Fanfic: Historias de Amor e Fantasma | Tema: Portiñon
Maite prosseguiu tristemente.
--Eu até poderia dizer que espero que seja feliz mesmo que não seja comigo, mas não seria verdade. Estou sentida e magoada. Não merecia o que você fez para mim, talvez apenas como forma de vingança.
Então ergueu os olhos para encarar Angelique de frente, com toda a sua dor estampada em cada músculo do rosto.
--E não me venha com esta história de que podemos ser amigas, porque isto é impossível. Jamais poderei tratá-la desta forma. Seria penoso demais e isso não vou fazer.
--Então prefere não me ver nunca mais? É isto o que está dizendo?
--Fatalmente vamos nos esbarrar por aí. Temos muitos amigos em comum e não seria justo exigir que eles façam algum tipo de escolha entre nós duas. E quando estes encontros acontecerem, devemos nos tratar com a devida civilidade para não causar constrangimento às pessoas. Mas fora disto não espere que eu troque amenidades com você ou sua namorada. Viva a sua vida e não olhe para trás. Eu vou tentar fazer o mesmo.
Angelique balançou a cabeça e lentamente foi se retirando da sala. De alguma forma pensara que talvez pudessem pelo menos continuar com a amizade que sempre tiveram. Agora descobria que era o fim de tudo o que elas viveram um dia. Nada mais se repetiria. E isto doía muito em seu coração.
Levou um susto ao dar um encontrão num dos estudantes que circulavam pelos corredores da faculdade e fugiu apressadamente para o abrigo de seu carro.
Sentou-se no banco do motorista, fechou a porta e se debruçou sobre o volante. Ficou ali por alguns minutos até conseguir acalmar-se o suficiente para arrancar com o carro e seguir para longe do seu passado.
Letícia esperou que Angelique se retirasse para tornar a aparecer. Maite estava sentada à escrivaninha, distraidamente batendo com a caneta no tampo, num gesto nervoso.
--Tudo bem? – indagou com sincera preocupação.
--Levando-se em conta que você escutou toda a discussão, sabe muito bem que não. -- Maite foi seca.
--Sinto muito.
A professora deu um risinho torto de deboche.
--Sente é?
--Sério. Não gosto de te ver sofrendo.
--Não se preocupe, o que aconteceu já estava escrito há muito tempo. Eu é que fui idiota de não enxergar o poste na minha frente e me esborrachei bonitinho. Quem mandou ser otária e obtusa?
A jovem ficou quieta, sem saber o que dizer.
--Vá embora, Letícia. Não vou pedir para que guarde segredo do que testemunhou porque sei que é inútil. Então não perca tempo e espalhe logo por aí o quanto sou idiota e que por isso minha namorada me abandonou. Não me importo.
--E como vou fofocar para alguém se só você pode me ver, sua tonta?
--Que baita privilégio! – ironizou.
--Desculpe ter invadido sua privacidade, mas sou uma garota curiosa e intrometida. E se quer saber...
--Não, não quero! – Maite cortou desta vez com mais veemência. Mas a garota não era fácil de intimidar-se por cara feia.
--Você realmente pisou na bola. Ficar várias semanas sem dar o ar da graça é demais mesmo. Onde será que estava? Na selva amazônica? Só que se bobear, até lá tem celular e internet. Foi tansa mesmo. Será que vou ter que te ensinar como tratar direito uma mulher?
Dessa vez Maite sacodiu a cabeça com ar de desespero.
--Será que algum dia vou conseguir me livrar de você? Parece que veio mesmo para tornar minha vida um pouco mais miserável.
Letícia riu e sentou-se na cadeira em frente dela, colocando os pés sobre a mesa.
--Tome nota da sua primeira lição.
Maite escondeu o rosto entre as mãos em completo desespero. Não bastava enlouquecer, tinha que ter visões alucinadas com uma garota absolutamente irritante.
*****
Dulce acordou no meio da noite com sede e arrastou-se até a cozinha praticamente em estado de sonambulismo. Abriu a geladeira e buscou a garrafa de água, virando-a direto na boca.
--Que feio, Dulce!
A morena virou-se assustada, quase derrubando a garrafa. Esquecera completamente que Anahi dormiria em sua casa e sua mente demorou a concatenar as idéias.
