Fanfic: Quase Sem Querer | Tema: Ponny

Cinco anos mais tarde...

"Eu não sou de reclamar da sorte, mas me parece uma tremenda covardia a vida trazer o amor da sua vida quando você ainda não está preparada para ele. Para dizer a verdade, acho lindo isso de se casar com o primeiro namorado, ter um amor para a vida inteira, uma vida construída juntos, aquela pessoa que você sabe que foi sempre só sua. Entende o que eu digo? Aquele cara que sua família inteira ama, por quem sua avó pergunta toda vez que te vê, o casal que tem a cidade inteira torcendo a favor, aquele amor de adolescência que vira coisa de gente grande. Realmente admiro quem consegue levar a vida assim. Acontece que não é para mim, ou pelo menos ainda não era naquele momento e por isso perdi uma pessoa incrível. Tive de perder. Minha sede me levou a isso. Não foi nada fácil. Quando você perde um grande amor é difícil, mas quando o deixa escapar por escolha própria, é quase insuportável. Há de se ter muita coragem e maturidade para lidar com tudo isso. Não me entendam mal, esse não é um depoimento triste, tampouco um lamento. Sei que fiz a escolha certa. Eu não estava pronta. Precisava de fato viver tudo o que vivi. As viagens, os porres, a solidão, a euforia, a saudade, as farras, outros amores. Claro que nenhum foi igual, e a ideia era justamente essa. A verdade é que sempre fui muito feliz, com e sem ele. Acho que tenho o dom para isso. Não há o que lamentar, a escolha foi minha. Escolhi o mundo. Atormentava-me a possibilidade de os anos passarem e eu me tocar que não havia vivido tudo o que queria. Existia um grito dentro de mim que precisava por para fora. Eu coloquei, e ainda estou a urrar. Tive de aprender a conviver com a sua falta e a aceitar que a nossa história teve um fim. Se pudesse, se tivesse esse poder, escolheria conhecê-lo só agora. Passar por ele com aquele vestido que sei que ele adora e sentir seu olhar me hipnotizar como na primeira vez. Apaixonar-me e não precisar mais perder. Acontece que o tempo e a vida o ensinam a não esperar por grandes reviravoltas. Na realidade, este mundo nunca foi um grande realizador de desejos, especialmente os mais sinceros. Você escolhe uma porta e todas as outras automaticamente se fecham. E o que resta é seguir adiante. Não se pode ter tudo."

"Eu tive você e sentia falta do mundo. Hoje tenho o mundo e não posso mais ter você."

→ Anahí Puente

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