Fanfic: Historias de Amor e Fantasma | Tema: Portiñon
--Não vim para te criar problemas e sim para ajudá-la a resolvê-los, já que você é mesmo uma tremenda vacilona, incompetente sentimental.
Maite fechou a cara, ofendida.
--Uma fantasma que não sabe nem encontrar a luz e ainda se acha no direito de me esculachar!
--O negócio é que até eu sofrer o acidente, não tinha noção do quanto nossos caminhos estão cruzados, Mai. Por isso, já que é também do meu interesse, achei que é meu direito de te dar uma mãozinha para ver se a coisa anda, porque se depender só de você... Sei lá, viu.
--Não, só você mesma para aprontar uma dessas. Diga-me o que você quer de verdade. Além de me levar para o manicômio.
--O mesmo que antes: sua felicidade.
--Essa conversa está ficando muito repetitiva e estou cansada dela.
Letícia debruçou-se um pouco sobre a mesa para olhar o pescoço de Maite. A professora imediatamente encolheu-se tentando encobri-lo e a jovem caiu na risada.
--Isso aí no seu pescoço é um chupão? – e caiu na risada -- Sacanagem de quem fez isso, né? Você toda discreta, politicamente correta, e pega uma descontrolada que faz um negócio desses.
--Quer parar de brincar e sumir daqui! Volte para o hospital e fique lá dentro do seu corpo até alguém te buscar. Não é assim que acontece? Ninguém fica andando por aí porque tá cansado de esperar, muito menos para se intrometer na vida dos outros.
--Mas bem que um monte de gente gostaria disto. Sabe, profe, você devia sair mais e se divertir. Nós podíamos ir ao teatro. Tem uma peça super boa que estreou semana passada.
--Nós?! Seria mesmo muito legal eu ir ao teatro acompanhada de uma fantasma. O melhor encontro da minha vida. – debochou -- Se bem que eu já saí com mulheres que mais pareciam umas múmias.
--Ou uma vampira, como essa que te deixou essa marca horrorosa. Mulherzinha fora de si, né?
Maite ia dar mais um corte quando ouviu uma voz bem conhecida vindo da porta.
--Estou atrapalhando?
Olhou naquela direção e Angelique estava parada lá com uma sacola nas mãos. Era visível o quanto a psicóloga estava confusa ao surpreendê-la falando sozinha. Seus olhos passeavam de um lado a outro da sala com ar de desconfiança.
--Entre. -- Finalmente Maite reagiu ao susto.
Angelique deu dois passos em sua direção e estendeu a sacola para que ela a pegasse.
--Vim entregar para você algumas roupas que ficaram no meu apartamento. Acho que não restou mais nada, mas se eu encontrar algo, te aviso.
Maite aceitou a sacola e uma grande angústia formou-se em seu peito. Então era mesmo o fim?
--Angel... -- Maite implorou com o olhar.
Letícia não se agüentou. A última coisa que queria era testemunhar um mal-estar maior entre a professora e a ex, que claramente ela ainda amava.
--Diz pra ela que a ama.
--Cala a boca!
Angelique olhou para Maite assustada com aquelas palavras.
--Desculpe, não foi para você que falei.
Mais uma vez a psicóloga ficou olhando em volta para ver se havia alguém mais na sala.
--Angel, nós devíamos conversar um pouco sobre o que está acontecendo.
Angelique até poderia ter concordado, se não fosse a lembrança do que ocorrera na festa. Era muita cara-de-pau de Maite propor que discutissem sua relação, depois de tudo o que fizera. Não conseguiu guardar para si o seu ressentimento.
--Percebi sua inclinação ao diálogo enquanto engolia aquela pi..ranha no aniversário do João.
Maite, por sua vez, encheu-se de revolta com o comentário.
--Não pode me cobrar nada. Você estava muito bem acompanhada com aquela maria-botina.
Angelique a deu um meio-sorriso de desdém.
--Como se você fosse uma lady. É impressionante mesmo. Nem conhece a Dulce e já vem com esses comentários maldosos. Pois ela é muito mulher na cama e me satisfaz totalmente.
--E eu era o quê? Uma boneca de cera?
Letícia discretamente se desmaterializou-se, para deixar as duas continuassem em paz com a discussão que prometia tornar-se mais e mais acalorada.
--Foi por isso que me deu o fora? Estava cansada de fazer sexo comigo?
