu não tivesse positivo
que eu poderia segurar o momento, eu teria ficado em casa.
A mudança inesperada de normal, até uma manhã agradável – tinha nevado à noite, e Emmett
e Jasper não estavam acima de tomar vantagem da minha distração e me bombardear com bolas de
neve, quando eles ficavam entediados com a minha falta de resposta, eles se viravam um contra o
outro – para essa vigilância que era demais, teria sido cômico se não fosse tão irritante.
- Ela não está aqui ainda, mas o jeito que ela irá entrar... ela não vai estar junto com o vento se
nós sentarmos no nosso lugar de sempre.
- É claro que nós vamos sentar no nosso lugar de sempre. Pára, Alice. Você está me irritando.
Eu estou ótimo.
Ela piscou uma vez enquanto Jasper a ajudava a sentar, e seus olhos se focaram em meu rosto.
- Hmm - ela disse, parecendo surpresa. - Acho que você está certo.
- É claro que eu estou - eu murmurei.
Eu odiava ser o centro de preocupação deles. Eu sentia pena do Jasper, lembrando de todos os
tempos que nós nos curvávamos o protegendo. Ele encontrou meu olhar brevemente, e sorriu.
Irritante, não é?
Eu sorri para ele.
Foi só semana passada que esse grande lugar parecia tão entediante para mim? Que parecia
até dormir, como num coma, estar aqui?
Hoje meus nervos estavam esticados e duros – fios de piano, pressionados a cantar à menor
pressão. Meus sentidos estão hiper-alertas, eu percebia todo som, todo olhar, todo movimento do ar
que tocava minha pele, todo pensamento. Especialmente os pensamentos. Havia um único sentido
que eu me recusava a usar. Cheiro, é claro. Eu não respirei.
Eu esperei ouvir mais dos Cullen nos pensamentos que eu segui em frente. O dia todo eu
esperei, qualquer novo pensamento que Bella Swan tenha participado, tentando ver qual direção a
fofoca ia tomar. Mas não havia nada. Ninguém tinha percebido os cinco vampiros na cafeteria, do
mesmo jeito que antes, quando a garota nova chegou. Muitos dos humanos ainda estavam pensando
naquela garota, ainda com os mesmos pensamentos de semana passada. Ao invés de pensar nisso
como entediante, eu estava fascinado.
Ela não disse para ninguém sobre eu?
Não tinha jeito dela não ter percebido meu escuro, assassino olhar. Eu a vi reagir a isso. Com
certeza eu a assustei. Eu estava convencido de que ela falaria disso para alguém, talvez até exagerar
um pouco na história para ficar melhor. Me dando algumas falas ameaçadoras.
E então, ela também me ouviu tentar sair de nossa aula de biologia. Ela deve ter imaginado,
depois de ver minha expressão, se ela era a causa. Uma garota normal teria perguntado por aí,
comparando sua experiência coma de outros, procurando por coisas em comum para que ela pudesse
explicar meu comportamento para que ela não se sentisse sozinha nisso. Humanos eram tão
constantemente desesperados para se sentirem normais, para se encaixarem. Para se misturarem
com todo mundo à sua volta, como rebanho de ovelhas. Essa necessidade era mais forte na época da
adolescência. Aquela garota não deveria ser uma exceção para essa regra.
Mas ninguém pareceu notar nós sentados na nossa mesa de sempre.
Bella devia ser excepcionalmente tímida, se ela não confiava em ninguém. Talvez ela tenha
falado com seu pai, talvez aquela fosse a mais forte relação... embora isso parecesse não muito
provável, dando o fato que ela não tenha passado tanto tempo com ele durante sua vida. Ela devia
ser mais próxima à sua mãe. Ainda assim, eu teria que passar pelo Chefe Swan alguma hora e ouvir o
que ele estava pensando.
- Alguma coisa nova? - Jasper perguntou.
- Nada. Ela... não deve ter dito nada.
Todos eles levantaram uma sobrancelha pela novidade.
- Talvez você não seja tão assustador quanto você pensa que é - Emmett disse, rindo. - Eu
aposto que teria assustado ela mais do que isso.
