Fanfic: Historias de Amor e Fantasma | Tema: Portiñon
Dulce tentou se livrar da tipoia assim que se viu longe do hospital, mas doía demais para ficar sem. Infelizmente, mesmo contra sua vontade, tinha que manter o braço imobilizado até que os tecidos de seu corpo se regenerassem. O que era uma tremenda chateação para quem estava acostumada a uma vida extremamente ativa.
--Dê-se por satisfeita que o tiro não danificou algum músculo importante. – Cristian pôs um fim nas suas lamentações – Poderia ter perdido completamente os movimentos desse braço. Você ouviu muito bem o que o médico falou. Então fique quieta aí nesta cadeira e não encha meu saco.
Dulce olhou surpresa para o irmão. Cristian não costumava falar daquela maneira rude com as pessoas.
--Está olhando o quê? – ele indagou impaciente.
--Por que está tão nervoso? Alice não deu pra você ontem à noite?
A brincadeira só serviu para que o rapaz ficasse ainda mais irritado.
Ele tinha chegado à obra logo após o tiroteio, bem a tempo de ver a irmã caída ao chão se esvaindo em sangue. E aquela imagem ficaria para sempre cravada em sua memória.
--Olha aqui, Mulher Maravilha, na minha lista de pessoas estúpidas você está no topo, então tente não bancar a babaca por pelo menos um dia. Está com o braço de molho por um tempo? Pois é muito pouco diante do que poderia ter acontecido. Teve uma sorte sem tamanho e é melhor se dar por satisfeita com isto.
Dulce achou melhor ficar quieta e não ousou argumentar com ele. Sabia que tinha dado um susto enorme na família e nada mais justo do que agüentar o desabafo do irmão.
Cristian a custo controlou sua tensão e baixou a cabeça. Estava arrependido de ter sido tão incisivo, mas não do que tinha dito. Alguém precisava trazer Dulce para o mundo real onde ela não era um personagem de quadrinhos irresistível e invencível.
A morena compreendeu o dilema do irmão e sorriu.
--Tudo bem, Cris. Você está certo e sou uma idiota. Mas você há de convir que uma idiota bem charmosa. – ergueu as sobrancelhas várias vezes para reforçar seu comentário.
--Você não é completamente idiota, mas com certeza o percentual está em torno dos cinqüenta por cento.
--E você tem oitenta por cento de chances de ser demitido se não se desculpar neste instante. Não se pode gritar com uma pobre vítima de violência. É desumano, sabia?
Cristian riu da cara-de-pau de Dulce, sempre transformando assuntos sérios em piada.
--Retiro o que disse: seu índice de idiotice alcança os setenta por cento. E está subindo.
--Então minha sorte é ainda maior por contar com você para cobrir minha retaguarda.
--O sentimento é recíproco. Mas não pense que saiu do castigo. Vai ficar um bom tempo longe das obras.
Dulce ensaiou um beicinho.
Cristian ia prosseguir com suas admoestações quando Anahí pôs a cabeça para dentro da sala.
--Por acaso alguém quer servir de cobaia de mais uma dos meus experimentos?
Os dois arreganharam os dentes de satisfação.
--Sentem-se que vou servi-los.
Anahí entrou carregando vários tupperwares equilibrados em seus braços e depositou-os sobre a mesa. Só então os dois deram-se conta da blusa decotada que ela usava, que deixava antever os contornos de seus seios.
Cristian apenas estranhou, já que a irmã mais nova sempre usava roupas conservadoras. Dulce ao contrário, engoliu em seco com aquela paisagem linda e excitante que era o colo de Anahi. E para completar, os cabelos cacheados estavam soltos sobre os ombros, decorando aquela obra de arte que capturara sua atenção.
De pronto desviou o olhar e ignorou os chamados de sua libido. Era sua irmã que estava à sua frente e a deixara pasma alimentar aqueles pensamentos impuros em relação a ela.
--O que é dessa vez? – tentou agir com naturalidade – Temos o direito de saber com o que seremos envenenados.
--hahaha... Se não quiser, não precisa comer.
--Eu como, eu como!
O desespero de Dulce fez Anahí sorrir.
