Fanfic: Quase Sem Querer | Tema: Ponny

Poncho: Eu não entendo, Any...

Anahí: Eu preciso te contar uma coisa. – disse com o olhar baixo.

Poncho: Então conta.  - Era a brecha pela qual ela esperara.

Anahí: Aconteceu uma coisa, naquele dia em que agente se falou pela ultima vez. - Começou, sabendo que estava pondo tudo a perder.

Poncho: Ah, é? - Ele se endireitou e esperou.- O quê?

Anahí: De noite, eu fui a uma festa de aniversario com a Mai, o Ucher, e o Pollito.  - Poncho esperava, um pouco tenso. Anahí era direta, se estava enrolando era porque algo importante ia dizer. - Eu estava chateada, machucada, com raiva, não sei... – pausa - Bem, como eu disse era uma festa de aniversario... O aniversario Léo.

Poncho: Continua. - O tom de voz avisava que ele tinha noção do fim da história. E que estava se contendo para não explodir.

Anahí: Eu bebi demais e a próxima lembrança que tenho não é agradável.

Poncho: Sua próxima lembrança?

Não houve hesitação na resposta. Precisava ser firme.

Anahí: Sair de lá no carro do Léo.

Poncho: Depois...

Anahí: O quarto dele. No outro dia.

Poncho fixou o olhar num ponto sem importância, buscando calma. Gritar e destruir móveis não resolveria nada. Tampouco um tapa era adequado, mesmo morrendo de vontade de agarrar o pescoço dela e apertar até que a vida sumisse dos olhos azuis.

Os malditos olhos azuis.

Respirou, contou até dez. A cabeça a mil, tentando encontrar uma solução, uma maneira de parar aquela mancha de dor que se espalhava por seu corpo.

Anahí: Mas não aconteceu nada, Poncho. Ele me disse que...

Poncho: Decepcionante. - disse apenas

Anahí percebeu que não teria o que queria: nada de gritos. Entretanto, essa constatação pareceu provocar todo o sentimento de culpa que ela precisava. A calma na voz dele era mais dolorosa que imaginava.

Poncho: Muito bem, Anahí, VOCÊ destruiu nosso o namoro. - Se afastou, andando desnorteado pela sala - Droga.

A dor dele extravazaria de alguma forma, não poderia segurar. Então chorou. Lágrimas silenciosas, grossas, que corriam depressa por seu rosto. Ela... O que poderia fazer? Conhecia-o, sabia que nada que dissesse o acalmaria.

Poncho: Eu só tenho uma pergunta: por quê? O que eu fiz pra merecer, hã? - Se vira para ela.

Anahí: Eu estava confusa... – Falou num choro silencioso. – Eu ainda estou. Eu não fiz de proposito, Poncho.

Poncho: O que eu fiz de errado. - Se aproximou dela e agarrou seus braços - Me diz.

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