Fanfics Brasil - Capitulo 11 Historias de Amor e Fantasma

Fanfic: Historias de Amor e Fantasma | Tema: Portiñon


Capítulo: Capitulo 11

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Depois da última consulta, sentada na confortável poltrona de sua sala, Angelique  passava as anotações a limpo antes de dar o dia como encerrado. A secretária já havia se despedido e ido embora, por isto um barulho de passos na sala de espera chamou sua atenção.


Levantou-se cuidadosamente, incerta de quem poderia ser, e mais do que nunca consciente de que estava em uma situação vulnerável, sozinha em um horário onde quase todos os demais consultórios estavam vazios.


--Angel. – uma voz feminina e conhecida chamou-a, fazendo-a relaxar.


--Mai?! Quando foi que chegou?


A mulher era morena, perto dos quarenta e vestia calça jeans e blazer. Depositou a mala de viagem no chão e tomou Angelique nos braços, beijando-a com possessividade, sem se dar ao trabalho de responder à pergunta que lhe fora feita.


Então afastou-se um pouco para fitar os olhos da psicóloga, que àquelas alturas exprimiam enorme confusão. O beijo a deixara tonta e despertara sentimentos que achava estarem mortos e enterrados.


--Ei, minha linda. Sentiu saudades? –  Maite sorriu com a mesma auto-suficiência de sempre.


--Por que não me ligou?


--Acredita que perdi meu celular?


Era a desculpa mais idiota que alguém poderia inventar.


--Não podia comprar outro?


--Eu estava no meio do mato, meu amor. Foram semanas subindo e descendo rio para estudar as populações ribeirinhas.


--Conversa fiada!


E se afastou raivosa.


--Fica mais de um mês sem ligar para mim e sem atender aos meus telefonemas e tem a cara-de-pau de fazer de conta que está tudo normal? Aí chega sem me avisar, me beija desse jeito e acha que as coisas ficarão bem dessa forma. Quanta pretensão!


--Amor, eu sei que deveria ter entrado em contato, mas juro que não tive tempo entre uma incursão e outra. O que você quer, afinal? Ou eu estava lutando para não ser engolida por um jacaré ou estava na estrada, onde não tinha sinal de celular. Que culpa eu tive? Agora vim do aeroporto direto pra aqui te ver e recebo o sermão da montanha. Estou exausta, faminta e mesmo assim despenquei até o seu consultório para te ver.  Será que dava para me dar um desconto?


Angelique se sentiu mal. Para variar, Maite a manipulava invertendo a situação para que se sentisse culpada.


Tinha que contar sobre Dulce  e terminar de vez com aquele relacionamento que não a satisfazia, mas não teve coragem naquele momento. Maite estava tão abatida e não podia causar-lhe tamanho desgosto antes que tivesse a oportunidade de se recuperar da longa viagem que empreendera pela Amazônia.


--Minha casa ou a sua? – Maite  indagou sem cogitar que pudesse ter sido substituída por outra no coração de Angelique.


--Minha. A sua não tem nada que se possa comer.


Maite  sorriu, pois era verdade. Comia muito mal quando não estava sob os cuidados de Angelique.


--Então vamos. Falei sério quando disse que estou faminta. Já se foi o tempo em que as companhias aéreas serviam refeições decentes aos passageiros.


A psicóloga trancou o consultório e as duas ficaram esperando o elevador.


Angelique atentou para o ar cansado da namorada e suspirou confusa. Por que seu corpo teimava em reagir a Maite, mesmo quando tinha certeza de que ela não lhe dizia a verdade?


Maite não parava nunca de fabricar desculpas o tempo todo para justificar sua maneira desconsiderada de tratá-la. E quantas vezes ela aceitara aquele comportamento para que não brigassem.


--Comprou outro celular? – indagou capciosamente.


--Ainda não. – Maite respondeu com aparente inocência -- Faço isso amanhã.


O elevador chegou e desceram em silêncio até a garagem do prédio.


--Percebi que não me respondeu. – Maite finalmente se pronunciou – Sentiu saudades?


Angelique consultou seu coração e respondeu com franqueza.


--Senti.


*****


Dulce  ligou várias vezes para a namorada e caía na caixa de mensagens. Não era normal que ela não atendesse suas chamadas, levando-se em conta que já passara da hora de trabalho e provavelmente estava em casa. Então seu aparelho tocou e era Angelique.


