Fanfic: De repente, Papai! | Tema: Harry Potter
Remus Lupin podia dizer que tinha uma vida perfeita, amigos legais, uma casa legal, um carro legal e uma namorada perfeita. Era um homem já feito no auge dos seus 33 anos, um emprego fixo, e uma optima vida social. Não tinha do que se queixar. Os amigos de Remus eram, Sirius Black, James Potter e, como não podia deixar de ser, as suas respectivas namorada e mulher, Marlene Mckinon e Lilly Evans (agora Potter). Dorcas Meadowes, era o nome da sua namorada, uma loirinha simpática e doce, que em tudo combinava com ele.
Sim, Remus tinha a vida perfeita, mas não fazia a mínima ideia de que em breve sua vida daria uma volta enorme, abalando todas as suas estruturas e deixando tudo de cabeças para o ar. O nome desse fenómeno? Ted Tonks, ou como a mãe lhe gostava de chamar, embora não estivesse na certidão de nascimento, Ted Lupin. Remus não fazia ideia da existência desse garoto, mas não era por muito tempo.
Tudo aconteceu numa tarde de Inverno, a meio do mês de Novembro. Chovia torrencialmente naquele dia, e Remus tinha ido se encontrar com seus amigos no café ‘’Caldeirão Escoante’’, onde sempre iam.
– Pensei que nunca mais fosse chegar! – Disse Dorcas quando ele finalmente se juntou a eles.
– Muito trabalho no escritório. – Suspirou Remus. – Mas finalmente, estou livre por hoje.
Lilly e James estavam discutindo, para (não) variar, dessa era sobre o filho deles, Harry.
– Mas ele está bem! – Protestava James.
– Mas podia não estar! – Ela apontou indignada. – Você não podia ter feito isso sem me consultar!
– Ele queria fazer isso há muito tempo! Que mal há?
– Você tem que parar de alinhar nas loucuras do Harry, ou então qualquer dia acabamos discutindo enquanto ele está numa cama de um hospital!
– Lilly, o Harry adorou a experiencia! – Disse Sirius.
– Claro que tinha que ter dedo seu nessa historia não é Black? – Disse Lilly semicerrando os olhos.
– Ué, mas é claro que eu tinha que estar presente na realização do sonho do meu afilhado, estava esperando o quê?
– Lilly ele só saltou de para-quedas, não se atirou do Big-Ben! – Disse Marlene suspirando.
– Ele podia ter partido o pescoço! – Ela disse feito uma mãe galinha. – E você é minha amiga Lene, tem obrigação de ficar do meu lado.
– Lilly , eu estava com ele, ele não saltou sozinho! – Disse James.
– James ele podia ter partido o pescoço! – repetiu Lilly.
– Mas Lilly, era só um salto de para quedas, e eu estava lá! – Disse Sirius.
– Por isso mesmo Black!
– Eu estava com ele o tempo todo! – Disse James.
– Não interessa!
– O quê?! Acha que não sou bom o suficiente para proteger o nosso filho num salto de para-quedas?
E mais uma discussão, dessa vez sobre as capacidades de proteção de James em relação a Harry. Sirius e Marlene observavam rindo, Dorcas deu a mão a Remus sussurrando.
– Não se sente feliz por não ter filhos?
– Como nunca! – Ele disse, vendo uma Lilly vermelha berrando com James.
Naquele momento o celular de Remus tocou, ele o tirou do bolso e murmurou.
– É do escritório.
– Ah não, Remus! – Reclamou Dorcas. – Não atenda, você trabalha demais.
– Pode ser importante.
Dorcas fez biquinho, mas isso não o impediu de atender a chamada.
– Diga Emmeline.
– Sr.Lupin, desculpe incomodar, mas uma senhora chamada Andromeda Tonks ligou querendo falar com o senhor.
Tonks? Aquele nome não lhe era estranho.
– Ah não, diga que eu já saí do trabalho e só volto amanhã, se ela voltar a ligar diga que para ligar de novo amanhã.
– Já tentei, mas ela insiste e diz que é urgente.