--Este é o problema, Maite : você só sabe fazer sexo. E eu preciso de alguém que faça amor comigo. Quero alguém que me surpreenda com flores ou uma besteira qualquer que viu na rua e achou que eu fosse gostar. Quero uma pessoa que demonstre afeto, que se importe com o que eu sinto e não que esteja mais preocupada em satisfazer suas próprias necessidades.
--Já entendi. Quer uma aduladora que alimente o seu ego o tempo todo. Uma escrava de suas vontades e totalmente submissa aos seus desejos.
--Não é o que estou dizendo. Preciso apenas de alguém que me dê valor e me respeite como ser humano e como companheira.
--Estamos falando de novo daquele deslize de tempos atrás?
--Não, Maite, estamos falando da sua total incapacidade de se preocupar com meus sentimentos. Ficou semanas fora e não se deu ao trabalho de simplesmente enviar uma mensagem dizendo qualquer coisa que fosse: “Estou bem”, “Sinto saudades”.
Maite desviou o olhar reconhecendo sua omissão. Estava tão empolgada com sua aventura desbravando o país, que se esquecera completamente da namorada. E só naquele instante dava-se conta disto.
Não tratara Angelique com a consideração devida diante do amor que sentia por ela. Contudo, nada tinha sido intencional. Era por natureza uma pessoa extremamente dedicada às causas que abraçava e aquela excursão aos distantes rincões do país tinha sido algo que planejara por anos. Uma oportunidade na qual se jogou de cabeça em busca do conhecimento inexplorado. Recolhera material para mais um livro e isto a fizera centrar-se em si mesma.
O silêncio tornou-se pesado dentro daquelas quatro paredes, repleto de palavras não ditas e emoções não reveladas. Havia tanto a ser esclarecido e, no entanto, nada parecia importar agora que tudo se precipitara para o pior.
Maite resolveu por um fim àquela tortura e colocar de uma vez por todas o ponto final naquela história de desencontros.
--Você tem razão. -- concordou num misto de desalento e finalidade – Fui egoísta e fiquei às voltas com meus projetos pessoais, esquecendo que você era tão importante quanto tudo aquilo que eu estava vivenciando. Ignorei cada sinal seu de insatisfação no decorrer dos últimos meses, porque tinha em mim a certeza absoluta de que eu sempre voltaria para casa e você estaria lá me esperando de braços abertos.
Angelique sentiu os olhos úmidos. Por alguma razão que não compreendia, sentiu-se vazia com o fim do relacionamento. Com muito custo controlou suas emoções e evitou expor a melancolia que sentia naquele instante. Só conseguia lembrar-se dos bons momentos que viveram juntas em anos de namoro.
Autor(a): angelr
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Maite prosseguiu tristemente. --Eu até poderia dizer que espero que seja feliz mesmo que não seja comigo, mas não seria verdade. Estou sentida e magoada. Não merecia o que você fez para mim, talvez apenas como forma de vingança. Então ergueu os olhos para encarar Angelique de frente, com toda a sua dor estampada em cada m&uac ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 98
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annecristine Postado em 11/03/2014 - 00:22:09
Amei o final.. Muito lindo... Entao vamos com mais uma fic.. Rs
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angelr Postado em 10/03/2014 - 23:22:37
delmyra - Espero que goste da proxima *__*
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angelr Postado em 10/03/2014 - 23:22:13
claricenevanna - Ufa convenceu hahaha
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delmyra Postado em 10/03/2014 - 22:20:08
pronta pra ler a proxima fic. As suas são de mais. Cada uma q me faz chorar. Foi otima.
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claricenevanna Postado em 10/03/2014 - 19:56:49
Pensei que a Dulce não ia convencer a Anahí! Hahaha. Que pena que acabou. :( E eu vou ler a outra.
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annecristine Postado em 10/03/2014 - 17:11:18
Aiiiin elas são lindas demais! Ansiosa para o final! Pena q já vai acabar! Dulce até q enfim né! kkkkkkk
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angelr Postado em 10/03/2014 - 00:23:45
lunaticas - breve hahaha
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angelr Postado em 10/03/2014 - 00:23:25
vverg - Sim muito linda essa web
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angelr Postado em 10/03/2014 - 00:22:56
claricenevanna - hahahaha
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lunaticas Postado em 08/03/2014 - 21:41:21
Ansiosa para o final *-*