Eu virei meus olhos pra ele.
- Imagino por quê...? - Ele se questionou de novo sobre minha revelação pelo silencio único da
garota.
- Nós já falamos nisso. Eu não sei.
- Ela está entrando - Alice murmurou então. Eu senti meu corpo ficar rígido.
- Tente parecer humano.
- Humano, você diz? - Emmett perguntou.
Ele levantou seu punho direito, movendo seus dedos e revelando uma bola de neve que ele
guardou em sua palma. É claro que não derreteu lá. Ele apertou até virar o bloco de gelo. Ele tinha
seus olhos nos de Jasper, mas eu vi a direção de seus pensamentos. E Alice também, é claro. Quando
ele jogou o pedaço de gelo na direção dela, ela o desviou com um casual movimento dos dedos. O
gelo ricocheteou por entre a cafeteria; rápido demais para ser visto pelos olhos humanos, e bateu em
um afiado crack na parede de tijolos. O tijolo quebrou, também.
As cabeças naquele canto do lugar viraram para olhar a pilha de gelo quebrado no chão, e
então viraram pra procurar o culpado. Eles não olharam além de algumas mesas longe deles.
Ninguém olhou para nós.
- Super humano, Emmett - Rosalie disse. - Por que você não soca a parede?
- Iria parecer mais impressionante se você fizesse, baby.
Eu tentei prestar atenção neles, mantendo um sorriso no meu rosto como se eu fizesse parte da
conversa. Eu não me permiti a olhar para a fila em que ela estava parada. Mas isso era tudo o que eu
estava ouvindo.
Eu podia ouvir a impaciência de Jéssica com a garota nova, que parecia estar distraída também,
parada sem emoção na linda que se movia. Eu vi, nos pensamentos de Jéssica, que as bochechas de
Bella Swan estavam de novo rosadas com um rosa claro por causa do sangue.
Eu respirava pouco, preparado para parar de respirar se uma pista do cheiro dela pairasse no ar
perto de mim.
Mike Newton estava com as duas garotas. Eu ouvia as suas duas vozes, mental e verbal,
quando ele perguntou o que tinha de errado com a garota Swan. Eu não gostava do jeito que seus
pensamentos se envolviam com ela, as fantasias que já se estabeleciam em sua mente a fazendo ficar
nebulosa enquanto ele olhava ela parecia esquecer que ele estava lá.
- Nada - eu ouvi Bella dizer silenciosamente, com a voz clara. Parecia tocar feito um sino por
cima da tagarelice da cafeteria, mas eu sabia que era só porque eu estava prestando atenção muito
intensamente à ela.
- Eu vou pegar só um refrigerante hoje - ela continuou para seguir a fila.
Eu não pude deixar de olhar pra direção dela. Ela estava olhando para o chão, o sangue saindo
de seu rosto. Eu olhei rapidamente para Emmet, que riu do meu sorriso no rosto.
Você parece doente, mano.
Eu arrumei minha expressão para faze-la parecer normal.
Jéssica estava pensando alto sobre a falta de apetite da garota. - Você não está com fome?
- Na verdade, eu me sinto um pouco mal. - Sua voz estava mais baixa, mas ainda bem clara.
Por que me incomodava a preocupação toda protetora que invadiu os pensamentos de Mike
Newton? O que importava o modo possessivo em que ele pensava nela? Não era da minha conta se
Mike Newton se sentia ansioso perto dela. Talvez essa fosse a maneira que todo mundo respondia à
ela. Eu não queria a proteger também? Antes de querer mata-la, isso é...
Mas ela estava doente?
Era difícil de julgar – ela parecia tão delicada com sua pele translúcida... E então eu percebi que
estava me preocupando também, assim como aquele maldito garoto, e eu me forcei a não pensar na
saúde dela.
Alice me cutuvelou. Ela irá olhar em breve, aja como humano.
Eu apertei meus dentes atrás do meu sorriso.
- Calma, Edward - Emmett disse. - Honestamente. Se você matar um humano. Não vai ser o fim
do mundo.