– Ah, é urgente? - Remus olhou para Dorcas que já estava de cara amarrada. – Pois, diga que realmente hoje não posso, se ela ficar insistindo simplesmente ignore as chamadas dela, amanhã eu ligo para saber o que ela queria.
– Tudo bem senhor.
Remus desligou o celular olhando para a namorada.
– Pronto, pode tirar essa carinha, nada de trabalho por hoje!
Ela sorriu abertamente e beijou-o.
O resto da tarde foi agradável, Lilly finalmente parou de implicar com o James e deu a vez a Marlene que agora estava zangada com Sirius por ele ter dito que a garota da mesa ao lado era bonita.
Mais tarde, Remus foi levar Dorcas a casa.
– Não quer subir? – Ela pediu.
– O que você me dá se eu subir?
– O que você quer? – Ela disse o beijando. Como resistir a aquele convite? IMPOSSIVEL!
– Você! – Ele disse sorrindo.
E foram saindo do carro, sorrindo, aos beijos, tropeços e amassos enquanto tentavam subir as escadas.
**
Mais tarde ao chegar ao seu apartamento, Remus encontrou uma senhora com os seus quarente e tais anos, sentada nas escadas.
– Boa noite. – Ele disse cordialmente e seguiu para a porta sem cogitar a hipótese de aquela senhora estar lá esperando ele. Ela se levantou e o encarou enquanto ele metia a chave na fechadura.
– Remus Lupin? – Ele olhou para ela, confuso.
– Sim, sou eu.
– Sou Andromeda Tonks, preciso muito falar com você!
– Andromeda Tonks? – Novamente, o sobrenome Tonks martelando na sua cabeça, conhecia-o de algum local. Espera, aquela era a mulher que tinha ligado para o escritório? Que negocio tão importante seria esse que a levasse a ir até ao seu apartamento para falar com ele? Além disso, aquela senhora idosa com um ar debilitado não parecia em nada, uma mulher de negócios. – Minha secretária não lhe deu meu recado, só pretendo voltar a tratar de negócios amanhã de manhã, quando voltar para o escritório.
– O que eu pretendo tratar com você não se trata de negócios. – Ela disse o encarando seriamente, o seu ar cansado fez Remus questionar há quanto tempo ela estaria ali. Decidiu ver logo o que ela queria antes que ela desmaiasse ali mesmo nas escadas.
Ela permaneceu em silêncio enquanto Remus metia a chave na fechadura.
– Entre. – Ele disse, ela assim o fez, ele fez sinal para que ela se sentasse e ela novamente obedeceu. – Quer alguma coisa? Um suco, um…
– Só um copo de água por favor. – Ela disse olhando para o chão, e ele prontamente atendeu ao seu pedido, pois ela não parecia estar bem.
Depois de a ver beber a água toda, Remus esperou que ela finalmente dissesse o que a trazia a sua casa a uma hora daquelas.
– Obrigada. – Ela disse, lhe entregando o copo.
– Então, o que queria falar comigo?
– Meu sobrenome não lhe faz lembrar nada Remus? – Ele levantou o sobrolho, quem seria aquela mulher?
– É-me familiar. – Ele respondeu.
– Você se lembra da Dora? – E foi então que ele se lembrou de onde conhecia aquele sobrenome.
– Claro, você é familiar dela?
– Sou mãe dela.
Ninfadora Tonks era namorada do Remus no tempo da faculdade, namoraram durante cerca de três anos. Dora tinha sido apresentada a Remus por Sirius que era tio dela, Andromeda e Sirius eram primos. Remus acabou embarcando numa relação com ela, mas terminaram quando ele se mudou para Londres com Sirius para fazer seu mestrado em administração. E ela ficou em Yorkshire. Nunca mais souberam um do outro, mais tarde Remus soube, através de Sirius, que ela tinha morrido num acidente de carro, ele ficou triste e chocado ao mesmo tempo. Afinal tinham ido uma relação longa e era triste ela perder a vida assim. Remus ficou estático, sem saber como se sentir ou o que dizer. Dora tinha sido alguém muito importante na vida dele, era divertida, querida, bonita e muito brincalhona, não podia acreditar que ela tinha morrido.
