Fanfic: Theatre (1D) | Tema: One Direction

      - Bom dia, classe!

      - Bom dia, Srta. McGuire!- Disseram em coro.

      A mulher de cabelos loiros num rabo de cavalo e uma saia até o joelho de cor beterraba caminhava para o seu lugar, com pastas e mais pastas na mão.

      - Tenho uma notícia a dar para vocês.- E abriu um sorriso.

     Burburinhos puderam ser ouvidos em torno da sala. A Srta. McGuire só fazia olhar seus alunos, observando a reação que causara.

     - O dia dos pais está chegando e iremos preparar uma grande surpresa para eles.- Falou passando entre as filas- Faremos um grande mural com desenhos deles feitos por vocês.

     Um grande barulho se instalou pela sala, cada um falando o que achava, todos ao mesmo tempo.

     - Professora, professora!- Uma garotinha com grandes pom poms na cabeça levantava a mão.

     - Sim, Meredith.

     - Mas o dia dos pais já é depois de amanhã.

     - Por isso iremos começar agora. Vão ao armário e peguem lápis, giz de cera e qualquer coisa que irão usar. Eu vou passar com os papéis.

     Todas as crianças correram para o fundo da sala. “Esse lápis é meu” e “Essa é minha cor preferida” puderam ser ouvidos na bagunça. A professora McGuire entregou a cada aluno um papel e logo as crianças se debruçavam sobre a mesa ou se deitavam no chão para cumprir a tarefa pedida.

     - Faltam 5 minutos para o toque do recreio. Quem terminou, pode deixar em cima da minha mesa e descer para o pátio.- Anunciou a professora.

     A mesa começou a ficar cada vez mais cheia de papéis e sala cada vez mais vazia. Quando a professora recolhia os trabalhos dos garotos, percebeu uma cabecinha na última fileira da sala. Quase não se mexia de tão concentrada que estava olhando o papel. A professora então se aproximou e viu que a folha continuava em branco.

     - Mas querida, por que você ainda não fez seu desenho?- A Srta. McGuire perguntou à garotinha que continuava olhando para o papel.

     - Eu não posso desenhar o que a senhora me mandou, professora.- Ela falou, mas sem se mexer um milímetro.

     - Mas por que, meu amor?

     A pequena finalmente levantou a cabeça, os olhos tristes, a voz embargada, mas nenhuma lágrima.

     - Nunca vi meu pai. Sei que ele está vivo, mas nunca me procurou. Não sei sua voz, seu cheiro, não sei como é receber um abraço dele. Minha mãe não tem nenhuma foto, por isso não sei como desenhar ele.

     A professora não sabia o que responder. Olhou para aquele rostinho, se levantou e sentou em sua cadeira. A menina abaixou a cabeça e voltou a encarar o papel. O toque soou novamente e as crianças voltaram cada uma à sua carteira. A professora internamente travava uma luta contra seu cérebro na tentativa de arrancar alguma solução para o problema da garotinha, mas sem sucesso. Afinal, o que ela poderia fazer?

     A menina também não esperava alguma atitude da professora. Era algo que ela não podia resolver. Apenas ela, a garota, poderia ir atrás da verdade. Não agora, é claro. O que uma menina de 8 anos poderia fazer só? Não, ela esperaria até ter idade suficiente. Teria que fazer tudo só, até porque nem sua mãe apoiava essa vontade. Aliás, era outra coisa que ela queria saber. Por que sua mãe não queria que ela soubesse quem é o pai? Um dia resolveria todos esses mistérios.