- Você saberia. - Eu murmurei.
Emmett riu. - Você precisa aprender a superar as coisas. Assim como eu. Eternidade é um
tempo muito grande pra se sentir culpado.
E então, Alice lançou uma mão cheia de gelo que ela estava guardando, no rosto de Emmett.
Ele piscou, surpreso, e então sorriu em antecipação.
- Você pediu - ele disse, enquanto se inclinava na mesa e balançava seu cabelo cheio de gelo
em direção à Alice. A neve, derretendo no lugar quente, voou de seu cabelo em um chuveiro meio
líquido e meio gelo.
- Eca! - Rose reclamou, enquanto ela e Alice se encolhiam.
Alice riu, e então todos nós nos jutamos. Eu pude ver no rosto de Alice com ela orquestrou esse
momento perfeito, e eu soube que a garota – eu tinha que parar de pensar nela desse jeito, como se
ela fosse a única garota do mundo – que Bella estaria nos vendo rir e brincar, parecendo felizes e
humanos e irrealmente ideal quanto uma pintura de Normal Rockwell.
Alice continuou a rir, e ergueu sua bandeja como um escudo. A garota – Bella ainda deveria
estar olhando para nós.
...olhando para os Cullen de novo, alguém pensou, segurando minha atenção.
Eu olhei automaticamente em direção à chamada não intencional, reconhecendo a voz – eu estive
ouvindo muito ela hoje.
Mas meus olhos passaram reto de Jéssica, e me foquei no olhar penetrante da garota.
Ela olhou pra baixo rapidamente, se escondendo por entre seus cabelos de novo. O que ela
estava pensando? A frustração parecia ficar mais aguda enquanto o tempo passava, diferente de
entediante. Eu tentei – incerto do que eu estava fazendo porque nunca tinha tentado isso antes –
investigar com minha mente o silêncio em volta dela. Minha audição extra sempre veio à mim
naturalmente, sem pedir; eu nunca tive que trabalhar. Mas eu me concentrei agora, tentando quebrar
qualquer escudo que tivesse em volta dela.
Nada mais que silencio.
O que há com ela? Jéssica pensou, ecoando minha frustração.
- Edward Cullen está olhando para você. - Ela sussurrou na orelha da garota Swan, adicionando
uma risadinha. Não havia pistas da irritação ciumenta em seu tom. Jéssica parecia acostumada.
Eu ouvi, com atenção, a resposta da garota.
- Ele não parece estar com raiva, parece? - ela sussurrou de volta.
Então ela tinha notado minha reação semana passada. É claro que ela notou.
A pergunta deixou Jéssica confusa. Eu vi meu próprio rosto em seus pensamentos enquanto ela
chegava minha expressão, mas eu não encontrei seu olhar, eu ainda estava concentrando na garota,
tentando ouvir algo. Minha concentração não parecia estar ajudando.
- Não - Jess disse à ela, e eu sabia que ela desejava dizer sim – como meu olhar a inflamava
por dentro – embora não tinha nada disso em sua voz. - Deveria estar?
- Acho que ele não gosta de mim - a garota sussurrou, deitando sua cabeça em seu braço
parecendo cansada imediatamente. Eu tentei entender o movimento, mas eu só pude tentar
adivinhar. Talvez ela estava cansada.
- Os Cullen não gostam de ninguém - Jess a assegurou. - Bem, eles não percebem a presença
de ninguém para gostar. - Eles nunca fizeram isso. Seu pensamento era uma reclamação. - Mas ele
ainda está olhando pra você.
- Pare de olhar para ele - a garota disse ansiosamente, levantando sua cabeça de seu braço
para ver se Jéssica tinha obedecido sua ordem.
Jéssica riu, mas fez o que ela pediu.
A garota não olhou pra fora da mesa pro resto da hora. Eu pensei -- embora, é claro, eu não
podia ter certeza – que isso era deliberar. Parecia que ela queria olhar para mim. Seu corpo se virava
suavemente em minha direção, seu queixo começava a virar, e então ela se pegava fazendo isso,
respirava, e olhava para qualquer um que tivesse falando.
