Fanfic: Quase Sem Querer | Tema: Ponny

Any ficou feliz por ter voltado a morar com o irmão após cinco anos. Só o fato do novo apartamento dele ser perto da universidade já era incrível. A rotina dos dois jovens continuou a ser o que era: enquanto Christopher fazia a pós-graduação e trabalhava correndo incansavelmente de um lado pro outro, Anahí ia às aulas da universidade e passava a maior parte do tempo em casa. Naquela tarde de quarta ­feira, Ucker assistia a um filme que estava passando na televisão e se deu conta de que a irmã já devia ter voltado. Ela sempre chegava em casa pontualmente. Bem, pensou ele, talvez ela tenha decidido ficar na biblioteca da universidade, estudando. Quando o relógio marcou cinco da tarde e ela ainda não tinha aparecido, Ucker decidiu ligar. Discou o número dela e a ligação caiu diretamente na caixa postal.

Ucker: Droga, qual é a utilidade de se ter um celular se você não atende as ligações? -­ ele murmurou, irritado, depois da quinta tentativa de falar com ela. Ele tentou prestar atenção em um seriado que estava passando na tv, mas estava preocupado demais para isso. Tentou ligar mais algumas vezes, pensou sobre um milhão de coisas que podiam ter atrasado a chegada dela e estava prestes a sair pela cidade procurando por ela, quando Any finalmente chegou.

Any: Oi, Chris! -­ ela o cumprimentou, sorridente, da mesma forma como sempre fazia ao chegar em casa.

Ucker: Meu Deus, onde é que você estava? Por que não atendeu ao celular? Você quer me matar de preocupação? Você nunca atrasou nem um minuto pra chegar em casa, o que é que custava ter me ligado pra avisar que você ainda estava viva? Você sabe quantas horas são? Achei que estivesse morta, ou sendo mantida em cativeiro por um psicopata, ou sequestrada pela máfia! – ­ exclamou ele, visivelmente irritado.

Anahí teve que se esforçar muito para não cair na gargalhada.

Any: Acabou a bateria do meu celular. Foi mal.

Ucker: Foi mal? Isso é tudo o que você tem a dizer? Ei,qual é a graça, hein?

Any: É que você falou igualzinho a nossa mãe. ­-  respondeu Anahí, e dessa vez foi impossível segurar o riso.

Ucker: Para de falar besteira e me diz logo onde você estava. - ­ retrucou Christopehr, ainda mais irritado ao ver que ela estava se divertindo com aquela situação.

Any: Eu fui lanchar com um amigo depois da aula, tava vindo pra casa, quando decidi dar uma caminhada na praia pra pensar um pouco, aí acabei me distraído. Por isso me atrasei, ok?! – Sorriu o tranqüilizando – Chris, eu não tenho mais 16 anos... Não se preocupe, eu sei me cuidar.

Ucker: Como você não quer que eu me preocupe, Any?! – murmurou, ironico – Você passou cinco anos fora. Sendo que por três anos ninguém sabia onde você estava... -  olhou-a incrédulo - Sabe quantas noites eu passei sem dormir pensando em você? Quantas vezes eu não consegui comer, por que nada conseguia descer pela minha garganta?! Eu só tinha vontade de chorar. De chorar o tempo todo.. Você sabe o que é sentir isso?

Any: Chris – disse com os olhos marejados – Eu sinto muito. Ok?!

Ucker: Ah, você sente muito?! – Disse irônico – Não, Any... Você não sente... Você não sentiu como agente sentiu. Você não sabe como foi dolorido a cinco anos atrás quando você entrou naquele avião pra ir morar com a nossa mãe... Você não sente como os seus amigos, o Poncho e eu nos sentíamos, quando você foi embora sem dar nenhuma explicação... – Anahí abaixou a cabeça – E mais, você não sente como a nossa mãe pirou quando você desapareceu do nada da casa dela. Você não sente, Anahí... Você não sente nada.

Any: Chris – Voltou a olhá-lo. – Eu...

Ucker: Olha Any - disse fazendo uma pausa – Vai pro seu quarto.

Any: O que? – Surpreendeu-se – Chris, eu não sou  mais criança. – disse sorrindo.

Ucker: Realmente!  - concordou – É sou uma "mulher" irresponsável. Vai pro seu quarto. – repetiu.

Any: Chris!

Ucker: SOME DA MINHA FRENTE, ANAHI. – Gritou numa explosão. - SOME DA MINHA FRENTE.

Anahí sem reação apenas o observou, em seguida assentiu com a cabeça e seguiu em direção ao quarto.

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