--Oi, Angel. -- Dulce atendeu alegremente, como sempre fazia – Está em casa?


Do outro lado Angelique se torturava por ter que esconder a verdade de Dulce, Mas como explicar que sua quase ex estava agora tomando banho em sua casa para jantarem em seguida?


--N-não. Um paciente meu surtou e pediu para que eu o atendesse em caráter de urgência. Acho que vai demorar, então liguei para te avisar.


Dulce sentiu-se um pouco decepcionada, mas eram ossos do ofício e tinha que aceitar. Muitas vezes também não poderia dar atenção para Angelique em função de alguma emergência em suas obras. O que restava era pedir uma pizza e assistir um filme na televisão.


--Não tem problema. Eu entendo. Vá atender seu paciente e te ligo amanhã.


--Obrigada por ser tão compreensiva.


--Mais uma das minhas infinitas qualidades.


Angelique riu da fanfarronice de Dulce.


--Garanto a você que modéstia não é uma delas.


--Apenas falo a verdade. Que culpa eu tenho se sou perfeita.


Angelique suspirou desanimada. Dulce era realmente perfeita. Seria uma tremenda idiotice deixá-la escapar por uma mulher que não a respeitava. Não permitiria jamais que isto acontecesse.


--Desculpe por estragar nosso programa. – novamente se penitenciou.


--E o que pretende fazer para se redimir?


Uma sensação deliciosa de excitação a envolveu.


--Farei tudo o que quiser. – respondeu cheia de sensualidade.


--Então vou planejar direitinho uma forma de puni-la que envolva muito suor e gemidos de prazer.


--Pode ser cruel o quanto quiser.


--E serei.


Angelique ouviu o barulho de Maite saindo do banheiro e apressou-se em se despedir.


--Bem, tenho que desligar. Amanhã nos falamos, está bem?


--Um beijo.


Dulce colocou o celular sobre a mesa de centro e sentou-se no sofá confortavelmente. Havia se esquecido de como era boa aquela história de namorar.


Angelique  pôs a mesa para Maite e sentou-se para esperá-la. Estava decidida a contar tudo sobre Dulce depois que ela se alimentasse. Não seria certo causar um abalo daqueles antes que ela estivesse com o estômago cheio, afinal, chegara de viagem há poucas horas e estava cansada.


O barulho de passos a fez erguer a cabeça e lá estava Maite, vestida unicamente com um robe curto e enxugando os cabelos com uma toalha felpuda.


Como sempre Angelique sentiu seu coração disparar ao percorrer com o olhar aquele corpo esguio que conhecia tão bem.


Desviou a vista imediatamente para fugir daquela tentação.


--Humm, que cheiro gostoso de café! -- Maite exclamou sorrindo.


Sentou-se à mesa e começou a se servir.


--Não vai comer também? -- indagou ao perceber que Angelique não se mexia.


--Claro. -- a psicóloga respondeu, tomando o lugar à sua frente.


--Então... Conte pra mim o que tem feito enquanto estive viajando. Não me diga que só trabalhou?


Aquela era a abertura perfeita para esclarecer as coisas e pôr um fim naquela história sem futuro e que só a enchia de frustração. Mas por um motivo qualquer inexplicável, guardou silêncio.


--Já vi que foi exatamente o que fez: trabalhou feito louca. – Maite provocou.


--E o que você fez? Achei que estivesse trabalhando também.


--E é claro que estava, mas é diferente. Conheci lugares novos, outras paragens. Foi um trabalho duro, mas valeu a pena pelo conhecimento que fiz, pelas experiências que vivi. Foi uma grande mudança na rotina e isto é sempre agradável.


--Principalmente na rotina de ter uma única namorada.


Maite parou de comer imediatamente ao ouvir o tom enciumado de Angelique.


--O que foi, Angel? De novo desconfiando de mim?


Era visível a impaciência de Angelique diante do tom tranqüilo de Maite ao descrever suas atividades enquanto fora de casa.


--Não me venha com essa cara de santa. – desabafou -- Sei muito bem seu estilo e se quer saber, estou cansada disto tudo. É sempre assim: traições e mentiras. Se já não tivesse testemunhado você em ação, nunca poderia imaginar que fosse capaz de tanto. Seu descaramento é tão grande que nem pisca na hora de inventar histórias para me enganar.


--Não estou inventando. Acha que passei todo este tempo transando sem parar entre um vilarejo e outro? Por favor, Angel. Esse seu ciúme chega a ser doentio.