– Uau, desculpe, eu não te reconheci. Eu soube do que aconteceu com ela. Eu… sinto muito.
– Já passaram seis anos, e ainda não consegui me habituar a ideia. – Disse Andromeda o encarando. – Mas não é psara falar da Dora que eu estou aqui.
– Me diga, em que posso ajuda-la?
– Não sou eu quem precisa de ajuda Remus. – Ela respondeu, e ele levantou o sobrolho intrigado. Ela abriu a bolsa e tirou de lá uma fotografia, deu-a a Remus. Era um garoto loiro, com olhos azuis-escuros. – É ele quem precisa.
– E quem é ele?- Perguntou Remus.
– Remus, quando você e a Dora terminaram, ela ficou muito mal. Estava muito triste mesmo, e pretendia seguir com a sua vida mesmo sem você. Ela estava se recuperando e pretendia sair de York e ir para os Estados Unidos para fazer o seu mestrado. O problema é que… dois meses depois de você ter ido embora, ela descobriu que estava gravida. - Remus não estava gostando do rumo que aquela conversa estava tomando. Desejou que Andromeda lhe dissesse que Dora tinha dormido com mais alguém depois de ele ter ido embora. Ele estava observando a fotografia que ela lhe deu, e estava agoniado ao perceber alguns traços familiares nele. – Esse é o filho dela…
Remus se levantou assustado, ele não queria ouvir mais. Tinha medo do que dali viria, não estava gostando nada do que estava suspeitando.
– Não… - Ele murmurou estarrecido.
– Remus, ela teve medo de te procurar, que você pensasse que ela tinha feito de propósito para que você ficasse em York, com ela. – Ele começou a andar de um lado para o outro abanando a cabeça enquanto passava as mãos pelos cabelos. – Ela estava muito assustada, era só uma menina, e de repente ia ser mãe. E vocês tinham terminado, imagine a situação dela.
– Droga! – Ele praguejou. – Você está me dizendo, que esse garoto…- ele disse apontado para a fotografia na sua mão.- É meu filho?
– Sim.
– Puta que pariu! – Remus não era muito de dizer palavrões, mas aquela situação era demais para ele manter os seus padrões de cordialidade. – Isso não pode estar acontecendo comigo!
– Remus…
– O Sirius me diria se ela tivesse engravidado de mim, você está mentindo!
– O Sirius não sabe!
– Como?
– Ela não quis que ele soubesse, teve medo que ele te contasse. Remus, eu sei que é assustador, que é muito mau eu chegar aqui de repente e dizer que você tem um filho da sua ex-namorada morta. Mas ele precisa da sua ajuda!
– Mas que raios posso eu fazer por ele? Até cinco minutos atrás eu não sabia da existência dele. O que é que eu posso fazer? Ele esta doente? Precisa de dinheiro? – Ele perguntou, ainda andava de um lado para o outro embasbacado com a noticia que acabara de receber.
– Não! Ele precisa de um pai! – Ele parou bruscamente de andar. Ela não podia estar falando sério.
– Como?
– Levo seis anos cuidando do Ted, desde que a Dora morreu. – Então ele se chamava Ted. – Mas infelizmente eu não vou poder mais fazer isso porque… eu estou gravemente doente. E preciso saber que ele vai ficar em boas mãos.
Foi como se o mundo tivesse caído em cima da sua cabeça. Como assim ela estava doente e ele agora tinha que ser pai daquele garoto? E a sua vida? Como ficaria? Como seria? Sua vida não tinha estrutura para receber um filho. E Dorcas? Como reagiria?
– Mas que… minha nossa senhora, eu só posso estar tendo um pesadelo.
– Infelizmente não Remus, tenho pouco tempo de vida, e eu preciso saber que o Ted vai ficar bem.
– Você não tem mais ninguém para cuidar dele?