--Por que não usa um copo com gente civilizada faz? -- a loira prosseguiu com sua admoestação bem humorada, tomando dela a garrafa, virando-a também na boca.
Dulce acompanhou seus movimentos, os lábios cheios e róseos envolvendo a boca do vasilhame, algumas gotas escapando e rolando pelo queixo, lentamente escorrendo pelo seu pescoço alvo, descendo gota-a-gota pelo vale entre os seios que a camisola translúcida insinuava na luz indireta vinda do refrigerador aberto.
Anahí devolveu a garrafa.
--Acho que me molhei toda. – sorriu, enxugando os lábios com as costas das mãos em movimentos delicados.
--Eu também. -- Dulce murmurou, hipnotizada pela visão, sem se dar conta de que fizera o comentário abobalhado em voz alta.
--Espirrou em você? -- Anahi fingiu não perceber o conteúdo sexual do comentário e fez um movimento de aproximação, como se procurasse realmente algum lugar onde a água pudesse tê-la alcançado.
--Está tudo bem. – Dulce impediu que ela a tocasse -- É melhor voltarmos pra cama. Quer dizer, você para a sua cama e eu pra minha. Cada uma num quarto. Para dormir mais um pouco.
--Claro. Boa noite então. -- deu-lhe um beijo no rosto -- Bons sonhos.
“Acho que está mais para delírios.”, Dulce pensou preocupada. Ultimamente tudo o que fazia era cobiçar a própria irmã e isto estava acabando com seus nervos. Era um verdadeiro incesto, mesmo que elas não compartilhassem dos mesmos genes, pois sentimentalmente pertenciam à mesma família.
Convivera com a garota desde que ela tinha doze anos, como poderia agora desenvolver aquele tipo de sentimento de desejo? A diferença de idade entre elas era pouca, mas fizera uma enorme diferença quando haviam se conhecido. Dulce já era praticamente uma mulher, com a responsabilidade de zelar emocionalmente pela mãe e os irmãos menores após a morte do pai. Esforçara-se para fazê-los superar o trauma daquela perda súbita e isto tornou-a extremamente protetora de seus entes queridos.
Quando a família mudara-se para a casa de Acácio, Anahi fora incluída sob suas asas como uma irmã caçula e sua consciência jamais lhe permitiria aproveitar-se do apego sentimental da garota para seduzi-la. Seria uma verdadeira atrocidade.
O que precisava era de uma noite com Angelique para livrá-la de seus pensamentos indesejáveis. Tinha que superar aqueles sentimentos absurdos.
Autor(a): angelr
Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
A família estava reunida para mais um feriadão e Acácio sentara-se confortavelmente no balanço da varanda, com Janice a seu lado, observando os filhos tentarem jogar vôlei de dupla em uma rede improvisada. Poncho cortava como um profissional, mas sua força de nada valia sem mira e as bombas voavam para longe, acarretando protestos de ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 98
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
annecristine Postado em 11/03/2014 - 00:22:09
Amei o final.. Muito lindo... Entao vamos com mais uma fic.. Rs
-
angelr Postado em 10/03/2014 - 23:22:37
delmyra - Espero que goste da proxima *__*
-
angelr Postado em 10/03/2014 - 23:22:13
claricenevanna - Ufa convenceu hahaha
-
delmyra Postado em 10/03/2014 - 22:20:08
pronta pra ler a proxima fic. As suas são de mais. Cada uma q me faz chorar. Foi otima.
-
claricenevanna Postado em 10/03/2014 - 19:56:49
Pensei que a Dulce não ia convencer a Anahí! Hahaha. Que pena que acabou. :( E eu vou ler a outra.
-
annecristine Postado em 10/03/2014 - 17:11:18
Aiiiin elas são lindas demais! Ansiosa para o final! Pena q já vai acabar! Dulce até q enfim né! kkkkkkk
-
angelr Postado em 10/03/2014 - 00:23:45
lunaticas - breve hahaha
-
angelr Postado em 10/03/2014 - 00:23:25
vverg - Sim muito linda essa web
-
angelr Postado em 10/03/2014 - 00:22:56
claricenevanna - hahahaha
-
lunaticas Postado em 08/03/2014 - 21:41:21
Ansiosa para o final *-*