--Você tem razão. -- Angelique foi cínica -- Não sei como posso desconfiar de uma pessoa tão fiel, que foi capaz de fazer sexo com a copeira em pleno casamento da prima. Sou realmente doente, possessiva e totalmente paranóica.


Maite suspirou tristemente.


--Eu fui canalha com você. Sei disso. Mas quantas vezes vou ter que pedir perdão? Estava bêbada e ela pulou em mim. Não é desculpa, mas explica um bocado, não é?


--E como poderei acreditar em você novamente, Mai? Você estragou tudo e acho melhor terminarmos por aqui. Jamais as coisas serão do jeito que eram e é pura perda de tempo insistir neste relacionamento.


Maite arregalou os olhos.


--Está me dando o fora?


--Estou. Não quero mais namorar alguém que não me passa segurança. Persistir seria uma grande bobagem e só nos faria sofrer mais no futuro.


--Isto é um absurdo! Faz quase um ano que isso aconteceu e só agora você está terminando? Até terapia de casal nós fizemos para superar o problema e achei que tinha funcionado, que estávamos recuperando nossa relação. O que afinal aconteceu aqui? Não acredito que nesse curto espaço de tempo você tenha repentinamente se dado conta de que não confia em mim. Tem que haver um outro motivo.


Angelique não suportou sustentar o olhar de Maite e baixou a cabeça, acanhada.


--Meu Deus, Angel, não posso aceitar que esteja usando um fato passado e superado como desculpa para seus próprios deslizes.


--O que está insinuando?


--Que obviamente fez muito mais do que trabalhar enquanto eu estava fora. -- afirmou profundamente indignada.


--Quem sabe paguei na mesma moeda?


Maite levantou-se da mesa e foi para o quarto recolher suas coisas. Quando voltou estava vestida e carregava a própria mala. O olhar era um misto de raiva e pesar. Passara semanas ignorando os assédios que sofria em todos os lugares por onde andou, tudo por amor e respeito a Angelique. E agora descobria que o esforço era só de sua parte. E foi aquilo o que mais a deixou arrasada.


Errara muito naquele relacionamento, tinha consciência disto, mas desde o vexame do casamento da prima, transformara-se num modelo de retidão. E para que? De que valera? Melhor seria se tivesse cedido a todo tipo de tentação que lhe passara pela frente.


--Adeus, Angelique. Espero que ela valha os cinco anos de amor que compartilhamos. Se bem que agora tenho dúvidas se este amor era de ambas as partes.


Abriu a porta e saiu sem olhar para trás. O coração doía como louco, mas conseguiu manter a compostura e não desperdiçar lágrimas chorando por uma cínica que a descartava como se fosse sua a culpa. Se ela não a amava mais, então que dissesse francamente em sua cara e não ficasse arrumando falsos pretextos para atenuar sua falta de caráter.


Pegou um táxi e foi para casa. A vida continuava, com ou sem Angelique. E ela é que não ficaria curtindo fossa. Para isso inventaram álcool e balada


 



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Autor(a): angelr

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 98



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  • annecristine Postado em 11/03/2014 - 00:22:09

    Amei o final.. Muito lindo... Entao vamos com mais uma fic.. Rs

  • angelr Postado em 10/03/2014 - 23:22:37

    delmyra - Espero que goste da proxima *__*

  • angelr Postado em 10/03/2014 - 23:22:13

    claricenevanna - Ufa convenceu hahaha

  • delmyra Postado em 10/03/2014 - 22:20:08

    pronta pra ler a proxima fic. As suas são de mais. Cada uma q me faz chorar. Foi otima.

  • claricenevanna Postado em 10/03/2014 - 19:56:49

    Pensei que a Dulce não ia convencer a Anahí! Hahaha. Que pena que acabou. :( E eu vou ler a outra.

  • annecristine Postado em 10/03/2014 - 17:11:18

    Aiiiin elas são lindas demais! Ansiosa para o final! Pena q já vai acabar! Dulce até q enfim né! kkkkkkk

  • angelr Postado em 10/03/2014 - 00:23:45

    lunaticas - breve hahaha

  • angelr Postado em 10/03/2014 - 00:23:25

    vverg - Sim muito linda essa web

  • angelr Postado em 10/03/2014 - 00:22:56

    claricenevanna - hahahaha

  • lunaticas Postado em 08/03/2014 - 21:41:21

    Ansiosa para o final *-*


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