– E com quem o deixaria? Minha irmã Narcisa e seu marido nos desprezam, eles nunca ficariam com o Ted, tem o Sirius, mas eu acho que é mais saudável ele finalmente conhecer o pai dele. Já para não falar que o Ted seria institucionalizado assim que soubessem que eu morri e ele não tem ninguém para cuidar dele. E eu, sinceramente, prefiro que ele fique com você, do que numa instituição.
– Merda, merda, merda! Eu estou tão ferrado, eu… desculpe Andromeda, eu não posso cuidar do … é Ted não é? Pois, desculpe, eu realmente desejo que ele encontre alguém que seja adequado para cuidar dele, mas esse alguém não sou eu… - Ele não pôde continuar a sua explicação porque Andromeda desmaiou do nada, estendida no sofá, Remus entrou em pânico. – Droga, senhora Andromeda, você está me ouvindo? Merda, o que eu faço agora?
Ele correu para o telefone e marcou o número de emergência.
– Alô, preciso de uma ambulância urgentemente! Pocket Street numero 23, obrigado.
**
Remus estava sentado numa cadeira na sala de espera.
– O senhor é familiar da paciente? – Perguntou a enfermeira, com uma tabuleta não mão. Remus estava tão absorto nos seus pensamentos que nem ouviu. – Senhor? Está me ouvindo?
– Anh? Ah, desculpe, diga.
– Perguntei se senhor é familiar da paciente?
– Ah, não… não, sou só… - O que diria? ´´Sou só o pai do neto dela?’’ – Sou só um conhecido dela.
– E o senhor conhece algum familiar, alguém que possa ser avisado?
– Ah. Ela… tem um neto chamado Ted.. Ted Tonks! – Ele fez questão de frisar o sobrenome Tonks.
– E sabe onde ele está nesse momento?
– Não, não faço a mínima ideia. – Naquele momento, uma musiquinha se fez ouvir dentro da bolsa de Andromeda, que Remus segurava. Ele abriu-a e tirou de lá um celular. – Veja que timing, é ele telefonando para a avó.
– E então?
– Então o quê? – Ele perguntou ainda com o celular tocando nas mãos.
– Não vai atender?
– Oh, claro. – Clicando no atendedor, a medo, ele levou o celular aos ouvidos, e pode ouvir a voz de um garoto assustado do outro lado.
´´ ‘Vó, onde é que você ‘tá? Eu ‘tava preocupado!’’
Remus estacou no mesmo sitio, não conseguia falar, e não sabia porque, que merda, aquela voz do outro lado era de um garoto que por acaso era seu filho!
´´ ‘Vó? Você ‘tá me ouvindo?´´
Remus limpou a garganta nervoso.
– Hum… a sua avó não está, ela…
´´Quem ‘tá falando?´´
– Bem… é, um amigo dela… Ela desmaiou e…
´´ O que? E ela ‘tá bem?´´
– Eu… não sei, ela ainda está sendo atendida.
´´Merda!´´ Ele dizia palavrões. ´´ Onde é que você ‘tá?´´
– No hospital!
´´ Resposta inteligente! Até aí já entendi, quero saber que hospital.´´ Mas que impertinente.
– St.Andrews.
´´ ‘Tou indo ‘praí! ‘’ E desligou sem o mínimo respeito. Que raio? Ele falava de uma forma muito esquisita, usava muitas abreviaturas! Mas que garoto estranho.
Remus lembrou também de outra pessoa que precisava saber que Andromeda estava no hospital, por isso pegou seu celular e discou um número.
‘’Alô?’’
– Sirius, tudo bem? Eu, eu preciso que você venha para o hospital agora.
‘’Porquê? O que aconteceu?’’
– Lembra da sua prima Andromeda? Ela acabou desmaiando na minha casa.
‘’Quê? O que a minha prima estava fazendo na sua casa?’’
– Vem logo, depois te explico.
**
Dez minutos depois Sirius já estava com Remus sentado na sala de espera, encheu Remus de perguntas mas ele só deu respostas vagas, afinal que diria ele? ‘’Então sua prima veio me dizer que eu tenho um filho e que vai morrer em breve porque tem uma doença grave e eu tenho que cuidar dele.’’