--Está bem, deixo você provar. Mas nada de brincadeirinhas sobre minha habilidade culinária.
--Só ouvirá elogios da minha boca.
A refeição foi servida e Dulce bem que tentou usar a faca, mas não foi capaz de cortar a carne em pedaços menores. Anahí puxou sua cadeira para mais perto dela e pegou seus talheres para ajudá-la com a tarefa, causando mais um sobressalto em Dulce ao vê-la debruçar-se com o intuito de alcançar o prato.
Aquele gesto de boa vontade proporcionou à irmã postiça uma visão desobstruída de seus seios, fazendo com que mais uma vez Dulce desviasse os olhos, como se fosse virar uma estátua de pedra caso encarasse aquela parte da anatomia da loira.
--Pronto, agora pode comer melhor. – Anahí devolveu os talheres, afastando-se.
--O-Obrigada. – foi a pálida resposta que recebeu.
Cristian acompanhou a cena com divertimento. Parecia que finalmente Dulce resolvera entrar na guerra pelo coração de sua irmã e estava usando artilharia pesada.
Com uma desculpa esfarrapada retirou-se da sala, deixando as duas a sós. Era sua contribuição ao esforço de sedução que Anahí estava implementando.
--Não acha essa blusa muito decotada? – Dulce implicou, abalada com aquela exposição que considerou despropositada.
--Você acha? – a jovem indagou com ar de inocência.
--Acho. E garanto que sua namorada pensaria igual se estivesse aqui.
Anahí recostou-se mais na cadeira e fitou Dulce com malícia.
--Não tenho mais namorada. Estou livre e desimpedida. O que acha disto?
--Deu o fora na Carla?
--Hum hum.
--Por quê?
--Estou em busca do meu verdadeiro amor e decidi não perder meu tempo com relacionamentos fúteis.
--Mas ela te ama, não ama?
--É verdade. Mas de que adianta se amo outra pessoa?
--Quem?
A jovem deu um sorriso misterioso.
--Descubra se for capaz.
Recolheu os vasilhames e acenou em despedida, indo embora sem sanar a curiosidade da morena.
O comportamento de Anahi intrigou Dulce que ficou pensando no que poderia ter suscitado aquela mudança radical, tanto em suas vestimentas como também em seu modo de agir. Terminara com a namorada e agora se dizia apaixonada por outro alguém. Quem poderia ser esta pessoa?
Nunca se preocupara com o namoro dela com Carla por saber que aquilo não iria longe. Era óbvio que Anahí não tinha grandes interesses pela moça. Mas agora uma ruga de preocupação em sua testa era a demonstração do quanto temia aquela paixão anunciada. Em sua cabeça ninguém era digno de ocupar um lugar no coração da jovem. Pelo menos não dentre as pessoas que conhecia. Quem seria esse interesse amoroso surgido do nada?
Quem conquistara Anahi?
Autor(a): angelr
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 98
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annecristine Postado em 11/03/2014 - 00:22:09
Amei o final.. Muito lindo... Entao vamos com mais uma fic.. Rs
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angelr Postado em 10/03/2014 - 23:22:37
delmyra - Espero que goste da proxima *__*
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angelr Postado em 10/03/2014 - 23:22:13
claricenevanna - Ufa convenceu hahaha
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delmyra Postado em 10/03/2014 - 22:20:08
pronta pra ler a proxima fic. As suas são de mais. Cada uma q me faz chorar. Foi otima.
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claricenevanna Postado em 10/03/2014 - 19:56:49
Pensei que a Dulce não ia convencer a Anahí! Hahaha. Que pena que acabou. :( E eu vou ler a outra.
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annecristine Postado em 10/03/2014 - 17:11:18
Aiiiin elas são lindas demais! Ansiosa para o final! Pena q já vai acabar! Dulce até q enfim né! kkkkkkk
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angelr Postado em 10/03/2014 - 00:23:45
lunaticas - breve hahaha
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angelr Postado em 10/03/2014 - 00:23:25
vverg - Sim muito linda essa web
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angelr Postado em 10/03/2014 - 00:22:56
claricenevanna - hahahaha
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lunaticas Postado em 08/03/2014 - 21:41:21
Ansiosa para o final *-*