Eu ignorei os outros pensamentos em volta da garota pelo maior tempo, enquanto eles não
eram, momentaneamente, sobre ela. Mike Newton agora estava planejando sobre uma guerra de
neve no estacionamento depois da escola, não parecendo perceber que a neve tinha se tornada
chuva. A neve tinha derretido contra o telhado e virara gotas d’água. Ele realmente não conseguia
ouvir a mudança? Parecia bem alto para mim.
Quando o período de lanche terminou, eu fiquei no meu assento. Os humanos saíram, e eu me
peguei tentando diferenciar os passos dela com o das outras pessoas, como se tivesse algo diferente
sobre eles. Que idiota.
Minha família também não se mexeu. Eu esperei para ver o que eu iria fazer.
Eu iria para a classe, sentar do lado da garota onde eu poderia sentir o cheiro absolutamente potente
de seu sangue e sentir o calor dela que pulsava o ar em minha pele? Eu era forte o suficiente para
isso? Ou eu tive o suficiente por um dia?
- Eu... acho que está tudo bem - Alice disse, hesitante. - Sua mente está fixa. Eu acho que você
vai conseguir passar a hora.
Mas Alice sabia o quão rápido uma mente podia mudar.
- Por que pressionar, Edward? - Jasper perguntou. Embora ele não queria se sentir um pouco
feliz por eu ser o que era fraco agora, eu pude ouvir que ele conseguiu, só um pouquinho - Vá pra
casa. Pega leve.
- O que importa? - Emmett discordou. - Ele vai ou não vai matar ela. É bom terminar com isso,
de qualquer jeito.
- Eu não quero me mudar ainda - Rosalie reclamou. - Eu não quero começar tudo de novo. Nós
estamos quase saindo da escola, Emmett. Finalmente.
Eu estava dividido pela decisão. Eu queria, queria mesmo, enfrentar isso de frente ao invés de
fugir de novo. Mas eu também não queria me forçar tão longe, também. Foi um erro semana passada
para Jasper ficar tanto tempo sem caçar; será que isso era só um erro sem objetivo?
Eu não queria magoar minha família. Ninguém ia me agradecer por isso.
Mas eu queria ir para a minha aula de biologia. Eu percebi que queria ver o rosto dela de novo.
Foi isso que me fez decidir. Essa curiosidade. Eu fiquei bravo comigo mesmo por sentir isso. Eu
não tinha prometido à mim que o silencio da mente dessa garota não ia me fazer interessado por ela?
E ainda, aqui estava eu, bastante interessado.
Eu queria saber o que ela estava pensando. A mente dela era fechada, mas seus olhos eram
bem abertos. Talvez eu deveria ler eles.
- Não, Rose, eu acho que realmente vai ficar tudo bem - Alice disse. - Está se firmando. Tenho
93% de certeza que nada de ruim vai acontecer se ele for pra aula.
Ela olhou para mim com um olhar duvidoso, imaginando o que tinha mudado em minha mente
que fez a visão do futuro mais segura.
Seria curiosidade o bastante para manter Bella Swan viva?
Emmett estava certo – por que não acabar com isso logo, de qualquer jeito? Eu iria confrontar a
tentação de cabeça erguida.
- Vá para aula - eu ordenei, empurrando a mesa. Eu saí do lugar sem olhar pra trás. Eu podia
ouvir a preocupação de Alice, a censura de Jasper, a aprovação de Emmett e a irritação de Rosalie
logo atrás de mim.
Eu tomei uma última respiração na porta da classe, então a segurei nos meus pulmões e entrei
no pequeno, quente espaço.
Eu não estava atrasado, o Sr Banner ainda estava arrumando o laboratório de hoje. A garota
estava sentada na minha – na nossa mesa, seu rosto estava baixo de novo, olhando para a pasta que
ela estava desenhando. Eu examinei os rascunhos enquanto eu me aproximei, interessado até nessa
criação da mente dela, mas era sem significados. Só um desenho aleatório de curvas e mais curvas.
Talvez ela não estivesse prestando atenção no desenho, mas pensando em algo diferente?