– Narcisa nem para vir aqui ver a irmã… - disse Sirius.
– Você ligou para ela?
– Sim, disse que estava num jantar importante, e não podia vir. – Ele disse não escondendo a amargura na sua voz. – Minha família é uma praga, eu e Andromeda fomos os únicos que escaparam a corja.
‘’E Ted’’ pensou Remus.
Andromeda estava no quarto mesmo ao lado da sala de espera, por isso de vez em quando eles se levantavam para ver o que estava acontecendo. Os médicos davam informações vagas, e até aquele momento, a única coisa que eles sabiam é que ela estava sendo operada. Eles se alarmaram quando viram uma grande quantidade de médicos correndo para o quarto onde Andromeda estava. Remus tentou falar com um deles.
– Doutor, o que está acontecendo?
Nada, era isso que eles recebiam. Nada, nada de respostas, nada de Andromeda, nada de Ted chegar. Que droga! Aquilo era muita emoção para uma noite só. Havia uma confusão enorme no quarto, Remus estava apreensivo, estava acontecendo algo, ele sabia. A confusão parou de repente, e Remus prendeu a respiração desejando que aquilo não significasse o que significava, Sirius arfou sem se mover. Um dos médicos saiu do quarto com um ar muito abalado.
– Doutor… - Remus já não conseguia formular a pergunta, temia a resposta.
– Os senhores conhecem a paciente?
– Sim.
– Lamento muito, mas… nós não pudemos fazer nada.
– Ela… Ela morreu?- Perguntou Sirius com a voz trémula.
– O tumor estava num estado muito avançado, e para piorar a situação dela, ela sofreu uma hemorragia cerebral. Foi impossível estancar, lamento muito mesmo.
Remus baixou a cabeça fechando os olhos e supirando. Que droga, porquê? Com Andromeda morta e seu filho a caminho do hospital, que faria ele agora?
– Merda! – Foi a única emoção que ele conseguiu deixar escapar.
O médico deu um tapinha no ombro de Sirius que parecia anestesiado com a noticia, e depois foi embora o deixando absorto nos pensamentos. Remus enconstou-se a parede, tremendo, que ele diria quando o garoto chegasse? ´´ Oi, sua avó morreu, já agora, eu sou o seu pai.´´ Já para não falar da reacção de Sirius quando soubesse, que situação!
Eles voltaram para a sala de espera, Sirius se deixou cair numa cadeira, olhando a volta, aterrado. Remus estava pensativo, ele não podia encarar o garoto, ele não podia ficar com ele. Como é que ele ia fazer isso? Nem o conhecia! Ele se levantou bruscamente e foi até a recepção falar com a enfermeira.
– Moça! – Ele chamou, e ela levantou a cabeça. – Olha, aquela senhora que… que eu trouxe, bom, ela faleceu e… bem, eu sou só um conhecido dela. O neto dela está a caminho, e eu não vou conseguir dar a notícia a ele… por favor, olha, eu vou deixar aqui as coisas dela. – Ele disse entregando a bolsa de Andromeda a enfermeira que o encarava confusa. – Quando ele chegar, você poderia me fazer o favor de contar a ele?
– Não acha isso um pouco cruel? Quero dizer, o garoto merecia receber essa notícia de alguém que conheça pelo menos. Aquele senhor não pode fazer isso? – Perguntou apontando para Sirius.
– Bom, mas ele não me conhece! Nem conhece aquele senhor, por isso é a mesma coisa ser eu ou você a dar a notícia. Por isso, por favor, dê a noticia a ele. Eu não vou conseguir. – Perante o silêncio dela, ele disse. – Obrigado!
E saiu puxando Sirius e deixando a enfermeira com as coisas de Andromeda.
