Fanfics Brasil - Capitulo 17 Historias de Amor e Fantasma

Fanfic: Historias de Amor e Fantasma | Tema: Portiñon


Capítulo: Capitulo 17

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Maite dirigiu-se para o estacionamento de professores no campus quando foi interceptada pela aluna que menos gostaria de ter próxima a ela.


--Está fugindo de mim? – Letícia deu-lhe um sorriso travesso.


Pega de surpresa ela a olhou assustada.


--E você está querendo me provocar um ataque cardíaco?


--Desculpe, mas precisava conversar com você.


--Já conversamos outro dia.


--Mas ainda tenho esperanças de comovê-la.


Maite abriu a porta do carro.


--Esqueça.


Entrou no carro e se preparou para partir.


Letícia bateu no vidro.


Aquela garota começava a irritá-la com sua insistência. Podia ser bonitinha, mas sem dúvida era muito chata.


Mas como não baixar o vidro sem parecer mal educada?


--O que foi?


Letícia dessa vez estava séria.


--Falaram com você sobre mim, não foi? Por isso está se esquivando o tempo todo, estou certa?


Maite soltou um suspiro de impaciência.


--Olha, Letícia, não me importa o que fez ou deixou de fazer no passado, mas não vou ficar aqui de bobeira esperando que me envolva em algo que não desejo. Você é minha aluna e isto por si só é um impeditivo enorme para qualquer tipo de envolvimento entre nós. Na hipótese remota de que eu realmente estivesse interessada em ter um caso. Coisa que não estou.


--E quem disse que é isto o que quero? – Letícia deu mostras de contrariedade – Acha mesmo que estou tramando uma armadilha para que seja demitida da universidade? E o que eu lucraria com isto, hein? Todas as maledicências a meu respeito fracassaram em explicar esse simples detalhe. Mas sendo você essa pessoa culta e literata, com certeza tem uma resposta para meu questionamento.


--Escute aqui...


--Escute você. Eu nunca tive um caso com a Fátima. Éramos amigas e o que estávamos fazendo quando fomos flagradas, era totalmente inocente. Ela era uma mentora que me ouvia quando eu precisava e me dava conselhos como uma irmã mais velha. Fiquei totalmente aturdida quando soube da demissão dela. E o pior: nem ao menos pude dizer adeus. Ela sumiu para o outro lado do país e nunca mais nos falamos.


--E é isso o que quer de mim? Que eu assuma o posto de mentora?


--Não. O que sinto por você não tem nada de maternal.


--E voltamos ao ponto em que eu lhe digo que não vou me envolver com uma aluna.


--Ótimo, porque não sou mais sua aluna. A partir de agora desisto da sua matéria.


--Assim do nada?


--Você sabe que eu iria rodar. Não sou e nunca serei uma aluna modelo e sua matéria é realmente um saco.


Maite ficou surpresa com aquela bruta sinceridade.


--Por que a matéria é chata? 


--Você tenta ridicularizar o comportamento dos jovens e demoniza as redes sociais.


--Desculpe se não acho a coisa mais genial do mundo alguém passar dia e noite pendurado na internet, postando asneiras para os amiguinhos darem risada ou compartilhando sentimentos profundos como “Curta essa mensagem para ajudar a salvar as moscas varejeiras do norte da Polinésia.” Aliás, já é ridículo chamar de “amigo” uma pessoa que você nunca viu e que só serve para aumentar a sua necessidade egocêntrica de se exibir para os outros como alguém popular. “Eu tenho quinhentos amigos e você? Só cem? Nossa, como você é patético!”.


--É uma forma de socialização. Uma maneira de poder expor nossa opinião, nossa vontade, burlando os meios de comunicação.


--Como se alguém nessas redes tivesse sequer uma única opinião própria, saída de seu cérebro de minhoca, que merecesse divulgação. Tudo o que vejo é gente espalhando ignorância uns para os outros. Uma salada de abobrinhas de coisas que ouviram falar em algum lugar e nem sabem ao certo do que se trata. É a cultura do superficial, difundida por devoradores de manchetes de portal de notícias. Perdem trinta segundos passando os olhos por todos os links em destaque e se acham os senhores da cultura e formadores de opinião. Propagam ideias que já eram velhas e ultrapassadas décadas atrás. E ainda tiram sarro de quem não ficou sabendo que um garoto na Malásia tornou-se o novo campeão do mundo de arremesso de merda de macaco à distância. “Você não soube? Nossa, em que mundo você vive?”


--Nem todos os internautas são alienados. Existem discussões maduras dentro da rede.


--E eu te pergunto: como alguém que nunca perdeu seu tempo tentando compreender as coisas que acontecem ao seu redor pode ter condições de discutir alguma coisa? Como uma pessoa que passa a vida digitando loucamente num teclado, ignorando as pessoas reais à volta, pode ser capaz de expor alguma convicção sobre algo? No máximo pode palpitar uma bobagem qualquer para parecer menos burro. E o resultado é quase sempre o contrário: se ficasse de boca fechada talvez até passasse por alguém minimamente inteligente.