Eu puxei minha cadeira com uma aspereza desnecessária, deixando-a fazer barulho contra o
linóleo, humanos sempre se sentiam mais conformado com o barulho anunciando a aproximação de
alguém.
Eu sabia que ela tinha ouvido o som; ela não olhou para cima, mas sua mão perdeu uma curva
no design que ela estava desenhando, fazendo-o ficar fora de balance.
Por que ela não olhou para cima? Ela provavelmente estava com medo. Eu tinha que ter a
certeza de deixar uma impressão diferente com ela dessa vez. Fazer com que ela pensasse que estava
imaginando coisas antes.
- Olá - eu disse em uma voz silenciosa que eu sempre usava quando queria que os humanos se
sentissem mais confortáveis, formando um sorriso educado nos meus lábios que não mostraria
nenhum dos meus dentes.
Ela olhou para cima então, seus grandes olhos marrons brilharam – quase confusos – e cheios
de perguntas silenciosas. Era a mesma expressão que estava obstruindo minha visão na semana
passada.
Enquanto eu olhava para aqueles olhos marrons estranhamente profundos, eu percebi que o
ódio – o ódio que eu imaginei que essa garota merecia por simplesmente existir – tinha evaporado.
Ainda sem respirar, sem sentir seu cheiro, era difícil acreditar que alguém tão vulnerável podia
merecer ódio.
Suas bochechas começaram a rosar, e ela não disse nada.
Eu continuei olhando seus olhos, focando só as partes questionáveis, e tentei ignorar sua
apetitosa cor. Eu tinha respiração o suficiente para falar um pouquinho mais sem precisar inalar.
- Meu nome é Edward Cullen - eu disse, mesmo sabendo que ela sabia disso. Era a maneira
mais educada para começar. - Eu não tive a chance de me apresentar semana passada. Você deve
ser Bella Swan.
Ela parecia confusa – e um pequeno franzido no meio de seus olhos de novo. Demorou meio
segundo a mais do que deveria para ela responder.
- Como você sabe meu nome? - ela ordenou, e sua voz balançou um pouco.
Eu devo ter realmente assustado ela. Isso me fazia sentir culpado; ela era tão inofensiva. Eu ri
gentilmente – era um som que fazia os humanos relaxarem um pouco.
De novo, tomei cuidado com meus dentes.
- Ah, acho que todo mundo sabe seu nome - Claramente ela percebeu que ela virou o centro
das atenções nesse lugar monótono. - A cidade toda estava esperando você chegar.
Ela franziu as sobrancelhas como se essa informação fosse desagradável. Eu imaginei, sendo
tímida como ela era, atenção parecia uma coisa ruim para ela. A maioria dos humanos sentiam o
oposto. Eles não queriam ficar fora do rebanho, mas no mesmo tempo eles cravavam um holofote para sua uniformidade individual.[comentem q eu posto mais...]
Autor(a): luanna
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[graças a deus conseguir almentar a letra, ñ parem de comentar porfavor...
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Comentários da Fanfic 21
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bela Postado em 31/08/2009 - 14:44:01
claro que pode!!!! amix!!! rsrsrs....
sou ponny alucinada...
ah e posta mais to morrendo de curiosidade.... -
bela Postado em 31/08/2009 - 13:50:11
ola!!! adorei a sua web ta mara!!!!!! tbm so fã de crepusculo e tenho todos os livros.... inclusive a versã do Edward
mais ainda to lendo o lua nova -
biakal Postado em 20/06/2009 - 13:33:46
AMEI A WEB.
POSTA MAIS.
BEIJOS DA bia -
biakal Postado em 20/06/2009 - 13:33:22
10000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000 00000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
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biakal Postado em 20/06/2009 - 13:33:09
amei e adorei de coraçaooooo
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biakal Postado em 20/06/2009 - 13:32:55
posta ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ +++++++++
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biakal Postado em 20/06/2009 - 13:32:54
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biakal Postado em 20/06/2009 - 13:32:54
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biakal Postado em 20/06/2009 - 13:32:54
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biakal Postado em 20/06/2009 - 13:32:53
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