**
Remus não soube por quanto tempo andaram pelas ruas friorentas de Londres, nem sabia porque estava se sentindo tão mal por ter deixado a notícia da morte de Andromeda nas mãos da enfermeira. Ele não devia se sentir assim, afinal há algumas horas atrás não havia nem Andromeda, nem Ted. Ele não tinha nada a ver com eles, ou tinha? Claro que tinha, porra, ele era o pai do garoto! Ele tinha que ir falar com ele, nem que fosse só para dar a noticia para ele e depois iria embora. Iria? Como ia ficar o garoto agora com a morte da avó, será que a tal Narcisa não iria mesmo querer ficar com ele? Sirius não sabia nem cuidar dele mesmo quanto mais de um garoto. Ele iria parar a um orfanato? Que droga! Ele deu meia volta para ir de novo para o hospital, depois mudando de ideias novamente ele se virou e começou a caminhar para casa, mas aí uma onda de culpa enorme o atingiu e ele voltou a direcção para o hospital. Será que devia ir? Siriu o olhou confuso, seus olhos estavam vermelhos, Andromeda tinha sido a única pessoa de sua família com quem se dera bem, de quem gostava. Ficou abalado com a morte de Dora anos antes, e com a de Andromeda agora.
– O que você está fazendo?
– MERDA! – Ele berrou! Ok, aquele devia ser o quinquagésimo palavrão que ele dizia naquela noite, ele estava muito estressado! Inspirando todo o ar que podia, ele rumou correndo em direcção ao hospital. – Temos que voltar!
– O quê? Mas eu só vou tratar das coisas para o velório amanhã, o que vamos fazer lá?
Mas Remus já ia encosta acima, e ele decidiu ir com ele.
Estavam chegando ao hospital quando Remus finalmente disse.
– Você sabia que a Dora teve um filho?
– Quê? Não eu nunca soube, e nunca vi garoto nenhum quando ia visita-las em York.
– Pois, mas teve! E quer saber a melhor? Eu sou o pai!
Siriu parou de caminhar, se não fosse a situação em que estavam, acharia que Remus estava brincando.
– O quê?
– Isso mesmo, ela estava gravida, não me disse, não te disse para que você não me dissesse, e quando ela morreu Andromeda se encargou de cuidar dele, mas então ela descobriu que estava doente e veio falar comigo para que eu cuidasse do garoto quando ela morresse, e ironia do destino, ela morre hoje E o garoto deve estar aqui e eu tenho que impedir a enfermeira de dar a noticia para ele!
– Quê? – Sirius estava estático. Mas a pergunta que formulou foi. – Você pediu a enfermeira para contar a ele sobre a morte de Andromeda? Você não tem coração?
Remus não respondeu, caminhou até a recepção, ofegante, e disse a enfermeira, .
– Moça! Pode deixar, eu mesmo dou a notícia!
– Tarde demais! – Ela disse indicando, com a cabeça, um garoto sentado com a cabeça baixa e os dedos das mãos entrelaçados a frente do rosto. Merda, o que ele faria agora? Consola-lo? Siriu ficou parado no mesmo local olhando para ele, Remus aproximou-se lentamente do garoto, que por ter a cabeça baixa, não o viu.
–Ted? – Ele levantou a cabeça, seus olhos estavam vermelhos, seu rosto banhado em lágrimas. Remus não sabia bem o que dizer. Se sentou do lado dele, e tentou procurar algo para dizer. – Lamento muito.
– Você é o tal cara que ‘tava com ela?
– Sim.
– O babaca que incumbiu a enfermeira de me dar a notícia porque não ‘tava com paciência? – Que mal educado. Ok, era justo!
– Sim. – Suspirou Remus.
– Pelo menos se arrependeu!
– Como você chegou aqui? Que eu saiba você é de York. É um pouco longe!
– Taxí! – E se levantou, começando a caminhar. – Obrigado por ter trazido minha avo p
‘pro hospital, foi bom falar com você. ‘Té mais!
– Espera, onde você vai? – Sirius ainda estava no mesmo local olhando para o garoto.
– Para casa!
– Tem dinheiro para táxi?
– Não, vou a pé!
– Sozinho?
– Eu me desenrasco.
– Ted! Espera! Está muito tarde! – Remus nem sabia porque estava fazendo aquilo. -Você… você pode ir para a minha casa. E amanhã eu te levo para York, de carro.
Autor(a): sue
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