Nesse momento o celular de Letícia deu sinal de vida. Era uma mensagem chegando e ela não pode evitar de buscá-lo para ver do que se tratava. O que no final era apenas uma frase banal escrita por uma amiga aborrecida em uma aula de matemática.


Maite franziu os olhos e sorriu.


--Entende o que eu disse? O ato de falar tornou-se mais importante do que a mensagem a ser transmitida. Ninguém se interessa pelo que diz, contanto que diga. As palavras não têm significado, não expressam nada, são um desperdício de recursos cibernéticos. Receber mensagens no celular tornou-se igualmente uma competição de popularidade. E se enquanto estamos aqui falando você só recebeu uma única mensagem idiota, sinto dizer que sua popularidade está em baixa.


A jovem guardou rapidamente o aparelho no bolso.


--Quer dizer que você nunca relaxa e se diverte falando idiotices?


--Claro que sim. A única diferença é que não publico essas idiotices como se interessasse a alguém saber que fui ao banheiro e não tinha papel higiênico. É o cúmulo do egocentrismo. Colocam sua vida privada num mural com direito a fotos de si mesmo nas mais variadas poses possíveis para todos apreciarem a maravilha que é ele mesmo.


--Nem todo mundo faz assim e quem é você para julgar alguém? A madame perfeição?


--Não me entenda mal, cometo os mesmos erros que qualquer um, não tenho nada melhor do que as demais pessoas. Mas se pensar bem, a diferença está exatamente nisto: tenho consciência de que não sou isso tudo e não me faço o centro do mundo, achando ser o personagem mais interessante da novela da vida.


--Isso é hipocrisia. Quer condenar o comportamento das pessoas, mas o que faz todos os dias é se postar de exemplo para seus alunos, projetando uma áurea de poder absoluto, de dona da verdade. Só porque não usa as redes sociais para isto não significa que esteja fora do sistema. No seu micro-universo, faz a mesma coisa que critica nos outros.


Então Maite abriu um pouco mais o sorriso.


--Nada mau para alguém que não gosta da minha matéria. Se quiser continuar com esta discussão, vai ter que freqüentar as aulas. E também participar das discussões que são travadas o tempo todo e das quais nunca participou por estar dormindo.


Letícia deu-se conta então que fora pega numa armadilha e a princípio ficou indignada. Depois de alguns segundos, contudo, sorriu mais uma vez, vencida pela argúcia da mulher à sua frente.


--Não quer que eu desista, não é?


--Dos estudos? Não. De mim? Com certeza.


--E posso saber por que quer que eu desista de você? Além do fato deu ser sua aluna, é claro.


--Tenho um milhão de razões a serem elencadas em ordem alfabética.


--Cite uma.


E bem que Maite tentou desviar o olhar daquele colo tentador debruçado na janela de seu carro e do sorriso moleque que a desafiava por respostas.


–Não consigo me lembrar de nenhuma neste momento. – confessou com ar de travessura -- Mas não quer dizer que não existam.


A garota deu um sorriso convencido de quem sabe ser irresistível.


Maite engoliu em seco, mas não se deixou envolver assim tão fácil. Era a hora de recuar e se reorganizar.


--A gente se vê em classe, Letícia. – apertou o botão do vidro para que este se erguesse, obrigando a jovem a se afastar.


 


Saiu do estacionamento com toda a dignidade de quem se comportara de forma madura e sensata, mas mesmo assim arriscou uma olhadela pelo retrovisor. Letícia estava parada no mesmo lugar e acenou como se soubesse que ela faria exatamente aquilo.



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Autor(a): angelr

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 98



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  • annecristine Postado em 11/03/2014 - 00:22:09

    Amei o final.. Muito lindo... Entao vamos com mais uma fic.. Rs

  • angelr Postado em 10/03/2014 - 23:22:37

    delmyra - Espero que goste da proxima *__*

  • angelr Postado em 10/03/2014 - 23:22:13

    claricenevanna - Ufa convenceu hahaha

  • delmyra Postado em 10/03/2014 - 22:20:08

    pronta pra ler a proxima fic. As suas são de mais. Cada uma q me faz chorar. Foi otima.

  • claricenevanna Postado em 10/03/2014 - 19:56:49

    Pensei que a Dulce não ia convencer a Anahí! Hahaha. Que pena que acabou. :( E eu vou ler a outra.

  • annecristine Postado em 10/03/2014 - 17:11:18

    Aiiiin elas são lindas demais! Ansiosa para o final! Pena q já vai acabar! Dulce até q enfim né! kkkkkkk

  • angelr Postado em 10/03/2014 - 00:23:45

    lunaticas - breve hahaha

  • angelr Postado em 10/03/2014 - 00:23:25

    vverg - Sim muito linda essa web

  • angelr Postado em 10/03/2014 - 00:22:56

    claricenevanna - hahahaha

  • lunaticas Postado em 08/03/2014 - 21:41:21

    Ansiosa para o final *-*


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